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0058 | II Série A - Número 021 | 04 de Dezembro de 2004

 

A dificuldade, pois, em certificar-se que o povoamento de Trancoso remontará a uma determinada era da pré-história, pelo menos com comprovação indiscutível, leva-nos a abordar, por conseguinte, e apenas uma existência em relação ao período do castrejo, em que os topónimos são elos condutores de boa fiabilidade.

2 - Da antiguidade:
O povoamento em Trancoso terá começado no século XIX a.C. A comprová-lo a existência de um primitivo castro pastoril, posteriormente defensivo, provavelmente situado no mesmo local onde mais tarde se havia de erguer o castelo.
Em 301 a.C. chegam os invasores romanos, aproveitam e ampliam o castro, dada a sua posição estratégica, o que lhes permitiu uma permanência bastante demorada, até ao ano 409 da nossa era (século V a.C.).
Existem duas hipóteses sobre as origens da vila:
- Túrdulos;
- Um enviado da Etiópia e do Egipto, de seu nome Tarracon.
Da segunda hipótese terá resultado o nome de Trancoso: Tarracon - Taroncon - Trancoso.
Outros falam que o nome de Trancoso terá resultado do vocábulo arcaico "Troncoso", derivado do sítio onde existem muitos troncos ou florestas (Trancoso, nos seus primórdios, estava rodeada de densas florestas e ainda hoje é viveiro de árvores de grande porte).
O nome só aparece documentado pela primeira vez no século X no testamento de D. Chamoa (ou D. Flâmula ou D. Chama), filha do conde D. Rodrigo, com doação do castelo e dos bens que aqui detinha, uma vez que estava na posse de toda a região a sul do Douro, herdada em 960.
Antes dos romanos estiveram em Trancoso os cartagineses que permaneceram por 300 anos. Seguiram-se os romanos e nesta altura fizeram-se grandes obras.
Em 585 da era cristã apareceram os Visigodos que se mantiveram durante século e meio. Depois Trancoso passou para as mãos de Tarik, de Musa e para Afonso I de Leão (esta passagem de testemunho fazia com que Trancoso sofresse com a brutalidade dos assaltos).
Em 811 aparece um árabe de nome Ali-Benir, que conquista a região mas acaba por morrer no ano seguinte numa batalha travada entre cristãos e árabes em Vale de Mouro. Depois desta conquista os cristãos chamaram seu o castelo que no ano de 930 lhes foi novamente retirado por outro árabe, de nome Almançor.
Dão-se sucessivas lutas entre cristãos e árabes. Onde houvesse um cristão e um muçulmano não podia haver paz. Os moradores de Trancoso só tinham total independência se pagassem um certo tributo aos mouros.
Em 939, Ramiro II de Leão derrotou os mouros e tratou de povoar a zona com os seus, de que se ocupou sua sobrinha D. Flâmula, a qual tratou de fazer testamento destas e outras terras ao Mosteiro de Guimarães. Almançor não queria saber nada de doações e regressou para retomar o que já tinha conquistado, em 985, sem se preocupar com a legalidade do documento de D. Flâmula. Para um conquistador os registos faziam-se ao poder das armas.
Igual opinião tinha Fernando Magno, senhor de Leão e Castela, entrando em luta com os ocupantes e tomando, para si, Trancoso e tudo o que aqui vivia no ano de 1033 (tudo à excepção dos seguidores de Mafoma). Tal como tinha feito D. Flâmula, Fernado Magno doou Trancoso ao senhorio de um tal Sizenando, na altura conde de Coimbra e com mais vagar do que ele para ir colhendo o fruto do trabalho dos habitantes desta terra. Deste senhorio passou, por herança, para D. Garcia, cuja posse durou até 1037, passando esta no ano de 1065 a fazer parte do reino da Galiza, então governada por D. Garcia.
Trancoso torna a passar de mãos com a entrega do condado a D. Henrique, como dote de D. Teresa, em 1097. À morte de D. Henrique, a sua esposa D. Teresa entregou Trancoso a um rico homem, que era cunhado de D. Afonso Henriques, de seu nome Fernão Mendes, de Bragança.
Não se esqueceram os mouros desta terra, daí a tentarem recuperar em 1139, valendo-se dos exércitos de Albucazan, rei de Badajoz. Este conseguiu pôr cerco à vila, mas viu-se privado de a tomar. Os moradores já não podiam ver, nem pintados, os sarracenos. E tinham razões para isso, dado que nesse mesmo ano, após a derrota sofrida em Ourique, os mouros de Omar puseram cerco a Trancoso.
É deste cerco que a lenda atribui o feito de João Tição da Fonseca, homem de armas cristão, que resolveu furar o bloqueio e acometer sozinho o acampamento dos sitiantes, de onde roubou um pendão. Regressado à fortaleza de Trancoso com o estandarte na mão, viu fecharem-se as portas do castelo (os de dentro, na escuridão, tomaram-no por um invasor) e foi trucidado

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