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3 DE JULHO DE 2013

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as calendas gregas. Desta forma se comprova que a criação do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio não

se destinava a "melhorar a assistência hospitalar aos concelhos do extremo ocidental do Algarve – Lagos,

Aljezur e Vila do Bispo – de forma eficiente e dentro de uma lógica de aproveitamento da capacidade existente

no Serviço Nacional de Saúde", como na altura se anunciava, mas tão-somente ir gradualmente esvaziando o

Hospital de Lagos dos seus serviços e valências até o transformar num centro de saúde.

Os hospitais de Faro, Portimão e Lagos apresentam uma elevada carência de recursos humanos e, em

particular, de médicos, que compromete a prestação dos cuidados de saúde na região. Na especialidade de

Ginecologia/Obstetrícia os médicos em funções não são suficientes para assegurar todos os turnos, em

particular à noite e durante os fins de semana e feriados, pelo que os hospitais da região estão a recorrer a

médicos contratados através de empresas prestadoras de serviços. Na especialidade de Anestesiologia, o

Hospital de Faro dispõe apenas de metade dos profissionais necessários e recomendados (são 15 os

profissionais, quando seriam necessários 29). Na especialidade de Oftalmologia, os médicos disponíveis são

insuficientes, recorrendo os hospitais regionais a médicos contratados através de empresas prestadoras de

serviços. Em Medicina Interna, o Hospital de Faro necessita de duplicar o número de profissionais atualmente

ao serviço. Na especialidade de Cirurgia Geral, os hospitais de Faro e Portimão dispõem de um número de

profissionais manifestamente insuficiente para assegurar o apoio à urgência externa e interna, ao

internamento, à consulta externa e às atividades cirúrgicas. Em Ortopedia estão ao serviço apenas 11

profissionais, quando seriam necessários 24. Na especialidade de Pediatria, o Hospital de Portimão encontra-

se claramente desfalcado, dispondo de apenas 5 pediatras, dos quais 3, atendendo à idade, não se encontram

obrigados a efetuar serviço de urgência. Em Psiquiatria, os hospitais do Algarve apenas dispõem de 12

médicos, quando seriam necessários 19. Nas restantes carreiras da saúde e carreiras gerais há também uma

grande carência de profissionais, registando-se, inclusivamente, dificuldades na mera substituição dos

profissionais que se aposentam.

O atual governo, assim como os anteriores, revelou-se totalmente incapaz de gizar uma política de Saúde

que assegure a colocação de um número suficiente de profissionais na região algarvia, pelo que, atualmente,

as necessidades de contratação no Hospital de Faro e no Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio são de,

pelo menos, 183 médicos, 126 enfermeiros, 8 técnicos superiores, 8 técnicos de diagnóstico e terapêutica, 42

assistentes técnicos e 114 assistentes operacionais.

A criação do Centro Hospitalar do Algarve só irá contribuir para a agravar a carência de recursos humanos

nos hospitais da região. Efetivamente, os profissionais de saúde do Centro Hospitalar do Algarve poderão ser

obrigados a prestar serviço em qualquer um dos hospitais integrados neste centro, podendo, inclusivamente,

ter que prestar serviço num dia no Hospital de Faro e no dia seguinte nos hospitais de Portimão ou Lagos. Se

tivermos em conta as distâncias entre os hospitais (66 km entre Faro e Portimão ou 86 km entre Faro e

Lagos), facilmente se conclui que a criação do Centro Hospitalar do Algarve contribuirá para dificultar a

atração e a fixação de profissionais de saúde nos hospitais algarvios.

A política do Governo e da troica de imposição de cortes no Serviço Nacional de Saúde refletiu-se muito

negativamente na capacidade de prestação de cuidados de saúde pelos hospitais algarvios. O Hospital de

Faro registou, em finais de 2012, uma quebra homóloga de 10,6% nas consultas e 21,0% nas cirurgias,

enquanto no Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio a quebra foi de 5,5% nas consultas e 7,0% nas

cirurgias.

Por especialidades, nas consultas externas, o Hospital de Faro registou quebras de 39,6% na

Dermatologia, 31,9% na Hematologia Clínica, 26,5% na Ortopedia, 23,5% na Senologia, 22,4% na

Oftalmologia e 16,8% na Cirurgia Geral, enquanto no Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio as quebras

foram de 43,8% na Senologia, 39,8% na Cardiologia, 17,4% na Otorrinolaringologia, 15,7% na Ortopedia,

12,2% na Cirurgia Geral e 9,8% na Oftalmologia.

Quanto à atividade cirúrgica, o Hospital de Faro registou uma quebra de 35,7% na cirurgia ambulatória,

18,8% na cirurgia urgente e 7,6% na cirurgia programada convencional, enquanto no Hospital de Portimão as

quebras registadas foram de 14,6% na cirurgia ambulatória e 8,4% na cirurgia urgente. Por especialidades, na

cirurgia ambulatória no Hospital de Faro registaram-se quebras de 73,6% na Dermatologia, 53,0% na

Oftalmologia e 46,4% na Ortopedia, enquanto no Hospital de Portimão as quebras foram de 62,4% na

Ginecologia, 61,3% na Ortopedia e 10,3% na Oftalmologia.

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