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15 | II Série A - Número: 091 | 4 de Janeiro de 2012

Com uma extensão de cerca de 18 Km, o ramal de Alfarelos corresponde ao troço ferroviário que liga a estação de Alfarelos (na linha do Norte) e a Bifurcação de Lares da linha do Oeste. Este ramal liga também às estações e apeadeiros até à Figueira da Foz.
O ramal da Lousã foi inicialmente concebido para chegar a Arganil, tendo mesmo sido estudada a hipótese de ligação à Covilhã, através da linha da Beira Baixa. A sua extensão era de 37 km, percorrendo o concelho de Coimbra desde Coimbra-B até Ceira, entrando depois no concelho de Miranda do Corvo, percorrendo desde a estação de Trémoa até próximo do Padrão, servindo depois o concelho da Lousã até Serpins. No total, o ramal da Lousã era composto por 17 apeadeiros num percurso geograficamente sinuoso e com exigências de qualidade no que ao material circulante diz respeito. Em 1992 foi extinto o transporte de mercadorias prejudicando objetivamente os interesses económicos da região. Este ramal registava mais de um milhão de utentes por ano, numa região com mais de 50 000 habitantes que conta há mais de um século com este meio de transporte. A ligação entre Serpins e a estação de Coimbra-Parque era efetuada 17 vezes por dia, em pouco menos de uma hora.
Em 2010 as obras no âmbito do projeto Metro Mondego foram iniciadas com o arranque dos carris e regularização do canal do ramal da Lousã. Apesar da inclusão do ramal da Lousã no projeto Metro Mondego ser uma opção desajustada desde logo porque pressupõe a aplicação de uma solução eminentemente urbana a uma linha de montanha, com a dissolução da Sociedade Metro Mondego e com o abandono do projeto, ficou também ao abandono o ramal da Lousã, com óbvios prejuízos para as populações dos concelhos de Coimbra, Lousã e Miranda do Corvo, obrigando o recurso ao transporte rodoviário com degradação na mobilidade destas pessoas na região e no acesso à cidade de Coimbra, recentemente a CP admitiu a possibilidade de deixar de assegurar o financiamento do transporte rodoviário alternativo. Coloca-se assim a premência da reposição dos carris e a eletrificação desta linha centenária e até estar concretizada é essencial continuar a assegurar os transportes alternativos.
Importa notar que a eletrificação e modernização do troço Vale Prazeres-Castelo Branco custou cerca de 30 milhões de euros e tem um comprimento semelhante ao do ramal da Lousã. Assim, este é mais um argumento que nos leva a concluir pela irracionalidade do projeto-metro em detrimento da eletrificação, pois custaria 10 vezes mais que eletrificar e modernizar a linha, para além da irracionalidade ambiental de encerrar linhas ferroviárias quando existem diretivas comunitárias e recomendações no sentido de potenciar o transporte ferroviário.
O Governo recentemente respondeu a uma pergunta do PCP sobre este problema afirmando que:

A Eurodeputada do PCP Ilda Figueiredo dirigiu recentemente uma pergunta à Comissão Europeia sobre as possibilidades de financiamento da obra de reposição e eletrificação do ramal da Lousã, tendo em conta que foi aprovada recentemente uma resolução que visa baixar a comparticipação dos Estados nos projetos cofinanciados pela União Europeia. Dadas as características do projeto, nas vertentes ambiental e de melhoria dos transportes, o financiamento da União Europeia poderá chegar aos 95% do projeto e o Estado português financiará apenas 5% do total da obra.
A solução «Metro» como forma de resolver os evidentes problemas de trânsito e de mobilidade dentro da cidade enfermou sempre de falta coordenação da estrutura do metro com os Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra, assim como não garantia o carácter público do projeto como salvaguarda dos interesses das populações no que se refere ao fornecimento de serviço e preço. Com o abandono do projeto é essencial mais investimento público que garanta transporte público e acessível a todos na cidade de Coimbra.


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