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59 | II Série A - Número: 010 | 20 de Julho de 2011

actual Governo, estão a fazer-se sentir de forma particularmente acentuada em toda a região Norte do País.
Sem qualquer preocupação exaustiva, podemos desde já referir os mais recentes cortes nas redes nocturna e de madrugada da STCP, na Área Metropolitana do Porto e o anunciado encerramento de múltiplas estações dos CTT (que a administração desta empresa tinha oficialmente rejeitado durante o passado mês de Maio, em plena campanha eleitoral). Há dias foi conhecida a decisão da Administração da CP, também ela totalmente inesperada e profundamente inaceitável, de terminar com a ligação ferroviária internacional entre as cidades do Porto e de Vigo, centros nevrálgicos do designado Noroeste Peninsular.
De facto, quem nos últimos dias tivesse consultado o site da CP teria podido ler o aviso (http://cp.pt/cp/displayPage.do?vgnextoid=1c341c639f984010VgnVCM1000007b01a8c0RCRD&contentId=38a
51d5e735e0310VgnVCM100000be01a8c0RCRD) seguinte: A CP informa que, por não estarem reunidas as condições para a continuidade da exploração, a partir de 10 de Julho de 2011 o serviço no trajecto Valença / Vigo / Valença será suprimido.
Para mais informações contacte os nossos serviços.

Com alguma insistência e sorte, o gabinete de comunicação da CP explicaria que "atendendo à conjuntura actual, à imperiosa necessidade de redução de custos e aos significativos prejuízos decorrentes do serviço em causa, a CP entendeu não estarem reunidas as condições para continuar a garantir a ligação ferroviária entre as cidades de Tuy e Vigo, em território espanhol", garantindo todavia que "a circulação de comboios em território nacional, nomeadamente no trajecto Porto/Valença/Porto, continuaria a ser assegurada sem alteração de horários ou paragens, em serviço Inter-regional". Quem, contudo, tivesse optado por contactar apenas o call-center da CP poderia ser antes avisado que a supressão da ligação ferroviária quase centenária que liga o Porto a Vigo se deveria à realização de obras na linha, apesar de não ser prestada qualquer outra informação sobre o tipo de obras em curso ou sobre a respectiva localização!...
A ligação ferroviária internacional entre o Porto e Vigo faz 100 anos em 2013, tem, portanto, 98 anos de duração ininterrupta que apenas a incapacidade de uma administração e as erradas opções políticas de sucessivos responsáveis governamentais podem admitir encerrar. O serviço ferroviário entre aquelas que muitos consideram capitais económicas e políticas do Norte de Portugal e da Galiza começou, aliás, por ser um serviço trissemanal para Vigo que logo depois passou a diário. Hoje, esta ligação internacional entre o Porto e Vigo, (conforme é designada pela CP no seu próprio site), é realizada por automotoras que, embora tenham sido alvo de intervenções de manutenção na década de 90, têm cerca de quarenta anos de vida, são semelhantes às que a CP utiliza no restante serviço regional e, pela sua antiguidade e natural degradação, só podem infelizmente oferecer um transporte não apelativo para os utentes, com níveis de barulho muito pouco recomendáveis e onde os lugares sentados são incómodos e desconfortáveis. Em pleno século XXI, quase cem anos depois da sua abertura, a ligação entre o Porto e Vigo demora para percorrer os cerca de 130 quilómetros entre o Porto e Vigo três horas e vinte minutos (?!...), quando um qualquer outro transporte rodoviário leva cerca de duas horas para realizar o mesmo trajecto. Para além desta insustentável situação de degradação, importa também sublinhar que a linha do Minho, que esta ligação ferroviária internacional utiliza entre o Porto e a fronteira, em Valença, continua a estar electrificada apenas até Famalicão (Nine), sendo que a parte restante da linha, para Norte, permanece quase sem alterações desde há cem anos, em via única, com dificuldades e perdas de tempo inaceitáveis mormente para efectuar cruzamentos ou para permitir a circulação em segurança das composições.
Estas características e toda esta situação mostram à evidência a falta de vontade política de sucessivos governos e de sucessivas administrações da CP em investir na requalificação, modernização e numa consequente política de atracção de passageiros. Pelo contrário, os responsáveis governamentais e o conselho de Administração da CP parecem estar há muitos anos apostados em afugentar clientes e utentes para depois poderem argumentar com a falta de procura (que eles próprios promoveram e incentivaram), e assim justificarem o eventual encerramento da linha do Minho entre Nine e Valença e, (para já), justificarem a decisão de suprimir esta ligação internacional centenária entre o Porto e Vigo.
Neste contexto, e como consequência desse completo desinvestimento e total desprezo pelo serviço público de transportes, não admira que esta ligação seja hoje utilizada por cerca de 15500 passageiros anuais em território espanhol, (nõmeros que a CP agora começou ―á pressa‖ a difundir para tentar justificar a sua

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