O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

II SÉRIE-A — NÚMERO 49

6

Os fatores de risco para uma pessoa desenvolver doença são: idade inferior a 2 anos, estar numa creche,

baixo nível socioeconómico, viver em locais com elevada densidade populacional, sofrer de uma doença de

base como imunodeficiência, infeção VIH, doença do sangue, não ter baço, ou ter uma infeção viral nos dias

anteriores. O aleitamento materno, nas crianças abaixo dos 6 meses, protege da doença invasiva

pneumocócica.

Outro problema adicional é a emergência de pneumococos resistentes, não só à penicilina como a

outros antibióticos (multirresistência), inicialmente descrita em meados dos anos 60, e que sofreu um

incremento marcado nos últimos anos, que veio colocar problemas adicionais de tratamento.

Apesar da instituição precoce e correta de antibioticoterapia a taxa de mortalidade e de sequelas na

meningite pneumocócica é elevada (surdez, epilepsia, atraso psico-motor).

Estes problemas vieram confirmar a necessidade do desenvolvimento de uma vacina eficaz e

segura que reduzisse de forma significativa a doença pneumocócica na infância.

As primeiras vacinas desenvolvidas na década de 70 foram as vacinas polissacáridas.

A vacina polissacárida (VPP), composta por 23 serótipos, não é imunogénica nas crianças com idade

inferior a 2 anos, grupo em que ocorrem 80% dos casos de doença invasiva grave. Não erradica o SP da

nasofaringe, não conferindo imunidade de grupo. Tem uma eficácia de 60 a 70% na prevenção da doença

invasiva pneumocócica em crianças com mais de 2 anos, sendo menos eficaz na prevenção da pneumonia.

Vários estudos confirmam a eficácia, segurança e imunogenicidade da vacina pneumocócica

conjugada, induzindo imunidade dependente das células T e portanto memória imunológica, redução

da colonização da nasofaringe por SP induzindo imunidade de grupo, prevenção da doença invasiva

(eficácia >90%), com impacto na redução da OMA e da pneumonia causadas pelos serótipos incluídos

na vacina, tanto em crianças saudáveis como em crianças pertencentes a grupos de risco.”

Por ocasião da discussão das alterações ao Plano Nacional de Vacinação que entrou em vigor em 2006, a

Sociedade Portuguesa de Pediatria sugeriu 3 atualizações: a introdução da vacina contra a meningite, a

vacina contra a poliomielite e a vacina pneumocócica. Esta última foi rejeitada.

Esteve no mercado por cerca de 75 euros cada dose. Tendo em conta a posologia recomendada pelos

fabricantes, cada criança necessitava de 4 doses para ficar imunizada, perfazendo um encargo de 300 euros

para a família.

III – Em março de 2008, o CDS-PP apresentou um Projeto de Resolução recomendando ao Governo que

adotasse “medidas para igualdade no acesso à vacina pneumocócica de sete valências indicada para a

imunização ativa de lactentes e crianças”.

Esta iniciativa do CDS-PP foi rejeitada pelo Partido Socialista, com o argumento de que estava a ser

preparada uma nova vacina, com mais valências e que, por esse motivo, não fazia sentido incluir a vacina

pneumocócica heptavalente no Plano Nacional de Vacinação.

No final de 2009 foi posta no mercado uma nova vacina pneumocócica polissacárida conjugada

(absorvida). Esta vacina tem dez serotipos; mais três do que a anterior – os serotipos 1, 5 e 7F.

Está indicada para a imunização ativa contra a doença invasiva e a otite média aguda (infeção do ouvido

médio) causadas por Streptococcus Pneumoniae em crianças com idades compreendidas entre as seis

semanas e os dois anos de idade. De acordo com o Relatório Público Europeu de Avaliação (EPAR), “a

doença invasiva ocorre quando a bactéria se propaga pelo organismo, causando uma infeção grave, tal como

septicemia (infeção do sangue), meningite (infeção das membranas que envolvem o cérebro e a medula

espinal) e pneumonia (infeção dos pulmões).”

Ainda de acordo com o EPAR, esta vacina pneumocócica polissacárida conjugada “contém pequenas

quantidades de polissacáridos (um tipo de açúcar) extraídos da “cápsula” que envolve a bactéria de S.

pneumoniae. Estes polissacáridos foram purificados e de seguida “conjugados” (ligados a) com um

transportador que ajuda a que o sistema imunitário os reconheça. A vacina é também “adsorvida” (fixada) num

composto de alumínio, para estimular uma melhor resposta.

Páginas Relacionadas
Página 0010:
II SÉRIE-A — NÚMERO 49 10 2. Em consequência, que promova a revisão d
Pág.Página 10
Página 0011:
10 DE DEZEMBRO DE 2012 11 estudantes a trabalhar de graça em troca de atenuantes no
Pág.Página 11