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0061 | II Série A - Número 021 | 04 de Dezembro de 2004

 

"Os fogos desta minha freguesia são hoje trinta e hum porque os moradores de toda a villa apenas passarãm de duzentos, sendo que tem decente espaço para acomodar como algum dia acomodava mais outo Centos moradores". Desta descrição se vê que, segundo aquele eclesiástico, a paróquia de S. Pedro possuía condições para ser bem numerosa, portanto, com casas suficientes para uma população muito mais ampla do que a existente então, o que significava, por outro lado, que se registava uma acentuada deserção e essa resultava, sem dúvida, da diminuição da população do bairro judaico.
Tomemos atenção, agora, ao que nos relata, no mesmo inquérito, o pároco de S. Tiago, paróquia extinta: "Esta villa he muito abundante de Aguas, porque é raríssima a Caza, que nam tenha hum, dois e tres possos: No meio della está hua torre quadrada em bastante altura, onde está o relógio, e antigamente era Cadeya, junto della estava a Caza da Camera, que se queymou com o Cartorio, rezão porque hoje se ignorão as antiguidades e privilégios desta Villa..."
Raríssimas casas seriam aquelas que não teriam "hum, dois tres possos...". Água suficiente e necessária, portanto, para uma população vasta.
No incêndio referido, ocorrido certamente por essa altura, desapareceu grande parte da documentação através da qual, certamente hoje, seria possível conhecer muito mais do que no presente podemos saber de Trancoso, inclusive da evolução da vida, social, comercial e arquitectónica.
Diz ainda este mesmo pároco: "De dentro desta Villa se não vê a povoação Algua, po que os muros que A cercão impedem a vista, mas indo Ao Castelo para o Norte se veem as Villas de Moreyra e Marialva, etc..." A impossibilidade de observar-se o que quer que fosse o interior da malha urbana para fora dos muros comprova o que temos dito de que toda a construção não se sobrelevava e era a um nível em altura muito generalizado, de casas que não ultrapassavam o primeiro andar e, por conseguinte, de porte pequeno, ou médio, havendo um ou outro palacete, dos muitos nobres que habitavam Trancoso, com maior porte, mas também relativamente baixos para permitirem visualizar o espaço exterior.
Aliás, quem tiver observado os espectaculares desenhos que Duarte Darmas, escudeiro do Rei D. Manuel I, nos deixou no seu famoso Livro das fortalezas, do séc. XVI, verificará que as casas por ele mostradas como pertencentes à malha urbana do interior das fortificações eram quase todas sempre iguais, o que nos leva a concluir que a sua estrutura arquitectónica foi, pelo menos até ao séc. XVI, de pequena volumetria e de generalizado nível de altura.
Contudo, são os séc. XVII, XVIII e XIX que nos permitem falar sobre uma transformação arquitectónica, sob os pontos de vista de construção e de arte, quer nos edifícios civis quer nos religiosos. Aliás, basta percorrer a vila, no espaço intramuros e observar a aplicação dos estilos maneirista e barroco em tantas das suas edificações. São disso exemplo construções como as Igrejas de Santa Maria e de S. Pedro e a Misericórdia, também. O solar dos Garcês, o conhecido Palácio Ducal, antiga residência dos Viscondes de Trancoso e a Casa do Arcos, ao lado da Igreja paroquial de S. Pedro. Curiosamente, a volumetria não se equaciona com o porte em altura, o que nos leva a concluir, definitivamente, que sempre houve um nivelamento que caracterizou a malha urbana que não o enriqueceu com sumptuosidade e esplendor de alguns outros centros históricos conhecidos, mas que lhe permite valorizar a unidade dos seu conjunto, apenas pontuado, portanto, aqui e além, por um edifício de maior dimensão, o que, em contrapartida, valoriza o antiquíssimo burgo trancosense.

6 - Trancoso histórico - cronologia:
Terra de gente ilustre, como Gonçalo Vasques Coutinho, famoso alcaide do séc. XIV e vencedor da Batalha de S. Marcos (29 de Maio de 1385), Gonçalo Anes "Bandarra", o célebre sapateiro-profeta, Gonçalo Fernandes Trancoso, o primeiro contista português, nascido no séc. XVI, também, P.e de Lucena, Madre Francisca da Conceição, etc., Trancoso tem sido rememorada através de numerosos escritos, na imprensa de todo o país e em obras literárias e de investigação.
Uma breve cronologia dos mais destacados acontecimentos da sua história e uma breve relação do seu património complementam as notas introdutórias sobre o concelho de Trancoso.
900 - Nesta centúria, em ano não fixado, o nome de Trancoso aparece num documento coevo, o testamento de D. Chamôa (D. Flâmula), filha do conde D. Rodrigo, que era senhora de toda a região a sul do Douro.
1059 - Trancoso, com muitos outros castelos vizinhos, é libertado do poder dos árabes, depois de várias vicissitudes e durante as lutas entre estes e os cristãos, comandados por D. Fernando I "O Magno" de Leão.

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