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0619 | II Série A - Número 027 | 30 de Março de 2000

 

Podemos, pois, afirmar que, por volta do ano de 1790, já existiam condições para a laboração destas fábricas, em termos de matéria-prima.
Em termos sócio-económicos, assiste-se a um crescimento da indústria reflectido nos surtos populacionais migratórios, na urbanização e comércio interno, tanto do Algarve oriental como ocidental.
Em 1879, quando apareceram em Lagos os estabelecimentos Lory, sucursais de uma empresa bretã, quatro empresas de Lagos respondem a um inquérito industrial. Estamos certos de que algumas se encontravam sediadas nesta povoação. Lagos fica, pois, colocada na segunda posição na distribuição das conservas de peixe em todo o distrito de Faro, enquanto no que concerne às fábricas de salmoira ocupava a terceira posição.
Surgiram, assim, alterações económicas não só na cidade de Lagos mas também na freguesia da Luz, em especial na Luz povoação. Da periferia do concelho vinham homens e mulheres para a procura de novos meios de subsistência. Esta mão-de-obra tão necessária para o normal funcionamento das fábricas.
Tais factos provocaram naturalmente alterações, tanto a nível da sociedade como na estrutura económica. Como povoação limítrofe possuí estrutura própria com diferenças assinaláveis. Como localidade próxima da cidade de Lagos assume-se como uma povoação participante e absorvente do núcleo central político social da urbe lacobrigense.

IV - Património cultural

Dentro do património cultural edificado devemos destacar três tipos diferenciados: os monumentos de arquitectura civil, os monumentos de arquitectura religiosa e os monumentos de arquitectura militar.
Pertencentes à arquitectura civil destacamos:
Os elementos provenientes da arquitectura rural com beirais à antiga portuguesa, alguns beirais decorativos que foram assimilados pela moderna construção urbanística, elementos urbanísticos com telhado de duas águas e, sobretudo, um relógio de sol incrustado num muro lateral à fachada principal da Igreja.
São passíveis de identificação elementos urbanísticos tipicamente novecentistas, onde a telha e a coloração branca se conjugam numa ambiência natural dos restantes lugares da freguesia, do concelho e do Algarve.
Grande parte desses elementos decorativos e de estruturas solidamente edificadas, possuíam uma função dinâmica no quotidiano das gentes luzenses. Eis o caso do relógio de sol, a compartimentação do tempo equacionado para a divisão dos períodos do dia, tinha nesse lugar uma especial atenção para os locatários.
Esse relógio de sol apresenta-se deteriorado, mas ainda hoje é possível fazer algumas experiências com o mesmo. A sua construção deve remontar ao momento histórico em que a Igreja de Nossa Senhora da Luz foi edificada.
No que concerne à arquitectura religiosa, devemos destacar a Igreja de Nossa Senhora da Luz, com toda a sua beleza e possuidora de elementos religiosos dignos de realce.
Possuí uma abside com capela manuelina guarnecido com ameias chanfradas próprias do estilo Mudjar e a sua construção possuí um passado bem antigo.
No interior da igreja podemos visualizar uma construção recente onde a abside com a capela e as ameias chanfradas constituem os elementos mais importantes deste monumento religioso.
No exterior pode-se ver sólidos contrafortes, assim como duas edículas renascentistas encontradas quando das escavações efectuadas ao lado da Igreja.
Esta Igreja constitui hoje património nacional.
Não devemos esquecer os vestígios da civilização romana, encontrados junto à Igreja. O balneário romano que, embora sendo um achado arqueológico importante, se encontra abandonado e a sua restauração seria de extrema importância, pois constituí um interessante testemunho da arquitectura civil romana, legado à povoação pelo povo da língua latina.
Dentro dos elementos da arquitectura militar existente, devemos dar realce à Fortaleza de Nossa Senhora da Luz, legada pelos antepassados do Algarve pós-henriquino, relaciona-se com os monumentos militares defensivos. Edificada no século XVII, nomeadamente na primeira metade de seiscentos, possuía uma torre de vigia, bem como um amuralhado que circundava a Igreja de Nossa Senhora da Luz.
Todo o conjunto se encontra bem conservado e é possível visualizar do exterior.

V - Do passado à actualidade

Pensar o futuro implica uma análise do passado e foi o que aqui foi feito. No inicio do século XXI a povoação de Luz está enquadrada numa sociedade cada vez mais europeia, que a distancia cada vez mais da povoação da Nossa Senhora da Luz da época dos descobrimentos. Se nesse espaço histórico estava na vanguarda dos grandes acontecimentos nacionais, no momento presente possuí estruturas vectorizadas para ser uma das vilas do Algarve, com maior prestígio nacional e internacional.
Com uma população flutuante, que oscila entre os 4000 e os 40 000 habitantes na época alta.
Possuí uma bela praia enquadrada em rochedos dirigidos para sul, acompanhando toda a zona rochosa denominada por Costa de Oiro.
Com uma vegetação harmoniosa, enquadrada na ruralidade da freguesia, impele o visitante para a sua sedentarização nestas paragens.
E se da praia partiram pescadores e seus haveres, ao longo do areal estendem-se os turistas que visitam esta localidade todo o ano, em busca de sol e descanso e todo um artesanal de haveres que só tem a ver com o lazer.
Acabaram as fábricas de conserva de peixe e em seu lugar apareceram escolas de mergulho e windsurf, assim como discotecas, restaurantes, unidades de turismo e outros estabelecimentos similares.
O casino fechou, passou por escola primária e hoje é a ampla sede da junta de freguesia e centro de saúde.
Desapareceram parte dos extensos campos de cultivo e em seu lugar encontram-se aldeamentos turísticos e outro casario a perder de vista.
Os pescadores de outrora, hoje são empregados da indústria hoteleira e os conserveiros, os soldadores e os agricultores, trabalhadores da construção civil.
Foi assim institucionalizado um outro modo de vida nesta povoação do litoral algarvio - o turismo -, indústria que continua a movimentar às seus habitantes e os das povoações vizinhas, trabalhando directamente ou indirectamente em unidades de turismo. A indústria da construção civil desenvolve-se progressivamente, a par do desenvolvimento do turismo.
Com um crescimento cada vez mais acelerado, não nos é possível antever até que ponto a sua caracterização se manterá.
Contudo, não é crível que se descaracterize em função do seu progresso, pois, para quem já conheceu a riqueza e

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