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33 | II Série A - Número: 038 | 23 de Novembro de 2010

Luís Fazenda — José Moura Soeiro — Francisco Louçã — José Gusmão — José Duarte Costa — Ana Drago — Rita Calvário.

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PROJECTO DE RESOLUÇÃO N.º 305/XI (2.ª) TERMAS DE VIZELA - É URGENTE REABRIR

1 — As Termas de Vizela são o resultado das suas magníficas águas termais, de natureza sulfurosas, exploradas e utilizadas desde tempos imemoriais, nomeadamente no período da ocupação romana da Península. Segundo Santana Dionísio (in Guia de Portugal, Entre Douro e Minho), «Na çpoca imperial da ―paz romana‖, Vizela, tornada conhecida pelas virtudes terapêuticas das suas múltiplas nascentes de águas sulfurosas, passou a ser uma instância termal de relativo luxo, segundo se infere dos impressivos vestígios de instalações balneares que aí se descobriram nos meados do século passado (séc. XIX), quando se deu início ao reaproveitamento das águas. Desgraçadamente, por determinação de uma edilidade vimaranense inculta e sumária, esses achados, verdadeiros testemunhos do gosto hidroterápico dos antigos dominadores da Península, foram novamente entulhados. Se tivessem sido resguardados seriam talvez a mais importante ruína balnear ibérica da época da romanização».
2 — «No início do século XVIII não existiam condições para se praticar o termalismo em Vizela. Os cinco charcos com diferentes graus de temperatura serviam apenas para os mais desfavorecidos se banharem. Em 1785 são criadas as primeiras instalações termais». Estas eram muito precárias, pois limitavam-se apenas a uma barraca coberta de colmo. Em 1787 registou-se uma significativa afluência a este local, o que levou a uma melhoria das condições existentes. É nesta altura que se descobrem as antigas termas romanas. Em 1811 criam-se novas instalações e contrata-se um médico capaz de aconselhar apropriadamente o tipo de água a cada tipo de doença. A 13 de Maio de 1846 nascia, na freguesia de Santa Eulália, um dos homens que mais contribuiu para o desenvolvimento das Termas de Vizela. O médico hidrologista, Dr. Abílio Torres, dedicou toda a sua carreira a estas termas e a outras actividades de acção social e cultural. O reconhecimento por parte do povo de Vizela é-lhe demonstrado, tendo a artéria principal da cidade o seu nome. Em 1870 as actuais instalações termais começaram a ser construídas. Em 1873 é fundada a Companhia dos Banhos de Vizela.
Em 1883 frequentam as Termas de Vizela mais de 3000 pessoas por ano. Em 1892 inauguram-se oficialmente os balneários termais. Nesta altura Vizela vivia os seus «anos dourados». Era o local privilegiado para os ricos das colónias brasileiras e inglesas fazerem os seus piqueniques, bailes, arraiais minhotos e outras animações que fizeram com que Vizela passasse a ser conhecida como a «Rainha das Termas de Portugal» (designação sufragada pelo eminente hidrologista Charles Lepierre). Até o escritor Camilo Castelo Branco fez referência nos seus livros a estas termas.
Estas águas, cujas temperaturas variam entre os 15ºC e os 65ºC, são hipertermais, fracamente mineralizadas, sulfúreas, sódicas e fluoretadas, estando indicadas sobretudo para o tratamento de reumatismos crónicos, doenças das vias respiratórias e doenças de pele (breve historial, do sítio da Câmara Municipal de Vizela).
3 — A cidade e o concelho de Vizela nasceram e cresceram, assim, em torno da exploração termal destas águas. Constituindo um pólo termal de excelência, atraíam milhares de cidadãos que aqui buscavam a cura de algum mal de saúde ou simplesmente o repouso e o retemperar de forças nas margens luxuriantes do Vizela, ou ainda a simples visita turística, tornando-se, durante muitos anos, o centro dinamizador das suas actividades económicas, nomeadamente comércio, restauração e hotelaria. Só, posteriormente, tais actividades foram complementadas pelo desenvolvimento da indústria têxtil, com a implantação de inúmeras empresas, algumas de dimensão significativa.
As termas são há muito exploradas, no quadro do domínio público das águas termais por concessão do Estado, pela que foi denominada Companhia dos Banhos de Vizela, que associou a exploração dos tratamentos e banhos nos balneários termais à exploração de algumas unidades hoteleiras, tendo ainda sob a sua tutela um formoso parque (Parque das Termas de Vizela), com árvores magníficas e ajardinado.

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