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0108 | II Série A - Número 007 | 18 de Outubro de 2000

 

até aos inícios do século XX, sendo, ainda hoje, visíveis cerca de uma dezena de moinhos dispersos pela freguesia de Queijas.
Para além destes aspectos, foram ainda encontrados em Queijas alguns vestígios de ocupação posterior, nomeadamente da Idade do Bronze e do Ferro.
Já no século XVIII a freguesia de Queijas voltaria a ser eleita por personagens que ficariam na História, tais como o Rei D. Miguel e, mais tarde, o poeta Cesário Verde. Assim, do património edificado desta freguesia destaca-se a Vila Cacilda, uma construção utilizada como casa de veraneio por D. Miguel, e na qual sobressaem os magníficos azulejos azuis e brancos da fachada. Em Linda-a-Pastora merece destaque a casa de Cesário Verde, assim chamada por ter sido o local escolhido, longe da cidade, pelo poeta para passar grande parte da sua curta existência.
Avancemos um século e meio sensivelmente. Somos chegados ao ano de 1865 e a população de Queijas apresenta apenas 148 habitantes, enquanto Linda-a-Pastora já tem 403 habitantes.
Em Queijas a maioria da população masculina dedicava o tempo à lavoura e à pastorícia. As mulheres desempenhavam funções tipicamente femininas, sendo a grande maioria lavadeiras. Na Rua da Mina ainda se encontra o tanque onde estas mulheres trabalhavam.
De entre as profissões menos exercidas encontrava-se a pecuária, havendo apenas um pastor. Contudo, esta actividade depressa se desenvolveu e Queijas passou não só a produzir queijo de alta qualidade mas também a fazer o abastecimento de leite em algumas das localidades circunstantes, como, por exemplo, na Cruz Quebrada e no Dafundo.
Aquilo que é hoje a freguesia de Queijas estava, de facto, votada a um certo isolamento, pois as suas vias de comunicação eram medíocres e os agentes modernos e evolutivos tardavam a chegar. Contudo, também haviam aspectos positivos, dos quais se destacam a abundância de água na localidade de Queijas. O facto de existir sob esta um vasto lençol friático permitiu que este bem essencial nunca faltasse.
No que respeita a Linda-a-Pastora, esta foi, até ao início dos anos 40, uma das localidades mais importantes e populosas da freguesia de Carnaxide, da qual fez parte, assim como Queijas, até alguns anos atrás.

III - À descoberta da freguesia de Queijas

Um pouco de História:
Quem entrar na freguesia de Queijas jamais será recebido de "asas fechadas". É um facto que ninguém pode desmentir!
Ao entrarmos nesta bonita localidade deparamo-nos com uma magnífica obra do escultor-mestre Francisco Simões, e que muito diz sobre o pacato lugar que é Queijas.
A fabulosa obra que se encontra na rotunda de Queijas não é mais que uma homenagem ao Padroeiro de Queijas, uma ideia que irá perpetuar a sua imagem junto dos naturais e residentes nesta freguesia. Conhecido nas Sagradas Escrituras como Anjo de Israel e, de acordo com alguns testemunhos, é também o Anjo da Paz e de Portugal. Era também o Anjo de devoção do nosso primeiro Rei, D. Afonso Henriques, e da Rainha Santa Isabel. É seguramente o Anjo Protector de Queijas.
Esta entrada de Queijas é "guardada" pelo Anjo, que "como Deus" lutou contra o mal. Todo o simbolismo que nos é transmitido manifesta a ligação espiritual ao homem. O poder de Deus e o poder do homem sobre a influência de Deus, o poder que assegura a vitória e a imortalidade dos seus eleitos.
Mais no centro de Queijas situa-se a Igreja Paroquial de São Miguel Arcanjo, onde chegam todos aqueles que movidos pela fé procuram um conforto espiritual.
Actualmente, a Igreja de Queijas apresenta um aspecto moderno e agradável, mas nem sempre foi assim. As primeiras missas eram rezadas numa pequena garagem; mais tarde, a Eucaristia passou a ser celebrada num "salão" e, finalmente, após muitos anos de esforço, a população de Queijas viu lançada a primeira pedra para a construção da Igreja há tanto desejada. A 28 de Setembro de 1986 foi inaugurada a Igreja Paroquial de São Miguel Arcanjo.
Centro de muito dinamismo, é mais que uma Igreja, é um centro social. Actualmente alberga um centro de dia, onde os mais velhos se distraem. Conta também com um ATL, onde estão muitas crianças.
Existem ainda cinco coros em actividade que animam as missas e inúmeros grupos de jovens, entre os quais se destaca o grupo de dança, o grupo de teatro, o grupo do jornal, entre outros.
É também ministrada a Catequese por inúmeros jovens. Recentemente, a população teve, finalmente, um despertar diferente. Foi com uma certa alegria que no dia 13 de Junho de 1997 um novo dia começava ao som das badaladas da Torre Sineira.
Ainda a Igreja, no seu interior, podemos também encontrar algumas novidades, como é o caso da lindíssima pintura feita em mural por detrás do altar pelo pintor Victor Lages.
Também os habitantes de Linda-a-Pastora têm as suas crenças e, embora o padroeiro desta localidade seja São João Baptista, não é com menos devoção que a Nossa Senhora da Luz e a Nossa Senhora da Rocha aqui são adoradas. Assim sendo, não poderíamos deixar de referir dois pilares importantes de Linda-a-Pastora: a Capela de São João Baptista e o Santuário de Nossa Senhora da Rocha.
Segundo o Padre Figueira, na obra intitulada Os Primeiros Trabalhos Literários (1886), a Capela de São João Baptista foi totalmente renovada em 1639, devido ao estado em que já se encontrava. Assim nos podemos aperceber de quão longínqua é a sua existência, perdendo-se a sua idade no tempo.
No que respeita ao Santuário, sabemos que este não tem tantos anos como a Capela, mas a sua idade confere-lhe a seriedade própria de algo que já comemorou um centenário. O Santuário ficou enriquecido com a colocação de um painel do 1.º Capelão no alçado poente do Templo e com o busto do poeta e estadista Conselheiro Tomáz Ribeiro no adro. Esta última figura teve uma grande importância na construção do Santuário, chegando mesmo a escrever um poema a ele dedicado:
"Esse templo que alveja sobre a rocha na margem do Jamor
Tem por baixo uma gruta escura e fria
Onde uns moços da aldeia, acaso, um dia
Encontraram a mãe do Salvador"
Tomáz Ribeiro refere-se aqui à gruta onde foi descoberta, em 1822, a Imagem de Nossa Senhora da Conceição da Rocha e onde agora foi colocada uma lápide.
Este local apresenta, de facto, uma grande importância a nível patrimonial, mas também a nível religioso, como prova o facto de ter sido, novamente, escolhido (já o fora no Ano Mariano, em 1988) pelo Sr. Patriarca de Lisboa como um dos templos indulgenciados durante o Grande Jubileu.

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