O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

0003 | II Série A - Número 017 | 20 de Novembro de 2004

 

Por Decreto de 11 de Julho de 1878 foi designado segundo Visconde de Taveiro José Pedro Paulo de Melo Figueiredo Pais do Amaral da Cunha Eça Abreu e Sousa de Meneses Pereira de Lacerda Lemos e Vasconcelos, que foi igualmente o primeiro Conde de Santar, pelo seu casamento.
OtTerceiro foi Pedro Paulo António de Melo de Figueiredo Pais do Amaral, neto do segundo visconde de Taveiro, autorizado por D. Manuel II, então no exílio.
O brasão de armas dos viscondes de Taveiro é constituído por um escudo esquartelado tendo no primeiro as armas dos Melos, no segundo as dos Pais, no terceiro as dos Amarais e no quarto a dos Castelos Brancos.
Conforme relata o historiador Correia Góis, após busca nos arquivos maiores de Portugal (Universidade de Coimbra e Torre do Tombo), Taveiro já foi vila. Este autor cita algumas notas retiradas de dois manuscritos existentes no Arquivo Nacional da Torre do Tombo de meados do séc. XVIII e que se referem à vila de Taveiro. Um deles está assinado pelo Superior da Igreja de São Silvestre o Padre Vasques Cabral de Moura Rangel a 12 de Maio de 1758, em que afirma e jura "o lugar de S. Silvestre situa-se em lugar situado em terra plana e delle se descobre o lugar de S. Martinho do Bispo, a freguezia da senhora da Nazaré da Ribeira de Prades e a nova Villa de Taveiro". O outro é manuscrito e jurado pelo Vigário da Igreja de São Lourenço de Taveiro "o Licenciado Manuel da Silva Almeida, datado de 10 de Abril de 1758, afirmando o seguinte: Eu Licenciado Manoel da Sylva de Almeyda, Vigário da Igreja de São Lourenço da villa de Taveyro" averigoando a verdade do que se inqhuire por pessoas antigas... e o Donatário desta Villa prezente é Bento Teixeira de Moura Brandão, filho do Dezembargador António, Teyxeyra Alves. Mais afirma que "tem Câmara com Vereadores, Almotaceis, Juiz Ordinário e ouvidor, a correcção é de Coimbra".
Estas nótulas parecem suficientes para informar que afinal Taveiro nos meados do séc. XVIII é uma villa recente e detinha instituições e ofícios da época moderna.
A reforma administrativa do séc. XIX, ao extinguir as instituições, ofícios e concelhos, arrastou a perda de estatuto de vila.
A igreja da paróquia, dedicada a S. Lourenço (que foi diácono - tesoureiro do Vaticano, e que veio dar origem às três moedas de ouro do brasão), foi construída no século XVII, embora tenha sofrido obras de remodelação na centúria seguinte. Templo vasto, com capela-mor e duas colaterais. A porta principal tem cornija recortada e é de traçado regular. Deve ter existido na frontaria, antigamente, um óculo rectangular e de ângulos arredondados, do qual se conserva ainda uma parte, que serve como verga. No interior, algumas pinturas sagradas setecentistas, retábulos da mesma época e um escudo esquartelado dos Figueiredos, Cunhas e Melos. As pinturas a que nos referimos foram atribuídas, por alguns autores, ao Mestre André Gonçalves, embora os mais fiáveis especialistas não o refiram.
A Capela de Nossa Senhora da Piedade é modernizada e destaca-se sobretudo pelo recorte setecentista da porta. A Capela de S. Sebastião, pequena e singela, é obra rural do século XVI. Tem no interior um retábulo do século XVIII, de duas colunas. Em frente à Capela, um cruzeiro, que de antigo conserva apenas a base trapezoidal.
Desde há muitos anos que se realizam as Festas dos Passos, Festa em Honra de Nossa Senhora da Conceição, que engloba a EXPOTAVE - Feira Comercial e Industrial de Taveiro, que se realiza na primeira semana do mês de Junho, a Festa em Honra de S. Lourenço/o Padroeiro, que se realiza na 1.ª quinzena do mês de Setembro, e a Fogueira ao Mártir São Sebastião, a 19 e 20 de Janeiro.
Em termos de arquitectura senhorial, temos a Casa dos Marqueses de Reriz, praticamente destruída por um incêndio. O portão do pátio de entrada, do século XVIII, tem sobre o entablamento e entre os rolamentos do frontão interrompido o escudo de armas.
A freguesia, outrora rural e agrícola, é hoje uma das mais industrializadas do concelho. Desde o principio do século que aí se implantaram fábricas de cerâmica, aproveitando os óptimos barros das suas encostas, aparecendo, mais tarde, a indústria do vime, descasque de arroz, fundição e metalomecânica. Nos anos 70 surgiu a transformação de papel, construção de equipamentos frigoríficos, artigos fotográficos, confecção, vassouras, escovas e, já nos anos 90, a implantação dum parque industrial, onde já existem fábricas de rações, equipamentos eléctricos, pintura cerâmica, tectos falsos, ar condicionado, móveis, empresas de software, etc. Funciona também nesta freguesia a administração, redacção, impressão e distribuição de um dos jornais de maior circulação no distrito, o jornal diário As Beiras.

Páginas Relacionadas
Página 0002:
0002 | II Série A - Número 017 | 20 de Novembro de 2004   PROJECTO DE LEI N.º
Pág.Página 2