O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

4191 | II Série A - Número 104 | 20 de Junho de 2003

 

azulejos setecentistas, da capela-mor, o considerável conjunto das belas imagens do século XVII, XVIII e XIX, que se localizam na capela-mor, no seu rico e imponente arco cruzeiro e no corpo da igreja.
Mais junto ao mar, no lugar de Praia de Angeiras, encontra-se o conjunto de tanques escavados na rocha que, de origem romana, se destinavam à produção de salmoura e conserva de peixe. Tais cavidades foram escavadas e utilizadas, provavelmente, nos séculos II a IV da nossa era. Junto aos afloramentos rochosos batidos pelo mar, aquando da baixa-mar, detecta-se uma ou duas dessas estruturas.
O mar de Angeiras, em Lavra, oculta o submarino alemão U-1277 afundado pelos próprios tripulantes, a escassas centenas de metros da costa, no final da 2.ª Guerra Mundial em 1945. Os marinheiros alemães ocupantes deste vaso de guerra, preferiram esta solução a regressarem, como eram obrigados, ao seu porto de origem, ocupado já pelo exército soviético. Este submarino é um verdadeiro paraíso para os mergulhadores que visitam repetidamente o local, onde se encontram as mais variadas espécies de peixe, destacando-se a famosa faneca de Angeiras.
Também é neste lugar da povoação que se situa o único Parque de Campismo do concelho, perto do leito do rio Onda.
Nas margens do rio Onda, também designado por Calvelhe, situam-se os moinhos datados do século XIX - que ainda hoje podem ser visitados. Na povoação de Lavra existe um núcleo museológico do moinho do Sol Posto, situado na rua com o mesmo nome, mesmo na divisão do concelho de Matosinhos com o de Vila do Conde.
O moinho do Sol Posto localiza-se no rio Onda, que alimenta outras estruturas moageiras ao longo do seu percurso por Lavra. Este importante moinho, datado do século XIX, encontrava-se desactivado há algumas décadas. A característica que lhe confere importância acrescida é a de conjugar diversos tipos de estruturas de moagem. Assim, além de quatro rodízios (rodas horizontais accionadas pela deslocação das águas), o moinho apresenta também uma azenha de propulsão superior e um engenho mais recente movido por um pequeno motor eléctrico. Embora estas estruturas estejam vocacionadas para o milho, um dos rodízios - o alveiro - destinava-se à moagem do trigo e centeio, apresentando a mó características próprias para tal efeito.
Perto do Parque de Campismo de Angeiras existe uma elevação arborizada: o monte Castro. Como o seu próprio nome indica, e a configuração topográfica parece comprovar, estaremos perante o local onde durante a Idade do Ferro, há mais de dois mil anos, se terá implantado um povoado Castrejo.
Finalmente, destacamos a existência de mirantes, ou seja, pequenas varandas em pedra, algumas delas decoradas com curiosos desenhos líticos, e frequentemente providas de bancos no interior, que abrem em muitos dos muros. Eles reflectem o ritmo de vida de outros tempos (alturas em que estar debruçado no mirante era, também, uma forma de convívio de vizinhança). Pequenas varandas, muitas das vezes providas de bancos no interior. Alguns destes mirantes (existem mais de 30) apresentam soluções arquitectónicas interessantes.

Motivos arquitectónicos

Na linha divisória com a freguesia de Perafita, mesmo junto ao mar, na praia que já foi dos Ladrões e hoje é a da Memória, ergue-se um singelo, mas simultaneamente bem destacado, monumento à Memória (daí o topónimo do local) das Tropas Liberais comandadas por D. Pedro IV. Foi, de facto, nesta praia que, em 8 de Julho de 1832, desembarcou o "Exército Libertador" dando início ao fim do conturbado período que se vivia em Portugal desde a Revolução Liberal de 1820 e ao sonho absolutista de D. Miguel. Na face sul do obelisco, cuja construção iniciada em 1840 demoraria 24 anos a concluir, poderá o leitor observar uma inscrição na qual se transcreve a famosa Proclamação que D. Pedro dirigiu então aos homens que compunham a sua esquadra.
Ao longo deste caminho litoral, entre a Praia da Memória e Antela, vão surgindo múltiplas e belíssimas praias - como a do Marreco (muito concorrida por mergulhadores), a da Agudela, a do Corgo - do lado poente e, do lado nascente, as bouças e matas interrompidas aqui e ali por verdejantes terrenos agrícolas, espaços convidativos ao lazer que são habitualmente tomados por milhares de piqueniques.
No centro de Lavra, podem ser avistadas, de longe, duas gigantescas palmeiras que assinalam o mais antigo cemitério do concelho (data de 1853).
Mesmo ao lado e dominando toda a Praça, situa-se a original igreja paroquial (original porque, ao contrário da esmagadora maioria das sua congéneres; apresenta a abertura para Nascente e no sentido inverso como é corrente) e o pequeno mas rico em história local e concelhia Museu Paroquial Padre Ramos.
Desde logo, e no exterior, deparamos com um núcleo de grandes objectos em pedra de capital importância. Entre eles destacam-se os vestígios de dois esteios megalíticos pertencentes a uma anta que terá existido próximo deste local (e não nos esqueçamos que, sugestivamente, nos encontramos em Antela).
No exterior podem ser ainda observados vestígios arquitectónicos e sepulcrais de duas outras importantes estruturas que no passado se fixaram em Lavra: os de uma villa romana existente no vizinho lugar do Fontão (os mais importantes, nomeadamente mosaicos policromados, encontram-se no entanto no Museu de Etnografia e História do Porto) e os que terão pertencido a um mosteiro que, neste local, existiu antes ainda da nossa nacionalidade (século IX). Consta que o mosteiro foi posteriormente abandonado presumivelmente devido a frequentes ataques de piratas e saqueadores.
No interior do Museu de Lavra encontra-se um conjunto significativo de peças litúrgicas e de arte sacra, bem assim como diverso espólio relacionado com algumas figuras ilustres dá história desta antiga povoação.
Datada de 1721 e tendo por padroeiro S. Salvador, a igreja da paróquia de Lavra substituiu um templo mais antigo pré-existente.
Exteriormente, a simplicidade do templo é quebrada pela particularidade da torre sineira apresentar na sua base um arco de passagem e pelo facto de a sua fachada, recoberta por painéis recentes de azulejo, apresentar um nicho que acolhe uma imagem do santo padroeiro: No interior do templo merece destaque a talha dourada do retábulo-mor de

Páginas Relacionadas
Página 4197:
4197 | II Série A - Número 104 | 20 de Junho de 2003   O edifício da antiga s
Pág.Página 4197
Página 4198:
4198 | II Série A - Número 104 | 20 de Junho de 2003   vários mini-mercados e
Pág.Página 4198