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64 | II Série A - Número: 136 | 7 de Março de 2012

2-5 anos é de 29% e entre os 11 e os 15 anos a prevalência atinge os 28,2%. Dados de 2008 do estudo COSI Portugal da OMS indicam uma prevalência de 32% de excesso de peso e obesidade para crianças entre os 7 e os 9 anos de idade. Ou seja, em Portugal cerca de 1 em cada 3 crianças possui peso excessivo.
A obesidade infantil não é um problema isolado e as suas consequências são mais vastas do que as comummente associadas com a idade adulta. Na realidade, as consequências mais preocupantes são aquelas que ocorrem mesmo durante a infância, principalmente as doenças relacionadas com a obesidade, as consequências emocionais da obesidade e dos seus efeitos e o peso económico que representam para o sistema de saúde.
As crianças obesas já apresentam alterações importantes do metabolismo dos açúcares, alterações dos níveis sanguíneos de gorduras, hipertensão arterial (21,8%), sintomas iniciais de endurecimento arterial, esteatose hepática (27,9 %), síndrome metabólica (23,9%), apneia do sono, exclusão social e depressão, tal como os adultos obesos. Por outro lado, devido ao corpo das crianças se encontrar ainda num processo de crescimento e desenvolvimento, elas têm uma vulnerabilidade muito maior para a obesidade e para as doenças relacionadas, devido ao desenvolvimento precoce destas doenças. A gravidade e extensão das suas consequências futuras encontram-se ainda por determinar, podendo apenas ser avaliada quando a atual geração de crianças obesas passar para a idade adulta na presente década.
Estes factos representam uma ameaça para a sustentabilidade do sistema de saúde pediátrico, para além da grande preocupação recente com o estudo específico dos custos de morte prematura originada pela obesidade infantil. Os custos com saúde são pelo menos 16% superiores para crianças obesas do que para todas as outras crianças. As diferenças em custos por ano entre os grupos com diferentes Índices de Massa Corporal (IMC) são consideráveis. Os custos com as crianças obesas, € 680 por ano, são 1,7 vezes superiores aos custos normais das crianças.
Com o aumento da prevalência de obesidade infantil serão encontrados em populações adultas jovens fortes aumentos das taxas de doença cardíaca, diabetes, alguns tipos de cancro, doença biliar, osteoartrite e doenças endócrinas. O início precoce da obesidade conduzirá inevitavelmente a uma mais longa vida com morbilidade e como espectável uma maior necessidade de tratamento médico, que pode durar o resto dos seus dias.
Os custos para o sistema de saúde serão muito maiores e serão também maiores as perdas de indivíduos úteis para a sociedade, tal como serão maiores os encargos suportados pelos indivíduos envolvidos. Estudos recentes alertam mesmo para as implicações profundas que a maior prevalência de obesidade na infância podem ter nas taxas de mortalidade, com potenciais implicações para as estimativas da esperança média de vida futura, e talvez reverter, pela primeira vez, o seu aumento constante na era moderna. Pode mesmo ocorrer que os jovens de hoje a vivam com menos saúde e, em última análise, menos tempo do que os seus pais.
Não nos podemos esquecer que a obesidade infanto-juvenil é uma questão transversal, com múltiplas e complexas causas subjacentes. Portanto, as ações de prevenção devem ser multifacetadas, intersectoriais e implementadas em várias configurações.
Não há dúvidas que a adoção de estilos de vida saudáveis conjugando uma alimentação saudável com uma adequada atividade física é o caminho para a normoponderalidade. Importa é saber quais as intervenções eficazes para que este caminho seja adotado.
Vários estudos evidenciam quais as intervenções eficazes que os decisores políticos podem implementar para melhorar os hábitos alimentares e os níveis de atividade física.
Entre as diversas categorias, as intervenções que são multicomponente e adaptadas ao contexto local são as mais bem-sucedidas. Aquelas que são culturalmente e ambientalmente adequadas também são muito mais propensas a serem implementadas e sustentadas.
Além disso, as intervenções que utilizam as estruturas sociais existentes de uma comunidade, como escolas, reduzem as barreiras à sua implementação. Implícita em todas as intervenções bem-sucedidas é a participação das partes interessadas ao longo do processo. No caso presente é indispensável envolver ativamente as crianças e os jovens (e, por inerência, os pais).
Assim, qualquer intervenção no âmbito da alimentação e nutrição, sob pena de não surtir o impacto desejado, deverá, acima de tudo, ser direcionada para a adoção de uma estratégia de prevenção transgovernamental e multissectorial que garanta o comprometimento de diferentes ministérios para com os

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