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1455 | II Série A - Número 039 | 11 de Maio de 2000

 

Mamede de Infesta é a Capela do Lugar do Telheiro. Segundo contos antigos, na viagem de Lisboa para Pádua, Santo António terá pernoitado debaixo de um telheiro, e aí readquirido forças para se recolocar ao caminho. Foi esse telheiro que ganhou nome de lugar e honras de capela.
São também várias as referências à importância do rio Leça que atravessa São Mamede na vida da localidade mamedense ao longo dos séculos.
Em 1809 o general Soult, que comandava as tropas francesas na invasão ao Porto, escolheu a margem do rio Leça para instalar as suas tropas, tendo-se albergado no palácio das suas margens, onde engendrou o seu plano invasor.
Anos mais tarde, em 1833, época de outras contendas, um reduto das tropas miguelistas ficou sitiado no Lugar do Telheiro para cortar a estrada que ligava Porto a Braga.
A riqueza arquitectónica e ambiental de São Mamede foi igualmente, durante vários séculos, alimentando a visita, e escrita deleitada, de grandes autores portugueses, atracção a que não escapou também a grande intelectualidade republicana. Ramalho Ortigão, Antero de Quental, Guerra Junqueiro e Aurélia de Sousa são algumas das muitas personalidades que escolheram esta localidade para conviverem. Também Camilo Castelo Branco se deteve várias vezes em São Mamede de Infesta, localidade que descreveu em alguns dos seus romances. Camilo imortalizou São Mamede, nomeadamente em cenas que descreviam as suas permanências nocturnas, geralmente truculentas, numa estalagem mamedense, que comummente tinham a particularidade de acabarem em cenas de bengaladas e com intervenção da Guarda Real.
As potencialidades urbanísticas e a riqueza dos recursos naturais levou a que, tanto no fim do século XIX como nos dois primeiros quartéis do século XX, São Mamede fosse reconhecida como uma "lindíssima estância" (segundo o jornal Lidador), onde abundavam os passeios de barco, os piqueniques, os bailes de domingo e as tertúlias que frequentemente lá se desenrolavam.
Mas se bem que algum do património descrito neste recenseamento histórico ou não existe já ou se encontra substancialmente degradado, as potencialidades de desenvolvimento arquitectónico, urbanístico e ambiental são reais e permanecem aguardando estímulo e iniciativa.
Tornar São Mamede de Infesta cidade significa a adopção de uma nova engrenagem neste processo de causa e efeito. Mais do que cumprir uma disposição jurídica, uma tal iniciativa significa dar providência a um justo conselho da história. Sedimentados, um e outro, no trabalho pertinente e esforçado que todo um povo, na têmpera dos séculos, insistiu, e insiste, em executar em prol da sua terra.
A actual vila de São Mamede de Infesta tem cerca de 35 000 habitantes e 19 541 cidadãos eleitores.
No que respeita a equipamentos colectivos, São Mamede de Infesta possui hoje:
- Três farmácias;
- Corporação de bombeiros (Bombeiros Voluntários de São Mamede de Infesta);
- Centro cultural, com sala de espectáculos;
- Centro paroquial, com sala de espectáculos;
- Casa/museu e galeria (Casa/Museu Abel Salazar e Galeria Arménio Losa);
- Museu do Linho e do Milho;
- Museu mineralógico;
- Residencial;
- Duas dezenas de estabelecimentos de restauração;
- Instituto Superior de Contabilidade e Administração (ISCAP);
- Sete estabelecimentos de ensino básico;
- Escola EB 2,3;
- Escola secundária;
- Cinco infantários e educação pré-escolar;
- Transportes colectivos rodoviários;
- Transportes colectivos ferroviários;
- Parques públicos;
- Repartição de finanças;
- 28 associações, colectividades e grupos desportivos;
- Dois pavilhões gimnodesportivos;
- Dois campos de futebol;
- Piscina municipal;
- Pequenas e médias superfícies comerciais ligadas ao vestuário, calçado, papelaria, construção, decoração, informática, desporto, artesanato e alimentação;
- Unidades de indústria metalúrgica, metalomecânica, têxtil, curtumes e alimentar;
- 10 delegações bancárias;
- Centro de apoio a idosos;
- Centro de apoio a toxicodependentes;
- Mercado municipal;
- Dois cemitérios.
São Mamede de Infesta possui, assim, os requisitos que a Lei n.º 11/82, de 2 de Junho, exige para a sua elevação à categoria de cidade (artigo 13.º), pelo que os Deputados do PCP abaixo assinados apresentam o seguinte projecto de lei:

Artigo único

A vila de São Mamede de Infesta, do concelho de Matosinhos, é elevada à categoria de cidade.

Assembleia da República, 4 de Maio de 2000. Os Deputados do PCP: João Amaral - Honório Novo.

PROJECTO DE LEI N.º 195/VIII
INTEGRAÇÃO DA FREGUESIA DA MOITA, CONCELHO DE ALCOBAÇA, NO CONCELHO DA MARINHA GRANDE

Exposição de motivos

A freguesia da Moita, com uma área geográfica de 7,69 km2, confronta, a norte e nascente, com o concelho da Marinha Grande e, a sul e poente, com a freguesia de Martingança, do concelho de Alcobaça, na qual se insere.
Dista 25 km da cidade de Alcobaça (sede do concelho em que se insere) e 4 km da cidade da Marinha Grande, à qual está ligada pela EN 242.
Em 1836, mercê da reestruturação administrativa de Passos Manuel, surgiu o concelho da Marinha Grande, que integrava o lugar da Moita.
Com a extinção deste novo concelho em 20 de Abril de 1938, a Moita foi novamente anexada à freguesia de Pataias, até que, em 4 de Outubro de 1985, é criada a freguesia da Moita, através da Lei n.º 114/85, que é composta pelos lugares da Moita, Brejo de Água, Figueira de Gomes, Almoínha Velha e Vale. Contempla 515 fogos, 1680 residentes e 1116 eleitores.
A nível económico, os sectores secundário e terciário ocupam um lugar de destaque nesta freguesia. Enquanto aquele se encontra preenchido pelo crescente número de indústrias que, fruto da proximidade da Marinha Grande, se têm multiplicado, ao nível dos serviços a freguesia da Moita está dotada de um conjunto de infra-estruturas necessárias ao desenvolvimento e

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