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154 | II Série A - Número: 120 | 23 de Maio de 2009

indicava que o III sector empregava 6,7% da população activa da União Europeia e cerca de 210 650 assalariados em Portugal.
Por outro lado, dados recentemente divulgados indicam que o sector não lucrativo emprega actualmente 7,3% da população activa nos Estados Unidos.
Pode-se, assim, ponderar que se o III sector tivesse em Portugal o desenvolvimento médio da União Europeia e empregasse 6,7% da população activa portuguesa, ou 7,3%, como nos Estados Unidos da América, o número de empregados em Portugal poderia atingir mais 150 a 200 000 pessoas.
Perante estes dados, não pode haver qualquer tipo de hesitação sobre um dos instrumentos estratégicos que se impõe reforçar, e sem estar à espera da Europa.
Aliás, foi o próprio Parlamento Europeu que, em 19 de Fevereiro passado, aprovou uma resolução convidando os Estados-membros a criar um quadro jurídico que desenvolva as componentes da economia social.
Importa, por isso, dar-lhe o estatuto institucional correspondente ao seu papel actual e potencial na sociedade e na economia portuguesas, sendo igualmente necessário que as estatísticas nacionais possam corresponder à necessidade de solidificar o sector.
O III sector oferecerá mais e melhores alternativas aos cidadãos em variadíssimas áreas, desde a saúde — tratamentos e venda de medicamentos — à protecção social — infância, terceira idade, deficiência ֊— à habitação, à luta contra a pobreza, a um comércio mais justo, ao emprego protegido ou a outros serviços de interesse comunitário.
Por outro lado, estimulará e apoiará a promoção de uma cidadania activa na gestão mais eficiente dos equipamentos sociais colectivos, valorizando a solidariedade e a vida comunitária.
No momento em que o Estado investe somas avultadas, talvez de difícil recuperação, para salvar dois bancos nacionais, ninguém perceberá que se hesite no fortalecimento de um sector decisivo para dar maior consistência futura à economia e à coesão social do País.
Revalorizar o papel da família: O modelo liberal, que marcou de forma indelével o mundo durante as últimas décadas, não se limitou ao domínio económico.
No plano social, sob a capa da liberdade e da autodeterminação de cada indivíduo e do progresso versus conservadorismo, a sociedade tornou-se globalmente insensível e indiferente à emergência de diversos problemas sociais, ao nível individual e colectivo, que de forma progressiva foram destruindo culturas e valores identitários dos povos, com algumas consequências já plenamente evidentes, mas cujos impactos futuros ainda não são totalmente previsíveis.
Estranhamente, o pensamento filosófico e político foram seduzidos pelo progresso material permitido pelo extraordinário desenvolvimento tecnológico, o qual conduziu a uma produção incessantemente crescente, e cujo destino tinha que ser o consumo, como expressão última da liberdade individual.
Mas não só. Também as ciências sociais, como a psicologia ou sociologia, em vez reflectirem a realidade e se preocuparem com o ser humano, vieram também em auxílio deste modelo, oferecendo à economia industrial soluções ou pistas para aumentar a estimulação das populações no sentido dum consumo insaciável.
Movida pelo liberalismo económico e social, a sociedade está a ver surgir uma espécie de novo tipo de homem individual e colectivo, com riscos evidentes de consequências ainda difíceis de desenhar em todas as suas implicações.
Fenómenos como a obesidade, a toxicodependência, o alcoolismo cada vez mais cedo, a anorexia, o suicídio entre jovens, parecem ser encarados como um custo tolerável do progresso e expressão da autodeterminação individual.
Por outro lado, não é «politicamente correcto» questionar as razões mais profundas para a frustração crescente entre os jovens, designadamente se para isso não contribui a acção manipuladora, e não escrutinável, de entidades responsáveis pela construção e divulgação de estereótipos de vida ou de beleza, sem os quais não há socialização e sucesso individual, ou também o que alguém já designou de mercantilização das relações humanas.
Não é raro, e já nem sequer surpreende, vermos e ouvirmos pessoas, consideradas progressistas, defenderem a preservação dos valores, costumes, tradições e culturas que mantêm coesas as comunidades, desde que isso se refira às tribos da Amazónia, da Papua, ou da África, enquanto ao mesmo tempo assumem

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