O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

32 | II Série A - Número: 062 | 29 de Janeiro de 2009

Um conjunto de outros estudos tem mostrado uma relação consistente entre a proximidade de linhas de alta tensão e algumas doenças neurodegenerativas. Refira-se um estudo publicado em 2008 pela Universidade de Berna, na Suíça, que chegou à conclusão de que quem reside a menos de 50 metros de uma linha de alta tensão pode duplicar o risco de contrair a doença de Alzheimer.
Atentos às observações e conclusões que a comunidade científica vem produzindo, vários países têm vindo a aplicar o princípio da precaução na definição dos limites de exposição: é o caso da Suécia (limite de 0,2 µT), da Suiça (1 µT), da Itália (desde 2003 aplica-se o limite de 10 µT para uma exposição de 24 horas e de 3 µT para as novas linhas eléctricas, tendo as regiões da Toscana, Emília-Romana e Veneto aplicado mesmo antes dessa data limites de 0,2 µT).
Outros, definindo embora limites superiores a estes, são bem mais restritivos do que os previstos pela legislação portuguesa. É o caso da Eslovénia (10 µT), da Costa Rica (15 µT), dos Estados de Nova Iorque (20 µT) e da Florida (15 µT) nos EUA. Outros não definem limites legais de exposição mas têm recomendações sobre os níveis de exposição e/ou estabelecem distâncias mínimas entre as linhas aéreas e os edifícios residenciais, centros de saúde, escolas, lares. É o caso de alguns municípios espanhóis, da Alemanha, da Noruega, da Irlanda, do Luxemburgo, da Holanda e do Reino Unido.

Saúde pública e princípio da precaução: Uma política adequada de saúde pública requer uma acção preventiva proporcional aos potenciais riscos e às consequências que a inacção pode ter para a saúde da exposição às radiações electromagnéticas.
Prevenir os riscos para a saúde pública requer a adopção de limites de exposição à radiação, limites esses que devem ser inferiores aos níveis ambientais de radiações que demonstraram aumentar o risco de leucemia infantil, e outros possíveis cancros e doenças neurológicas, com um factor de segurança adicional.
De acordo com a OMS o princípio da precaução «é uma política de gestão do risco aplicada em circunstâncias de elevado nível de incerteza científica, reflectindo a necessidade de tomar medidas para um potencial risco de perigo sem bloquear os resultados da pesquisa científica».
A nível da União Europeia ainda não existe nenhuma directiva a este respeito, mas é de salientar que o Tratado da União Europeia (1992) estabeleceu que a política ambiental comunitária deve ser baseada no princípio da precaução.
Face às evidências científicas de riscos para a saúde pública pela exposição a CEM de baixa frequência, sobretudo da incidência de leucemia infantil, o Bloco de Esquerda defende a necessidade de fazer prevalecer o princípio da precaução aprovando limites de exposição às radiações provenientes de campos electromagnéticos gerados por linhas e equipamentos de alta e muito alta tensão que tomam por referência as conclusões da Organização Mundial de Saúde.
Refira-se que a Direcção-Geral de Saúde, no seu relatório «Exposição da População aos Campos Electromagnéticos», divulgado em 15 Agosto de 2007, refere como «possível que uma intensa exposição aos campos electromagnéticos possa aumentar ligeiramente o risco de leucemia infantil e que esta exposição nos locais de trabalho possa aumentar ligeiramente os riscos de leucemia e tumores cerebrais em adultos». Já em Abril de 2008 é noticiado que o Departamento de Saúde Pública da DGS estava a preparar uma circular informativa em que recomenda a colocação dos postes de alta tensão afastada das populações por questões de segurança.

A opção do enterramento das linhas em áreas urbanas: Vários países adoptaram uma política de enterramento dos cabos de alta tensão em áreas urbanas ou de grande beleza cénica: a Bélgica em 74% dos casos, a Alemanha em 56% e a França em 21%. As linhas enterradas têm uma extensão de campo magnético muito menor, o qual decresce de forma mais acentuada com a distância aos condutores. Para além disso, nenhum campo eléctrico é detectável mesmo por cima da linha enterrada.
O parecer do Comité das Regiões sobre «Efeitos dos campos electromagnéticos de alta tensão de transporte de energia eléctrica», publicado no Jornal Oficial n.º C 293, de 13/10/1999, p. 0016, indica que «é necessário estabelecer uma distância mínima para edificações na proximidade das linhas elçctricas (…), a mesma que a indicada para instalar novas linhas eléctricas nas imediações dos edifícios existentes». Refere ainda que «as autoridades estatais e regionais deverão prever nos seus novos planos de desenvolvimento

Páginas Relacionadas
Página 0030:
30 | II Série A - Número: 062 | 29 de Janeiro de 2009 Artigo 4.º Subsídio de desemprego
Pág.Página 30
Página 0031:
31 | II Série A - Número: 062 | 29 de Janeiro de 2009 pessoas e o interesse da comunidade c
Pág.Página 31
Página 0033:
33 | II Série A - Número: 062 | 29 de Janeiro de 2009 urbano, como requisito indispensável,
Pág.Página 33
Página 0034:
34 | II Série A - Número: 062 | 29 de Janeiro de 2009 Já um acórdão do Supremo Tribunal de
Pág.Página 34
Página 0035:
35 | II Série A - Número: 062 | 29 de Janeiro de 2009 a) Limitar a exposição das populações
Pág.Página 35
Página 0036:
36 | II Série A - Número: 062 | 29 de Janeiro de 2009 Capítulo II Exposição humana Ar
Pág.Página 36
Página 0037:
37 | II Série A - Número: 062 | 29 de Janeiro de 2009 3 — As autoridades referidas no númer
Pág.Página 37
Página 0038:
38 | II Série A - Número: 062 | 29 de Janeiro de 2009 g) Assegurar o cumprimento do limite
Pág.Página 38
Página 0039:
39 | II Série A - Número: 062 | 29 de Janeiro de 2009 2 — O plano de reconversão deve preve
Pág.Página 39