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0069 | II Série A - Número 021 | 04 de Dezembro de 2004

 

As referências bibliográficas a esta experiência podem ser encontradas em Herculano "Inquisição, vol. III; Lopes Correia; Elias Lipiner "Gonçalo Anes Bandarra e os Cristãos Novos"; Bivar Guerra "Inventário dos Processos da Inquisição" e vários livros das Chancelarias de D. Pedro I, D. Afonso V e D. João II; Ferro Tavares, Maria José Tavares - Os Judeus em Portugal; José Marques" Relações de D. Afonso V e D. João II com a comuna judaica de Trancoso.

9.3 A Feira de São Bartolomeu:
Esta feira foi fundada em 8 de Agosto de 1273, por carta régia de D. Afonso III, a qual se iniciava com a autorização para "poderem fazer uma feira que em cada um ano se faz e a qual começará oito dias antes da festa de São Bartolomeu e durará quinze dias com o privilégio aos que a ela vierem".
É uma feira de grande nomeada em todo o país e, sem dúvida, uma das mais antigas. A carta de D. Afonso III sobre a feira de Trancoso serviu de base para a instituição de outras feiras francas, como as de Castelo Branco (1390), Sertã (1390), Amarante, Coimbra e Pinhel - 1391, Viseu (1392), Barcelos, Chaves entre muitas outras que tiveram a de Trancoso por paradigma.
Só com o aparecimento da feira do tipo da de Tomar, em 1420 é que a de Trancoso deixou de ser modelo de feiras francas. Era tão importante que os nossos reis lhe concediam protecção especial, chegando a proibir a realização de feiras nas proximidades de Trancoso.
Reveste-se de particular interesse a carta outorgada pelo Rei D. Fernando e datada de 1375, em que se estabelecia que todos os que viessem à feira deveriam aposentar-se obrigatoriamente na vila e não no seu termo por forma a que os lavradores pudessem nela participar.
Era uma feira tão concorrida que os judeus de Trancoso diziam que o aluguer das suas casas, durante o tempo da feira, lhes rendia tanto como durante todo o ano. Foi a maior feira de gado do país. Ainda hoje é costume, os caseiros pagarem as rendas aos senhorios das terras, pela feira de São Bartolomeu.
Gil Vicente referiu-se à Feira de Trancoso num dos seus autos, pondo na boca da endiabrada Mofina Mendes:

"Vou-me à feira de Trancoso
Logo, nome de Jesu,
E farei dinheiro grosso.
Do que este azeite render
Comprarei ovos de pata,
Que he coisa mais barata
Qu'eu de lá posso trazer."

Foi confirmada, no ano de 1306, por D. Dinis que substituiu a sua periodicidade anual por realizações mensais e com duração de três dias (os três últimos dias de cada mês).
Foi então fundada a Feira Franca.
Os feirantes não pagavam imposto em Trancoso. Era garantida a segurança dos feirantes nas viagens. Era proibida a cobrança de dívidas aos feirantes em Trancoso.
Quem atacasse feirantes ou cidadãos que se dirigiam ou que vinham da feira de Trancoso, durante a viagem, eram condenados à morte. Estavam proibidas as feiras nos concelhos próximos durante esses dias.
A feira passou a ser semanal a partir de 1459, mantendo-se até hoje. Anteriormente realizava-se aos domingos, depois passou para os sábados e, só em 1974 é que passa para as sextas-feiras.

9.4 - A Batalha de São Marcos:
A Batalha de Trancoso ou de S. Marcos como vulgarmente se chama travou-se a 29 de Maio de 1385 e não a 25 de Abril, convicção que se manteve durante muitos anos.
Todavia, apesar da importante, erudita e conclusiva afirmação do Prof. Doutor Salvador Dias Arnaut, proferida em 1985, o acontecimento vale por si e não pelo dia em que se deu.
Quando Carmen Batle, no seu estudo sobre a batalha, revelou ter encontrado, ou melhor dito, existir no Museu Mars de Barcelona - como nos comunica aquele mesmo investigador - uma lápide no túmulo de um dos capitães mortos nesse mesmo lugar, onde se lê, conclusivamente, que o militar castelhano sucumbira em tal luta a 29 de Maio de 1385, estavam desfeitas

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