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II SÉRIE-A — NÚMERO 8

cias, foi ainda afectado pelo excessivo endividamento e de assunção de risco de algumas instituições financeiras, aumentando assim o potencial de fragilidade nos sistemas financeiros.

No entanto, a evolução da economia mundial mantém-se positiva mas com um crescimento estimado em 2 por cento, significativamente inferior ao registado em 1997 (4,1 por cento) em virtude dos efeitos negativos do aprofundamento da crise financeira asiática, do agravamento da situação económica do Japão, da fragilidade dos sistemas financeiros e excessivo endividamento externo em certos países e da difícil situação económica e financeira da Federação Russa. A suspensão de pagamentos declarada pelas autoridades russas intensificou a saida de capitais dos mercados «emergentes» que agravou significativamente a conjuntura destas economias. Na União Europeia, a estabilidade, fundada sobre a moeda única, tem permitido manter a confiança dos investidores e consumidores o que se traduzirá num crescimento económico em 1998 ligeiramente superior ao de 1997. A persistência da crise nos mercados financeiros externos à União Europeia poderá vir a ter efeitos mais significativos na economia comunitária se os mercados de capitais europeus se tomarem anormalmente instáveis. A Comissão Europeia reviu recentemente em baixa as previsões para 1999. De acordo com as novas previsões de Outono, a UE 15 deverá crescer 2,5 por cento no próximo ano.

A crise iniciada em Julho de 1997, na Ásia Oriental, afectou gravemente os países em causa, e os seus efeitos na economia mundial continuaram a persistir, não só ao nível dos fluxos comerciais e de capitais, mas também quanto às expectativas relativas às políticas dos principais países asiáticos. A intervenção do Fundo Monetário Internacional, de outras instituições multilaterais e a ajuda bilateral de alguns países permitiram a criação de um quadro de ajustamento favorável ao arranque de um novo ciclo de crescimento sustentado. No entanto, a fragilidade financeira, a quebra de financiamento externo e a incerteza ao nível politico em alguns paises têm dificultado a resolução rápida dós problemas estruturais e o retorno da confiança. O agravamento da recessão no Japão veio dificultar a resolução da crise asiática e o consequente aumento do superavit da balança comercial nipónica (e dos outros países da Ásia Oriental) poderá agravar as pressões proteccionistas nos principais mercados mundiais.

Quadro 1-1 Principais Indicadores Económicos da União Europeia, EUA e Japão

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Fonte: FMI, World Economic Outlook, Setembro 1998

O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial deverá ser de 2 e de 2,5 por cento, respectivamente, para os

anos de 1998 e 1999 (4,1 por cento em 1997). O impacto da crise da Ásia Oriental afectou as exportações dos paises da OCDE com maior peso naqueles mercados, nomeadamente o Japão e os EUA. Desta forma, o comércio mundial de bens e serviços deverá abrandar para 3,7 por cento em 1998 e 4,6

por cento em 1999 (9,7 por cento em 1997).

A actividade económica do conjunto dos países industrializados encontra-se numa fase de abrandamento, devendo a taxa de crescimento do PIB situar-se em 2,3 e 2 por cento, em 1998 e 1999 (2,8 por cento em média nos dois últimos anos). Este comportamento deve-se, sobretudo, à situação recessiva da economia japonesa, que não se verificava desde 1974, e à previsível desaceleração das economias dos Estados Unidos da América e do Reino Unido.

Em 1998, a conjuntura económica dos países industrializados apresenta, assim, ritmos de crescimento diferenciados. Enquanto a economia americana, que se encontra numa fase mais avançada do ciclo económico, abrandou, a actividade económica da União Europeia-11 reforçou o ritmo de expansão. A economia japonesa, depois de ter desacelerado significativamente no segundo semestre do ano transacto, entrou numa fase de recessão.

Após seis anos consecutivos de forte crescimento económico nos Estados Unidos da América, cuja média foi cerca de 2,9 por cento, o abrandamento da actividade económica evidenciado ao longo do primeiro semestre de 1998 (a produção industrial cresceu, em média anual, de 6,3 por cento em março passado, 5,4 por cento em Junho e 4,5 por cento em Agosto e os indicadores avançados apresentaram uma forte desaceleração desde final de 1997), deverá corresponder, para o conjunto do ano, a uma taxa de crescimento para o Produto Interno Bruto de 3,5 por cento (3,9 por cento em 1997). As exportações deverão registar uma desaceleração acentuada para 3,9 por cento (10,9 por cento em 1997), enquanto os indicadores de procura intema deverão manter-se favoráveis, com um forte crescimento do investimento, de 8,2 por cento e do consumo privado, de 3,8 por cento. A taxa de desemprego deverá reduzir-se para cerca de 4,8 por cento, o melhor resultado alcançado nos últimos 25 anos. A inflação mantém-se baixa (1,6 por cento em 1998), devido sobretudo 4 forte redução dos preços das matérias-primas, quando convertidos em dólares. O saldo global do Sector Público Administrativo, em percentagem do Produto Interno Bruto, deverá ser excedentário, prosseguindo a trajectória de redução do défice nos últimos seis anos, passando de um défice de 4,4 por cento do PIB em 1992 para um superavit de 1,1 por cento em 1998. O Saldo da Balança de Transacções Correntes, em percentagem do PIB, mantém-se negativo, com tendência para se agravar em 1998, para se situar em 2,8 por cento.

A situação recessiva da economia japonesa acentuou-se ao longo do ano de 1998, levando as instituições internacionais a rever sucessivamente em baixa as respectivas estimativas de contracção para o conjunto do ano. As estimativas mais recentes apontam para um decréscimo de 2,5 por cento do PIB para este ano. Este decréscimo resulta da quebra da procura interna, especialmente do investimento e do consumo privado e da desaceleração acentuada das exportações, reflectindo a crise nos países da Ásia Oriental. Os indicadores avançados registaram uma evolução mais negativa no primeiro trimestre de 1998, seguindo-se uma certa estabiíí-

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