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Terça-feira, 15 de outubro de 2013 II Série-A — Número 11

XII LEGISLATURA 3.ª SESSÃO LEGISLATIVA (2013-2014)

2.º SUPLEMENTO

SUMÁRIO Proposta de lei n.º 178/XII (3.ª) — Aprova o Orçamento do Estado para 2014: Relatório.

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Ministério das Finanças Orçamento do Estado para 2014

Relatório Outubro • 2013

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Índice
SUMÁRIO EXECUTIVO.
I. ECONOMIA PORTUGUESA: EVOLUÇÃO RECENTE E PERSPETIVAS PARA 2014
I.1. Evolução Recente
I.1.1. Mercados Financeiros e Enquadramento Internacional
I.1.2. A Economia Portuguesa em 2013
I.2. Perspetivas para 2014
I.2.1. Hipóteses Externas para 2014
I.2.2. Cenário Macroeconómico
I.2.3. Previsões Macroeconómicas e Orçamentais de Entidades Internacionais
I.2.4. Análise de Riscos do Cenário Macroeconómico II. ESTRATÉGIA DE CONSOLIDAÇÃO ORÇAMENTAL
II.1. Enquadramento II.2. Política Orçamental em 2013 II.3. Política Orçamental para 2014 II.3.1. Medidas do Lado da Despesa II.3.1.1. Medidas Transversais à Administração Pública II.3.1.2. Outras do Lado da Despesa II.3.2. Medidas do Lado da Receita II.3.2.1. Medidas Fiscais para 2014
II.3.2.1.1. A Reforma do IRC
II.3.2.2. Outras Medidas do Lado da Receita II.3.3. Sector Empresarial do Estado II.3.4. Parcerias Público-Privadas II.4. Análise de Riscos Orçamentais II.4.1. Riscos do Sector Empresarial do Estado II.4.1.1. Empresas Públicas não Reclassificadas
II.4.1.2. Entidades Reclassificadas dentro do Perímetro das AP II.4.1.3. Receitas Resultantes da Alienação de Património II.4.2. Riscos das Responsabilidades Contingentes
II.4.2.1. Garantias e Contragarantias II.4.2.2. Parcerias Público-Privadas II.4.3. Estratégia de Gestão da Dívida Direta do Estado e o seu Impacto na Exposição aos Riscos II.4.4. Riscos Relacionados com a Administração Regional e Local
II.4.4.1. Região Autónoma da Madeira II.4.4.2. Região Autónoma dos Açores II.4.4.3. Administração Local III. SITUAÇÃO FINANCEIRA DAS ADMINISTRAÇÕES PÚBLICAS 2013 E 2014 (CONTABILIDADE PÚBLICA E NACIONAL) III.1. Receitas e Despesas das Administrações Públicas
III.1.1. Receitas e Despesas da Administração Central
III.1.1.1. Receita da Administração Central III.1.1.1.1. Introdução à Receita da Administração Central
III.1.1.1.2. Receita Fiscal
III.1.1.1.3. Despesa Fiscal III.1.1.2. Despesa da Administração Central

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III.1.2. Receitas e Despesas da Administração Regional e Local III.1.3. Receitas e Despesas da Segurança Social III.2. Transferências Financeiras entre Portugal e a União Europeia III.3. Ativos e Passivos do Estado III.3.1. Dívida Direta do Estado III.3.2. Tesouraria do Estado IV. POLÍTICAS SECTORIAIS PARA 2014 E RECURSOS FINANCEIROS
IV.1. Introdução IV.2. Programas Orçamentais IV.2.1. Atividade IV.2.2. Projetos IV.2.3. Quadro Plurianual de Programação Orçamental IV.3. Órgãos de Soberania (P001) IV.3.1. Orçamento IV.4. Governação e Cultura (P002) IV.4.1. Políticas
IV.4.2. Orçamento
IV.5. Finanças e Administração Pública (P003) e Gestão da Dívida Pública (P004) IV.5.1. Políticas IV.5.2. Orçamento IV.6. Representação Externa (P005) IV.6.1. Políticas IV.6.2. Orçamento IV.7. Defesa (P006) IV.7.1. Políticas IV.7.2. Orçamento IV.8. Segurança Interna (P007) IV.8.1. Políticas IV.8.2. Orçamento IV.9. Justiça (P008)
IV.9.1. Políticas
IV.9.2. Orçamento
IV.10. Economia (P009)
IV.10.1. Políticas
IV.10.2. Orçamento
IV.11. Ambiente, Ordenamento do Território e Energia (P010)
IV.11.1. Políticas
IV.11.2. Orçamento
IV.12. Agricultura e Mar (P011)
IV.12.1. Políticas
IV.12.2. Orçamento
IV.13. Saúde (P012)
IV.13.1. Políticas
IV.13.2. Orçamento
IV.14. Ensino Básico e Secundário e Administração Escolar (P013)
IV.14.1. Políticas
IV.14.2. Orçamento

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IV.15. Ciência e Ensino Superior (P014)
IV.15.1. Políticas
IV.15.2. Orçamento
IV.16. Solidariedade, Emprego e Segurança Social (P015)
IV.16.1. Políticas
IV.16.2. Orçamento
A n e x o s A1. Receitas e Despesas das Administrações Públicas na Ótica da Contabilidade Nacional e na Ótica da Contabilidade Pública
A2. Transferências da AC para as Entidades Públicas Empresariais A3. Alterações ao Universo da Administração Central e Entidades Públicas Reclassificadas A4. Balanço e Demonstração de Resultados da Segurança Social A5. Relatório sobre a Sustentabilidade Financeira da Segurança Social A6. Lista de Acrónimos

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I. ECONOMIA PORTUGUESA: EVOLUÇÃO RECENTE E PERSPETIVAS PARA 2014 I.1. Evolução Recente I.1.1. Mercados Financeiros e Enquadramento Internacional Recuperação Moderada nas Economias Avançadas e Crescimento menos forte nas Economias Emergentes As atuais projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) apontam para o abrandamento do crescimento da economia mundial, em 2013, para valores em torno de 2,9% (3,2% em 2012), e para um reforço em 2014, para cerca de 3,6%. O comércio mundial de bens e serviços deverá registar um crescimento médio anual de 3,9%, em volume, nos anos de 2013 e 2014 - um valor superior ao crescimento de 2,8% registado em 2012, mas inferior ao valor médio registado na década de 2000 (5%). Face a julho de 2013, estas previsões constituem uma revisão em baixa do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial para 2013 e 2014, devido sobretudo às perspetivas de um crescimento menos forte das economias emergentes, com particular destaque para a Índia e Rússia. A China viu também as suas perspetivas de crescimento revistas em baixa mas em menor grau. Esta evolução reflete a desaceleração da procura externa, preços de matérias-primas mais baixos, políticas económicas menos expansionistas e receios quanto à estabilidade financeira nalgunas economias emergentes. Para 2014, prevê-se uma melhoria do desempenho da economia mundial, assente sobretudo no reforço do crescimento das economias avançadas onde se espera um crescimento relativamente forte dos EUA, um crescimento mais moderado no Japão e uma recuperação da economia da União Europeia (UE).
Porém, é de referir que as economias da UE continuam a evoluir de forma distinta, verificando-se um crescimento mais forte nos países bálticos e mais fraco nos países da área do euro sujeitos a programas de ajustamento económico.
Contudo, e na sequência da evolução registada nos últimos anos, os desequilíbrios externos entre as regiões deverão continuar a reduzir-se, dada a tendência de um crescimento mais fraco nas economias avançadas que se encontram mais endividadas (caso dos EUA e alguns países da área do euro) enquanto a procura interna nas economias de mercado emergentes, apesar da revisão em baixa, tenderá a crescer a um ritmo elevado, destacando-se, entre os países asiáticos, a China.

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Quadro I.1.1. Crescimento económico mundial (taxa de crescimento real, em %)

Legenda: (*) com base no PIB avaliado em paridade de poder de compra; ** 2011; (P) Previsão.
Fonte: FMI, World Economic Outlook, outubro de 2013.
A incerteza associada às perspetivas económicas mundiais é ainda elevada. No caso da área do euro, deve-se à continuação da crise das dívidas soberanas e à ainda fraca robustez do sistema financeiro e bancário; e, no caso dos EUA, decorre da indefinição do acordo de médio prazo de redução da dívida põblica e dos possíveis efeitos da redução de estímulos monetários por parte da Reserva Federal (“tapering of quantitative easing”) na volatilidade e instabilidade dos mercados financeiros internacionais. No período mais recente, surgiram ainda sinais de alguma instabilidade financeira nos países emergentes e em desenvolvimento, especialmente naqueles que apresentam um défice externo mais elevado (casos da Índia, Indonésia e Brasil). Estes sinais conduziram a saídas de capitais, depreciações cambiais e aumento dos seus custos de financiamento, contribuindo para as perspetivas de abrandamento do crescimento dessas economias. No que se refere à área do euro, é de salientar que foram alcançados alguns progressos em termos de construção da união bancária europeia e de aplicação de medidas não convencionais de política monetária através do Banco Central Europeu (BCE). Estes desenvolvimentos permitiram reduzir o risco de fragmentação da área do euro, uma vez que resultaram na melhoria das condições de financiamento nos mercados internacionais e na diminuição dos prémios de risco, com especial impacto nos países periféricos mais atingidos pela crise das dívidas soberanas. Porém, não obstante a redução do diferencial de rendibilidade das taxas de juro de longo prazo dos países periféricos face à Alemanha e o aumento da confiança dos agentes económicos, as empresas e famílias – que continuam em processo de desalavancagem – continuam a suportar condições de financiamento desfavoráveis. Tal deve-se, em parte, à persistência da situação de fragilidade e de fraca rendibilidade dos bancos, conduzindo à manutenção de condições restritivas na concessão do crédito, com repercussões ao nível da procura interna. Com efeito, os empréstimos concedidos às empresas não financeiras na área do euro deterioraram-se ao longo dos oito primeiros meses de 2013. ( % )
E c o n o m ia M u n d ia l 1 0 0 , 0 3 , 2 2 , 9 3 , 6 E c o n o m ia s a v a n ç a d a s 5 0 , 4 1 , 5 1 , 2 2 , 0 d a s q u a i s : E U A 1 9 , 5 2 , 8 1 , 6 2 , 6 Á r e a d o E u r o , d a q u a l : 1 3 , 5 - 0 , 6 - 0 , 4 1 , 0 A le m a n h a 3 , 8 0 , 9 0 , 5 1 , 4 F r a n ç a 2 , 7 0 , 0 0 , 2 1 , 0 It á lia 2 , 2 - 2 , 4 - 1 , 8 0 , 7 E s p a n h a 1 , 7 - 1 , 6 - 1 , 3 0 , 2 R e in o U n id o 2 , 8 0 , 2 1 , 4 1 , 9 J a p ã o 5 , 5 2 , 0 2 , 0 1 , 2 O u t r a s e c o n o m ia s , d a s q u a i s : C h in a 1 4 , 7 7 , 7 7 , 6 7 , 3 In d ia 5 , 7 3 , 2 3 , 8 5 , 1 R ú s s ia 3 , 0 3 , 4 1 , 5 3 , 0 B r a s il 2 , 8 0 , 9 2 , 5 2 , 5
P o r m e m ó r i a U n iã o E u r o p e ia 2 0 , 0 * * - 0 , 3 0 , 0 1 , 3
E s t r u t u r a 2 0 1 2 * 2012 2014
P
2013
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Gráfico I.1.1. Empréstimos a particulares e a empresas não financeiras na área do euro (taxa de variação homóloga, em fim de período, em %)

Fonte: Banco Central Europeu.
Face aos referidos progressos, o PIB da área do euro diminuiu 0,9% em termos homólogos no primeiro semestre de 2013, tendo porém apresentado uma recuperação significativa no segundo trimestre, a qual se deve prolongar pelo segundo semestre dada a evolução positiva dos indicadores de confiança. O PIB trimestral em cadeia, por sua vez, registou um aumento de 0,3% no segundo trimestre, invertendo a tendência de quebra consecutiva registada desde o quarto trimestre de 2011. É de referir que esta recuperação foi comum à generalidade dos países. A evolução da atividade económica da área do euro no primeiro semestre de 2013 refletiu uma diminuição da procura interna, especialmente significativa em termos do investimento, e um fraco crescimento das exportações. Ao nível do mercado de trabalho, a taxa de desemprego média da área do euro subiu para 12,0% no mês de agosto (11,4% em 2012). Em relação aos EUA, no primeiro semestre de 2013 verificou-se um crescimento do PIB de 1,5% em termos homólogos, mantendo-se uma expansão económica moderada assente num crescimento elevado da procura interna privada, associado a um crescimento robusto do investimento residencial (13,9%) e uma recuperação do consumo privado (1,9%). Porém, é de referir que a perspectiva de uma retirada progressiva dos estímulos monetários e a não concordância entre os partidos no Congresso sobre o orçamento federal e teto da dívida pública têm tido um efeito negativo nas perspetivas para a atividade económica, designadamente para o consumo privado e para o investimento.
O Japão registou uma melhoria económica no primeiro semestre de 2013, registando uma taxa de crescimento homóloga do PIB de 0,7%, devido sobretudo ao fortalecimento do investimento privado residencial.

Abrandamento da Taxa de Inflação, não obstante a Manutenção do Preço do Petróleo num Nível Elevado Em 2013, a taxa de inflação deve diminuir na generalidade das economias avançadas, para 1,4% (2,0% em 2012), e deve permanecer em torno dos 6% no conjunto dos economias emergentes e em desenvolvimento, com destaque para a continuação de taxas elevadas em alguns países da América Latina. Na área do euro, a taxa de inflação média deve diminuir para 1,5% em 2013 (2,5% em 2012) em linha com a - 4 , 0
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S o c i e d a d e s n ã o f i n a n c e ir a s P a r t i c u l a r e s

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evolução da atividade económica. Para os EUA, as previsões apontam para uma taxa de inflação média de 1,4% em 2013 (2,1% em 2012). Apesar do preço do petróleo Brent ter diminuído para cerca de 108 USD/bbl (82 €/bbl) nos nove primeiros meses de 2013 (quebra de 3,3% e de 5,9% em termos homólogos, respetivamente), mais recentemente, este tem apresentado uma evolução ascendente, refletindo o aumento das tensões na região do Médio Oriente e a redução da oferta proveniente de alguns países da OPEP (Líbia, Nigéria e Iraque) não totalmente compensada pelo acréscimo da produção da Arábia Saudita e dos países não membros da OPEP.
Até agosto de 2013, os preços das matérias-primas não energéticas estabilizaram em termos homólogos, depois de terem diminuído 10% no conjunto do ano de 2012. Este comportamento foi comum a todos os produtos, com uma recuperação mais acentuada nos produtos agrícolas. Gráfico I.1.2. Preço Spot do petróleo Brent (USD/barril e eur/bbl)

(P) Previsão do FMI.
Fontes: Direcção-Geral de Geologia e Energia, Banco de Portugal e FMI.
Nível Baixo das Taxas de Juro de Curto Prazo nas Economias Avançadas Na medida em que o nível de utilização da capacidade produtiva nas economias avançadas se manteve fraco, tendo contribuído para a manutenção de pressões inflacionistas moderadas, a política monetária da generalidade destes países caracterizou-se por uma orientação acomodatícia em 2013. Com efeito, até final de setembro de 2013, os Bancos Centrais do Reino Unido, dos EUA e do Japão mantiveram as taxas de juro diretoras ao nível do final de 2010, ou seja, próximas de zero. Em maio, o Conselho do BCE decidiu reduzir a taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento em 25 p.b. (passando a taxa para 0,50%) e a taxa aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez em 50 p.b. (para 1,0%), permanecendo em 0,00% as taxas da facilidade de absorção, valores historicamente baixos. Acresce que tanto a Reserva Federal dos EUA como o Conselho do BCE reiteraram a expectativa de manutenção das taxas de juro oficiais nos níveis atuais (ou em níveis inferiores para o caso do BCE), durante um período de tempo alargado, dado o baixo crescimento da economia real da área do euro, sem recuperação visível do mercado de trabalho, e dada a respetiva contenção da dinâmica monetária sem pressões inflacionistas significativas. Para além das decisões sobre as taxas de juro, os bancos centrais das principais economias avançadas continuaram a tomar medidas não convencionais de política monetária, tendo em vista proporcionar uma maior liquidez aos bancos para facilitar o financiamento às empresas. No entanto, para o caso dos EUA, é esperada uma retirada gradual dos estímulos monetários por parte da Reserva Federal, à medida que se 20
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espera uma melhoria das perspetivas da economia norte-americana e uma diminuição da taxa de desemprego. Neste contexto, as taxas de juro de curto prazo na área do euro e nos EUA diminuíram em 2013, com a Euribor a 3 meses a situar-se em 0,21%, em média, no conjunto dos nove primeiros meses (0,57% em 2012) e a Libor para 0,28% no mesmo período (0,43% em 2012). Gráfico I.1.3. Taxas de juro a 3 meses do mercado monetário (média mensal, em %)
Fontes: BCE e IGCP. Relativamente às economias emergentes, algumas delas têm adotado uma política monetária mais restritiva, a fim de atenuar as depreciações cambiais sofridas, através de uma subida das suas taxas de juro, o que representa alguns riscos de enfraquecimento futuro das suas economias, em parte devido ao aumento do seu endividamento externo e da perceção de risco por parte dos investidores.

I.1.2. A Economia Portuguesa em 2013 O programa de ajustamento económico acordado entre o governo português e o FMI e a U.E. está a ser executado desde 2011. Este programa incorpora uma estratégia que visa corrigir os desequilíbrios macroeconómicos e financeiros e proceder a uma alteração estrutural da economia portuguesa, criando as condições para um crescimento económico sustentado e gerador de emprego. A consolidação orçamental, conjugada com um rápido ajustamento por parte das empresas e das famílias portuguesas, conduziu a uma forte contração da procura interna, mais acentuada em 2012 e no início de 2013. Este efeito de compressão da procura interna resultou num ajustamento dos saldos negativos da balança corrente mais rápido do que o inicialmente previsto, quer por via da redução das importações quer pelo aumento das exportações, muito associado ao esforço das empresas portuguesas na procura de novos mercados para colocação dos seus produtos. O ano de 2013 encontra-se contudo já marcado pelos primeiros sinais de inversão do ciclo económico, associados a uma estabilização da procura interna e à persistência de ganhos de quotas de mercado por parte das empresas exportadoras. Procura Após a quebra de 3,2% da atividade económica verificada no ano de 2012, os dados mais recentes divulgados pelo INE indicam uma contração de 3,1% em termos homólogos no primeiro semestre de 2013, (-4,1% e -2,1%, no primeiro e segundo trimestres respetivamente). Esta evolução é explicada por um comportamento menos negativo da procura interna quando comparada com o segundo semestre de 2012, bem como pela manutenção de um contributo positivo da procura externa líquida, ainda que menos 0 , 0
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expressivo. Considerando a evolução em cadeia, o PIB cresceu 1,1% no segundo trimestre, com a procura interna a contribuir com 0,8 p.p. para este aumento. Quadro I.1.2. Despesa nacional

Fonte: INE, Contas Nacionais Trimestrais 2.º Trimestre de 2013.
De facto, apesar das condicionantes externas, nomeadamente os constrangimentos do mercado comunitário e as crescentes tensões nos mercados emergentes, as exportações de bens e xerviços aceleraram no segundo trimestre de 2013, crescendo 7,3% quando comparadas com igual período do ano anterior.
Esta evolução representou um ganho significativo de quotas de mercado. Também se assistiu a uma quebra homóloga significativamente inferior à do primeiro trimestre no consumo privado, e no investimento (FBCF), não compensada pela recuperação das importações de bens e serviços.
No final de 2012 e tendo o ano de 2005 como base, as exportações de bens e serviços eram cerca de 30% superiores, enquanto que as importações e a procura interna eram inferiores em 0,5% e 9,6%, respetivamente (se compararmos com 2010, as exportações de bens e serviços foram 10,3% superiores e as importações e a procura interna, 11,6% e 11,4% inferiores, respetivamente). Gráfico I.1.4. Contributo para a variação homóloga do PIB (p.p.) Gráfico I.1.5. Evolução da procura interna, exportações e importações (índice 2005=100, volume) Fonte: INE.
I II III IV I II
P I B e C o m p o n e n t e s d a D e s p e s a ( T a x a d e c r e s c i m e n t o h o m ó l o g o r e a l , % )
P I B - 1 , 3 - 3 , 2 - 2 , 4 - 3 , 2 - 3 , 6 - 3 , 8 - 4 , 1 - 2 , 1
C o n s u m o P r i v a d o - 3 , 3 - 5 , 4 - 5 , 2 - 5 , 6 - 5 , 8 - 5 , 1 - 4 , 0 - 2 , 6
C o n s u m o P ú b l i c o - 5 , 1 - 4 , 8 - 4 , 1 - 5 , 8 - 5 , 1 - 4 , 1 - 3 , 7 - 2 , 8
In v e s t i m e n t o ( F B C F ) - 1 0 , 5 - 1 4 , 3 - 1 3 , 4 - 1 7 , 2 - 1 4 , 3 - 1 2 , 3 - 1 6 , 4 - 6 , 8
E x p o r t a ç õ e s d e B e n s e S e r v i ç o s 6 , 9 3 , 2 8 , 0 3 , 2 1 , 5 0 , 2 0 , 7 7 , 3
Im p o r t a ç õ e s d e B e n s e S e r v i ç o s - 5 , 3 - 6 , 6 - 5 , 6 - 1 1 , 0 - 8 , 0 - 1 , 6 - 4 , 2 6 , 3
C o n t r i b u t o s p a r a o c r e s c i m e n t o d o P I B ( p o n t o s p e r c e n t u a i s )
P r o c u r a In t e r n a - 5 , 6 - 6 , 9 - 7 , 2 - 8 , 7 - 7 , 3 - 4 , 5 - 6 , 1 - 2 , 6
d o q u a l : V a r i a ç ã o d e E x i s t ê n c i a s - 0 , 2 0 , 2 - 0 , 4 - 0 , 7 0 , 1 1 , 8 0 , 0 0 , 7
P r o c u r a E x t e r n a L íq u i d a 4 , 4 3 , 7 4 , 9 5 , 5 3 , 7 0 , 7 1 , 9 0 , 4
E v o l u ç ã o d o s P r e ç o s
D e f l a t o r d o P IB 0 , 2 - 0 , 2 - 0 , 3 - 0 , 5 - 0 , 3 0 , 5 0 , 8 2 , 0
IH P C 3 , 6 2 , 8 3 , 3 2 , 8 3 , 0 2 , 0 0 , 4 0 , 8
E v o l u ç ã o d o M e r c a d o d e T r a b a l h o
E m p r e g o : - 4 , 2 - 4 , 2 - 4 , 2 - 4 , 1 - 4 , 3 - 4 , 9 - 3 , 9
T a x a d e D e s e m p r e g o ( % ) 1 2 , 7 1 5 , 7 1 4 , 9 1 5 , 0 1 5 , 8 1 6 , 9 1 7 , 7 1 6 , 4
S a l d o d a s B a l a n ç a s C o r r e n t e e d e C a p i t a l ( e m % d o P I B )
C a p a c i d a d e / N e c e s s i d a d e l íq u i d a d e f i n a n c i a m e n t o f a c e a o e x t e r i o r - 5 , 6 0 , 2 - 3 , 2 0 , 5 - 0 , 1 3 , 6 0 , 7 3 , 1
- S a l d o d a B a l a n ç a C o r r e n t e - 3 , 4 - 3 , 6 - 2 , 9 - 4 , 3 - 1 , 8 - 2 , 9 - 0 , 7 - 2 , 8 d a q u a l S a l d o d a B a l a n ç a d e B e n s 0 , 8 0 , 8 - 1 , 3 - 3 , 2 0 , 5 - 0 , 3 3 , 7 0 , 6
- S a l d o d a B a l a n ç a d e C a p i t a l - 1 0 , 4 - 7 , 2 - 3 , 6 - 5 , 0 - 0 , 7 - 2 , 3 0 , 3 - 0 , 6 20132012
2011 2012
- 10
- 8
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- 4
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- 4
- 2
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E x p o r t a ç õ e s ( B e n s e S e r v i ç o s )

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Durante o período de ajustamento, o peso do consumo privado no PIB tem vindo a diminuir em termos reais, corrigindo parcialmente a trajetória de subida da década anterior, ao mesmo tempo que o endividamento das famílias diminuiu, o que se encontra em linha com os objetivos do Programa de Ajustamento. Além disso, a taxa de poupança dos particulares tem subido durante este período. Gráfico I.1.6 Consumo privado real – trimestral (milhões de euros, base 2006) Gráfico I.1.7 Consumo real de bens duradouros – trimestral (vh, %) Fonte: INE. Fonte: INE.
Gráfico I.1.8 Endividamentos das famílias (milhões de euros) Gráfico I.1.9 Poupança das famílias - ano terminado no trimestre (milhões de euros, %) Fonte: BdP. Fontes: INE e BdP.

Mercado de Trabalho Quadro I.1.3. População ativa, emprego e desemprego (taxas de variação homóloga, em %)

Nota: Nova série iniciada em 2011.
Fonte: INE, Inquérito Trimestral ao Emprego.
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E n d i v id a m e n t o d a s f a m í l ia s - e m p r é s ti m o s
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P o u p a n ç a b r u t a ( e s q . ) T a x a d e p o u p a n ç a ( d ir . )
I II III IV I II
P o p u la ç ã o A t iv a ( T V H , % ) : - 0 , 9 - 1 , 3 - 0 , 9 - 0 , 3 - 0 , 9 - 1 , 8 - 2 , 2
E m p r e g o T o t a l ( T V H , % ) : - 4 , 2 - 4 , 2 - 4 , 2 - 4 , 1 - 4 , 3 - 4 , 9 - 3 , 9
T a x a d e E m p r e g o 4 5 , 4 4 3 , 7 4 4 , 0 4 4 , 2 4 3 , 9 4 2 , 8 4 2 , 1 4 2 , 9
T a x a d e D e s e m p r e g o 1 2 , 7 1 5 , 7 1 4 , 9 1 5 , 0 1 5 , 8 1 6 , 9 1 7 , 7 1 6 , 4
D e s e m p r e g o d e lo n g a d u r a ç ã o ( % d o t o t a l) 5 3 , 1 5 4 , 1 5 0 , 8 5 3 , 6 5 5 , 6 5 6 , 3 5 8 , 9 6 1 , 9
T a x a d e D e s e m p r e g o jo v e m 3 0 , 1 3 7 , 7 3 6 , 2 3 5 , 5 3 9 , 0 4 0 , 0 4 2 , 1 3 7 , 1
2011 2012
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Desde maio de 2011, o mercado de trabalho tem sido caracterizado por um aumento do desemprego, decorrente do ajustamento estrutural da economia portuguesa. No entanto, os resultados do inquérito ao emprego do INE para o segundo trimestre de 2013 revelam uma descida em cadeia da taxa de desemprego de 1,3 p.p. para 16,4%, explicada pela descida do número de pessoas desempregadas. Em termos homólogos, a taxa de desemprego subiu 1,4 p.p. devido à redução da população ativa e ao aumento da população desempregada. No que diz respeito ao desemprego de longa duração, a taxa situou-se em 10,2% no segundo trimestre de 2013, abaixo do valor do trimestre anterior (em 0,2 p.p.), mas acima do registado no período homólogo (em 2,2 p.p.). Quanto ao desemprego jovem, a respetiva taxa atingiu 37,1% no segundo trimestre de 2013, menos 5 p.p. do que trimestre precedente e mais 1,6 p.p. que no período homólogo. No segundo trimestre de 2013, a população ativa aumentou ligeiramente quando comparada com o trimestre anterior, mas caiu em termos homólogos, verificando-se, em particular, uma redução da população ativa dos 15 aos 34 anos.
Gráfico I.1.10. Taxa de desemprego (%) Gráfico I.1.11. Expectativas de emprego – próximos 3 meses (SRE, MM3)

Fonte: INE. Fonte: INE.
Paralelamente, os dados disponibilizados pelo IEFP, demonstram que o desemprego registado tem vindo a reduzir-se entre fevereiro e agosto de 2013.
De acordo com o inquérito do INE aos empresários, o indicador das expectativas de emprego para os próximos 3 meses, designadamente na indústria, apresenta uma trajetória crescente em 2013, o que poderá antecipar uma melhoria no mercado de trabalho. Preços A taxa de variação homóloga do IPC situou-se em 0,3% no terceiro trimestre de 2013. Esta variação corresponde a menos 2,6 p.p. que no período homólogo. Durante os primeiros três trimestres de 2013, o IHPC em Portugal cresceu a um ritmo inferior ao verificado nos países da área do euro. A taxa de inflação média em 2013, medida pelo IPC, deverá situar-se em 0,6%, num contexto de fraca dinâmica da procura interna e com alguma heterogeneidade de variações entre classes de bens e serviços. Esta diminuição da taxa de inflação média reflete o esbatimento dos efeitos base do aumento da tributação e dos preços regulados, que foi significativo em 2011 e 2012 mas residual em 2013. 0 , 0
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T a x a d e d e s e m p r e g o a n u a l
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Quadro I.1.4. IPC e IHPC (taxas de variação homóloga, em %)

Fontes: INE e EUROSTAT.

Produtividade e Competitividade Após um crescimento homólogo positivo de 1,1% da produtividade do trabalho em 2012, verificaram-se novos ganhos no primeiro semestre de 2013, refletindo uma redução do PIB menos significativa do que a do emprego.
Quadro I.1.5. Produtividade, salários e custos do trabalho (taxas de variação homóloga, em %)

Nota: * Deflacionada pelo IHPC.
Fontes INE e CE.
Os custos do trabalho por unidade produzida (CTUP) registaram uma variação de 2,4% no primeiro semestre de 2013 em termos homólogos, explicada por um aumento de 3,4% das remunerações nominais por trabalhador remunerado, o qual foi parcialmente compensado pelo crescimento da produtividade em 1%, medida pelo PIB real por unidade de trabalho. No entanto, esta evolução reflete igualmente pagamentos por duodécimos do sector público e privado em 2013. É ainda de destacar a evolução favorável da taxa de câmbio efetiva real, que sustenta também a melhoria da competitividade da economia portuguesa.
No primeiro semestre de 2013, verificou-se igualmente uma significativa melhoria dos termos de troca no mercado de bens, que, ao coincidir com o ganho de quotas de mercado por parte das exportações, indicia uma subida na cadeia de valor da produção nacional.
I II III IV I II III IV I II III
IP C T o t a l 1 , 4 3 , 7 2 , 8 3 , 7 3 , 7 3 , 2 3 , 9 3 , 4 2 , 8 2 , 9 2 , 0 0 , 2 0 , 6 0 , 3
B e n s 1 , 7 4 , 4 2 , 5 4 , 5 4 , 4 3 , 7 4 , 9 3 , 6 2 , 6 2 , 7 1 , 3 - 0 , 3 0 , 5 0 , 0
A l i m e n t a r e s 0 , 7 2 , 9 2 , 8 4 , 1 3 , 5 1 , 5 2 , 4 2 , 6 1 , 9 3 , 7 3 , 0 2 , 5 3 , 8 2 , 5
E n e r g é t i c o s 9 , 5 1 2 , 7 9 , 6 1 3 , 2 1 1 , 7 1 1 , 0 1 4 , 9 1 1 , 5 1 0 , 1 1 1 , 5 5 , 5 1 , 5 - 1 , 0 - 1 , 3
S e r v i ç o s 1 , 0 2 , 5 3 , 1 2 , 5 2 , 8 2 , 5 2 , 4 3 , 1 3 , 2 3 , 3 3 , 0 1 , 0 0 , 8 0 , 7
IP C S u b j a c e n t e 0 , 3 2 , 3 1 , 5 2 , 1 2 , 5 2 , 1 2 , 3 2 , 1 1 , 6 1 , 2 1 , 2 - 0 , 2 0 , 5 0 , 3
IH P C P o r t u g a l 1 , 4 3 , 6 2 , 8 3 , 7 3 , 7 3 , 1 3 , 8 3 , 3 2 , 8 3 , 0 2 , 0 0 , 4 0 , 8 0 , 4
IH P C á r e a d o e u r o 1 , 6 2 , 8 2 , 5 2 , 5 2 , 8 2 , 8 3 , 0 2 , 7 2 , 5 2 , 5 2 , 3 1 , 9 1 , 4 1 , 2
D i f e r e n c i a l ( p . p . ) - 0 , 2 0 , 8 0 , 3 1 , 1 0 , 9 0 , 3 0 , 8 0 , 7 0 , 3 0 , 4 - 0 , 3 - 1 , 4 - 0 , 6 - 0 , 8
2010 2011 2012
2011 2012 2013
I II III IV I II III IV I II
P r o d u t i v i d a d e ( V H , % ) 0 , 3 1 , 1 1 , 5 0 , 2 - 0 , 8 0 , 4 3 , 5 0 , 3 1 , 7 - 1 , 2 0 , 3 1 , 6
R e m u n e r a ç õ e s m é d i a s ( V H , % ) - 0 , 5 - 1 , 9 0 , 3 - 0 , 6 - 1 , 4 - 0 , 3 0 , 3 - 4 , 6 0 , 7 - 4 , 0 4 , 1 2 , 7
C u s t o s d e T r a b a l h o p o r U n i d a d e P r o d u z i d a ( V H , % ) - 0 , 8 - 2 , 9 - 1 , 1 - 0 , 8 - 0 , 6 - 0 , 8 - 3 , 1 - 4 , 9 - 1 , 0 - 2 , 8 3 , 8 1 , 1
T e r m o s d e t r o c a - B e n s e S e r v i ç o s ( V H , % ) - 1 , 7 0 , 0 - 2 , 4 - 1 , 5 - 1 , 5 - 1 , 3 - 0 , 3 0 , 1 - 0 , 4 0 , 8 2 , 2 2 , 2
T e r m o s d e t r o c a - B e n s ( V H , % ) - 1 , 0 0 , 2 - 1 , 5 - 0 , 8 - 0 , 8 - 1 , 1 - 0 , 4 0 , 2 - 0 , 1 1 , 2 2 , 3 2 , 8
T e r m o s d e t r o c a - S e r v i ç o s ( V H , % ) - 1 , 4 - 0 , 5 - 2 , 1 - 1 , 2 - 1 , 7 - 0 , 7 - 0 , 1 - 0 , 1 - 1 , 2 - 0 , 5 1 , 0 - 1 , 4
T a x a d e C â m b i o e f e t i v a r e a l * 1 , 0 - 1 , 2 - 0 , 2 1 , 9 1 , 3 1 , 0 0 , 2 - 1 , 3 - 1 , 9 - 1 , 6 - 1 , 1 0 , 3
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Contas Externas Durante o primeiro semestre de 2013, as exportações portuguesas de bens e serviços cresceram a um ritmo superior ao verificado no semestre anterior (4,0% e 0,8% em termos reais, respetivamente), não obstantre a procura externa dirigida à economia portuguesa ter registado uma variação negativa (apesar de mais contida que no segundo semestre de 2012), sendo possível a Portugal alcançar ganhos significativos de quota de mercado que reforçam o valor positivo acumulado desde o início de 2012. Acrescentase que a evolução dos termos de troca foi positiva, especialmente beneficiada pelo desempenho negativo do deflator das importações.
Quadro I.1.6. Quotas de mercado e termos de troca

Fontes: INE, Eurostat, BEA, IBGE e OMC.
Esta evolução refletiu-se no desempenho da balança comercial, onde a balança de serviços tem vindo a reforçar continuadamente o seu excedente, e a componente de bens registou um ajustamento positivo assinalável. Gráfico I.1.12. Evolução dos termos de troca (vh, %) Gráfico I.1.13. Evolução da quota de mercado de bens e Serviços (vh, %) Fonte: INE. Fontes: INE, Eurostat, BEA, IBGE e OMC.
De facto, no primeiro semestre de 2013, o saldo da balança de serviços alcançou um excedente de 3,8 mil milhões de euros, superior em 0,5 mil milhões ao registado em igual período de 2012. Comparando com o segundo semestre de 2012, o crescimento foi de 13,9%. O contributo mais relevante para esta melhoria foi o da componente de viagens e turismo (6,1 p.p.), seguido pelos transportes (3,0 p.p.). Analisando a composição das exportações de serviços, verifica-se que o valor combinado das viagens e turismo, transportes e comunicação representou, em 2012, 75% do valor exportado, proporção esta que se tem verificado de forma consistente ao longo dos últimos anos e que se mantém, de acordo com a informação do Banco de Portugal para o primeiro semestre de 2013. Deve-se no entanto destacar o crescente papel dos transportes que, em 2001 representavam 16,6% do total e alcançaram uma proporção de 30,3% no primeiro semestre do ano corrente, decorrente da crescente importância das exportações por via dos portos e transportes terrestres. I II III IV I II
Q u o t a d e M e r c a d o ( B &S ) p . p . 3 , 5 4 , 9 1 0 , 1 5 , 0 2 , 9 1 , 3 2 , 9 6 , 1
E x p o r t a ç õ e s ( V o l u m e , % ) 6 , 9 3 , 2 8 , 0 3 , 2 1 , 5 0 , 2 0 , 7 7 , 3
P r o c u r a E x t e r n a ( V o l u m e , % ) 3 , 3 - 1 , 6 - 1 , 9 - 1 , 7 - 1 , 3 - 1 , 1 - 2 , 1 1 , 1
T e r m o s d e T r o c a ( B &S ) p . p . - 1 , 7 0 , 0 - 0 , 3 0 , 1 - 0 , 4 0 , 8 2 , 2 2 , 2
D e f l a t o r d a s E x p o r t a ç õ e s ( % ) 5 , 5 1 , 4 1 , 4 1 , 2 1 , 4 1 , 7 0 , 4 - 0 , 9
D e f l a t o r d a s Im p o r t a ç õ e s ( % ) 7 , 3 1 , 4 1 , 8 1 , 0 1 , 9 0 , 9 - 1 , 7 - 3 , 1 2011 2012
2012 2013
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2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
V a r i a ç ã o A c u m u l a d a d o s T e r m o s d e T r o c a ( 2 0 0 1 Q 1 )
E x p o r t a ç õ e s d e B e n s ( v o l u m e , m m 3 )
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3 0 , 0
4 0 , 0
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2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
V a r . A c u m u l a d a - Q u o t a d e M e r c a d o ( e i x o e s q . )
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Gráfico I.1.14. Composição das exportações de serviços (%) Gráfico I.1.15. Exportações comunitárias e extracomunitárias (vh, %) Fonte: BdP. Fonte: INE.
O processo de ajustamento da economia portuguesa foi particularmente evidente na redução do défice da balança de bens. No primeiro semestre de 2013, a balança de bens registou um saldo negativo de 1,2 mil milhões de euros, 22,9% inferior ao de igual período do ano anterior.
Analisando a decomposição por tipo de produto exportado, destaca-se o peso crescente dos combustíveis que, no primeiro semestre, representavam já 10,6% do total (8,3% em 2012) e cuja taxa de cobertura foi no mesmo período de 46,3% (32,4% em 2012). De facto, no semestre corrente, as exportações de combustíveis foram 27,9% superiores às de igual período do ano anterior, seguidas do crescimento dos produtos agrícolas (5,3%), químicos (5,0%), plásticos e borracha (4,8%) e acompanhadas por uma quebra de 9,4% dos veículos e outro material de transporte.
Quadro I.1.7. Decomposição das exportações em valor por grupo de produto (%)
Fonte: INE.
Considerando a decomposição por destino, destaca-se o crescimento homólogo das exportações extracomunitárias no primeiro semestre de 2013 em 8,7% (que compara com 1,0% nas exportações intracomunitárias). Deste conjunto é de realçar o forte crescimento nas exportações para o Brasil (10,5%), os PALOP (6,7%) e a Turquia (6,0%), que contrasta com o decréscimo das exportações para a China (-24,6%), explicado também pelo forte aumento observado em 2012. No primeiro semestre de 2013, no mercado intracomunitário, a taxa de cobertura no comércio com a Alemanha foi de 89,1% e com a França de 147,6% (que comparam com 87,5% e 144,2% respetivamente, em 2012). Neste conjunto, as exportações para Espanha e Países Baixos foram as que evoluíram mais favoravelmente. 0%
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40%
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2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
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Vi ag en s e T ur is m o
T ra ns po rt es e C om un ic aç ão
Se gu ro s , F in an c ei ro s , I nf or m aç ão e I nf or m át ic a
C on s t ru ç ão
Pe s s oa l, C ul t ur al , G ov er na m en t al e D ire it os de U t iliz aç ão
O ut ro s Se rv iç os F or ne c id os po r Em pr es as
0%
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E x p . E x t r a E x p . I n t r a P e s o d o m e r c . e x t r a ( e i x o d t a . )
2008 2010 2012
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2008 2010 2012
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j a n - j u n h o 2013
G r u p o s d e P r o d u t o s M á q u i n a s , A p a r e l h o s 1 9 , 3 1 4 , 9 1 5 , 3 1 4 , 8 5 8 , 8 5 8 , 6 8 3 , 7 8 9 , 0 0 , 8 - 6 , 3 1 0 , 7 0 , 2
V e íc u l o s e O . M . T r a n s p o r t e 1 2 , 2 1 2 , 4 1 1 , 6 1 1 , 2 6 0 , 4 5 6 , 6 1 1 0 , 5 1 1 0 , 4 2 , 7 - 2 2 , 2 5 , 3 - - 9 , 4
C o m b u s t ív e i s 5 , 6 6 , 7 8 , 3 1 0 , 6 2 0 , 9 2 9 , 6 3 2 , 4 4 6 , 3 2 5 , 1 5 9 , 5 2 2 , 5 2 7 , 9
M e t a i s C o m u n s 8 , 6 7 , 9 8 , 2 8 , 0 5 6 , 1 6 4 , 5 8 6 , 8 8 5 , 0 0 , 2 - 1 7 , 3 8 , 8 0 , 2
P l á s t i c o s e B o r r a c h a 5 , 9 6 , 9 6 , 9 6 , 9 7 5 , 8 8 6 , 2 9 9 , 9 1 0 1 , 0 0 , 5 2 7 , 7 7 , 2 4 , 8
Q u ím i c o s 4 , 8 5 , 0 5 , 6 5 , 6 3 4 , 4 3 2 , 2 4 1 , 2 4 4 , 5 4 , 8 1 7 , 1 3 , 5 5 , 0
V e s t u á r i o 6 , 4 6 , 0 5 , 4 5 , 2 1 5 0 , 5 1 2 9 , 5 1 5 7 , 8 1 7 0 , 2 5 , 7 - 3 , 0 0 , 2 0 , 2
A g r íc o l a s 5 , 0 5 , 3 5 , 4 5 , 1 3 2 , 8 3 6 , 1 4 0 , 5 3 8 , 7 2 5 , 0 1 4 , 1 5 , 9 5 , 3
P e s o n a s E x p o r t a ç õ e s T a x a d e Co b e r t u r a T a x a d e Cr e s c i m e n t o H o m ó l o g o

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Quadro I.1.8. Decomposição das exportações em valor por destino (%)

Fonte: INE.
Balança de Pagamentos A partir de 2008 – ano em que as necessidades líquidas de financiamento da economia portuguesa atingiram o valor mais elevado desde 1995 (11,4% do PIB) – e particularmente a partir de 2011, assistiu-se a uma melhoria substancial do saldo conjunto da balança corrente e de capital. Após um défice de 5,6% em 2011, verificou-se, em 2012, um excedente de 0,2% do PIB, o primeiro excedente nas últimas duas décadas. Já no primeiro semestre de 2013, registou-se um saldo positivo equivalente a 1,6% do PIB ou 1,3 mil milhões de euros, demonstrando que o processo de ajustamento face ao exterior se intensificou.
Quadro I.1.9. Balança de pagamentos (milhões de euros)
Fonte: INE.
Analisando as diferentes balanças que contribuíram para esta evolução, verifica-se que, à exceção da balança de capital, todas contribuíram para a evolução favorável das contas externas durante o primeiro semestre de 2013. No entanto, é de notar o contributo especialmente positivo proveniente da evolução do saldo das balanças de bens e de serviços e da balança de rendimentos.
Gráfico I.1.16. Balança corrente e de capital (% PIB) Gráfico I.1.17. Ajustamento da balança corrente (milhões de euros) Fonte: INE.
2008 2010 2012
j a n - j u n h o 2013
2008 2010 2012
j a n - j u n h o 2013
2008 2010 2012
j a n - j u n h o 2013
I n t r a c o m u n i t á r i a s 7 5 , 5 7 5 , 0 7 1 , 1 7 0 , 9 6 0 , 2 6 3 , 8 7 9 , 8 8 5 , 1 - 2 , 1 1 5 , 4 0 , 9 1 , 0
E s p a n h a 3 7 , 5 3 5 , 4 3 1 , 6 3 3 , 1 5 4 , 7 5 4 , 8 5 6 , 7 6 4 , 2 1 , 4 - 1 3 , 2 4 , 7 - 6 , 8
A l e m a n h a 1 7 , 1 1 7 , 4 1 7 , 4 1 6 , 9 5 7 , 6 6 0 , 5 8 7 , 5 8 9 , 1 0 , 1 - 1 6 , 5 3 , 3 - - 4 , 4
F r a n ç a 1 5 , 8 1 5 , 7 1 6 , 6 1 6 , 6 8 8 , 1 1 0 4 , 8 1 4 4 , 2 1 4 7 , 6 5 , 0 - 1 0 , 3 2 , 7 - 0 , 4
It á l i a 5 , 0 5 , 1 5 , 2 4 , 9 4 1 , 5 4 3 , 0 5 6 , 4 5 7 , 5 9 , 4 - 1 7 , 4 5 , 6 - 1 , 2
P a ís e s B a i x o s 4 , 4 5 , 1 5 , 8 5 , 7 4 2 , 2 4 7 , 9 6 9 , 1 7 0 , 2 3 , 6 - 2 2 , 4 1 2 , 0 4 , 8
E x t r a c o m u n i t á r i a s 2 5 , 6 2 5 , 0 2 8 , 9 2 9 , 1 6 1 , 4 6 6 , 4 8 2 , 6 8 6 , 7 1 3 , 4 1 7 , 7 1 9 , 5 8 , 7
P A L O P 2 7 , 0 2 6 , 3 2 7 , 6 2 4 , 9 5 9 5 , 3 4 0 1 , 9 1 9 9 , 9 1 0 6 , 2 2 9 , 9 9 , 1 - 2 4 , 0 6 , 7
C h i n a 1 , 9 2 , 6 5 , 9 4 , 8 1 3 , 7 1 4 , 9 5 6 , 6 4 9 , 2 1 , 6 6 , 0 9 6 , 1 - 2 4 , 6
B r a s i l 3 , 2 4 , 8 5 , 2 4 , 6 2 3 , 5 4 2 , 1 4 9 , 6 8 8 , 9 2 3 , 9 4 9 , 5 1 6 , 4 1 0 , 5
E U A 1 3 , 5 1 4 , 4 1 4 , 2 1 4 , 1 1 3 0 , 0 1 5 7 , 3 1 9 4 , 0 2 2 8 , 3 2 5 , 0 - 3 1 , 1 2 4 , 6 5 , 2
T u r q u i a 2 , 2 2 , 9 2 , 7 3 , 0 6 0 , 0 8 3 , 1 3 3 1 , 4 1 0 8 , 0 2 , 1 - 3 2 , 0 1 8 , 2 6 , 0 P e s o n a s E x p o r t a ç õ e s T a x a d e C o b e r t u r a T a x a d e C r e s c i m e n t o H o m ó l o g o
I II III IV I II
B a l a n ç a d e P a g a m e n t o s ( S a l d o s , M € )
B a l a n ç a Co r r e n t e e d e Ca p i t a l - 9 , 5 8 8 301 - 1 , 3 2 7 216 - 3 9 1 , 4 5 1 266 1 , 2 6 6
B a l a n ç a d e C a p i t a l 2 , 5 3 4 3 , 4 1 0 753 508 783 1 , 3 6 5 473 593
B a l a n ç a C o r r e n t e - 1 2 , 2 5 8 - 3 , 1 8 7 - 2 , 0 9 9 - 2 9 4 - 9 2 7 133 - 2 4 2 630
B a l a n ç a d e B e n s e S e r v i ç o s - 7 , 4 7 8 - 1 , 0 0 4 - 7 0 7 77 - 1 1 4 - 2 5 9 459 606
B a l a n ç a d e B e n s - 1 3 , 2 4 8 - 7 , 6 8 6 - 2 , 3 7 0 - 1 , 5 9 7 - 1 , 8 7 6 - 1 , 8 4 3 - 1 , 4 5 5 - 1 , 2 8 9
B a l a n ç a d e S e r v i ç o s 5 , 7 7 0 6 , 6 8 2 1 , 6 6 3 1 , 6 7 4 1 , 7 6 2 1 , 5 8 4 1 , 9 1 3 1 , 8 9 6
B a l a n ç a d e R e n d i m e n t o s - 6 , 2 3 0 - 4 , 0 2 6 - 1 , 8 2 1 - 7 3 6 - 1 , 1 9 4 - 2 7 5 - 1 , 1 3 7 - 5 8 8
B a l a n ç a d e T r a n s f e r ê n c i a s C o r r e n t e s 1 , 4 5 0 1 , 8 4 2 430 365 381 667 437 612 2011 2012
2012 2013
- 20
- 15
- 10
- 5
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5
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B a l . B e n s B a l . S e r v i ç o s
B a l . R e n d i m e n t o s B a l . T r a n s f . C o r r e n t e s
B a l a n ç a d e C a p it a l B a l a n ç a C o r r e n t e e d e C a p i t a l
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- 2 0 0 0
0
2 0 0 0
4 0 0 0
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3 I II
B a l . B e n s B a l . S e r v i ç o s
B a l . R e n d i m e n t o s B a l . T r a n s f . C o r r e n t e s
B a l a n ç a C o r r e n t e

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Outro indicador relevante para a avaliação da sustentabilidade das responsabilidades financeiras externas da economia portuguesa é a posição de investimento internacional. Após as melhorias registadas entre 2010 e 2011, registou-se um acréscimo na posição devedora líquida em 2012, a qual atingiu os 116,7% do PIB. No primeiro semestre de 2013, a posição de investimento internacional foi mais negativa face a igual período do ano anterior, mas no sector privado registou-se uma melhoria de cerca de 12%. Gráfico I.1.18. Posição de investimento internacional (% PIB)

Fontes: BdP e INE. Mercados Financeiros em Portugal Em linha com as exigências da supervisão para os rácios de solvabilidade dos bancos e com a necessidade de ajustamento dos balanços das empresas não financeiras e famílias, o crédito concedido ao sector privado continuou a registar variações negativas em todos os segmentos.
Quadro I.1.10. Agregados de crédito bancário em Portugal (variação anual, em %)

Nota: As taxas de variação anual são calculadas com base na relação entre saldos de empréstimos bancários em fim de mês, ajustados de operações de titularização.
Fonte: BdP.
De facto, tem-se vindo a assistir a uma redução dos empréstimos bancários concedidos ao sector privado não financeiro, cuja taxa de variação anual diminuiu para -4,7%, em média, no conjunto dos sete primeiros meses de 2013 (-4,5%, em média, no ano de 2012). Esta tendência foi comum quer às sociedades não financeiras quer aos particulares, destacando-se para o último caso uma quebra mais pronunciada no crédito ao consumo. Contudo, no caso das sociedades não financeiras, desde o final de 2012 tem-se assistido a um abrandamento da contração do crédito obtido em Portugal - mais significativo nos empréstimos de 1 a 5 anos - contrariamente à evolução registada para a área do euro, cuja tendência tem sido a de uma deterioração neste segmento de empréstimos. A menor contração registada na concessão de empréstimos em Portugal a sociedades não financeiras foi extensível à maioria dos sectores, com exceção da construção, alojamento e restaurantes, indústrias extrativas e atividades de informação e comunicação, os quais apresentaram uma diminuição mais intensa. - 125
- 100
- 75
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2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
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2 I II III
IV
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3 I II
A P 's A u t o r i d a d e M o n e t á r ia
O u t r a s I n s t i t u i ç õ e s F i n a n c e i r a s O u t r o s S e c t o r e s R e s id e n t e s
d e z -1 2 j a n -1 3 f e v -1 3 m a r- 1 3 a b r- 1 3 m a i -1 3 j u n -1 3 j u l -1 3 a g o -1 3
E m p ré s t i m o s a o s e ct o r p ri v a d o n ã o f i n a n ce i ro -5 , 3 -5 , 1 -5 , 1 -4 , 6 -4 , 6 -4 , 6 -4 , 5 -4 , 5 : S o ci e d a d e s n ã o f i n a n ce i ra s -6 , 6 -6 , 1 -6 , 2 -5 , 0 -5 , 0 -4 , 8 -4 , 7 -4 , 8 : P a rt i cu l a re s -4 , 3 -4 , 3 -4 , 3 -4 , 3 -4 , 4 -4 , 3 -4 , 3 -4 , 4 -4 , 3 p a r a h a b i ta ç ã o -3 , 6 -3 , 6 -3 , 6 -3 , 6 -3 , 7 -3 , 7 -3 , 8 -3 , 9 -3 , 8 p a r a c o n s u m o -9 , 4 -9 , 5 -9 , 2 -9 , 4 -9 , 1 -9 , 0 -8 , 6 -8 , 8 -8 , 0

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Gráfico I.1.19. Empréstimos a sociedades não financeiras (taxa de variação homóloga, em %) Gráfico I.1.20. Empréstimos a particulares (taxa de variação homóloga, em %)

Fontes: BCE e BdP.
Os empréstimos de cobrança duvidosa evoluíram no sentido ascendente em Portugal até agosto de 2013, particularmente no segmento das empresas não financeiras e famílias, e especialmente os empréstimos para consumo e outros fins. Com efeito, em agosto de 2013, o peso dos empréstimos de cobrança duvidosa subiu para 11,7% nas sociedades não financeiras (com destaque para os sectores da construção e do imobiliário), 12,2% no consumo e 12,8% nos outros fins (9,4%, 11,8% e 11,6%, respetivamente, em dezembro de 2012), tendo atingido níveis historicamente elevados. Em relação à materialização do risco de crédito para a habitação, o peso dos empréstimos de cobrança duvidosa tem-se mantido relativamente estável, continuando a apresentar níveis de incumprimento contidos, situando-se em 2,2% em agosto de 2013. Para este resultado tem contribuído o nível relativamente baixo das taxas de juro, evitando subidas substanciais da prestação média nos contratos deste segmento. Com efeito, prosseguindo a evolução registada em 2012, as taxas de juro do crédito têm vindo a evoluir no sentido descendente, tendência particularmente acentuada para o crédito à habitação, cuja taxa de juro média desceu para 1,5% em agosto de 2013, representando um recuo de 50 p.b. face ao mesmo mês de 2012. Quanto às taxas de juro dos empréstimos concedidos às empresas não financeiras, estas situaram-se em torno de 4,4% em agosto de 2013 (-34 p.b. face ao mesmo mês de 2012) mas tendo apenas diminuído muito lentamente face aos valores do início do ano. Esta situação resultou na manutenção do spread entre as taxas de juro dos empréstimos e a Euribor a 6 meses num nível elevado (cerca de 4,1 p.p.) associada, em parte, à continuação das restrições de balanço dos bancos e à perceção de um maior risco empresarial. Gráfico I.1.21. Taxas de juro de empréstimos (valores médios, fim de período, em %) Gráfico I.1.22. Spread das taxas de juro de empréstimos a sociedades não financeiras (p.p.) Fontes: BCE e Banco de Portugal. O Spread resulta da diferença entre taxa de Juro de empréstimos e Euribor a 6 meses. - 9 , 0
- 6 , 0
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0 , 0
3 , 0
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H a b i t a ç ã o C o n s u m o e o u t r o s f i n s E m p r e s a s
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Apesar da evolução descendente, as taxas de juro dos novos empréstimos concedidos às empresas não financeiras em Portugal têm permanecido bastante acima da média da área do euro, devido à ocorrência em simultâneo de vários fatores: i) o ajustamento na economia portuguesa refletiu-se na situação financeira de muitas empresas, na qualidade do crédito e no aumento significativo da perceção de risco por parte dos bancos aumentando-lhes as suas imparidades; ii) o balanço dos bancos portugueses continuou a ser afetado pelos efeitos de operações conduzidas no passado, tanto do lado do ativo como do passivo, as quais contribuíram para que o custo de financiamento permanecesse elevado face à rendibilidade dos ativos geradores de juros (os juros dos depósitos permaneceram elevados durante vários anos; enquanto os juros dos empréstimos para aquisição de habitação concedidos antes do início da crise financeira apresentaram taxas de juro inferiores ao custo de financiamento atual dos bancos contribuindo negativamente para a sua margem financeira); iii) a diminuição acentuada dos empréstimos dos bancos estrangeiros, conduzindo a uma potencial diminuição do poder negocial das empresas junto dos bancos.
Com efeito, em agosto de 2013, a taxa de juro de novos empréstimos a sociedades não financeiras em Portugal até um milhão e acima de um milhão de euros situou-se em 6,4% e em 4,9%, respetivamente (2,7 p.p. acima da média da área do euro nos dois casos). As taxas praticadas em Portugal têm associado spreads face à Euribor a 3 meses de 620 e 467 p.b., respetivamente, enquanto na área do euro os spreads correspondentes situam-se em 346 e 194 p.b.. Gráfico I.1.23. Taxas de juro de novos empréstimos acima de 1 milhão de euros (%) Gráfico I.1.24. Taxas de juro de novos empréstimos até 1 milhão de euros (%) Fonte: BCE. Porém, é de referir que a melhoria da perceção do risco do Estado e dos bancos deverá estar a começar a repercutir-se, ainda que de forma ténue, nas condições de oferta de crédito ao sector privado não financeiro. Esta conclusão é também evidenciada pelo último inquérito sobre o mercado de crédito conduzido pelo Banco de Portugal (julho 2013), o qual indica uma ligeira diminuição da restritividade no que se refere aos empréstimos a pequenas e médias empresas durante o segundo trimestre de 2013. Apesar dos desenvolvimentos adversos observados desde finais de 2008, os bancos estão hoje em melhores condições para financiar a economia, atendendo às maiores exigências de capital próprio. As medidas tomadas pelas autoridades monetárias, nomeadamente pelo BCE, permitiram melhorar a posição de liquidez. Para além disso, os bancos reduziram significativamente o grau de alavancagem e procederam a aumentos dos seus níveis de capital. De facto, os níveis de capitalização do sistema bancário voltaram a melhorar em 2012, prosseguindo a tendência evidenciada desde 2008. No final de 2012, o rácio Core Tier 1 do sistema bancário situou-se em 11,5% (ultrapassando o limite mínimo de 10% fixado no âmbito do Programa de Ajustamento), representando uma melhoria de quase 2 p.p. face a 2011 (9,6%). Por seu turno, o rácio médio de crédito sobre depósitos dos oito principais grupos bancários reduziu-se para cerca de 120% no final de 2012 (representando uma diminuição de quase 40 p.p. face ao máximo observado em junho de 2010). 1 , 0 0
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25 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013

No mercado de capitais, após a valorização de quase 3% em 2012, o índice PSI-20 continuou a acelerar nos últimos meses, em linha com o verificado nos principais mercados bolsistas internacionais. Assim, a expectativa de recuperação da economia da área do euro aliada à orientação mais acomodatícia da política monetária da Reserva Federal dos EUA e do BCE foram fatores que contribuíram para a mais recente recuperação dos índices bolsistas internacionais. Note-se que a política monetária tem sido caracterizada pela manutenção das taxas de juro oficiais em níveis baixos durante um período de tempo alargado, em conjugação com a continuação de operações de política monetária não convencionais por parte dos bancos centrais. No final de setembro de 2013, os índices PSI-20, Dow Jones e Euro Stoxx50 subiram em 5%, 15% e 10% em termos acumulados, respetivamente, face ao final do ano de 2012 (2,9%, 7,3% e 13,8%, respetivamente, no ano de 2012).
Gráfico I.1.25. Desempenho comparativo dos índices bolsistas (setembro 2009 = 100, fim de período)
Fontes: CMVM e IGCP.

I.2. Perspetivas para 2014 I.2.1. Hipóteses Externas para 2014 Para 2014, prevê-se uma recuperação da procura externa relevante1 para Portugal, em consequência da melhoria da atividade económica dos principais parceiros comerciais, com reflexos na evolução das suas importações. Antecipa-se a manutenção das taxas de juro de curto prazo num nível baixo, bem como uma diminuição do preço do petróleo após a subida verificada na segunda metade de 2013, e uma ligeira depreciação do euro face ao dólar. O quadro seguinte resume as hipóteses externas subjacentes ao cenário macroeconómico. 1 Procura externa relevante: cálculo efetuado pelo Ministério das Finanças com base nas previsões do crescimento real das importações dos principais parceiros comerciais de Portugal ponderadas pelo peso que esses países representam nas exportações portuguesas.
50
70
90
110
130
150
170
s
e
t09
d
e
z
09
m
a
r
10
ju
n
10
s
e
t10
d
e
z
10
m
a
r
11
ju
n
11
s
e
t11
d
e
z
11
m
a
r
12
ju
n
12
s
e
t12
d
e
z
12
m
a
r
13
ju
n
13
s
e
t13
PSI - 20 D J E u r o S t o xx 5 0 D O W JO N E S

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Quadro I.2.1. Enquadramento internacional – principais hipóteses Nota: (P) previsão; (a) Euribor a três meses.
Fonte: Ministério das Finanças.
O crescimento da procura externa relevante para Portugal em 2014 encontra-se em linha com a retoma da economia mundial e, em particular, com a recuperação da economia da área do euro, onde se encontram os principais parceiros da economia portuguesa (Espanha, Alemanha, França e Itália), assim, o PIB da área do euro deverá apresentar um crescimento de 1%, interrompendo a quebra registada nos dois anos precedentes. Neste domínio, é de evidenciar, que no segundo trimestre de 2013, se assistiu já a uma forte recuperação das importações de Espanha, Alemanha, França e a uma melhoria do Reino Unido e da Itália. Quadro I.2.2. PIB e importações (v.h. real, %)

Fontes: Eurostat e Institutos de estatística nacionais. Previsões para 2013 e 2014 são do FMI, World Economic Outlook, outubro de 2013. I.2.2. Cenário Macroeconómico O cenário macroeconómico atual reflete a informação das Instituições Internacionais envolvidas nos oitavo e nono exames regulares do Programa de Ajustamento Económico, que decorreu entre 16 de setembro e 3 de outubro do corrente ano, bem como a informação mais recente relativa ao desenvolvimento da atividade económica a nível nacional e internacional e ainda as medidas constantes da Proposta de Orçamento do Estado para 2014. Neste contexto, para 2013, projeta-se uma contração do PIB de 1,8% em média anual. Em termos trimestrais, deverá continuar a reforçar-se a tendência de recuperação da atividade económica iniciada no segundo trimestre do ano. Esta estimativa é sustentada, não apenas pelos dados divulgados pelo INE no âmbito das Contas Nacionais Trimestrais, mas também pelos indicadores avançados e coincidentes de atividade económica divulgados por um conjunto variado de instituições, em conjugação com uma marcada melhoria dos indicadores qualitativos associados às expectativas dos agentes económicos.
A atual estimativa para o PIB em 2013 corresponde a uma revisão em alta em 0,5 p.p. face à estimativa apresentada em maio, no âmbito do Orçamento do Estado Retificativo para 2013 (OER2013). As novas estimativas são particularmente relevantes nas rubricas do consumo privado, cuja variação homóloga agora estimada é de -2,5% (+0,7 p.p.) e do contributo da procura externa líquida, que deverá situar-se em 1,9 p.p. do PIB (igual ao OER2013, mas com uma revisão em alta quer das exportações quer das importações).
Para o ano corrente, é ainda de destacar a revisão em baixa da taxa de desemprego, que deverá situarse em 17,4%, ao invés dos 18,2% estimados aquando do OER2013.
C r e s c i m e n t o d a p r o c u r a e x t e r n a r e l e v a n t e ( % ) MF 3 , 6 - 0 , 2 - 0 , 6 3 , 5
P r e ç o d o p e t r ó l e o B r e n t ( U S D / b b l ) N Y M E X 1 1 1 , 0 1 1 1 , 6 1 0 7 , 8 1 0 2 , 8
T a x a d e j u r o d e c u r t o p r a z o ( m é d i a a n u a l , % ) ( a ) B C E 1 , 4 0 , 6 0 , 2 0 , 4
T a x a d e c â m b i o d o E U R / U S D ( m é d i a a n u a l ) F M I 1 , 3 9 1 , 2 8 1 , 3 3 1 , 3 5
2013 ( p ) 2014 ( p )F o n t e 2011 2012
3 º T 4 º T 1 º T 2 º T 3 º T 4 º T 1 º T 2 º T
Á r e a d o E u r o - 0 , 6 - 0 , 7 - 1 , 0 - 1 , 2 - 0 , 6 - 0 , 4 1 , 0 - 1 , 0 - 1 , 1 - 0 , 8 - 1 , 8 0 , 0 0 , 4 3 , 9
E s p a n h a - 1 , 6 - 1 , 7 - 2 , 1 - 2 , 0 - 1 , 6 - 1 , 3 0 , 2 - 5 , 7 - 4 , 6 - 3 , 5 - 4 , 8 3 , 1 - 1 , 0 1 , 8
A l e m a n h a 0 , 7 0 , 9 0 , 3 - 0 , 3 0 , 5 0 , 5 1 , 4 1 , 4 1 , 1 0 , 0 - 0 , 5 0 , 8 3 , 1 7 , 4
F r a n ç a 0 , 0 0 , 0 - 0 , 3 - 0 , 5 0 , 4 0 , 2 1 , 0 - 1 , 1 - 0 , 7 - 0 , 2 - 0 , 8 0 , 7 0 , 7 2 , 7
It á l i a - 2 , 4 - 2 , 8 - 3 , 0 - 2 , 5 - 2 , 2 - 1 , 8 0 , 7 - 7 , 4 - 7 , 7 - 6 , 6 - 5 , 0 - 4 , 7 - 4 , 3 0 , 5
R e i n o U n i d o 0 , 1 0 , 0 - 0 , 2 0 , 2 1 , 3 1 , 4 1 , 9 3 , 1 4 , 1 1 , 9 0 , 5 1 , 9 - 0 , 1 2 , 0
2014 P
I m p o r t a ç õ e sP I B
2013 P 2014 P2012 20122012 2013 2012 2013 2013 P

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Quadro I.2.3. Principais indicadores (taxa de variação, %)

Legenda: (p) previsão.
Fontes: INE e Ministério das Finanças.
Para 2014, prevê-se um crescimento do PIB em 0,8%, em consequência de uma contribuição menos negativa da procura interna, bem como a manutenção do contributo positivo da procura externa líquida.
Este último contributo é menos relevante em 2014 do que em anos anteriores, fruto de uma aceleração das importações de bens e serviços em resposta à estabilização do consumo privado e ao crescimento do investimento (FBCF). Esta nova dinâmica da procura interna vem materializar a normalização da atividade económica. Dada a manutenção de um elevado crescimento das exportações, é de esperar que o ajustamento das contas externas continue: o saldo conjunto da balança corrente e de capital deverá fixar-se em 3,5% do PIB, aumentando a capacidade líquida de financiamento da economia portuguesa, e a balança corrente deverá atingir um excedente equivalente a 1,9% do PIB, reforçando assim o resultado de 2013.
A taxa de desemprego deverá situar-se nos 17,7%, acompanhada pela manutenção de uma produtividade aparente do trabalho positiva (apesar de em desaceleração) e uma queda do emprego inferior à registada em 2013. O aumento do desemprego previsto para 2014, ainda que em desaceleração face ao andamento registado desde 2011, é fruto da manutenção do processo de ajustamento económico e da consequente reafetação de recursos da estrutura produtiva dos sectores de bens não transacionáveis para os sectores de bens transacionáveis. No curto prazo, os custos desta reestruturação deverão continuar a penalizar o mercado de trabalho, que reage com maior desfasamento à recuperação da atividade económica. O consumo público, por sua vez, deverá diminuir em 2,8% no próximo ano, como resultado da continuação do processo de ajustamento da despesa pública.
Tal como mencionado anteriormente, prevê-se que o investimento apresente uma evolução positiva de 1,2%, resultante de uma melhoria do investimento empresarial, em conjunto com condições de financiamento mais favoráveis da economia portuguesa. O consumo privado deverá apresentar uma recuperação de 0,1% em 2014, após o ajustamento ocorrido nos últimos três anos. Esta variação ligeiramente positiva P I B e C o m p o n e n t e s d a D e s p e s a ( T a x a d e c r e s c i m e n t o h o m ó l o g o r e a l , % )
P I B - 1 , 3 - 3 , 2 - 1 , 8 0 , 8
C o n s u m o P r iv a d o - 3 , 3 - 5 , 4 - 2 , 5 0 , 1
C o n s u m o P ú b lic o - 5 , 0 - 4 , 7 - 4 , 0 - 2 , 8
In v e s t im e n t o ( F B C F ) - 1 0 , 5 - 1 4 , 3 - 8 , 5 1 , 2
E x p o r t a ç õ e s d e B e n s e S e r v iç o s 6 , 9 3 , 2 5 , 8 5 , 0
Im p o r t a ç õ e s d e B e n s e S e r v iç o s - 5 , 3 - 6 , 6 0 , 8 2 , 5
C o n t r i b u t o s p a r a o c r e s c i m e n t o d o P I B ( p o n t o s p e r c e n t u a i s )
P r o c u r a In t e r n a - 5 , 5 - 6 , 9 - 3 , 7 - 0 , 3
P r o c u r a E x t e r n a L íq u id a 4 , 2 3 , 8 1 , 9 1 , 1
E v o l u ç ã o d o s P r e ç o s
D e f la t o r d o P IB 0 , 3 - 0 , 3 1 , 9 0 , 9
IP C 3 , 7 2 , 8 0 , 6 1 , 0
E v o l u ç ã o d o M e r c a d o d e T r a b a l h o
E m p r e g o - 1 , 5 - 4 , 2 - 3 , 9 - 0 , 4
T a x a d e D e s e m p r e g o ( % ) 1 2 , 7 1 5 , 7 1 7 , 4 1 7 , 7
P r o d u t iv id a d e a p a r e n t e d o t r a b a lh o 0 , 1 1 , 0 2 , 2 1 , 2
S a l d o d a s B a l a n ç a s C o r r e n t e e d e C a p i t a l ( e m % d o P I B )
C a p a c id a d e / N e c e s s id a d e líq u id a d e f in a n c ia m e n t o f a c e a o e x t e r io r - 5 , 6 0 , 2 2 , 3 3 , 5
- S a ld o d a B a la n ç a C o r r e n t e - 7 , 2 - 1 , 9 0 , 5 1 , 9 d a q u a l S a ld o d a B a la n ç a d e B e n s - 7 , 7 - 4 , 7 - 2 , 6 - 1 , 7
- S a ld o d a B a la n ç a d e C a p it a l 1 , 6 2 , 1 1 , 8 1 , 5 2011 2012 2013 ( p )
2014 ( p )

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deverá ser sustentada, tendo em consideração que nos últimos anos se verificou uma trajetória ascendente da taxa de poupança, bem como uma redução do endividamento das famílias.
A inflação deverá atingir 1% em 2014, num contexto de ausência de tensões inflacionistas nos mercados internacionais de commodities. Esta ligeira subida da inflação de cerca de 0,4 p.p. face a 2013 traduzirá alguma maior pressão ascendente sobre os preços da melhoria da procura interna, e algum ganho de rentabilidade dos empresários, após anos consecutivos de contração das margens de lucro.

I.2.3. Previsões Macroeconómicas e Orçamentais de Entidades Internacionais O Programa de Ajustamento Económico tem subjacente uma monitorização regular da implementação das medidas que lhe são subjacentes. Assim, trimestralmente, são realizadas avaliações que, além de incidirem sobre o cumprimento das medidas, atualizam as projeções macroeconómica e orçamentais.
Este facto justifica o alinhamento entre as projeções realizadas pelo Governo, a CE e o FMI.
Deste modo, as divergências face às projeções publicadas por estas instituições decorrem somente da diferença no momento da sua divulgação. As atuais projeções subjacentes à proposta do OE2014 são consistentes com as das oitava e nona avaliações, e resultam quer da atualização das hipóteses externas, quer da incorporação de dados quantitativos e qualitativos divulgados até ao terceiro trimestre de 2013.
Quadro I.2.4. Previsões macroecómicas (taxa de variação, em %)

Nota: Ausência de dados refere-se à inexistência de previsão para a variável ou série não comparável.
Fonte: Ministério das Finanças; Comissão Europeia, The Economic Adjustment Programme for Portugal seventh review - Winter 2012/2013; OCDE, Economic Outlook, maio 2013; FMI, World Economic Outlook, outubro 2013 No caso específico da OCDE, as suas projeções são realizadas de forma autónoma das projeções das demais instituições. Nos indicadores orçamentais, é a organização internacional que apresenta as maiores divergências, nomeadamente nos saldos orçamentais, sendo a única entidade que prevê um défice primário para 2014, mas ao nível dos saldos estruturais é a instituição que apresenta os valores mais elevados, consequência de uma estimativa da componente cíclica mais negativa e de diferenças no apuramento das medidas temporárias. 2013 2014 2013 2014 2013 2014 2013 2014
P I B e C o m p o n e n t e s d a D e s p e s a ( e m t e r m o s r e a i s ) P I B - 1 , 8 0 , 8 - 2 , 3 0 , 6 - 2 , 7 0 , 2 - 1 , 8 0 , 8 C o n s u m o P r i v a d o - 2 , 5 0 , 1 - 3 , 5 0 , 1 - 4 , 0 - 1 , 5 : : C o n s u m o P ú b l i c o - 4 , 0 - 2 , 8 - 2 , 6 - 2 , 0 - 3 , 9 - 2 , 0 : : In v e s t i m e n t o ( F B C F ) - 8 , 5 1 , 2 - 7 , 7 2 , 5 - 1 0 , 6 - 0 , 7 : : E x p o r t a ç õ e s d B e n s e S e r v i ç o s 5 , 8 5 , 0 0 , 8 4 , 4 1 , 4 5 , 1 6 , 0 4 , 9 Im p o r t a ç õ e s d e B e n s e S e r v i ç o s 0 , 8 2 , 5 - 3 , 9 3 , 1 - 3 , 1 1 , 3 0 , 8 2 , 6
E v o l u ç ã o d o s P r e ç o s
IH P C 0 , 6 1 , 0 0 , 7 1 , 0 0 , 0 0 , 2 0 , 7 1 , 0
E v o l u ç ã o d o M e r c a d o d e T r a b a l h o
T a x a d e D e s e m p r e g o ( % ) 1 7 , 4 1 7 , 7 1 8 , 2 1 8 , 5 1 8 , 2 1 8 , 6 1 7 , 4 1 7 , 7
S a l d o s d a s B a l a n ç a s C o r r e n t e e d e C a p i t a l ( e m % d o P IB ) S a l d o d a B a l a n ç a C o r r e n t e 0 , 5 1 , 9 0 , 1 0 , 1 - 0 , 9 0 , 5 : :
MF
C o m i ssã o E u r o p e i a
O C D E F M I

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Quadro I.2.5. Previsões orçamentais (em % do PIB e do PIB potencial)

Fontes: Ministério das Finanças; FMI - World Economic Outlook, outubro 2013; CE - The Economic Adjustment Programme for Portugal seventh review - Winter 2012/2013, junho 2013; OCDE - Economic Outlook, maio 2013.

I.2.4. Análise de Riscos do Cenário Macroeconómico Riscos e Incertezas Num contexto de incerteza elevada quer a nível interno quer a nível internacional, as previsões da economia portuguesa para 2014 revestem-se de algum risco. Em termos internacionais, os principais riscos prendem-se com a possibilidade de um desempenho menos positivo do que o previsto para 2014 para a economia da área do euro, especialmente dos principais parceiros comerciais de Portugal, na medida em que influenciaria um desenvolvimento mais desfavorável da procura externa e teria assim consequências no crescimento económico pela via das exportações portuguesas. Adicionalmente, uma eventual intensificação da instabilidade financeira em algumas economias emergentes poderá determinar um crescimento económico mundial menos forte. Finalmente, existe um risco importante ao nível dos EUA, caso não exista acordo para a resolução de um plano orçamental de médio prazo, no sentido de elevar o limite da dívida pública e substituir a atual política de cortes imediatos de despesa pública. Outro risco externo, com implicações internas, prende-se com a possibilidade de aumentos adicionais do preço do petróleo, em resultado do agravamento das tensões geopolíticas no Médio Oriente e Norte de África. Mais especificamente, é importante referir que a área do euro, não obstante as melhorias alcançadas, continua vulnerável a tensões financeiras provocadas pela crise das dívidas soberanas e pelo sector bancário. De facto, em vários países da área do euro, o peso dos empréstimos de cobrança duvidosa tem vindo a aumentar, o que poderá ditar necessidades acrescidas de capital para muitos bancos. Assim, e apesar dos recentes progressos feitos no sentido de se consagrar uma supervisão bancária comum dentro da UE, poderão ser necessárias medidas adicionais para garantir a credibilidade da avaliação da qualidade dos ativos e dos testes de stress dos bancos, em 2014. Neste contexto, poderá ser necessário reforçar os apoios financeiros em caso de insuficiência de capitais próprios dos bancos europeus, o que poderá ter como consequência o aumento dos custos de financiamento das empresas, que tenderá a ser mais significativo nos países periféricos mais vulneráveis. Por outro lado, caso o impacto das medidas orçamentais restritivas na procura interna em alguns países da área do euro seja maior e não contrabalançado por um reforço da procura externa da mesma magnitude, a recessão económica desses países poderá ser intensificada. Assim, os principais riscos que se afiguram para a economia portuguesa são os seguintes: 1. A intensificação da crise da dívida soberana e o aumento da incerteza quanto à sua resolução, enquanto fatores que contribuem para uma deterioração dos níveis de confiança dos agentes económicos e para um aumento dos custos de financiamento. A concretização deste risco implica um menor dinamismo da procura interna na área do euro e favorece uma depreciação do euro em termos efetivos.
MF CE F M I O CD E MF CE F M I O CD E
S a l d o g l o b a l ( c r i t é r i o M a a s t r i c h t ) - 5 , 9 - 5 , 5 - 5 , 5 - 6 , 4 - 4 , 0 - 4 , 0 - 4 , 0 - 5 , 6
S a l d o p r i m á r i o - 1 , 6 - 1 , 1 - 1 , 4 - 2 , 1 0 , 3 0 , 4 0 , 1 - 1 , 0
S a l d o e s t r u t u r a l - 3 , 9 - 3 , 6 - 3 , 4 - 2 , 4 - 2 , 7 - 2 , 2 - 1 , 9 - 1 , 6
D ív i d a P ú b l i c a 1 2 7 , 8 1 2 2 , 9 1 2 3 , 6 1 2 7 , 7 1 2 6 , 6 1 2 4 , 2 1 2 5 , 3 1 3 2 , 1
2013 2014

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2. A intensificação dos efeitos adversos relacionados com a qualidade dos ativos dos bancos (stress bancário) a nível da área do euro como um todo, num contexto de baixo crescimento e de necessidade de reforço dos balanços desses bancos.
3. A nível interno, o processo de desalavancagem do sector bancário, se demasiado abrupto, terá repercussões no sector real da economia, via escassez de financiamento destinado às empresas e às famílias com consequências no crescimento da economia e do emprego. A este respeito, o Programa de Ajustamento prevê que o ritmo de desalavancagem possa ser ajustado para que o processo de ajustamento seja gradual e ordeiro.
Riscos Relacionados com as Hipóteses Externas: Preço do Petróleo, Taxa de Juro e Procura Externa Consideram-se três tipos de choques exógenos, face ao cenário base: um aumento de 20 USD no preço do petróleo, uma trajetória de taxas de juro de curto prazo mais elevada em 1 p.p. e uma diminuição da procura externa em 1 p.p..
No primeiro caso, a simulação revela uma quebra acentuada do PIB no ano do choque, com o correspondente impacto negativo no saldo conjunto das balanças corrente e de capital. Adicionalmente, assiste-se a uma variação em alta dos preços no consumidor, face ao cenário base, dado o impacto inflacionário do aumento do preço do petróleo.
A ligeira melhoria nas contas das Administrações Públicas é explicada pelo efeito da inflação na variação nominal das receitas e pelo efeito do PIB nominal.
Quadro I.2.6. Aumento do preço do petróleo em 20 USD
Fonte: Ministério das Finanças.
Gráfico I.2.1. Variação do preço do petróleo em 20 USD C e ná r i o B a s e
C e ná r i o A l t e r na t i v o
D i f e r e nc i a l
P I B r e a l - 1 , 8 0 , 8 0 , 1 - 0 , 7
P I B n o m i n a l 0 , 1 1 , 7 1 , 9 0 , 2
D e f l a t o r d o c o n s u m o p r i v a d o 0 , 6 1 , 0 2 , 6 1 , 6
S a l d o d a b a l a n ç a c o r r e n t e e d e c a p i t a l 2 , 3 3 , 5 2 , 9 - 0 , 6
S a l d o d a s a d m i n i s t r a ç õ e s p ú b l i c a s - 5 , 9 - 4 , 0 - 3 , 8 0 , 2
D í v i d a p ú b l i c a 1 2 7 , 8 1 2 6 , 7 1 2 6 , 2 - 0 , 4
T a x a d e d e s e m p r e g o 1 7 , 4 1 7 , 7 1 7 , 6 - 0 , 1
2013
2014
- 2 . 0
- 1 . 5
- 1 . 0
- 0 . 5
0 . 0
0 . 5
1 . 0
1 . 5
2 . 0
2013 2014
V
a
ri
a
ç
ã
o H
o
m
ó
lo
g
a (
%
)
P I B r e a l
C e n á r io B a se m a is 2 0 $ m e n o s 2 0 $
0 . 0
0 . 2
0 . 4
0 . 6
0 . 8
1 . 0
1 . 2
1 . 4
1 . 6
1 . 8
2 . 0
2013 2014
V
a
ri
a
ç
ã
o H
o
m
ó
lo
g
a (
%
)
P I B no m i na l
C e n á r io B a se m a is 2 0 $ m e n o s 2 0 $

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Nota: $=USD.
Fonte: Ministério das Finanças.
No caso de um cenário de taxas de juro de curto prazo mais elevadas, regista-se um menor crescimento do PIB (em 0,1 p.p.), por via dos maiores custos de financiamento. De igual forma, assiste-se a uma deterioração do saldo da balança corrente e de capital por via do maior pagamento de juros ao exterior. Quadro I.2.7. Aumento da taxa de juro de curto prazo em 1 p.p.

Fonte: Ministério das Finanças.
- 1 . 0
- 0 . 5
0 . 0
0 . 5
1 . 0
1 . 5
2 . 0
2 . 5
3 . 0
2013 2014
V
a
ri
a
ç
ã
o H
o
m
ó
lo
g
a (
%
)
D e f l a t or do C on s um o P r i v a do
C e n á r io B a se m a is 2 0 $ m e n o s 2 0 $
1 . 2
1 . 7
2 . 2
2 . 7
3 . 2
3 . 7
4 . 2
2013 2014
P
e
rc
e
n
ta
g
e
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o P
IB (
%
)
S a l d o d a B a l a n ç a C o r r e n t e e d e C a p i t a l
C e n á r io B a se m a is 2 0 $ m e n o s 2 0 $
- 6 . 0
- 5 . 5
- 5 . 0
- 4 . 5
- 4 . 0
- 3 . 5
- 3 . 0
2013 2014
P
e
rc
e
n
ta
g
e
m d
o P
IB (
%
)
S a l d o d a s A d m i n i s t r a ç õ e s P ú b l i c a s
C e n á r io B a se m a is 2 0 $ m e n o s 2 0 $
1 2 5 . 0
1 2 5 . 5
1 2 6 . 0
1 2 6 . 5
1 2 7 . 0
1 2 7 . 5
1 2 8 . 0
2013 2014
P
e
rc
e
n
ta
g
e
m d
o P
IB (
%
)
D í v i d a P ú b l i c a
C e n á r io B a se m a is m e n o s 2 0 $
C e ná r i o B a s e
C e ná r i o A l t e r na t i v o
D i f e r e nc i a l
P I B r e a l - 1 , 8 0 , 8 0 , 7 - 0 , 1
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32 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013

Gráfico I.2.2. Análise de sensibilidade à variação da taxa de juro de curto prazo em 1 p.p. . Fonte: Ministério das Finanças.
Finalmente, num cenário de procura externa mais reduzida, o impacto na taxa de variação do PIB é de -0,2 p.p., por via, sobretudo, de menores exportações. De igual forma, e pela mesma ordem de razão, assiste-se a uma deterioração do saldo da balança corrente e de capital. Quadro I.2.8. Diminuição da procura externa em 1 p.p.

Fonte: Ministério das Finanças.

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33 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013

Gráfico I.2.3. Análise de sensibilidade à variação da procura externa em 1 p.p. Fonte: Ministério das Finanças.
Riscos Relacionados com a Atividade Económica Interna Nesta secção consideram-se dois cenários alternativos: um primeiro, com uma quebra do PIB mais acentuada do que a admitida no cenário central e, um segundo, onde se admite uma taxa de desemprego mais elevada. Em ambos os casos, analisam-se os efeitos ceteris paribus no saldo orçamental e na dívida pública.

 Diminuição do PIB real em 1 p.p.
Neste cenário admitiu-se que a contração do PIB tinha como origem exclusivamente uma diminuição na procura interna, mais especificamente uma diminuição no consumo privado. Assumiu-se ainda que esta redução afeta de igual modo quer os bens duradouros quer os bens não duradouros (alimentares e correntes). É de notar que, apesar de uma diminuição no consumo de bens duradouros ter efeitos positivos - 2 . 0
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no ajustamento externo da economia portuguesa, devido à forte componente importada, a sua redução também implica um risco acrescido em termos de quebra das receitas fiscais, dado que se tratam de bens sujeitos a uma taxa de IVA mais elevada. Quadro I.2.9. Diminuição do PIB real em 1 p.p.

Fonte: Ministério das Finanças.
Gráfico I.2.4. Análise de sensibilidade à variação da taxa de crescimento do PIB em 1 p.p.

Fonte: Ministério das Finanças.
O menor crescimento do PIB em 1 p.p. tem como efeito a diminuição do saldo das administrações públicas em 0,3 p.p. Para este efeito, concorre não só o efeito direto da diminuição das receitas fiscais (devido à diminuição do consumo privado) mas também o efeito de um maior desemprego (e menor emprego), o que implica um aumento das prestações sociais de subsídio de desemprego e uma diminuição na receita de contribuições sociais e coleta de IRS. O rácio da dívida pública em termos do PIB tem um acréscimo estimado em cerca de 1,5 p.p., por via do aumento do défice orçamental mas sobretudo por via da diminuição do PIB nominal.

 Aumento da Taxa de Desemprego em 1 p.p.
Neste caso, considerou-se que o aumento da taxa de desemprego deriva de uma diminuição do emprego total em 1,3 p.p. e da população ativa em 0,1 p.p. face ao cenário base. Nesta análise, consideraram-se C e ná r i o B a s e
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os efeitos sobre a massa salarial e, consequentemente, no rendimento disponível dos particulares e na receita fiscal e contributiva. Por simplificação, é assumida a manutenção do nível médio das remunerações. No entanto, de acordo com a informação disponível, os novos desempregados tendem a auferir uma remuneração média superior ao dos novos contratados, tendo efeitos potencialmente mais negativos na conta da Segurança Social. Do mesmo modo, não se contemplaram os efeitos (previsíveis) que o aumento da taxa de desemprego teria no nível de preços via contenção salarial.
Quadro I.2.10. Aumento em 1 p.p. da taxa de desemprego

Fonte: Ministério das Finanças.

Gráfico I.2.5. Análise de sensibilidade à variação da taxa de desemprego em 1 p.p.

Fonte: Ministério das Finanças.
O aumento da taxa de desemprego em 1 p.p. tem como efeito a diminuição do saldo das administrações públicas em 0,4 p.p. Para este resultado concorre, em primeiro lugar, o impacto direto de um maior desemprego (e menor emprego) e maior despesa em prestações sociais (em particular, subsídio de desemprego) e menor receita de contribuições sociais e coleta de IRS. Acresce o efeito que o aumento do desemprego tem na diminuição do consumo privado, e, desta forma, na menor coleta dos impostos indiretos. O efeito esperado no rácio da dívida pública é essencialmente derivado do maior défice orçamental mas também do menor PIB nominal.
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II. ESTRATÉGIA DE CONSOLIDAÇÃO ORÇAMENTAL II.1. Enquadramento Nos últimos 40 anos, Portugal viu-se obrigado a requerer ajuda externa em três ocasiões por situação de emergência financeira. Exige-se, assim, uma reforma profunda com vista a corrigir os desequilíbrios presentes e restabelecer a disciplina orçamental para assegurar, de forma efetiva e definitiva, a sustentabilidade das finanças públicas.
O último pedido de assistência financeira ocorreu no contexto da crise das dívidas soberanas da área do euro. As regras de participação na União Monetária foram identificadas desde o início, nomeadamente no que respeita à necessidade de assegurar a solidez das finanças públicas. Porém, estas regras não foram efetivamente aplicadas e o ajustamento que se exigia foi permanentemente adiado. Após a crise financeira global, os desequilíbrios dos Estados-Membros mais vulneráveis acentuaram-se e as fragilidades da construção da moeda única foram expostas. Os países da área do euro foram forçados a ajustar de forma abrupta.
Portugal tinha um dos maiores desafios pela frente. Desde meados dos anos 90, beneficiou das condições financeiras mais favoráveis, mas adiou o cumprimento das suas responsabilidades enquanto participante na área do euro, bem como o processo de convergência que se exigia. O limite de 3% do PIB para o défice orçamental nunca foi cumprido, resultando em níveis muito elevados de dívida pública. Mais ainda, o endividamento excessivo não se restringiu ao sector público: também as famílias e as empresas acumularam dívida, conduzindo a que Portugal acumulasse uma elevada dívida face ao exterior. Este comportamento verificou-se em simultâneo com um período de estagnação económica, aumento de desemprego e perda de competitividade.
Gráfico II.1.1. Défice Orçamental* (% do PIB)

Nota: * - conceito do Procedimento dos Défices Excessivos.
Fonte: Eurostat, setembro de 2013.
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37 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013

Gráfico II.1.2. Evolução da dívida (% do PIB)

Nota: A série de dívida pública utilizada corresponde à dívida das Administrações Públicas na ótica de Maastricht. A série de dívida privada corresponde à dívida não consolidada das famílias, instituições sem fins lucrativos ao serviço das famílias e empresas não financeiras. Fonte: Eurostat, setembro de 2013.
Gráfico II.1.3.Evolução do produto interno bruto (1998=100, preços constantes)

Fonte: Eurostat, setembro de 2013.
Em 2009-2010, a política de expansão orçamental veio ampliar estes problemas estruturais, que já eram evidentes. Mais uma vez, aumentou-se a despesa pública para responder a problemas do imediato, sem considerar as consequências na sustentabilidade das finanças públicas e na estabilidade do sistema financeiro. Os défices orçamentais eram crescentes e aproximavam-se dos dois dígitos, colocando Portugal numa situação de grande vulnerabilidade, num momento de elevada tensão na Europa. Os credores começaram a duvidar da capacidade de Portugal pagar a dívida e o Estado tinha cada vez mais dificuldades em financiar-se no mercado. Em abril de 2011, a bancarrota era iminente. A falta de dinheiro para pagar salários, pensões e assegurar as funções do Estado como um todo tornara-se uma ameaça real. O pedido de ajuda internacional foi incontornável e o ajustamento revelou-se inevitável, nomeadamente face à condicionalidade associada ao financiamento oficial.
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Nesse contexto, foi desenhado e iniciado o Programa de Ajustamento Económico, que prevê uma atuação em três frentes: (i) consolidação orçamental e colocação das finanças públicas numa trajetória sustentável; (ii) redução dos níveis de endividamento e recuperação da estabilidade financeira; (iii) transformação estrutural dirigida ao aumento de competitividade, à promoção do crescimento económico sustentado e à criação de emprego. O Programa dirige-se, assim, aos principais desafios da economia portuguesa. Mais ainda, os empréstimos oficiais permitem proteger o financiamento da economia das pressões dos mercados, dando tempo a Portugal para se ajustar gradualmente e para ganhar credibilidade e confiança a nível internacional. Se esta proteção não existisse, o ajustamento teria de ocorrer de qualquer forma, mas seria ainda mais abrupto.
Desde maio de 2011, o cumprimento dos requisitos do Programa de Ajustamento Económico tem dado resultados visíveis. Num primeiro momento, foi determinante para a acumulação de credibilidade a nível internacional e, consequentemente, para iniciar a reconstrução das condições de financiamento da economia. Com efeito, não obstante a pressão sentida mais recentemente, as taxas de juro das Obrigações do Tesouro no mercado secundário desceram consideravelmente face ao pico registado em janeiro de 2012 (19,2% a 2 anos, 21,7% a 5 anos e 16,6% a 10 anos). Para esta melhoria das condições de financiamento contribuíram também os sucessivos votos de confiança da parte dos nossos parceiros, quer ao nível da revisão da trajetória orçamental no quinto e sétimo exames regulares do Programa, quer ao nível da renegociação das condições de financiamento em julho de 2011 e do alargamento das maturidades dos empréstimos oficiais em junho de 2013.
Mais recentemente, são vários os indicadores que confirmam que as ações desenvolvidas no âmbito do Programa abriram caminho à recuperação da atividade económica interna. Após 10 trimestres consecutivos de contração da atividade económica, no segundo trimestre de 2013, o PIB cresceu em termos reais 1,1% face ao trimestre anterior. Para tal contribuiu uma quebra menos acentuada do consumo privado e do investimento, mantendo-se o contributo positivo da procura externa líquida. A generalidade dos dados mais recentes, quer qualitativos quer quantitativos, sugere a continuação de uma evolução favorável da atividade económica no terceiro trimestre deste ano. Esta recuperação ainda moderada, importa ser reforçada e sustentada de modo a salvaguardar a correção dos desequilíbrios estruturais.
O Programa de Ajustamento Económico apresenta o enquadramento necessário para o lançamento da transformação da economia portuguesa. Porém, é apenas um ponto de partida, pois o processo de ajustamento perdurará durante muitos anos após o final do Programa em junho de 2014. De facto, embora se verifiquem sinais ténues de recuperação da atividade económica no ano de 2013, os custos económicos e sociais permanecem elevados e os níveis de endividamento – público, privado e externo – são ainda significativos. Assim, num cenário de crescimento económico moderado no médio prazo, a redução do endividamento líquido da economia, e das Administrações Públicas em particular, só será possível através da acumulação de excedentes de balança corrente e de capital e de saldos orçamentais primários positivos, respetivamente.
Isto significa que o esforço de ajustamento que a economia portuguesa tem vindo a realizar tem necessariamente de ser sustentado no tempo. Tem de perdurar com taxas de poupança privada e pública elevadas, de forma a financiar o investimento, que por sua vez atua como motor do crescimento e da criação de emprego. Em paralelo, a promoção do crescimento sustentado exige a construção das bases apropriadas – a estabilidade financeira e a sustentabilidade das finanças públicas.

(i) Estabilidade Financeira A estabilidade financeira é fundamental para garantir o adequado funcionamento da economia, nomeadamente porque é condição necessária para o acesso ao financiamento de mercado de forma estável e regular. O processo de regresso aos mercados foi iniciado em abril de 2012 com a primeira emissão de Bilhetes do Tesouro a 18 meses. Desde então, foram efetuadas uma operação de troca de dívida, uma

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emissão de dívida a 5 anos e uma emissão de dívida a 10 anos. Em 2014, como o financiamento no âmbito do Programa representa cerca de metade do total das necessidades de financiamento do Estado, o remanescente terá de ser assegurado em condições de mercado, pelo se exige a manutenção do esforço de ajustamento de forma credível e sustentada.
A estratégia de regresso aos mercados para recuperar a capacidade de financiamento do Tesouro é, de facto, decisiva, mas a recuperação da estabilidade no sistema bancário assume um papel igualmente importante.
A partir de meados da década de 90, aquando da preparação da União Económica e Monetária, Portugal beneficiou de condições de financiamento mais favoráveis. Porém, não obstante as oportunidades que se criaram, o principal resultado de um acesso mais fácil ao financiamento foi uma concessão excessiva de crédito. O crescimento do crédito resultou num significativo endividamento das famílias e das empresas, que se revelaria insustentável na sequência da crise financeira, como comprovam os indicadores de crédito de cobrança duvidosa. Em paralelo, no contexto da política orçamental expansionista de 2009-2010, também o crédito ao sector público cresceu. No início de 2011, dado o papel de intermediação dos bancos no endividamento generalizado dos sectores institucionais, verificou-se um alinhamento do risco sistémico da economia portuguesa.
Tornou-se assim evidente que um dos pilares centrais do Programa de Ajustamento Económico seria a redução do endividamento e o restabelecimento da estabilidade financeira, e que o reforço de capital dos bancos portugueses assumiria um papel fundamental. Neste quadro, foram lançadas operações de capitalização das instituições bancárias, permitindo atingir dois objetivos em simultâneo. Por um lado, concretizam o aumento da capacidade dos bancos para absorver perdas decorrentes da sua atividade e da mitigação do risco sistémico. Por outro lado, criam o enquadramento que possibilita a concessão continuada de crédito, a garantia da disponibilidade de serviços de pagamentos e a salvaguarda dos depositantes e dos investidores. Devido a estas operações, os bancos portugueses estão hoje devidamente capitalizados e, deste modo, mais preparados para atuar num quadro nacional e internacional, com este último a revestir-se ainda de incerteza.
Atendendo à importância das operações de capitalização, bem como aos desafios e riscos que persistem na economia portuguesa, é fundamental manter o enquadramento legal necessário a este processo. Por esta razão, é incluída na Proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2014 (PLOE2014), uma norma que visa prorrogar por um ano (até 31 de dezembro de 2014), o prazo para a realização de operações de capitalização pública em instituições de crédito. Esta disposição garante que o Estado pode capitalizar as instituições em caso de estrita necessidade, contribuindo assim para assegurar a estabilidade financeira.
Tal como verificado em Leis do Orçamento do Estado anteriores, trata-se de uma proposta de alteração à Lei n.º 63-A/2008, de 24 de novembro, relativa à recapitalização pública de instituições de crédito.

(ii) Sustentabilidade das Finanças Públicas Faltando menos de um ano para a conclusão do Programa de Ajustamento Económico e mantendo-se a conjuntura de excecionalidade que lhe está subjacente, o período de tempo que corresponde ao próximo Orçamento do Estado coloca desafios sem precedentes nas exigências de consolidação orçamental.
Naturalmente, este período traz também exigências acrescidas na perspetiva do próprio juízo sobre a globalidade da execução dos compromissos assumidos pelo Estado português no âmbito do Programa. Assim, é hoje mais vital do que nunca levar a bom termo o Programa de Ajustamento Económico, sem esquecer que o mesmo prevê reduções efetivas do défice orçamental, as quais, pela sua própria natureza, não podem deixar de implicar obrigações adicionais de ajustamento e a tomada das medidas necessárias à consecução desses objetivos.

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Paralelamente, a entrada em vigor a 1 de janeiro de 2013 do Tratado sobre Estabilidade, Coordenação e Governação da União Económica e Monetária, ratificado por 25 Estados-Membros, que incluem o Estado português2, reforça no ordenamento jurídico nacional a obrigação de respeitar regras precisas de equilíbrio e disciplina orçamental, decorrentes dos compromissos assumidos pelo Estado português em matéria de direito internacional e direito da União Europeia. Tais regras foram, de resto, incorporadas pelo legislador nacional através da Sétima Alteração à Lei de Enquadramento Orçamental3.
Reforçando os compromissos assumidos no âmbito do Programa de Ajustamento Económico verifica-se que o Estado português está autovinculado a imperativos de consolidação orçamental. A estas razões relativas ao contexto histórico do Programa de Ajustamento e ao contexto da área do euro onde se inserem a economia e finanças portuguesas, acresce um conjunto de pressões orçamentais, isto é, um conjunto de fatores que o Governo não controla mas que fazem aumentar a despesa pública. Em 2014, estas pressões respeitam sobretudo ao acréscimo dos encargos com as Parcerias Público-Privadas face a 2013, além do requisito legal de constituir uma dotação provisional para cobrir despesas não previstas.
O cumprimento das obrigações de sustentabilidade orçamental resultantes dos tratados europeus e os compromissos específicos assumidos perante a Comissão Europeia, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Central Europeu, no quadro do Programa e recentemente reafirmados no oitavo e nono exames regulares, são condições essenciais para o regresso do Estado português ao financiamento nos mercados internacionais. Sublinhe-se que as condições de financiamento têm sofrido evoluções de incerteza que introduzem fatores de risco adicionais e impõem uma disciplina financeira mais acentuada e capaz de garantir um ambiente de maior estabilidade. Torna-se por isso evidente, em especial neste derradeiro ano de execução do Programa de Ajustamento, que cumprir com as obrigações de consolidação orçamental não constitui apenas uma imposição decorrente de normas que vinculam o Estado, mas também uma condição essencial da possibilidade de aceder a meios de financiamento dos quais depende a solvabilidade e o cumprimento das tarefas constitucionais fundamentais do Estado.
Tendo presente este contexto é, pois, imprescindível proceder à substituição das medidas de contenção da despesa constantes dos Orçamentos do Estado para 2012 e 2013 por outras susceptíveis de assegurar o necessário efeito orçamental. Recorde-se que o conjunto de medidas de consolidação inicialmente fixado para 2012 permitiria uma redução na despesa na ordem dos 2400 milhões de euros. A inviabilização de parte dessas medidas nos anos seguintes impôs o recurso à via do agravamento fiscal, como referido no Relatório do Orçamento do Estado para 2013, deixando por resolver o problema estrutural que consiste em realizar o ajustamento preferencialmente pela via da despesa. No entanto, um novo aumento generalizado de impostos, num período de recuperação económica do país, teria custos económicos e sociais difíceis de comportar. Assim, é agora necessário prosseguir o ajustamento concedendo à prioridade ao lado da despesa, como aliás sempre esteve previsto no Memorando de Entendimento. É precisamente neste contexto que se situa o ajustamento da medida de redução das remunerações de todos os trabalhadores das Administrações Públicas e do Sector Empresarial do Estado que, substituindo as medidas de caráter transitório que vigoram desde o exercício orçamental de 2011 (antes mesmo da assinatura do Memorando), se inserem todavia no seu natural desenvolvimento, tendo em vista alcançar os objetivos de consolidação atrás enunciados.
Assim, será aplicada uma redução remuneratória progressiva entre 2,5% e 12%, com caráter transitório, às remunerações mensais superiores a 600 euros de todos os trabalhadores das Administrações Públicas e do Sector Empresarial do Estado, sem qualquer exceção, bem como dos titulares de cargos políticos e outros altos cargos públicos. Serão todavia protegidos os rendimentos mensais até 600 euros, uma vez que se estabelece que os trabalhadores com remunerações iguais ou inferiores a este valor não são 2 Decreto do Presidente da República n.º 99/2012, de 3 de julho.
3 Lei n.º 37/2013, de 14 de junho.

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sujeitos à redução e que se assegura que os trabalhadores sujeitos à medida nunca receberão uma remuneração mensal ilíquida inferior a 600 euros. Acima dos 2.000 euros, a taxa de redução aplicável é de 12%.
Importa sublinhar que a aplicação da redução às remunerações se efetiva por reformulação da norma que estabelecia as reduções remuneratórias introduzidas pelo Orçamento do Estado para 2011 (e mantidas desde a sua entrada em vigor), que pressupunham uma redução entre 3,5% e 10% para rendimentos mensais superiores a 1500 euros, passando essa redução a ser entre 2,5% e 12% para rendimentos mensais superiores a 600 euros.
Refira-se que a redução do limite inferior, a partir do qual as medidas são aplicáveis, teve o único propósito de, mantendo embora a isenção absoluta dos rendimentos ilíquidos inferiores a 600 euros, dirimir uma inadequada política de rendimentos na Administração Pública. Com efeito, o estudo solicitado pelo Governo a uma consultora internacional demonstra que as práticas salariais da Administração Pública diferem substancialmente do padrão que é observado no sector privado, sugerindo um padrão de iniquidade entre o público e o privado. Depreende-se que no sector público existe um prémio salarial superior para funções de menor exigência e/ou responsabilidade e que as remunerações associadas a funções de maior complexidade e exigência tenderão a ser inferiores às do sector privado. Também recentemente a OCDE reconheceu a existência de um elevado diferencial entre salários no sector privado e salários no sector público. Acresce ainda que, segundo relatório mais recente do Banco de Portugal se verifica que, desde o início do Programa de Ajustamento, uma grande parte dos trabalhadores do sector privado sofreram uma redução na sua remuneração. Nesse sentido, entende-se que, na atual conjuntura, a redução remuneratória a aplicar deverá manter a progressividade mas deverá tender também a ser mais equitativa, quer dentro das Administrações Públicas quer face ao sector privado, tal como sugerido pela análise acima referida.
Finalmente, o facto de não ter sido possível implementar um prazo máximo de duração do sistema de requalificação para a esmagadora maioria dos trabalhadores em funções públicas reduziu a margem de atuação do Governo em relação ao número de trabalhadores (que não sejam comprovadamente necessários para o exercício de funções no Estado, mas que mantêm o vínculo). Este aspeto corrobora a necessidade de atuar ao nível das remunerações para atingir os objetivos de redução dos custos com pessoal, inerente ao esforço de ajustamento que o país é chamado a fazer para cumprir com os compromissos internacionais assumidos.
Quanto à Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) incidente sobre os rendimentos provenientes de pensões ou equivalentes, mantém-se o tributo nos mesmos moldes anteriormente desenhados.
Com efeito, independentemente da natureza da entidade pagadora, tais rendimentos mantêm a sujeição a uma contribuição entre 3,5% e 10% para pensões mensais que variam entre 1.350€ e 3.750€, valor acima do qual se aplica uma contribuição fixa de 10%, nos termos previstos no Orçamento do ano anterior, tal como as reduções aplicadas sobre os montantes que excedem os 5.030 euros e os 7.545 euros que vêm desde o Orçamento de 2012.
Finalmente, foi apresentada na Assembleia da República a proposta de lei que efetiva a convergência entre as pensões do sistema da Caixa Geral de Aposentações (CGA) e do sistema da Segurança Social, da qual depende a capacidade financeira da CGA para assegurar o funcionamento do sistema em benefício das futuras gerações. Para evitar a acumulação de efeitos da aplicação da CES com a redução da pensão operada pela via da convergência da CGA, garante-se, na proposta de Lei de Orçamento para 2014, que os pensionistas da CGA não terão de suportar um esforço financeiro superior ao que suportariam pela exclusiva aplicação da CES.
No contexto do ano orçamental de 2014, estas medidas de redução das remunerações percebidas ao nível das Administrações Públicas e de redução de despesa com pensões são complementadas com outras medidas que procuram promover uma maior igualdade na distribuição do impacto das medidas de

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consolidação orçamental entre os diversos sectores da sociedade portuguesa, reforçando-se um princípio que já havia existido no ano transato.
Assim, no que diz respeito ao IRC, e no contexto da reforma deste imposto, não obstante a redução prevista da taxa a aplicar, as medidas propostas destinam-se a exigir às empresas com maiores recursos a continuação de um esforço acrescido na consolidação orçamental, protegendo assim as pequenas e médias empresas que constituem a base do tecido empresarial português. Neste quadro, as empresas com lucros mais elevados continuam a estar sujeitas a uma taxa adicional, a título de derrama estadual, de 3% sobre os lucros superiores a 1,5 milhões de euros e as empresas com lucros superiores a 7,5 milhões de euros a estar sujeitas a uma taxa adicional de 5%.
Para 2014, mantêm-se as medidas transversais de caráter fiscal que visam garantir que os contribuintes com uma maior capacidade contributiva suportarão, na medida dessa capacidade, um esforço acrescido, sendo disso exemplo, designadamente, para além da sobretaxa sobre os rendimentos das pessoas singulares, o aumento da taxa liberatória sobre rendimentos de capitais, a manutenção da taxa de solidariedade sobre os rendimentos mais elevados, a reavaliação de imóveis em sede de IMI, a limitação à dedutibilidade dos gastos financeiros, como juros, em sede de IRC, a introdução de uma sobretaxa sobre património imobiliário, incidente sobre imóveis de valor patrimonial superior a um milhão de euros. Simultaneamente cabe mencionar o aumento da tributação autónoma incidente sobre as viaturas automóveis detidas pelas empresas (medida para assegurar que as viaturas atribuídas aos quadros médios e superiores das empresas são consideradas rendimentos em espécie em sede de IRS, deixando de ser tributadas ao nível das empresas). Avança-se igualmente no sentido da autorização para legislar com vista à criação de uma nova taxa, até 0,3%, para incidir na generalidade das transações financeiras que tenham lugar em mercado secundário, bem como com medidas relativas ao imposto sobre o tabaco, aproximando-se os níveis de tributação de todas as formas de tabaco, de modo a evitar efeitos substitutivos entre os diferentes produtos. Serão ainda reduzidos os benefícios fiscais concedidos a fundos de investimento imobiliário e fundos de pensões.
Também num esforço de cumprimento equitativo das metas orçamentais para 2014, será introduzida uma contribuição extraordinária sobre o sector energético e aumentada a contribuição sobre o sistema bancário. Estas medidas destinam-se não só a contribuir para a sustentabilidade sistémica destes sectores mas também a repartir o esforço de ajustamento orçamental com as empresas de maior capacidade contributiva.
O Governo espera ainda repercutir em 2014 as poupanças com as renegociações dos contratos de PPPs, tendo por base os acordos preliminares de 2013. Até ao final de vida das concessões rodoviárias estas poupanças representam valores nominais superiores a 2.500 milhões de euros e, em termos de valor atualizado líquido, valores da ordem dos 1500 milhões de euros. Esperam-se ainda alcançar poupanças adicionais com a renegociação das Subconcessões com efeitos a partir de 2014.
Este conjunto alargado de medidas demonstra, de forma transparente, uma opção orçamental de base que procura respeitar a justa repartição dos encargos associados ao esforço de consolidação orçamental no derradeiro ano do Programa de Ajustamento. Por tudo isto, importa concluir que o elenco de medidas de consolidação orçamental constitui um documento coerente, tanto do lado da despesa como da receita, evitando situações de dupla sujeição ao nível das reduções de salários e pensões. Trata-se do elenco absolutamente necessário para cumprir as condições de sustentabilidade estrutural exigidas para concluir o Programa de Ajustamento e os compromissos decorrentes do novo Tratado sobre Estabilidade, Coordenação e Governação da União Económica e Monetária. Ao mesmo tempo, integra um conjunto alargado de medidas que oneram rendimentos e sectores económicos específicos que, em razão da sua maior capacidade contributiva, mais podem contribuir no atual esforço de consolidação.

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A estratégia de consolidação orçamental do Governo decorre, assim, num quadro de correção de desequilíbrios da economia portuguesa e de prossecução do equilíbrio orçamental, com vista à sustentabilidade das finanças públicas e ao cumprimento das responsabilidades assumidas por Portugal enquanto Estado-Membro da União Europeia e participante na área do euro.

II.2. Política Orçamental em 2013 Em 2013, os desenvolvimentos orçamentais refletem precisamente a manutenção da estratégia de consolidação orçamental, prosseguindo o esforço de reequilibro das contas públicas, de forma a criar as condições de estabilidade para uma economia com um crescimento mais orientado para a dinâmica do mercado externo e com criação de emprego.
Assim, após os progressos alcançados ao nível da correção estrutural das contas públicas até 2012, no sétimo exame regular do Programa de Ajustamento Económico, os limites para o défice orçamental foram revistos de 4,5% para 5,5% do PIB em 2013 e de 2,5% para 4% em 2014. Esta alteração do limite do défice decorre, essencialmente, da evolução menos favorável do mercado de trabalho e da composição do PIB, persistindo em 2013 a contribuição negativa da procura interna. Ambos os fatores resultam em receitas fiscal e contributiva inferiores ao inicialmente previsto, e no aumento das despesas com prestações sociais, em particular com o subsídio de desemprego.
O ajustamento orçamental em 2013 assenta em medidas de consolidação orçamental no valor de 3,2% do PIB, incluídas no Orçamento do Estado para 2013 (OE2013). Foram também executadas outras medidas incluídas no OER2013 no valor de 0,8% do PIB, destinadas, principalmente, a compensar a decisão do Tribunal Constitucional de 5 de abril. Com efeito, esta decisão levou o Governo a repor o subsídio de férias a funcionários públicos e pensionistas e quaisquer prestações correspondentes ao 14.º mês, assim como a rever a aplicação da contribuição social sobre prestações de doença e de desemprego. No seu conjunto, as medidas executadas em 2013 com vista a garantir o cumprimento das metas do défice acordado com as instituições internacionais totalizam 3,4% do PIB. Estas medidas, na sua maioria do lado da receita, incluem: a reestruturação do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS); aumentos dos impostos especiais sobre o consumo; a revisão da tributação de bens imobiliários; aumento das contribuições dos beneficiários para os sistemas de proteção na doença e um melhor aproveitamento de receitas provenientes dos Fundos da UE. Por sua vez, o conjunto de medidas de redução estrutural da despesa pública de natureza sectorial e transversal consiste: na diminuição da massa salarial do sector público através da redução de efetivos e limitação da contratação de pessoal conjugada com a alteração do período normal de trabalho de 35 para 40 horas semanais; numa maior eficiência no funcionamento da administração pública; em menores consumos intermédios e poupanças nas Parcerias Público-Privadas (PPP); na redução da contribuição da entidade empregadora para os sistemas de proteção na doença e em esforços acrescidos de racionalização no sector da saúde, entre outros.
Desde o início do ano reforçou-se ainda o incentivo fiscal em sede de IRS de 5% para 15% do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) suportado para os consumidores que exijam fatura nas aquisições efetuadas em determinados sectores de atividade. Adicionalmente, com o objetivo de facilitar a gestão de tesouraria das empresas e impulsionar o investimento empresarial e a recuperação da atividade económica, estabeleceram-se medidas como o IVA de caixa e o crédito fiscal extraordinário ao investimento (CFEI).
O esforço evidente de consolidação foi confirmado pelas equipas do BCE, CE e FMI nos oitavo e nono exames regulares do PAE, mantendo-se a estimativa de um défice de execução orçamental para 2013 de 5,5% do PIB de acordo com os critérios relevantes para efeitos de avaliação do cumprimento do limite estabelecido no Programa.

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No entanto, o défice das Administrações Públicas em contabilidade nacional registou, no primeiro trimestre de 2013, um acréscimo no valor de 700 milhões de euros (0,4% do PIB anual) devido à reclassificação em transferência de capital da operação de injeção de capital na instituição financeira BANIF. Como consequência desta reclassificação, o valor do défice orçamental nominal para 2013 situar-se-á nos 5,9% do PIB. A estratégia de consolidação orçamental prosseguida nos últimos anos, permitiu a redução do défice estrutural de 8,7% do PIB, em 2010, para 3,9% do PIB, em 2013, bem como a obtenção de um saldo primário estrutural positivo em 2012 (0,1% do PIB), o qual deverá atingir 0,5% do PIB em 2013. Quadro II.2.1. Indicadores orçamentais (% do PIB)

(P) Previsão.
Fontes: INE e Ministério das Finanças.
A redução da despesa pública, especialmente da despesa corrente primária, tem tido um papel importante no prosseguimento deste objetivo. Esta trajetória, contrariamente ao previsto no OE inicial para 2013, foi interrompida no ano corrente, essencialmente como resultado da reposição do subsídio de férias ou de prestações correspondentes ao 14.º mês. Assim, em 2013, a despesa corrente primária apresenta um aumento de 1,9 p.p..
A consolidação orçamental prevista para 2013 resultará principalmente do aumento da receita estrutural, ao contrário do verificado nos anos anteriores.
Quadro II.2.2. Evolução da receita e despesa estrutural (% do PIB)

(P) Previsão.
Fontes: INE e Ministério das Finanças.
O peso das medidas pontuais no défice deverá representar 0,1% do PIB, em 2013, o que se compara com 0,6% do PIB, em 2012. Assim, excluindo o seu efeito, verifica-se uma manutenção do défice em 5,8% do PIB em 2013. 2009 2010 2011 2012 2013
p
S a ld o g lo b a l - 1 0 , 2 - 9 , 8 - 4 , 3 - 6 , 4 - 5 , 9
S a ld o p r im á r io - 7 , 3 - 7 , 0 - 0 , 3 - 2 , 1 - 1 , 6
J u r o s 2 , 8 2 , 8 4 , 0 4 , 3 4 , 3
M e d id a s p o n t u a is 0 , 0 - 0 , 7 3 , 0 - 0 , 6 - 0 , 1
C o m p o n e n t e c íc lic a - 1 , 2 - 0 , 4 - 0 , 8 - 1 , 6 - 1 , 9
S a ld o e s t r u t u r a l - 8 , 9 - 8 , 7 - 6 , 5 - 4 , 2 - 3 , 9
V a r . s a ld o e s t r u t u r a l - 4 , 2 0 , 2 2 , 2 2 , 3 0 , 4
S a ld o p r im á r io e s t r u t u r a l - 6 , 1 - 5 , 9 - 2 , 5 0 , 1 0 , 5
V a r . s a ld o p r im á r io e s t r u t u r a l - 4 , 4 0 , 2 3 , 5 2 , 5 0 , 4
2009 2010 2011 2012 2013 p
R e c e it a e s t r u t u r a l 3 9 , 7 4 0 , 0 4 1 , 0 4 0 , 8 4 2 , 8
V a r . d a r e c e it a e s t r u t u r a l - 1 , 4 0 , 3 1 , 0 - 0 , 2 1 , 9
D e s p e s a e s t r u t u r a l 4 8 , 6 4 8 , 7 4 7 , 5 4 5 , 1 4 6 , 6
V a r . d a d e s p e s a e s t r u t u r a l 2 , 8 0 , 2 - 1 , 2 - 2 , 4 1 , 5
D e s p e s a p r im á r ia e s t r u t u r a l 4 5 , 8 4 5 , 9 4 3 , 5 4 0 , 8 4 2 , 3
V a r . d a d e s p e s a p r im á r ia e s t r u t u r a l 2 , 9 0 , 2 - 2 , 4 - 2 , 7 1 , 5

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Gráfico II.2.1. Contributos para a variação do saldo global (p.p.)

(P) Previsão.
Fontes: INE e Ministério das Finanças.
A dívida pública na ótica de Maastricht deverá atingir, em 2013, 127,8% do PIB. Verifica-se assim uma desaceleração da tendência de crescimento dos últimos anos. No entanto, este valor inclui um valor significativo de depósitos. Excluindo este valor a dívida pública deverá situar-se abaixo dos 120% do PIB no final do ano.
Quadro II.2.3. Dinâmica da dívida pública (% do PIB)

(P) Previsão.
Fonte: Ministério das Finanças.
Tal como nos dois anos anteriores, a evolução da dívida pública em 2013 é explicada essencialmente pelo efeito juros, isto é, o diferencial positivo da taxa de juro implícita na dívida e a do PIB nominal. Em 2013, o défice primário contribuiu também para o acréscimo da dívida, contrariamente aos outros ajustamentos défice-dívida que concorreram para uma redução, devido, sobretudo, à receita da privatização da ANA e à aplicação dos ativos do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS) em dívida pública portuguesa.
No contexto da área do euro, Portugal deverá registar em 2013 um ajustamento estrutural, medido pela variação do saldo orçamental corrigido de efeitos cíclicos e excluindo medidas pontuais, de 0,4 p.p. do PIB, inferior à média da área do euro. Note-se que as medidas substitutivas daquelas declaradas inconstitucionais em abril de 2013 só entraram em vigor após a aprovação do OER2013, isto é no final de julho de 2013. Neste calendário, estas medidas não foram na sua totalidade de caráter permanente, tendo havido necessidade de recorrer a medidas temporárias para cumprir os limites para o défice orçamental.
É de salientar que, na área do euro, nove países deverão ainda apresentar défices nominais acima do - 8 , 0 - 6 , 0 - 4 , 0 - 2 , 0 0 , 0 2 , 0 4 , 0 6 , 0 8 , 0 1 0 , 0 2009 2010 2011 2012 2013p
S a l d o p r im á r i o e s t r u t u r a l J u r o s
C o m p o n e n t e c í c lic a M e d i d a s p o n t u a is
S a l d o g lo b a l
2009 2010 2011 2012 2013 p
D ív id a P ú b lic a 8 3 , 7 9 4 , 0 1 0 8 , 2 1 2 4 , 1 1 2 7 , 8
V a r . d ív id a p ú b lic a 1 2 , 0 1 0 , 3 1 4 , 3 1 5 , 8 3 , 8
E f e it o d o s a ld o p r im á r io 7 , 3 7 , 0 0 , 3 2 , 1 1 , 6
E f e it o ju r o s e P IB ( s n o w - b a l l e f f e c t ) 4 , 3 0 , 7 5 , 0 8 , 3 4 , 2
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c r e s c im e n t o n o m in a l d o P IB 1 , 5 - 2 , 1 1 , 0 3 , 9 - 0 , 2
O u t r o s 0 , 4 2 , 6 9 , 0 5 , 4 - 1 , 6

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valor de referência de 3% do PIB: Irlanda, Espanha, Chipre, Portugal, Eslovénia, França, Grécia, Malta e Países Baixos.
Gráfico II.2.2. Variação do saldo orçamental estrutural nos países da Área do Euro, em 2013 (p.p. do PIB)

Fontes: AMECO e Ministério das Finanças.
No que respeita a dívida pública, Portugal deverá registar, em 2013, um aumento de 3,8 p.p. do PIB face a 2012, situando-se acima da variação média na área do euro. É de salientar que, em 2013, 14 dos 17 países que constituem a área do euro, deverão apresentar rácios de dívida acima do valor de referência de 60% do PIB. Gráfico II.2.3. Variação da dívida pública nos países da Área do Euro, em 2013 (p.p. do PIB)

Fontes: AMECO e Ministério das Finanças.

II.3. Política Orçamental para 2014 O ajustamento orçamental é necessário para garantir a sustentabilidade das finanças públicas A acumulação de défices das contas públicas ao longo das últimas décadas deve-se a uma insuficiência crónica de receitas para satisfazer as despesas. Foi há quase 40 anos que se registou o último equilíbrio orçamental, ou seja, uma situação em que o Estado conseguiu recolher receita suficiente para cobrir a despesa pública. A dimensão deste problema exige uma resposta estrutural. Há, assim, três soluções possíveis: ou se aumentam as receitas ou se reduz a despesa ou se efetua uma combinação destas duas opções.
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A persistência de défices orçamentais elevados conduz à acumulação de dívida pública que, por sua vez, gera mais défice com consequências negativas para o país. Cada ponto percentual do PIB a mais no défice representa um aumento da dívida pública em aproximadamente 1.600 milhões de euros. Se se considerar um financiamento a uma taxa de juro de 5%, tal equivale a um aumento de 80 milhões de euros em juros todos os anos, que não poderão ser gastos em funções do Estado que os cidadãos valorizam ou que terão de ser obtidos cobrando mais impostos. Este valor representa, por exemplo:  A remuneração anual de mais de 3 mil polícias;  Ou o financiamento de 16 milhões de consultas de medicina geral e familiar;  Ou o pagamento de mais de um ano de propinas a todos os estudantes do ensino superior público.
Interromper o ritmo de consolidação orçamental significa pôr em risco a equidade entre gerações, a previsibilidade do sistema fiscal e a estabilidade económica e financeira de Portugal. O ajustamento do sector público é, por isso, inevitável. Só assim se pode inverter a trajetória de acumulação da dívida pública e criar condições mais favoráveis para o crescimento económico.

O ajustamento orçamental é também determinado pelas regras europeias O ano de 2014 será um ano de transição entre o Programa de Ajustamento Económico e o novo enquadramento orçamental a que estão sujeitos os países da União Europeia e, mais especificamente, os países da área do euro. Neste enquadramento, o Pacto de Estabilidade e Crescimento, na sua vertente corretiva, estabelece que um procedimento por défice excessivo pode ser aberto se o défice orçamental exceder 3% do PIB e/ou o rácio da dívida exceder 60% do PIB (valor de referência) ou não apresentar uma diminuição significativa, a um ritmo satisfatório4. Porém, o cumprimento desta regra goza de um período transitório de três anos após a eliminação da situação de défice excessivo5.
Relativamente à vertente preventiva, cujo propósito é o de garantir que a política orçamental seja sustentável ao longo do ciclo económico, a sua análise é realizada tendo por base o objetivo orçamental de médio prazo específico de cada país, definido em termos estruturais (ou seja, em termos corrigidos de variações cíclicas e líquido de medidas temporárias). No caso de Portugal, o objetivo de médio prazo para o défice estrutural foi definido em 0,5% do PIB. Contudo, os progressos realizados para atingir o objetivo de médio prazo são complementados pela análise da evolução da despesa, líquida de medidas discricionárias em matéria de receitas, que deverá contribuir em 0,5% do PIB para a melhoria do saldo estrutural num ano ou 0,25% em dois anos consecutivos.
Deste modo, paralelamente ao Programa, Portugal encontra-se sujeito a um procedimento por défice excessivo, tendo sido recomendado pelo Conselho que a atual situação deverá ser corrigida até 20156.
Esta recomendação teve em conta a deterioração das perspetivas da atividade económica face ao cenário macroeconómico subjacente à anterior recomendação da Ecofin7 e o reconhecimento de que as medidas, entretanto implementadas, para corrigir a situação de défice excessivo em 2012 e 2013 se encontravam dentro dos limites especificados pelo Conselho. Assim, no sétimo exame regular o novo limite para o défice orçamental foi definido em 4,0% do PIB para 2014 (anteriormente era de 2,5%) e o valor indicativo para 2015 foi fixado em 2,5% do PIB. Adicionalmente, entre 2016 e 2018, Portugal deverá assegurar uma diminuição da dívida pública a uma taxa média de um vigésimo por ano. 4 O valor considerado satisfatório é um vigésimo por ano, em média de 3 anos, para o valor de referência.
5 Ver http://ec.europa.eu/economy_finance/economic_governance/sgp/pdf/coc/code_of_conduct_en.pdf.
6 Ver http://ec.europa.eu/economy_finance/economic_governance/sgp/pdf/30_edps/126-07_commission/2013-0529_pt_126-7_commission_pt.pdf.
7 Ver http://ec.europa.eu/economy_finance/economic_governance/sgp/pdf/30_edps/126-07_council/2012-1009_pt_126-7_council_en.pdf.

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O cumprimento do limite de 4,0% do PIB para o défice orçamental exige a tomada de medidas com um impacto equivalente a 2,3% do PIB Apesar do défice orçamental em 2014 ter sido revisto em alta em 1,5 p.p. do PIB face ao previsto no quinto exame regular, o processo de consolidação orçamental continuará a ser um fator determinante para que se atinja uma situação orçamental sustentável, com efeitos macroeconómicos positivos. Neste ponto, salienta-se a importância das condições de financiamento continuarem a evoluir favoravelmente, a fim de ser possível a emissão de dívida soberana com maturidades cada vez mais longas e a taxas tendencialmente mais baixas. Para concretizar a redução do défice orçamental nominal de 5,9% do PIB em 2013 para 4,0% em 2014, terão que ser tomadas medidas de consolidação orçamental de 2,3% do PIB. Este esforço é calculado tendo em conta o défice orçamental de 2013 excluindo as medidas pontuais, as pressões que fazem aumentar a despesa pública em 2014 e, por fim, o efeito da revisão do cenário macroeconómico.
O défice excluindo o impacto líquido de medidas pontuais corresponde ao efetivo ponto de partida para determinação da trajetória orçamental. Em 2013, deverá fixar-se em 5,8% do PIB. A diferença de 0,1 p.p.
face ao défice nominal é explicada pelo impacto: (i) do regime excecional e temporário de regularização de dívidas fiscais e à Segurança Social (aumento da receita em 0,4% do PIB); (ii) do crédito fiscal extraordinário ao investimento (diminuição da receita em 0,1% do PIB); e (iii) da injeção de capital no BANIF reclassificada em transferência de capital (aumento da despesa em 0,4% do PIB); Acresce um conjunto de pressões orçamentais, isto é, um conjunto de fatores que o Governo não controla, mas que fazem aumentar a despesa pública. Em 2014, estas pressões ascendem a 0,9 p.p. do PIB e respeitam: (i) ao acréscimo significativo dos encargos com as Parcerias Público-Privadas (PPP) face a 2013; (ii) ao aumento, em termos líquidos, do número de pensionistas e reformados; e (iii) à necessidade de constituir uma dotação provisional para fazer face a despesas não previstas, tal como decorre da lei de enquadramento orçamental. Assim, face ao ponto de partida de 5,8% do PIB, o efeito destas pressões por si só colocaria o défice de 2014 em 6,8% do PIB.
É também necessário considerar que a melhoria das perspetivas da atividade económicas para 2013 e 2014, tem um impacto favorável na redução anual do défice orçamental, estimado em 0,5 p.p. do PIB.
Este efeito diz respeito a uma contribuição menos negativa da procura interna e à revisão em baixa da taxa de desemprego, Desta forma, na ausência de medidas de consolidação orçamental, o défice atingiria 6,3% do PIB. O diferencial de 2,3 p.p. necessário para cumprir o limite de 4% fixado para 2014 corresponde precisamente ao montante de medidas que o Governo irá executar no próximo ano.
Gráfico II.3.1. Do défice de 2013 ao défice de 2014 (% do PIB)

Fonte: Ministério das Finanças.
1 , 0
4 , 0 D é f i c e orç a m e nt a l 2014 M e d ida s d e c o n s o li d a ç ã o o r ç a m e n t a l - 2 , 3 D é f i c e 2 0 1 4 s e m m e di da s D é f i c e 2 0 1 3 s e m m e di da s pontua i s 6 , 3 E f e it o c e n á r io m a c r o e c o n ó m ic o - 0 , 5 P re s s ões e m 2 0 1 4 5 , 8 M e d ida s p o n t u a is - 0 , 1 D é f i c e orç a m e nt a l e m 2 0 1 3 5 , 9 5 , 5
D é f i c e 2 0 1 3 re l e v a nt e pa ra o P rogra m a

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Em 2014, o saldo primário (que exclui o pagamento de juros) deverá apresentar já um valor positivo, de 0,3% do PIB, correspondendo uma melhoria de 1,9 p.p. do PIB face a 2013. O saldo primário estrutural (que, para além de excluir os juros da dívida pública, é corrigido do ciclo económico e de medidas pontuais) será positivo pelo terceiro ano consecutivo, devendo apresentar um excedente de 1,5% do PIB, correspondendo a uma melhoria de 7,4 p.p. face a 2010.
Tendo em conta os progressos já realizados para atingir o equilíbrio de médio prazo, o défice estrutural tem vindo igualmente a diminuir, esperando-se que em 2014 registe 2,9%. Esta redução deverá ser efetuada através da diminuição da despesa estrutural em 1,5 p.p., enquanto a receita estrutural se deverá reduzir em 0,5 p.p., em 2014.
Quadro II.3.1. Variáveis orçamentais (em % do PIB)

Nota: As variáveis estruturais encontram-se em percentagem do PIB potencial.
Fonte: Ministério das Finanças.
Dada a evolução esperada para o défice primário e o diferencial entre a variação da taxa de juro implícita na dívida e a do PIB nominal, estima-se que o rácio da dívida pública comece a diminuir, situando-se em 126,7% do PIB no final de 2014. Para este comportamento contribuirão: (i) os ajustamentos défice-dívida, (ii) o crescimento do PIB nominal e (iii) a variação do défice primário. A diminuição da dívida pública em 2014 por via dos ajustamentos défice-dívida resulta, principalmente, da redução de depósitos das Administrações Públicas (em cerca de 2 p.p. do PIB), e da aquisição adicional de títulos de dívida pública por parte da Segurança Social (em 1,2 p.p. do PIB); (iv) em sentido contrário, o efeito do diferencial dos juros face ao PIB nominal continuará a ter um contributo positivo na variação da dívida pública.
Quadro II.3.2. Dinâmica da dívida pública (em % do PIB)

Fonte: Ministério das Finanças.

Definida a restrição financeira, é necessário decidir as opções de política orçamental As condições de partida apresentadas definem a restrição financeira para 2014 e o esforço orçamental necessário para a respeitar. Respeitam, por um lado, a obrigação nacional de construir bases de susten2012 2013
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tabilidade das finanças públicas e, por outro lado, os compromissos com os nossos parceiros internacionais no âmbito do Programa de Ajustamento e das regras europeias.
Coube ao Ministério das Finanças definir a restrição financeira. Com base nestes dados, o Governo como um todo iniciou um profundo processo de reflexão interna, definindo as principais áreas de intervenção para cumprir esta restrição. Todos os Ministérios trabalharam neste esforço de transformação, identificando medidas concretas e alternativas possíveis. Por fim, o Governo definiu as opções políticas a seguir para efetuar o ajustamento orçamental.

Um aumento generalizado da carga fiscal teria custos excessivos O aumento das receitas é uma via que, reconhecidamente, tem impactos mais prolongados sobre a atividade económica e provoca períodos de baixo crescimento e de desemprego. Adicionalmente, o nível de tributação atingido em Portugal é elevado, tendo em conta o rendimento do país.
Gráfico II.3.2 Carga fiscal e PIB per capita em 2013 (% PIB e milhares de euros)

Fonte: AMECO, outubro de 2013.
O gráfico mostra que quanto maior for o nível de rendimento de um país, aqui medido pelo PIB per capita, maior é a sua capacidade de captar receita fiscal. Esta capacidade justifica-se, por exemplo, por um maior consumo de bens sujeitos a taxas de IVA superiores e a impostos especiais (resultando em maior receita de impostos indiretos) ou ainda por um maior número de contribuintes nos escalões mais elevados de IRS (resultando em maior receita de impostos diretos). No entanto, esta maior capacidade de recolha de receita fiscal pode não se traduzir necessariamente em maiores níveis de tributação. Esta é, em última análise, uma opção que depende das escolhas de cada país.
Excluindo a Irlanda, a tendência nos países europeus é generalizada: quanto maior o nível de rendimento, maior é a proporção de receita fiscal obtida para financiar o Estado. Os dados disponíveis sugerem que, se Portugal estivesse alinhado com a tendência europeia, o seu nível de tributação seria inferior ao atual em cerca de 2,8 p.p. do PIB (34,0% em vez dos atuais 36,8%), ou seja, aproximadamente 4.700 milhões de euros. Grande parte deste diferencial foi agravado entre 2010 e 2013, no contexto do ajustamento orçamental em curso (Gráfico II.3.3). Neste período, Portugal regista o segundo maior acréscimo de carga fiscal na União Europeia (a seguir à França) com um acréscimo de 2,1 p.p. do PIB (1,9 p.p. para a média da área do euro e 1,5 p.p. para a União Europeia), essencialmente via impostos diretos. Esta foi uma necessidade determinada pela urgência de curto prazo em reduzir o défice orçamental, na sequência do pedido de 24
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ajuda externa. Assim, a margem de manobra para prosseguir a redução do défice por esta via está hoje mais reduzida.
Gráfico II.3.3. Variação da carga fiscal em 2010-2013 (p.p. PIB)

Fonte: AMECO, outubro de 2013.
Um aumento significativo de impostos teria assim custos económicos e sociais excessivos difíceis de comportar, dado que a carga fiscal é já elevada em Portugal. O aumento da carga fiscal desde o início do Programa de Ajustamento foi dos mais elevados na Europa. Novos aumentos expressivos de carga fiscal num período de início de recuperação económica como o da atual conjuntura seriam contraproducentes.
O foco do ajustamento orçamental em 2014 deve, portanto, ser concentrado na redução da despesa pública. O ajustamento orçamental deve agora ser focado na redução de despesa pública Desde a entrada na área do euro, Portugal assistiu a uma tendência de aumento da despesa pública em percentagem do PIB (Gráfico II.3.4). Apesar de em 1999 representar 41% do PIB, a despesa atingiu os 51% em 2010 depois do período de forte expansão orçamental. Este aumento é praticamente explicado pelo aumento nas prestações sociais, que passaram de 13% para 22% do PIB.
Gráfico II.3.4. Evolução da despesa pública em 1999-2013 (% PIB)

Fontes: INE e Ministério das Finanças, outubro de 2013.
Em 2013, prevê-se uma redução do peso da despesa no PIB face a 2010, apesar da recessão económica. Este esforço está a ser conseguido principalmente através de fortes restrições ao investimento, despesas com pessoal e consumos intermédios. Em sentido contrário, evoluíram as despesas com presta2 , 1 1 , 9 1 , 5 -3
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ções sociais, impulsionadas pelo aumento da despesa com pensões e, em menor escala, com o subsídio de desemprego. Também o peso dos juros tem aumentado, devido ao montante crescente da dívida pública que resulta da acumulação de sucessivos défices orçamentais.
No entanto, esta redução de despesa não é suficiente. Portugal apresenta ainda um nível de despesa pública desproporcionado face ao seu rendimento. Em 2013, a despesa pública total - 48,6% do PIB - ficará próxima da média da União Europeia - 49,2% do PIB. No entanto, o PIB por habitante será de apenas 60% da média europeia - 15.600€ em Portugal e 25.700€ na União Europeia.
Gráfico II.3.5 Despesa pública total em 2013 (% do PIB)

Gráfico II.3.6 PIB per capita em 2013 (milhares de euros)

Fonte: AMECO, outubro de 2013.
Tal como o comportamento da carga fiscal, também a despesa pública tende a ser maior quanto maior a riqueza de um país. Esta foi uma relação identificada por Adolph Wagner em 1911, segundo a qual o crescimento económico de um país tende a ser acompanhado por um peso crescente do Estado na economia (medido pelo peso da despesa pública no PIB). Este aumento relativo da despesa pública é justificado, por exemplo, pela expansão das funções do Estado (caso da Segurança Social), ou através de avanços na ciência e tecnologia (caso da Saúde). Estudos empíricos comparando diferentes países em determinado momento do tempo ou focando a evolução no tempo num único país têm confirmado esta relação8.
Admitindo que o modelo social europeu é partilhado pela generalidade dos países da União Europeia, a estrutura da despesa pública terá características aproximadas, pelo que é possível estabelecer uma Lei de Wagner para os diferentes países. Esta relação sugere que o nível de despesa pública de Portugal em 2013 é 5,2 p.p. do PIB mais elevado do que seria de esperar dado o seu nível de rendimento. Alternativamente, o rendimento criado teria de ser quase o dobro do verificado atualmente para conseguir financiar adequadamente este nível de despesa pública. Como a comparação é efetuada apenas com países europeus, os dados sugerem que é possível um nível de despesa mais baixo mantendo, ao mesmo tempo, a matriz base do Estado Social. 8 Veja-se por exemplo Lamartina, S. e Zaghini, A. (2011) "Increasing public expenditures: Wagner's law in OECD countries," German Economic Review, Volume 12, Issue 2, pág. 149–164, maio 2011.
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Gráfico II.3.7 Despesa pública total e PIB per capita em 2013 (% PIB e milhares de euros)

Fonte: AMECO, outubro de 2013.
Portugal tem um nível de despesa excessivo que, como provam os défices persistentes, não consegue financiar. A criação de bases de sustentabilidade futura das finanças públicas passa assim necessariamente por um nível de despesa mais baixo do que o atual.

Foi realizado um processo abrangente de revisão estrutural da despesa Como preconizado no Programa de Ajustamento Económico, a via de redução da despesa é a solução que permite atingir, em simultâneo, três objetivos:  Cumprir os compromissos internacionais de redução do défice orçamental;  Minimizar os custos a suportar pela economia;  Criar as condições de sustentabilidade futura das finanças públicas e do sistema de pensões. Foi neste âmbito que Portugal se comprometeu com uma redução de despesa significativa nos próximos anos. A reforma permanente da despesa constitui um pilar fundamental do ajustamento orçamental a efetuar.
É ainda importante realçar que a concretização das medidas da revisão estrutural da despesa ('Public Expenditure Review') foi condição para a aprovação da extensão de maturidades dos empréstimos concedidos a Portugal pela União Europeia em junho de 2013. A prossecução destes objetivos e a execução das medidas acordadas continuará a ser condição para que os nossos parceiros continuem a apoiar Portugal como têm feito até agora. É por isso determinante que Portugal tome as medidas necessárias e indispensáveis para assegurar a sustentabilidade das suas finanças públicas e do sistema de pensões.
A este propósito, importa ter presente a estrutura da despesa pública portuguesa: 70% do total de gastos é aplicado em prestações sociais e despesas com pessoal. Torna-se assim claro que uma redução da despesa para níveis compatíveis com a riqueza do país tem inevitavelmente de afetar estas áreas (Gráfico II.3.8).
Esta realidade não invalida reduções substanciais em áreas com menor peso. Com efeito, a redução das despesas de funcionamento do Estado é uma prioridade que tem sido seguida ano após ano, como mostra a despesa em consumos intermédios desde 2010. No entanto, uma redução demasiado severa nestas despesas pode pôr em causa o funcionamento dos serviços essenciais às populações. 34
36
38
40
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Gráfico II.3.8. Composição da despesa pública em 2013 (% do total) Fonte: Ministério das Finanças, outubro de 2013.
Adicionalmente, há componentes dos consumos intermédios que estão reguladas por contratos plurianuais (por exemplo, as PPP) que, apesar das poupanças substanciais já conseguidas, não se conseguem evitar totalmente. Por fim, refira-se ainda que o atual nível de investimento público é reduzido face ao valor da despesa pública pelo que dificilmente se poderá obter uma poupança significativa nesta rubrica sem pôr em causa o nível de serviço público.
Um programa de redução de despesa pública deve, por isso, ser equilibrado e desenvolver-se em várias frentes em simultâneo tendo um princípio estratégico orientador a prossecução de objetivos de equidade: 1. Equidade entre trabalhadores do sector público e do privado; 2. Equidade entre gerações; 3. Equidade entre os serviços públicos e os agentes privados.
Por este motivo, o Governo decidiu enquadrar o esforço de redução de despesa num programa mais amplo de revisão estrutural da despesa. Surgem, assim, três frentes de atuação integradas: (i) medidas transversais à Administração Pública, (ii) medidas sobre o sistema de pensões e (iii) medidas sectoriais.
Só a atuação em simultâneo nestes três vetores oferece garantias de uma redução sustentada dos níveis de despesa pública.

Em 2014, 86% das medidas permanentes serão realizadas do lado da despesa Para que o défice orçamental nominal seja reduzido de 5,5% para 4% é necessário executar medidas permanentes de 2,2% do PIB, ou seja, 3718 milhões de euros em termos líquidos. Deste esforço, 3184 milhões de euros concentram-se em medidas de redução da despesa pública, resultantes do processo de revisão estrutural da despesa. P r e s t a ç õ e s s o c i a is 48%
D e s p e s a s c o m p e s s o a l 22%
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Quadro II.3.3. Medidas de consolidação orçamental em 2014 (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças, outubro de 2013.
O esforço de redução de despesa será complementado com medidas do lado da receita de aproximadamente 994 milhões de euros. Estas medidas são essencialmente direcionadas à correção de distorções específicas na economia, a um melhor aproveitamento dos fundos europeus disponíveis no quadro comunitário de apoio que se inicia em 2014, e à tributação sobre os rendimentos e sectores económicos com maior capacidade contributiva.
Resulta ainda um impacto de perda de receita fiscal e contributiva por aplicação das medidas de redução de despesas com pessoal e prestações sociais no valor de 459 milhões de euros. Assim, o esforço global de aumento de receita é de 534 milhões de euros, ou seja, 14% do total de medidas permanentes.
Serão também realizadas medidas pontuais com impacto de 183 milhões de euros, o que eleva o total de medidas para aproximadamente 3091 milhões de euros, ou seja, 2,3% do PIB. 183
994
534 3 . 9 0 1 T ot a l de m e di das de c onsol i daç ã o orç a m e nt a l 3 . 7 1 8 M e d ida s p o n t u a is T ot a l de m e di das per m a nent e s R e duçã o de d e s pes a 3 . 1 8 4 A um e nt o de rec e i t a P e r d a d e r e c e it a f is c a l e c o n t r ibu t iv a - 459 M e d ida s d o lad o d a r e c e it a 86%

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Quadro II.3.4. Medidas de consolidação orçamental em 2014 (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças, outubro de 2013.

II.3.1. Medidas do Lado da Despesa II.3.1.1. Medidas Transversais à Administração Pública Em 2013, as despesas com pessoal totalizarão cerca de 17 mil milhões de euros, ou seja, 22% da despesa pública total. Este valor equivale a quase 11% do PIB, o que numa perspetiva histórica representa o segundo valor mais baixo desde o início da área do euro. (Gráfico II.3.9). No entanto, este é ainda um valor superior às médias da área do euro e da União Europeia (Gráfico II.3.10). O ajustamento das desM€ % d o P I B
D e s p e s a s c o m o p e s s o a l 1 3 2 0 0 , 8
A lt e r a ç ã o d a p o lít ic a d e r e n d im e n t o s 643 0 , 4
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R e f o r m a s e s t r u t u r a n t e s n o s is t e m a e d u c a t iv o 215 0 , 1
O u t r a s m e d id a s s e t o r ia is 148 0 , 1
P r e s t a ç õ e s s o c i a i s 891 0 , 5
C o n v e r g ê n c ia d a f ó r m u la d e c á lc u lo d a s p e n s õ e s d a C G A c o m a s d a S e g u r a n ç a S o c ia l 728 0 , 4
N ã o a c u m u la ç ã o d o s e f e it o s d a c o n v e r g ê n c ia d a s p e n s õ e s d a C G A c o m a C E S - 3 4 0 - 0 , 2
A ju s t e d a id a d e d e a c e s s o à p e n s ã o d e v e lh ic e c o m b a s e n o f a c t o r d e s u s t e n t a b ilid a d e 205 0 , 1
In t r o d u ç ã o d e c o n d iç ã o d e r e c u r s o s n a s p e n s õ e s d e s o b r e v iv ê n c ia 100 0 , 1
O u t r a s m e d id a s s e t o r ia is 198 0 , 1
P r e s t a ç õ e s s o c i a i s e m e s p é c i e 21 0 , 0
C o n s u m o i n t e r m é d i o 460 0 , 3
R e f o r m a H o s p it a la r e o t im iz a ç ã o d e c u s t o s n a á r e a d a S a ú d e 207 0 , 1
R a c io n a liz a ç ã o d e c u s t o s e r e d e f in iç ã o d e p r o c e s s o s n a s á r e a s d a S e g u r a n ç a e D e f e s a 124 0 , 1
O u t r a s m e d id a s s e t o r ia is 129 0 , 1
S u b s í d i o s 153 0 , 1
R e d u ç ã o d a s in d e m n iz a ç õ e s c o m p e n s a t ó r ia s p a r a o S e t o r E m p r e s a r ia l d o E s t a d o 90 0 , 1
O u t r a s m e d id a s s e t o r ia is 64 0 , 0
I n v e s t i m e n t o 290 0 , 2
O u t r a d e s p e s a c o r r e n t e 48 0 , 0
T o t a l d e m e d i d a s d o l a d o d a d e s p e s a 3 1 8 4 1 , 9
D i m i n u i ç ã o d e D e s p e s a 3 1 8 4 1 , 9
I m p o s t o s s o b r e a p r o d u ç ã o e a i m p o r t a ç ã o 170 0 , 1
I m p o s t o s s o b r e o r e n d i m e n t o e o p a t r i m ó n i o 240 0 , 1
C o n t r i b u i ç õ e s s o c i a i s 168 0 , 1
A lt e r a ç ã o n a s c o n t r ib u iç õ e s p a r a A D S E , S A D e A D M 132 0 , 1
A ç õ e s d e f is c a liz a ç ã o e c o b r a n ç a c o e r c iv a d a S e g u r a n ç a S o c ia l 31 0 , 0
O u t r a s m e d id a s c o m e f e it o e m c o n t r ib u iç õ e s s o c ia is 5 0 , 0
O u t r a s r e c e i t a s 415 0 , 2
O t im iz a ç ã o d o u s o d e f u n d o s e u r o p e u s n o E m p r e g o e S e g u r a n ç a S o c ia l 199 0 , 1
C o n t r ib u iç ã o e x t r a o r d in á r ia s o b r e o s e t o r e n e r g é t ic o 100 0 , 1
A u m e n t o d a c o n t r ib u iç ã o s o b r e o s e t o r b a n c á r io 50 0 , 0
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P e r d a d e r e c e it a f is c a l d a s m e d id a s e m d e s p e s a s c o m p e s s o a l e p r e s t a ç õ e s s o c ia is - 3 1 4 - 0 , 2
P e r d a d e r e c e it a c o n t r ib u t iv a d o e m p r e g a d o d a s m e d id a s e m d e s p e s a s c o m p e s s o a l - 1 4 5 - 0 , 1
A u m e n t o d e R e c e i t a 534 0 , 3
T o t a l d e m e d i d a s p e r m a n e n t e s 3 7 1 8 2 , 2
T o t a l d e m e d i d a s p o n t u a i s 183 0 , 1
T o t a l 3 9 0 1 2 , 3
V a l o r e s b r u t o s

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pesas com pessoal deve, portanto, continuar até que Portugal consiga dimensionar a sua Administração Pública para níveis compatíveis com a sua capacidade financeira.
Gráfico II.3.9. Despesas com pessoal em Portugal em 1999-2013 (% do PIB) Gráfico II.3.10. Despesas com pessoal na União Europeia em 2013 (% PIB)

Fonte: AMECO, outubro de 2013.
Mas o redimensionamento da Administração Pública não é apenas necessário por razões de exigência financeira. É-o também porque é fundamental encetar um processo de renovação e requalificação dos seus quadros. O peso dos grupos profissionais com menores qualificações é ainda muito elevado face ao cada vez mais exigente perfil funcional da Administração Pública, pelo que se torna absolutamente necessário proceder a uma renovação progressiva de quadros, que terá que ser acompanhada por um processo de redução global de efetivos.
É assim imprescindível uma reforma da Administração Pública no âmbito do processo de transformação estrutural do sector público. Esta reforma visa criar condições para o redimensionamento da Administração Pública, bem como promover a recomposição funcional dos trabalhadores face às exigências de um serviço público mais moderno e de qualidade.
As iniciativas propostas pelo Governo têm como princípio global a equidade entre os trabalhadores do sector público e os do sector privado, que têm sido os principais visados dos desenvolvimentos negativos no mercado de trabalho. Em reação às reduções na procura, várias empresas têm procurado reduzir os custos salariais essencialmente por três vias:  Redução das remunerações: segundo estimativas do Banco de Portugal no último Boletim Económico relativas aos trabalhadores que mantêm o mesmo empregador em 2011 e 2012, observou-se “um aumento da fração de trabalhadores com reduções de remuneração, que ascendeu a 22,2 e 23,0%, respetivamente.” Os dados indicam ainda que 39,4% dos trabalhadores tiveram pelo menos uma redução remuneratória neste período;  Rotação de trabalhadores: a contratação de trabalhadores com menores salários do que os trabalhadores que saem da empresa é também um mecanismo de redução dos custos salariais. No mesmo documento, o Banco de Portugal calcula que a “remuneração mçdia dos trabalhadores que entraram em 2012 foi mais baixa, em cerca de 110 euros ou 11%, do que a remuneração média dos trabalhadores que cessaram contrato em 2011”. Este processo envolveu 776 mil trabalhadores, ou seja, aproximadamente 16% da população empregada;  Aumento do desemprego: excetuando a não-renovação de contratos a termo da Administração Pública, este é um fenómeno que decorre do ajustamento do sector privado, seja através do despedimento de trabalhadores ou de falências de empresas. A taxa de desemprego tem aumentado desde 2010, ano em que se registou 10,8%, prevendo-se um valor de 17,7% em 13 , 3 1 4 , 2 9, 9 1 0 , 9 0
2
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1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
1 0 , 9 1 0 , 7 1 0 , 5 0
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2014. Esta variação equivale a aproximadamente 350.000 trabalhadores. No entanto, no sector público o risco de desemprego é quase nulo para a maioria dos trabalhadores em funções públicas.
Por este motivo, as medidas no âmbito dos recursos humanos da Administração Pública foram definidas de forma a:  Alterar a política de rendimentos do sector público, tanto ao nível das remunerações como dos suplementos, alargando o esforço de consolidação orçamental à generalidade dos trabalhadores;  Realocar os trabalhadores nas áreas e funções da Administração Pública em que sejam identificadas necessidades, através de processos de requalificação das competências dos trabalhadores;  Redimensionar a Administração Pública, através da diminuição do número de efetivos por aposentação, rescisões por mútuo acordo e não-renovação de contratos a termo;  Reorganizar os tempos de trabalho através, por exemplo, do novo horário de 40 horas semanais, a adaptabilidade do banco de horas e alteração dos regimes de férias. Estas alterações permitirão a adaptação dos serviços às novas exigências sociais e económicas, acomodando simultaneamente as reduções de pessoal sem diminuir a qualidade dos serviços públicos;  Promover o mérito dos trabalhadores, de forma a reforçar a valorização e produtividade dos trabalhadores dos serviços públicos.

Alteração da Política de Rendimentos Uma reforma da Administração Pública deve melhorar, dentro da margem financeira possível, a competitividade das remunerações públicas do Estado relativamente a alguns grupos profissionais prioritários e ajustar para os níveis de mercado a remuneração de outros grupos, relativamente aos quais o Estado pagará, porventura, acima do que é a prática no privado. O estudo solicitado pelo Governo a uma consultora internacional veio demonstrar genericamente que as práticas salariais da Administração Pública diferem substancialmente do padrão que é observado no sector privado, sugerindo um padrão de iniquidade entre o público e o privado. Depreende-se que no sector público existe um prémio salarial superior para funções de menor exigência e/ou responsabilidade e que as remunerações associadas a funções de maior complexidade e exigência tenderão a ser inferiores às do sector privado.
Recorda-se que, com efeitos a partir de 1 de janeiro de 2011, em período de crise e dada a urgência do ajustamento, foi decidido aplicar um corte de carácter temporário e progressivo entre 3,5% e 10%, afetando os rendimentos mais elevados. Essa redução remuneratória foi mantida até 2013. Para 2014, dado que a recuperação económica e, em particular, no mercado de trabalho está a ser mais lenta do que a prevista aquando do início do programa de ajustamento, entende-se que, na atual conjuntura, a redução remuneratória a aplicar deve manter a progressividade mas tendendo a ser mais equitativa, quer dentro das Administrações Públicas quer face ao sector privado, tal como sugerido pela análise acima referida.
Acresce ainda o facto de a previsão de um prazo máximo de duração do sistema de requalificação deixar de ser possível para a esmagadora maioria dos trabalhadores em funções públicas, impossibilitou o Governo de atuar sobre o número de trabalhadores (que não sejam comprovadamente necessários para o exercício de funções no Estado, mas que mantêm o vínculo). Este facto corrobora a necessidade de atuar ao nível das remunerações para atingir os objetivos de redução dos custos com pessoal.
Assim, será aplicada uma redução progressiva entre 2,5% e 12%, com caráter transitório, às remunerações mensais superiores a 600 euros de todos os trabalhadores das Administrações Públicas e do Sector

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Empresarial do Estado (SEE), bem como dos titulares de cargos políticos e outros altos cargos públicos.
Serão todavia protegidos os rendimentos mensais até 600 euros, aplicando-se apenas a redução necessária para a perceção desse valor.
Esta medida substitui a redução de caráter transitório entre 3,5% e 10% para rendimentos mensais acima de 1500 euros introduzida pelo Orçamento do Estado para 2011 (e mantidas desde 1 de janeiro de 2011).
A regra da redução remuneratória de carácter transitório, pode ser descrita como segue: para valores de remunerações até 2000 euros, aplica-se uma taxa progressiva que varia entre os 2,5% e os 12%; acima desse valor, aplica-se a taxa de redução de 12%.
Com esta alteração, assegura-se que o esforço de contenção é melhor distribuído por um maior grupo de trabalhadores. A medida em vigor desde 2011 concentrava os cortes em apenas cerca de 50% dos trabalhadores. Em contraste, a regra agora proposta é mais equitativa no sentido em que protege os verdadeiramente com menos recursos (abaixo dos 600€), cerca de 10% dos funcionários põblicos, e distribui a necessidade de redução pelos restantes de forma progressiva até valores de remuneração de 2000 euros.
Quadro II.3.5. Alteração da política de rendimentos da Administração Pública (euros e %)

Fonte: Ministério das Finanças, outubro de 2013.
A aplicação de uma taxa fixa a partir dos 2.000€ tem como objetivo não agravar ainda mais a fraca competitividade das remunerações públicas do Estado relativamente ao sector privado para os grupos com maiores qualificações e responsabilidade. Com efeito, tal como enunciado acima, trata-se de grupos para os quais as condições oferecidas são menos competitivas que as do sector privado. Para além disso, estes trabalhadores são os que sofreram o maior agravamento fiscal nos últimos anos. Por isso, taxas de redução ainda mais elevadas constituiriam uma dupla penalização excessiva.
O impacto desta medida é estimado em 643 milhões de euros.
Em matéria de instrumentos de valorizações remuneratórias ou de atribuição de prémios de gestão para os trabalhadores das Administrações Públicas e do SEE, bem como dos titulares de cargos políticos e outros altos cargos públicos, mantêm-se as medidas introduzidas pelos Orçamentos de Estado de 2011, 2012 e 2013, que como regra geral preveem:  A proibição de quaisquer valorizações remuneratórias decorrentes de promoções ou progressões; e  A proibição de atribuição de prémios de gestão aos gestores de empresas públicas, entidades reguladoras e institutos públicos.
R e m u n e r a ç ã o e m 2 0 1 0 s e m r e d u ç ã o
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R e m u n e r a ç ã o e m 2 0 1 4 c o m r e d u ç ã o
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700 3 , 2 % 678
800 3 , 9 % 769
900 4 , 5 % 859
1 0 0 0 5 , 2 % 948
1 1 0 0 5 , 9 % 1 0 3 5
1 2 0 0 6 , 6 % 1 1 2 1
1 3 0 0 7 , 3 % 1 2 0 6
1 4 0 0 7 , 9 % 1 2 8 9
1 5 0 0 8 , 6 % 1 3 7 1
1 6 0 0 9 , 3 % 1 4 5 1
1 7 0 0 1 0 , 0 % 1 5 3 1
1 8 0 0 1 0 , 6 % 1 6 0 8
1 9 0 0 1 1 , 3 % 1 6 8 5
2 0 0 0 1 2 , 0 % 1 7 6 0
2 5 0 0 1 2 , 0 % 2 2 0 0
3 0 0 0 1 2 , 0 % 2 6 4 0
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Já no que respeita a prémios de desempenho, poderá haver atribuição, com carácter excecional e com um limite máximo de 2% do número de trabalhadores por órgão/serviço, desde que não haja aumento global da despesa com pessoal na entidade em que a atribuição tenha lugar. O limite de 2% pode ser aumentado até 5%, associado a critérios de eficiência, e sujeito a autorização por Portaria de membro do Governo responsável pela área das Finanças e da Administração Pública.
Relativamente ao pagamento do subsídio de Natal aos trabalhadores das Administrações Públicas, tal como em 2013, este continuará a ser efetuado mensalmente em regime de duodécimos.
Durante o ano de 2014, como medida excecional de estabilidade orçamental, é ainda introduzido um regime especial de trabalho a tempo parcial. Por acordo entre o trabalhador em funções públicas e a respetiva entidade empregadora pública, permite-se reduzir a duração do período normal de trabalho, no mínimo, no equivalente a duas horas por dia ou a oito horas consecutivas de trabalho por semana, com a redução proporcional da remuneração base e suplementos remuneratórios. Para assegurar que os trabalhadores que adiram a esta opção não são duplamente penalizados na sua remuneração, são excecionados da redução remuneratória acima descrita. Assim, passam a auferir remuneração total ilíquida mensal sem redução remuneratória, apenas ajustada ao tempo trabalhado. Aplica-se exclusivamente a trabalhadores que não beneficiem de qualquer outra modalidade de redução do período normal de trabalho semanal, incluindo trabalhadores que se encontrem a tempo parcial.

Redução do Número de Efetivos Para 2014 mantém-se o objetivo de uma redução anual de pelo menos 2% no número de trabalhadores das Administrações Públicas (central, local e regional). Esse objetivo continuará a ser alcançado maioritariamente através de saídas por aposentação dos trabalhadores da Administração Pública, em conjugação com um rigoroso controlo dos fluxos de pessoal e elevadas restrições à contratação.
A monitorização do cumprimento desta medida é garantida quer pelo controlo da variação do emprego nas Administrações Públicas através das Sínteses Estatísticas de Emprego Público9, quer pelo reforço de deveres de reporte instituídos para a Administração Central10. Ambos os mecanismos permitem uma avaliação do cumprimento e, consequentemente, a reação e correção atempadas de qualquer desvio.
No sentido da racionalização dos custos com pessoal e a par dos procedimentos de reorganização de serviços, designadamente ao nível das regras de reafetação de pessoal previstas na Lei n.º 53-A/2006, de 7 de dezembro, a Lei do Orçamento do Estado para 2014 prevê: i) O controlo nas renovações de contratos de trabalho a termo resolutivo, no seguimento da ponderação da parte dos organismos sobre a necessidade deste tipo de contratação em função das suas atribuições. Adicionalmente, e sem prejuízo de situações especiais em que se justifique este regime contratual, condiciona-se a renovação de contratos de trabalho a termo resolutivo a situações excecionais, de relevante interesse público; ii) A contratação de novos trabalhadores por pessoas coletivas de direito público e empresas públicas fica sujeita à verificação dos fundamentos e requisitos por parte do membro do Governo responsável pela área das Finanças; iii) A redução do valor das subvenções pagas aos trabalhadores que, no âmbito da Lei nº 11/2008, de 20 de fevereiro, se encontram de licença extraordinária (casos em que o Estado acordou uma 9 SIEP - Publicação trimestral de dados de emprego das Administrações Públicas iniciada na sequência da reformulação do Sistema de Informação do Estado (SIOE) através da Lei n.º 57/2011, de 28 de novembro. Desde 2013 passou a publicar os dados de emprego relativos a pessoas coletivas de direito público e empresas públicas.
10 Resolução do Conselho de Ministros n.º 22/2012, de 9 de março, que vigorará durante o Programa de Ajustamento.

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subvenção sem que beneficie do respetivo exercício de funções). O valor da subvenção mantém a redução de 50%, com o limite de duas vezes o valor do indexante dos apoios sociais.

Aplicação do Horário Semanal de Trabalho de 40 horas Em 2014, o período normal de trabalho será consolidado nas 40 horas semanais, no seguimento das alterações legislativas efetuadas ainda em 2013. Esta alteração permitirá:  Reduzir os encargos de funcionamento dos serviços (por exemplo, com horas extraordinárias);  Reforçar a possibilidade de rever e reorganizar os períodos normais de trabalho dos trabalhadores de carreiras especiais cujos períodos de trabalho dispõem de regras próprias, retirando vantagens de novos modelos de organização do trabalho;  Acomodar a redução em curso do número de trabalhadores sem perda de resultados e de serviço público prestado ao cidadão;  Melhorar a prestação de serviços aos cidadãos, nomeadamente através do aumento do horário de atendimento ao público dos serviços.
Esta medida visa assegurar o alinhamento entre o período normal de trabalho no sector público e no sector privado, que tem um regime regra de 40 horas semanais (tendo por base os dados existentes sobre a repartição da duração média semanal (horas) do trabalho efetivo dos trabalhadores por conta de outrem). A alteração promove também a igualdade de todos os trabalhadores da Administração Pública, onde coexistem diferentes regimes regra dependentes das próprias carreiras. Além disso, permitirá alinhar Portugal com a média das Administrações Públicas dos restantes Estados-Membros da União Europeia (segundo a informação comparada do número de horas de Emprego Público nos países da OCDE).
Estima-se que esta medida, conjugada com a redução de trabalhadores por aposentação, tenha um impacto de 153 milhões de euros. Esta poupança resultará da otimização da organização dos tempos de trabalho com redução de horas extraordinárias, além da efetiva acomodação do ritmo de redução de pessoal em curso.

Execução de Programas de Rescisões por Mútuo Acordo Os Programas de Rescisões por Mútuo Acordo são instrumentos de gestão de recursos humanos frequentemente utilizados pelo sector privado, em contextos de necessidade de redução de custos com pessoal. Através de um acordo entre a entidade empregadora e o empregado, é possível encontrar uma solução que beneficie ambas as partes através de uma compensação financeira, em que o retorno para o Estado (após compensação) possa ser positivo a partir de pouco mais de decorridos 2 anos.
Este instrumento passou a estar regulamentado com a Lei nº 66/2012, de 31 de dezembro, que estabelece, não só um mecanismo geral que pode ser utilizado por cada serviço, como prevê a possibilidade de criação de programas de rescisão, com compensação superior à regra geral, para situações identificadas de sobreemprego face às necessidades existentes. Desta forma, os programas de rescisão são instrumentos de utilidade no contexto de uma redução estrutural da despesa no médio-prazo, contribuindo também para o objetivo de recomposição funcional dos trabalhadores em funções públicas:  Programa de rescisões para assistentes técnicos e operacionais: o Programa de Rescisões por Mútuo Acordo instituído pela Portaria n.º 221-A/2013, de 8 de julho, destina-se a trabalhadores das categorias menos qualificadas (tipicamente assistentes operacionais e assistente técnicos).

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Estes terão acesso a uma compensação superior à prevista nos termos gerais de rescisão. O prazo de apresentação de requerimentos decorre entre 1 de setembro e 30 de novembro de 2013. Existe ainda a possibilidade de manutenção da ADSE desde que as contribuições do beneficiário sejam asseguradas pelo próprio;  Programa de rescisões sectoriais: Para além do mecanismo geral que pode ser utilizado por cada serviço, está prevista a criação de novos programas de rescisão direcionados para áreas funcionais da Administração Pública em manifesta situação de sobreemprego.
É prevista uma poupança orçamental estrutural de 102 milhões de euros com esta medida. O impacto temporário negativo na despesa respeitante ao pagamento da compensação é de 227 milhões de euros em 2014.

Utilização do Sistema de Requalificação de Trabalhadores A proposta de Lei sobre a Requalificação (por adequação do Decreto n.º 117/XII ao decidido pelo Acórdão do Tribunal Constitucional nº 472/2013) dá corpo a três objetivos relevantes no âmbito da reforma do Estado: 1. Reforçar as competências dos trabalhadores em funções públicas, através da criação de um plano de formação efetivo e tendencialmente ajustado às características individuais de cada trabalhador e às necessidades dos serviços, que será desenvolvido por uma única entidade que coordena todo o sistema de requalificação; 2. Adaptar os serviços no sentido de melhor responder às necessidades atuais dos cidadãos, visando reforçar os serviços atualmente deficitários com recursos humanos provenientes de outros serviços cuja atividade tenha reduzida utilidade ou interesse para os cidadãos; 3. Contribuir para a redução das debilidades financeiras estruturais, na medida em que garante compensações menores dependendo do tempo de permanência em fase de requalificação ou pós requalificação sem colocação. Com esta proposta, os processos de racionalização de efetivos passam a poder ser iniciados por motivos decorrentes de desequilíbrio económico-financeiro estrutural e continuado do órgão ou serviço. A apresentação dos motivos será acompanhada da demonstração, em relatório fundamentado e na sequência de processo de avaliação, de que os efetivos se encontram desajustados face às atividades que prosseguem e aos recursos financeiros que estruturalmente lhe possam ser afetos. Mantém-se toda a parte respeitante aos procedimentos a seguir na sequência de processos de reorganização de serviços e racionalização de efetivos, aplicável a todos os trabalhadores e destinada à identificação dos trabalhadores a reafetar e a colocar em situação de requalificação.
O processo de requalificação é aplicável diretamente apenas aos trabalhadores nomeados e aos trabalhadores que mantiveram a forma de cessação da nomeação definitiva, e passa a ter duas fases: 1. A primeira, com a duração de 12 meses, seguidos ou interpolados, destina-se a reforçar as capacidades profissionais do trabalhador, criando melhores condições de empregabilidade e de reinício de funções. Nesta fase, a compensação corresponde a 60% da remuneração base auferida na categoria de origem. É estabelecido um teto máximo de 3 IAS e um teto mínimo correspondente à retribuição mínima mensal garantida (RMMG). Permite-se, ainda, o exercício de outra atividade remunerada no sector privado, desde que não comprometa os deveres do trabalhador relativos ao enquadramento profissional e à frequência de programa de formação; 2. A segunda fase não tem termo pré-definido e inicia-se esgotados os 12 meses da primeira fase.
Durante esta fase, estabelece-se um regime que procura ter em conta, no atual enquadramento

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de acentuada contenção orçamental, a inatividade por parte do trabalhador e a manutenção de uma remuneração que não corresponderá já a prestação de trabalho. Nesse contexto, a compensação na segunda fase passa a corresponder a 40% da remuneração base da categoria de origem, com um teto máximo de 2 IAS (equivalente ao subsídio de desemprego), mantendo-se o limite mínimo da RMMG. Como regra, mantém-se a atribuição desta compensação até à aposentação, se a situação do trabalhador se mantiver inalterada; Nesta fase, é permitido o exercício de atividade remunerada, com dispensa de autorização, apenas sem prejuízo do cumprimento dos deveres do trabalhador de oposição a concurso/aceitação de colocação. Nos casos em que a soma do valor da compensação paga pelo Estado com a retribuição recebida pela atividade privada exercida ultrapasse a remuneração base da categoria de origem, há redução da compensação do Estado na parte que exceda esse valor.
Em ambas as fases, prevê-se a possibilidade da cessação do vínculo por mútuo acordo, em condições mais vantajosas do que o regime geral, desde que o trabalhador se encontre a pelo menos cinco anos da idade da aposentação ou reforma, cabendo-lhe a iniciativa da sua solicitação.
Com esta medida é estimado um impacto de redução da despesa em 59 milhões de euros.

Suspensão das Subvenções Vitalícias (sujeita a condição de recursos) Visando equilíbrio no esforço exigido para a consolidação orçamental, aplica-se condição de recursos a todos os beneficiários de subvenções vitalícias e subvenções de sobrevivência (que são apuradas por indexação às remunerações dos cargos políticos). A condição de recursos é verificada anualmente e considera um rendimento médio mensal, excluindo a subvenção, superior a 2000 euros ou um património mobiliário superior a 240 vezes o valor do indexante dos apoios sociais. A subvenção é suspensa para os beneficiários que cumpram pelo menos uma das condições de recurso.
Para os restantes, o valor da subvenção fica limitado à diferença entre o valor de referência de 2000 euros e o rendimento médio mensal.

Medidas sobre o Sistema de Pensões Nos últimos 15 anos, Portugal assistiu a um forte crescimento das transferências sociais realizadas através de regimes contributivos e não contributivos (prestações sociais que não em espécie). O peso desta rubrica no PIB praticamente duplicou, passando de 10,8% em 1999 para 19,4% em 2013. A este desenvolvimento esteve associado não só um alargamento do universo de beneficiários, por exemplo por razões demográficas, como o aumento do número de prestações sociais.
O aumento da proteção social foi uma das faces mais visíveis do desenvolvimento do Estado Social, tendência generalizada na maioria dos países europeus desde os anos 60. No entanto, em Portugal esse desenvolvimento foi mais tardio e o crescimento das prestações sociais teve uma expressão acentuada entre 1999 e 2013. De facto, neste período, foi o país em que as transferências sociais mais aumentaram em percentagem do PIB (8,5 p.p.), seguido de Chipre (6,7 p.p.), Irlanda (5,9 p.p.), Grécia (4,4 p.p.) e Espanha (4,2 p.p.). Assim, Portugal é hoje o terceiro país da União Europeia que mais gasta, em percentagem do PIB, nesta rubrica de despesa, superado apenas por Itália e França.

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Gráfico II.3.11. Despesa com prestações sociais que não em espécie em 1999-2013 (% e p.p. PIB)

Fonte: AMECO, outubro de 2013.
Mais de 75% da despesa com estas prestações são despesas com pensões de velhice, doença ou sobrevivência, seguido de 9% de prestações associadas a situações de desemprego. Nas últimas duas décadas, o crescimento da despesa em pensões tem-se intensificado, decorrente não só do envelhecimento da população mas também da maturidade do próprio sistema de pensões públicas, com os novos pensionistas a receberem pensões superiores correspondentes a carreiras contributivas mais longas e até completas. Em 2013, a despesa em pensões representa cerca de 30% da despesa pública. O sistema de pensões é, por isso, uma questão central de debate sobre o modelo de prestações sociais que o Estado tem, ou não, capacidade para conceder, tendo em conta que não se perspetiva que a evolução da receita contributiva acompanhe a tendência pelo lado da despesa. Este é um ponto fundamental a considerar quando está em causa a sustentabilidade não só dos sistemas de segurança social como das próprias finanças públicas portuguesas.
De acordo com as projeções divulgadas em 2012 pelo grupo de trabalho da Comissão Europeia que acompanha as matérias relacionadas com o impacto do envelhecimento da população na despesa pública, em particular em pensões, estima-se que, no período 2010-2060, Portugal será um dos países onde o o risco do aumento do peso da despesa com pensões ameaçar a sustentabilidade do sistema será menor (Gráfico II.3.12).
Gráfico II.3.12. Aumento da despesa com pensões em 2010-2060 (p.p. PIB)

Fonte: Comissão Europeia, “The 2012 Ageing Report”.
Este é um reflexo das medidas sobre os sistemas de pensões introduzidas anteriormente, como é o caso da reforma de 2007 que introduziu, entre outras medidas, o fator de sustentabilidade (igual à razão entre a esperança de vida aos 65 anos em 2006 e no ano anterior ao da passagem à reforma). A lógica deste 8 , 5 1 , 3 1 , 3 1 9 , 4 1 7 , 8 1 7 , 1 -6
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fator foi a de que cada geração de novos reformados/aposentados receba benefícios ajustados para refletir o aumento do número de anos em que se espera receber benefícios, aliviando parcialmente os trabalhadores mais jovens de pagar impostos mais elevados para financiar aumentos de longevidade. Contudo, este ajustamento só é aplicável aos que se reformaram ou aposentaram a partir de 2007. Em paralelo, as regras de cálculo para as pensões atribuídas pela CGA passaram a considerar uma segunda parcela que segue as regras do regime geral da Segurança Social, mas apenas para a proporção de descontos nos anos subsequentes a 2005. Assim, eliminou-se parcialmente, e apenas para o futuro, diferenças significativas e temporalmente desalinhadas, entre os dois regimes, no tempo de descontos, na idade e na remuneração de referência ao apuramento do valor da pensão.
No entanto, estas medidas dirigiram-se ao problema da sustentabilidade do sistema de pensões no longoprazo, não resolvendo o problema financeiro de curto e médio-prazo. É de notar ainda que estas projeções tiveram por ano base 2010, quando as projeções demográficas (essencialmente por via da maior imigração líquida) e de crescimento económico eram mais favoráveis, com repercussões na evolução do peso da despesa em pensões no PIB. Mas já em 2010, Portugal era o quinto país da União Europeia que maior despesa tinha com o sistema de pensões (Gráfico II.3.13). Desde 2010, a despesa em pensões continua a aumentar, atingindo quase 15% do PIB em 2013, apesar do congelamento das pensões exceto as de mais baixos valores, e da Contribuição Extraordinária de Solidariedade (Gráfico II.3.14).
Gráfico II.3.13. Despesa com pensões na União Europeia em 2010 (% do PIB) Gráfico II.3.14. Despesa com pensões em Portugal 2010-2013 (% PIB)

Fonte: Comissão Europeia, “The 2012 Ageing Report". Fontes: INE e Ministério das Finanças, outubro de 2013.
A despesa com pensões é, assim, de uma dimensão de tal ordem, tanto a nível nacional como comparando com a realidade internacional, que são exigidas respostas de curto prazo de forma a garantir a compatibilização do sistema de pensões com a sustentabilidade das finanças públicas.
O sistema de pensões português não é de capitalização mas sim de repartição, o que significa que são os atuais empregados que financiam as pensões dos beneficiários. Uma opção por não reduzir o valor das pensões implica sobrecarregar a geração atual de trabalhadores com mais impostos ou com mais contribuições. Assim, foi opção do Governo repartir os custos deste ajustamento pela geração de pensionistas e de trabalhadores, segundo princípios de equidade intergeracional, de forma a poder corrigir distorções específicas ou situações de desigualdade que ainda existem no regime de pensões. Convergência da Fórmula de Cálculo das Pensões da CGA com as da Segurança Social Em 13 de setembro de 2013 o Governo apresentou a Proposta de Lei n.º 171/XII, que estabelece mecanismos de convergência do regime de proteção social da função pública com o regime geral da segurança 1 2 , 5 1 2 , 2 1 1 , 3 0
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social (RGSS) e revoga normas que estabelecem acréscimos de tempo de serviço para efeitos de aposentação no âmbito da Caixa Geral de Aposentações (CGA). Esta proposta legislativa autónoma enquadra-se na reforma do regime de proteção social convergente em matéria de pensões de aposentação e reforma, iniciada em 2004, e prosseguida desde então.
Esta medida tem impacto nas regras de formação das pensões a atribuir a partir de 2014, nivelando também as pensões em pagamento atribuídas pela CGA com as atribuídas no âmbito do RGSS, com condições de remuneração e período de contribuições equivalentes: Altera as regras de cálculo das futuras pensões a atribuir pela CGA, aproximando-as das regras do RGSS e elimina os regimes especiais que estabelecem acréscimos de tempo de serviço para efeitos de aposentação na CGA, com exceção dos relativos a missões de risco no exterior; Substitui a regulação exaustiva no regime de proteção social convergente das condições de aposentação, designadamente idade legal de acesso à pensão, e da disciplina do fator de sustentabilidade, por remissões dinâmicas para a legislação do regime geral; Procede ao recálculo das pensões em pagamento por alteração retrospetiva da parcela da pensão de aposentação dos subscritores inscritos na CGA até 31 de agosto de 1993 correspondente ao tempo de serviço prestado até ao final de 2005. O prémio correspondente à diferença entre os dois regimes, estabelecido por defeito em 10 por cento, será reduzido à totalidade das pensões atribuídas até ao final de 2005. Para as pensões atribuídas depois dessa data, a dedução de 10% será proporcional ao tempo de serviço prestado até ao final de 2005 (afetando a denominada parcela P1 do regime da CGA), mantendose o valor da segunda parcela – que já segue as regras do RGSS – para o tempo de serviço remanescente que foi considerado para o cálculo do valor da pensão; São protegidos da alteração retrospetiva os pensionistas com rendimentos mais reduzidos (600€ para pensões de velhice e 419€ para pensões de sobrevivência) e os de maior idade. Concretizando, para beneficiários com idade superior a 75 anos, os valores mínimos protegidos são elevados para 750€ e 450€, elevando-se esses mínimos, em cada 5 anos, em 150€ e 50€ para pensões de velhice e de sobrevivência, respetivamente. Significa assim, que um beneficiário com 90 anos não pode ter a pensão sujeita a cortes que reduzam a pensão de velhice abaixo dos 1200€ ou a pensão de sobrevivência abaixo de 600€; Quadro II.3.6. Valores mínimos protegidos em função da idade (euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
Estabelece como regra em matéria de incompatibilidades, para as prestações a atribuir, a suspensão obrigatória da pensão de aposentação ou de reforma quando o seu titular volte a exercer funções públicas; Condiciona o direito a prestações por incapacidade da confirmação dessa incapacidade pela junta médica da CGA, restringindo a competência das juntas privativas dos Serviços a matérias de gestão interna de recursos humanos, sem repercussões financeiras na CGA.
Considera-se que a medida cumpre um dever para com os beneficiários atuais e futuros do regime de pensões da CGA porque mitiga o forte desequilíbrio estrutural do regime na medida em que reduz o valor das prestações crescentes face às contribuições que se reduzem por ser um sistema fechado e porque I d a d e d o p e n s i o n i s t a
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adequa o valor das pensões ao esforço contributivo efetivamente realizado no passado e no presente pelos seus titulares, numa perspetiva de solidariedade entre gerações.
Num contexto de consolidação orçamental e correção da trajetória da dívida pública, em que as pensões representam quase um terço da despesa pública, a referida proposta de Lei tem como fundamento razões de equidade, corrigindo: A histórica disparidade de benefícios entre os aposentados da CGA e os reformados do RGSS; A desproporção entre o esforço contributivo que foi pedido no passado aos atuais aposentados da CGA e as prestações que recebem; O esforço exigido aos atuais subscritores no activo que as suportam face à expetativa do valor futuro da pensão que irão receber, sem esquecer que a diferença entre as contribuições e a prestações asseguradas pela CGA tem que ser financiada por aumento de impostos (ou dívida). Por outro lado, esta medida prevê a possibilidade de reversão da alteração retrospetiva nas pensões em pagamento ligada à recuperação da capacidade económica do país e o nível de equilíbrio orçamental das contas públicas aferidos objetivamente pelo crescimento nominal do PIB e pelo saldo orçamental.
O impacto desta medida é estimado em 728 milhões de euros.
O valor da redução abate ao montante sobre o qual se aplica a Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES), evitando uma dupla redução no valor das pensões atribuídas pela CGA. Dito de outra forma, não há acumulação de efeitos da convergência da fórmula de cálculo das pensões da CGA com as da SS com os da CES.

Alteração da Fórmula de Cálculo da Pensão Unificada A fórmula de cálculo atual da pensão unificada resulta na atribuição de uma bonificação que resulta de considerar metade da diferença entre os valores de pensão que resultavam se se considerasse que um beneficiário que tivesse descontado para a CGA e para o RGSS pudesse receber a sua pensão como se tivesse descontado sempre para o mesmo regime. Esta situação ocorria sobretudo no regime de pensões da CGA (pensão calculada pela CGA como se o tempo de descontos para o RGSS tivesse ocorrido antes na CGA). Também a situação inversa estava prevista, ainda que raramente gerasse bonificações (pelo facto de a pensão apurada pelo RGSS ser inferior à apurada pelo regime da CGA).
Em 2014, e para novas pensões, o valor da pensão unificada passa a ser igual à soma das parcelas correspondentes aos valores a que o trabalhador tem direito por aplicação separada de cada um dos regimes. Desta forma, proceder-se-á à eliminação do acréscimo de 50% sobre a soma das pensões regulamentares/estatutárias do Regime Geral da Segurança Social e do Regime de Proteção Social Convergente (CGA), que é suportado em grande parte pela Segurança Social. Assim, elimina-se a metade da diferença que acresce ao cálculo da pensão unificada, quando se considerava a totalidade de tempo de descontos para um dos regimes como se tivesse ocorrido no outro.

Ajuste da Idade de Acesso à Pensão de Velhice com base no Fator de Sustentabilidade A partir de 1 de Janeiro de 2014, a regulamentação referente às condições de atribuição e acesso à pensão de velhice será alterada em dois pontos fundamentais: Atualização do fator de sustentabilidade: pela nova proposta, o ano de referência inicial da esperança média de vida (EMV) aos 65 anos (elemento da forma de apuramento do fator de sustentabilidade) passará do ano de 2006 para 2000. Esta alteração provocará um aumento do fator de sustentabilidade dos

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atuais 4,78% para cerca de 12%. No entanto, é igualmente introduzida uma cláusula de salvaguarda na sua aplicação, excluindo o fator de sustentabilidade do cálculo do montante da pensão para quem se reforme na idade legal ou após a mesma (idade legal que é determinada pela mesma lei); Alteração da idade normal de acesso à pensão de velhice em vigor (65 anos), por indexação ao fator de sustentabilidade: em 2014, a idade da reforma será igual à idade de 65 anos mais o tempo necessário à compensação do impacto do fator de sustentabilidade, assumindo uma taxa de bonificação de 1%/mês.
Assim, serão necessários mais 12 meses de trabalho para além dos 65 anos para compensar a redução do montante das pensões em resultado da aplicação do novo fator de sustentabilidade de ~12%. Salvaguardam-se todos os trabalhadores que completem 65 anos até ao final do ano de 2013, podendo estes reformar-se em 2014, nas condições atuais. A partir de 2015, a idade normal de acesso à pensão em vigor em 2014 (66 anos) passa a variar de acordo com a evolução da EMV aos 65 anos, verificada entre o 3.º e 2.º ano anteriores ao ano de início da pensão, na proporção de 2/3 dessa variação. Assim, em 2015, a idade normal de acesso à pensão de velhice em vigor em 2014 (66 anos) irá variar na proporção de 2/3 da variação da EMV aos 65 anos verificada entre 2012 e 2013. Em 2016, a idade normal de acesso à pensão de velhice em vigor em 2015 irá variar na proporção de 2/3 da variação da EMV aos 65 anos verificada entre 2013 e 2014, e assim sucessivamente ao longo dos anos. Se a variação da EMV for positiva a idade normal de acesso à pensão aumenta, se for negativa diminui.
A atualização do fator de sustentabilidade relevado no cálculo da pensão tem em vista a alteração da idade legal de acesso à pensão de velhice, por razões de sustentabilidade do sistema de segurança social. Quanto à variação futura da idade normal de acesso à pensão de velhice, resulta da indexação dessa idade à evolução futura da EMV aos 65 anos, um dado estatístico objetivo, adequando desta forma a idade normal de acesso à pensão ao aumento da longevidade da população. Deve realçar-se que estas medidas aplicam-se apenas a futuras pensões, não afetando os atuais pensionistas.
Estas duas alterações serão refletidas em projetos de alteração da Lei de Bases da Segurança Social e do regime de pensões a submeter à Assembleia da República ainda em 2013, de forma a entrarem em vigor a partir de 1 de Janeiro de 2014. A poupança estimada por aplicação destas medidas é de 205 milhões de euros em 2014.

Introdução de Condição de Recursos nas Pensões de Sobrevivência Para efeitos de atribuição de pensões de sobrevivência, considera-se o valor mensal global das pensões que corresponde ao somatório do valor mensal de todas as pensões de aposentação, reforma e sobrevivência que sejam pagas ao titular da pensão por quaisquer entidades públicas, independentemente da respetiva natureza, institucional, associativa ou empresarial, do seu âmbito territorial, nacional, regional ou municipal, e do grau de independência ou autonomia, incluindo entidades reguladoras, de supervisão ou controlo e caixas de previdência de ordens profissionais, diretamente ou por intermédio de terceiros, designadamente companhias de seguros e entidades gestoras de fundos de pensões.
Neste contexto, as pensões de sobrevivência pagas pela Caixa Geral de Aposentações e pelo Centro Nacional de Pensões aos cônjuges sobrevivos e aos membros sobrevivos de união de facto de contribuintes do Regime de Proteção Social Convergente (CGA) ou de beneficiários do RGSS são reduzidas, a partir de 1 de janeiro de 2014, em função do valor global mensal global das pensões, de acordo com a seguinte tabela.

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Quadro II.3.7. Taxas de formação da pensão (euros e %)

Fontes: Ministério das Finanças e MSESS.
A taxa de formação da pensão da coluna A é aplicável genericamente por morte de beneficiários do Regime de Proteção Social Convergente (CGA) em vigor até 31 de dezembro de 2005 ou que tenha sido subscritor inscrito até 31 de agosto de 1993.
A taxa de formação de pensão inscrita na coluna B é aplicável por morte de beneficiário do RGSS ou de contribuinte da CGA inscrito após 31 de agosto de 1993 e que não tenha sido aposentado até 31 de dezembro de 2005.
O efeito desta medida é estimado em 100 milhões de euros

Contribuição Extraordinária de Solidariedade sobre as Pensões Os rendimentos provenientes de pensões ou equivalentes, independentemente da natureza da entidade pagadora mantêm a sujeição a uma contribuição entre 3,5% e 10% para pensões mensais que variam entre 1.350€ e 3.750€, valor acima do qual se aplica uma contribuição fixa de 10%, nos seguintes termos: i) 3,5% sobre a totalidade das pensões de valor mensal entre 1.350,00€ e 1.800,00€; ii) 3,5% sobre o valor de 1.800,00€ e 16% sobre o remanescente das pensões de valor mensal entre 1.800,01€ e 3.750€, perfazendo uma taxa global que varia entre 3,5% e 10%; iii) 10% sobre a totalidade das pensões de valor mensal superior a 3.750€.
Para pensões de elevado valor (superiores a 5.030€), cumulativamente á redução de 10%, ç exigida ainda uma contribuição extraordinária de solidariedade aos pensionistas, em linha com medida semelhante iniciada em 2012.
A aplicação desta contribuição extraordinária de solidariedade processa-se do seguinte modo: iv) 15% sobre o montante que exceda 5.030€ mas que não ultrapasse 7.545€; v) 40% sobre o montante que ultrapasse 7.545€.
Em 2012 as percentagens aplicadas foram, respetivamente, de 25% e 50%, o que traduz exatamente mesmo resultado que a solução preconizada para 2013 e mantida para 2014, na medida em que às percentagens de 15% e 40% acrescem os 10% aplicáveis à totalidade das pensões superiores a 3.750€.
O valor de redução da pensão por aplicação da CES é diminuído pelo montante de redução das pensões de velhice ou de sobrevivência que resulta da aplicação das regras de convergência da fórmula de cálculo das pensões da CGA, evitando uma dupla redução no valor das pensões atribuídas pela CGA. A B
D e 2 0 0 0 , 0 0 a 2 2 5 0 , 0 0 44 53
D e 2 2 5 0 , 0 1 a 2 5 0 0 , 0 0 43 51
D e 2 5 0 0 , 0 1 a 2 7 5 0 , 0 0 40 48
D e 2 7 5 0 , 0 1 a 3 0 0 0 , 0 0 38 45
D e 3 0 0 0 , 0 1 a 4 0 0 0 , 0 0 34 41
M a is d e 4 0 0 0 , 0 0 33 39
T a x a d e f o r m a ç ã o d a p e n s ã o ( % )V a l o r m e n s a l g l o b a l d a s p e n s õ e s ( € )

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Quadro II.3.8. Ilustração da combinação dos efeitos convergência e aplicação da CES

Fonte: Ministério das Finanças.

Pagamento do Subsídio de Natal relativo a Pensões em Duodécimos O pagamento do subsídio de Natal aos aposentados, reformados e demais pensionistas da Caixa Geral de Aposentações (CGA), bem como do montante adicional atribuído aos pensionistas do sistema de segurança social continuará a ser efetuado mensalmente em regime de duodécimos.

II.3.1.2. Outras do Lado da Despesa Medidas Sectoriais Em 2014, serão executado um conjunto alargado de medidas de medidas sectoriais de aproximadamente 1.300 milhões de euros. Este foi o resultado do processo de revisão estrutural da despesa (‘Public Expenditure Review’) levado a cabo em todos os ministçrios. Estas medidas encontram-se explicadas no capítulo IV. em cada Programa Orçamental.

Prestações de Serviços O reforço da restrição nas admissões para a Administração Pública é acompanhado da manutenção de medidas de controlo sobre os contratos de aquisição de serviços. Assim, a celebração ou a renovação de contratos de aquisição de serviços por órgãos e serviços abrangidos pelo âmbito de aplicação da Lei n.º 12-A/2008, de 27 de fevereiro, designadamente, no que respeita a aquisição de serviços nas modalidades de tarefa e de avença, continua a carecer de parecer prévio vinculativo dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das Finanças e da Administração Pública.

V a l o r d a p e n s ã o C G A
( a n t e s d e q u a l q u e r c o r t e )
E f e i t o c o n v e r g ê n c i a n a f ó r m u l a d e c á l c u l o C G A
R e d u ç ã o d e 1 0 %
V a l o r d a p e n s ã o C G A ( a p ó s c o n v e r g ê n c i a )
R e d u ç ã o p o r v i a d a C E S R e d u ç ã o e f e t i v a p o r v i a d a C E S
( p o r a p l i c a ç ã o d a P L O E 1 4 )
V a l o r f i n a l p e n s ã o
T a xa d e v a r i a ç ã o f i n a l ( % )
1 0 0 0 100 900 0 0 900 - 1 0 , 0 %
1 4 0 0 140 1 2 6 0 49 0 1 2 6 0 - 1 0 , 0 %
1 8 0 0 180 1 6 2 0 63 0 1 6 2 0 - 1 0 , 0 %
2 2 0 0 220 1 9 8 0 127 0 1 9 8 0 - 1 0 , 0 %
2 6 0 0 260 2 3 4 0 191 0 2 3 4 0 - 1 0 , 0 %
3 0 0 0 300 2 7 0 0 255 0 2 7 0 0 - 1 0 , 0 %
3 4 0 0 340 3 0 6 0 319 0 3 0 6 0 - 1 0 , 0 %
3 8 0 0 380 3 4 2 0 380 0 3 4 2 0 - 1 0 , 0 %
4 2 0 0 420 3 7 8 0 420 0 3 7 8 0 - 1 0 , 0 %
4 6 0 0 460 4 1 4 0 460 0 4 1 4 0 - 1 0 , 0 %
5 0 0 0 500 4 5 0 0 500 0 4 5 0 0 - 1 0 , 0 %
5 4 0 0 540 4 8 6 0 596 56 4 8 0 5 - 1 1 , 0 %
5 8 0 0 580 5 2 2 0 696 116 5 1 0 5 - 1 2 , 0 %
6 2 0 0 620 5 5 8 0 796 176 5 4 0 5 - 1 2 , 8 %
6 6 0 0 660 5 9 4 0 896 236 5 7 0 5 - 1 3 , 6 %
7 0 0 0 700 6 3 0 0 996 296 6 0 0 5 - 1 4 , 2 %
7 4 0 0 740 6 6 6 0 1 0 9 6 356 6 3 0 5 - 1 4 , 8 %
7 8 0 0 780 7 0 2 0 1 2 5 9 479 6 5 4 1 - 1 6 , 1 %
8 2 0 0 820 7 3 8 0 1 4 5 9 639 6 7 4 1 - 1 7 , 8 %
8 6 0 0 860 7 7 4 0 1 6 5 9 799 6 9 4 1 - 1 9 , 3 %

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Fundações Mantem-se, durante o ano de 2014, como medida excecional de estabilidade orçamental, o agravamento das reduções de transferências a conceder às fundações, determinado pelo n.º 1 do artigo 14.º da Lei n.º 66-B/2012, de 31 de dezembro. Em concreto, é mantido O agravamento das reduções de transferências a conceder (-50%) às fundações por parte de entidades públicas; A obrigação de parecer prévio vinculativo à realização de transferência do membro do Governo responsável pela área das finanças.

II.3.2. Medidas do Lado da Receita II.3.2.1. Medidas Fiscais para 2014 As medidas de natureza fiscal constantes da Proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2014 assentam em quatro vetores essenciais: (i) consolidação de Competitividade da Economia Portuguesa; (ii) reforço do combate à fraude e evasão fiscais; (iii) consolidação orçamental e equidade; e (iv) continuação da reforma estrutural da administração tributária e dos direitos dos contribuintes.

Vetor 1 – Consolidação das Condições de Competitividade da Economia Portuguesa 2014 é o ano da consolidação das condições de competitividade da economia portuguesa, através do reforço de um contexto fiscal favorável que propicie o investimento e a criação de emprego.
Neste sentido, o Governo iniciou, ainda em 2013 um processo de reforma profunda e abrangente do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Coletivas (IRC). Pretende-se criar um imposto mais moderno, mais simples e mais estável, com vista a posicionar Portugal como um país fiscalmente competitivo no plano internacional. Volvidos 25 anos sobre a sua criação, esta é primeira reforma do IRC expressamente orientada para o reforço da competitividade da economia e para a internacionalização das empresas portuguesas. A proposta de reforma do IRC, já submetida na Assembleia da República, assume, assim, um papel central, no quadro do relançamento da economia portuguesa e da criação de emprego.
O Governo criou também o regime de IVA de caixa, tendo este entrado em vigor no dia 1 de outubro de 2013 e sendo 2014 o primeiro ano completo da sua aplicação. Esta reforma é uma medida que constitui uma melhoria muito importante para a economia real e permite aliviar a pressão de tesouraria dos agentes económicos com um volume de negócios anual até 500.000 euros, valor que torna elegíveis para este regime mais de 85% das empresas portuguesas. O Governo optou, nesta matéria, por um regime abrangente, que inclui, genericamente, todos os sectores de atividade. Inclui também as operações efetuadas com o Estado, assumindo que este deve ser tratado da mesma forma que o sector privado. Portugal integra o grupo dos primeiros países da União Europeia a aprovar um regime de IVA de caixa. Em 2014, tendo em vista a simplificação do sistema, estará também em pleno funcionamento o novo regime de regularização de IVA associado a créditos de cobrança duvidosa, que permite a regularização dos créditos em mora há mais de 24 meses, desde a data do respetivo vencimento, sem necessidade de uma decisão judicial prévia. Trata-se de uma medida que visa a redução dos custos de contexto para os agentes económicos, permitindo simultaneamente assegurar um sistema mais simples, justo e equitativo de regularização do IVA, mas também um regime mais eficaz no combate à fraude e evasão fiscais, num domínio particularmente sensível para os operadores económicos.

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Com o objetivo de aumentar a competitividade do sistema fiscal português, e depois de concluída a reforma do IRC, o Governo pretende ainda reformular a sua política fiscal internacional, procedendo ao alargamento significativo da rede de Convenções para evitar a Dupla Tributação. Neste momento, Portugal encontra-se em negociações com cerca de 40 países tendo em vista a celebração de novas Convenções ou a revisão de Convenções já existentes, nomeadamente com outros países europeus. Neste contexto, constituem objetivos primordiais a celebração e renegociação de Convenções para evitar a Dupla Tributação com países que representem «mercados prioritários» para as empresas portuguesas, de forma a eliminar ou reduzir significativamente os obstáculos à sua internacionalização e promover o investimento estrangeiro em Portugal.

Vetor 2 – Reforço do Combate à Fraude e Evasão Fiscais Como forma de garantir uma justa repartição do esforço fiscal o Governo continuará a reforçar significativamente o combate às práticas de fraude, evasão fiscais e economia paralela. Em outubro de 2011, o Governo apresentou o primeiro Plano Estratégico de Combate à Fraude e Evasão Fiscais e Aduaneiras (PECFEFA). Este Plano Estratégico plurianual, para o triénio de 2012 a 2014, tem como objetivo prioritário o reforço da eficácia do combate à fraude de elevada complexidade e à economia informal, promovendo, por essa via, uma maior equidade fiscal na repartição do esforço coletivo de consolidação orçamental.
No desenvolvimento desta estratégia, o Governo aprovou em julho de 2012 uma reforma fundamental do regime da faturação em Portugal, que entrou em vigor desde 1 de janeiro de 2013 e tem vindo a alterar o paradigma nas obrigações de emissão de fatura e da transmissão dos respetivos elementos, criando assim os mecanismos necessários para uma maior equidade fiscal e para um combate mais eficaz à informalidade e à economia paralela. Em 2014, esta reforma será aprofundada, designadamente através do desenvolvimento e aperfeiçoamento dos mecanismos de cruzamento de informação, tirando o máximo partido da eficácia do sistema e-fatura e estendendo-o aos impostos sobre o rendimento, designadamente ao IRC.
2014 será também o ano em que a reforma dos documentos de transporte terá o seu primeiro ano de aplicação completa. Esta reforma, essencial para o combate aos fenómenos de subfacturação e transporte clandestino de mercadorias, determina a obrigação de os agentes económicos comunicarem previamente à AT (por via electrónica) os documentos de transporte das mercadorias em circulação, assegurando a desmaterialização destes e permitindo um controlo mais eficaz das situações de fraude e evasão fiscal.
No inicio de 2014 estarão também em funções 1.000 novos inspetores tributários, que reforçarão as atividades inspetivas da AT. Com o finalizar deste processo, cerca de 30% dos efetivos da AT estarão afetos à inspeção, o que coloca a administração fiscal portuguesa a par das melhores práticas internacionais. No âmbito do direito penal tributário, o Governo pretende restringir as situações que permitem a dispensa de pena, de modo a garantir uma defesa efetiva dos interesses do Estado, através da condenação efetiva dos contribuintes que cometam crimes tributários, lesando os interesses dos contribuintes em geral.
Por fim, em 2014, o Governo continuará a apostar no alargamento da rede de acordos de troca de informação de última geração que garantam o acesso por parte da AT à informação qualificada e sistematizada enviada por outras administrações tributárias.

Vetor 3 – Consolidação Orçamental e Equidade Em cumprimento das obrigações assumidas no Programa de Ajustamento Económico, o Governo apresenta neste Orçamento um conjunto limitado de medidas de carácter fiscal destinadas a promover a con

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solidação das finanças públicas portuguesas, assegurando, simultaneamente, uma repartição justa e equitativa da contribuição que é pedida a todos os portugueses na prossecução deste desígnio nacional.
As medidas do lado da receita propostas no Orçamento do Estado para 2014 visam promover maior igualdade na distribuição do impacto das medidas de austeridade entre os diversos sectores da sociedade portuguesa de forma a garantir que os contribuintes que revelam uma maior capacidade contributiva suportarão, na medida dessa capacidade, um esforço acrescido no esforço de consolidação.
No IRC, e no contexto da reforma deste imposto, as medidas propostas destinam-se a exigir às empresas com maiores recursos a continuação de um esforço acrescido na consolidação orçamental, protegendo assim as pequenas e médias empresas que constituem a base do tecido empresarial português. Neste quadro, as empresas com lucros mais elevados continuam a estar sujeitas a uma taxa adicional, a título de derrama estadual, de 3% sobre os lucros superiores a 1,5 milhões de euros e as empresas com lucros superiores a 7,5 milhões de euros a estar sujeitas a uma taxa adicional de 5%.
Simultaneamente, e como medida para assegurar que as viaturas atribuídas aos quadros médios e superiores das empresas são consideradas rendimentos em espécie em sede de IRS, deixando de ser tributadas ao nível das empresas, propõe-se o aumento da tributação autónoma incidente sobre as viaturas automóveis detidas pelas empresas. Ao nível do Imposto de Selo é novamente apresentado um pedido de autorização para legislar no sentido de criar uma nova taxa, até 0,3%, para incidir na generalidade das transações financeiras que tenham lugar em mercado secundário. A implementação desta autorização está naturalmente dependente da decisão que venha a ser tomada pelos Estados-Membros da União Europeia que decidiram participar no mecanismo de cooperação reforçada nesta matéria, de forma a evitar distorções nos mercados. Ao nível dos impostos especiais sobre o consumo releve-se, designadamente no âmbito do Imposto sobre o Tabaco, a aproximação dos níveis de tributação de todas as formas de tabaco, de modo a evitar efeitos substitutivos entre os diferentes produtos, incrementando dessa forma a tributação do tabaco de corte fino, o tabaco de cachimbo e demais tabacos.
No caso do Imposto Único de Circulação, o Governo propõe a introdução de um adicional de IUC, incidente sobre as viaturas ligeiras de passageiros movidos a gasóleo, tradicionalmente sujeitos a um regime fiscal mais favorável, nomeadamente em sede de Imposto sobre Produtos Petrolíferos e Energéticos (ISP), de modo a reequilibrar a sua situação tributária com as viaturas equivalentes a gasolina, atendendo simultaneamente ao facto de estas viaturas serem, em regra, mais poluentes e mais prejudiciais ao ambiente.
Por fim, refira-se também a redução em 50% da isenção concedida aos fundos de investimento imobiliário e aos fundos de pensões, em sede de IMI e IMT. Vetor 4 – Reforma Estrutural da Administração Tributária e dos Direitos do Contribuinte No dia 1 de janeiro de 2012, procedeu-se a uma reforma profunda da Administração Tributária, através da fusão das três Direções Gerais que a integravam, dando lugar à Autoridade Tributária e Aduaneira (AT).
Estrategicamente renovou-se a missão e objetivos da administração tributária e aduaneira, assegurando maior coordenação na execução das políticas fiscais e garantindo uma mais eficiente afetação e utilização dos recursos existentes.
Esta fusão permitiu reduzir custos mediante a simplificação da estrutura de gestão operativa, o reforço do investimento em sistemas de informação e a racionalização da estrutura local, adaptando-a a um novo paradigma de relacionamento entre a administração tributária e o contribuinte, em que os canais remotos (designadamente a via electrónica) ganharam um peso preponderante.

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Na segunda fase desta reforma estrutural, que ocorreu em 2012, procedeu-se a uma reestruturação orgânica da AT e a uma integração dos serviços centrais de suporte (gestão de recursos humanos e gestão financeira e patrimonial), dos sistemas de informação e a operacionalizar a Unidade dos Grandes Contribuintes (UGC).
Em 2014, depois de consolidada a integração dos serviços, proceder-se-á, numa terceira fase, ao aperfeiçoamento das estruturas organizativas e dos processos de funcionamento da AT, iniciando um processo de transformação de uma estrutura organizada por imposto para uma estrutura organizada por funções (informações/instruções, liquidação, serviço ao contribuinte), prosseguindo-se os esforços de racionalização dos serviços existentes.
Deste modo, reforçar-se-á a aplicação efetiva do princípio da igualdade, da estabilidade e coerência do sistema tributário, conferindo maior segurança e transparência nas relações com os contribuintes e assegurando o respeito pelos seus direitos e garantias.
Em paralelo, continuará a ser concretizada uma importante reforma da Representação da Fazenda Pública nos tribunais tributários que foi iniciada no ano de 2012 e que já permitiu o aumento significativo da eficácia da defesa dos interesses do Estado nos processos de natureza fiscal. Com efeito, no primeiro semestre de 2013, o Estado teve vencimento em cerca de 60% dos processos fiscais superiores a 1 milhão de euros que foram decididos pelos tribunais administrativos e fiscais. Em 2014, esta reforma será consolidada, apostando na gestão coordenada da Representação da Fazenda Pública e numa maior interligação entre os seus representantes e os serviços de Inspeção Tributária.
Em 2014 será alargada a possibilidade dos contribuintes consignarem às instituições de solidariedade social uma parte do seu IRS. Com efeito, no âmbito da reforma da faturação, as famílias que solicitarem a inserção do seu número de identificação fiscal nas faturas dos sectores de atividade abrangidos pelo regime, poderão optar por reverter o seu benefício a favor da mesma instituição de solidariedade social que indicarem para efeitos de consignação de parte da sua colecta de IRS. Esta possibilidade produzirá efeitos já em 2014, permitindo que as famílias possam já fazer esta opção aquando da submissão da Declaração de Rendimentos Modelo 3 por referência ao presente ano.
Por outro lado, como reforço dos direitos dos contribuintes e de uma forma totalmente inovadora, estipulase na Lei Geral Tributária que a administração fiscal deverá rever e atualizar as suas orientações administrativas genéricas, tendo em conta a jurisprudência assente dos tribunais, nomeadamente a jurisprudência dos tribunais superiores. Finalmente, e num esforço de desburocratização e de apoio aos contribuintes mais desfavorecidos, alteram-se as regras de prova de grau de deficiência para efeitos de IUC e de ISV, de modo a simplificar os procedimentos de acesso às isenções das pessoas portadoras de deficiência, nomeadamente no que diz respeito à necessidade de renovar a referida prova.

II.3.2.1.1. A Reforma do IRC Enquadramento da Reforma do IRC A reforma do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC) é uma prioridade do Governo desde o início da legislatura. Esta reforma consta, desde logo, do Programa do Governo, que a aponta esta reforma como decisiva para reforçar a competitividade e internacionalização das empresas portuguesas. A prioridade da reforma do IRC fundamenta-se nos impactos muito significativos que este tipo de reforma tem na promoção do crescimento económico sustentado, baseado no investimento privado e na interna

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cionalização da economia (quer através de Investimento Direto Estrangeiro (IDE), quer através da internacionalização das empresas portuguesas). Com efeito, existe hoje um amplo consenso ao nível internacional no sentido de que o IRC é o imposto com o impacto mais significativo nas decisões de investimento dos agentes económicos (muito maior que o IRS, IVA ou impostos sobre o património). Com efeito, diversas organizações internacionais (e.g.
OCDE), em inúmeros estudos sobre a matéria, confirmam que a tributação direta sobre as empresas é o instrumento fiscal mais adequado para promover o investimento em geral e o IDE em particular. Analisando concretamente o caso português, diversos estudos indicam que a elevada tributação do capital em Portugal compromete a competitividade da nossa economia, pelo que a reforma do IRC é essencial para aumentar a atratividade do país na captação de investimento e para a criação sustentada de emprego. A este propósito, refira-se que em 2011, Portugal era o 5.º país da UE11 que mais tributava o capital, sendo que esta estatística não toma em linha conta as alterações efetuadas em 2012 e 2013, nomeadamente em resultado da alteração da derrama estadual (taxa de 43 sobre lucros das empresas superiores a 1,5 milhões de euros e taxa de 5% sobre os lucros superiores a 7,5 milhões de euros) e da alteração efetuada nas taxas de tributação sobre os rendimentos de capitais e mais-valias (taxas aumentaram de 21,5% em 2011 para 28% em 2013).
O investimento é o elemento decisivo para a recuperação económica do país. Em Portugal, o investimento tem vindo a decrescer na última década e, em particular, nos últimos anos. Neste momento é, pois, vital estimular o investimento de forma a inverter este ciclo negativo e iniciar uma nova fase de crescimento económico e criação de emprego. Os fatores fiscais não são os únicos a determinar a decisão de investimento. Contudo, uma reforma profunda e abrangente do IRC (a par das outras reformas estruturais aprovadas por este Governo) desempenha um papel decisivo no aumento da competitividade da economia portuguesa e na afirmação de Portugal como destino favorável ao investimento estrangeiro. Também no que respeita à internacionalização das empresas, é fundamental que uma pequena economia aberta, como é o caso de Portugal, aposte em regimes fiscais que promovam o investimento de empresas domésticas em mercados estrangeiros. Estes regimes fiscais devem não só permitir o investimento de empresas nacionais no mercado externo, mas também atrair empresas multinacionais que utilizem o país como destino para os seus investimentos. Este enquadramento torna esta proposta de Reforma do IRC num elemento decisivo para o relançamento da economia nacional. Principais Alterações Propostas no Ãmbito da Reforma do IRC A reforma do IRC visa corrigir um conjunto de problemas crónicos que penalizam a competitividade do nosso sistema fiscal.
Redução gradual da taxa de IRC Atualmente, a taxa de IRC é de 25%. A esta acrescem a Derrama Municipal, cuja taxa pode ir até 1,5% do lucro tributável e a Derrama Estadual que incide, a uma taxa de 3%, sobre lucro tributável superior a 1,5 milhões de euros e até 7,5 milhões de euros e de 5% sobre lucro tributável superior a 7,5 milhões de euros .
No âmbito da reforma do IRC propõe-se uma redução gradual da taxa de IRC para 23% em 2014, com o objetivo final de a fixar entre 17% e 19% em 2016. Simultaneamente, propõe-se a eliminação da Derrama Municipal e da Derrama Estadual em 2018, de forma a que as taxas de tributação em Portugal sejam 11 Fonte: Eurostat.

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competitivas em termos internacionais, nomeadamente com os países que concorrem com Portugal na atração de investimento estrangeiro. Simplificação do sistema fiscal com redução significativa das obrigações declarativas e obrigações acessórias Atualmente as empresas estão sujeitas a um total de 68 obrigações declarativas e acessórias. Portugal é, assim, o 4.º país da UE no qual os custos de cumprimento se afiguram mais elevados. Estima-se que, em média, as empresas portuguesas gastem 23 horas adicionais por ano relativamente à média europeia no cumprimento das respetivas obrigações fiscais. A reforma propõe a eliminação ou redução de cerca de um terço das obrigações declarativas que impedem sobre as empresas, simplificando um conjunto significativo de regras de cumprimento daquelas obrigações, sem pôr em causa os mecanismos necessários para combater eficazmente a fraude fiscal e a economia paralela. Criação de um regime simplificado para pequenas e médias empresas Neste momento, o regime do IRC aplica-se indistintamente a todas as empresas em Portugal, independentemente da sua dimensão e do volume de negócios. Esta realidade determina que uma microempresa esteja sujeita ao cumprimento das mesmas obrigações fiscais que uma empresa cotada em bolsa. A reforma propõe um regime simplificado opcional (só aderem as empresas que assim o entenderem), aplicável a empresas com volume de negócios não superior a 200 mil euros e total de balanço não superior a 500 mil euros, abrangendo potencialmente mais de 330 mil empresas (70% do tecido empresarial).
Simultaneamente, e de forma a equiparar os dois regimes, altera-se o regime simplificado de IRS nos mesmos moldes (quer em termos de coeficientes, quer em termos de limite máximo de volume de negócios), abrangendo cerca de 160 mil empresários em nome individual. Criação de um regime de eliminação de dupla tributação de cariz universal O atual regime de eliminação da dupla tributação económica é muito pouco atrativo quando comparado com outros países da UE. Com efeito, os dividendos recebidos por empresas portuguesas apenas beneficiam do regime de eliminação da dupla tributação se provenientes de sociedades portuguesas ou sociedades residentes na UE/EEE (no âmbito da diretiva europeia). Numa altura em que as exportações assumem uma importância crescente na economia portuguesa, o objetivo da reforma nesta matéria é o de alargar o regime atual de eliminação da dupla tributação (aplicável apenas na esfera nacional e europeia) para os investimentos realizados em qualquer parte do mundo (com exceção dos paraísos fiscais), e flexibilizar as suas condições, promovendo a internacionalização das empresas portuguesas e a atração de novos investidores para o mercado português.
Alargamento do regime de tributação dos grupos de empresas O atual regime de tributação de grupos de sociedades (RETGS) é pouco competitivo em termos europeus. Com efeito, em Portugal, só podem fazer parte de um grupo de empresas para efeitos fiscais as empresas participadas, direta ou indiretamente, pela sociedade dominante em pelo menos 90%. Este regime restritivo tem limitado a dimensão e a estrutura dos grupos empresariais portugueses, penalizando a sua atividade face aos seus concorrentes internacionais num mercado cada vez mais globalizado.
No âmbito da reforma, propõe-se a redução para 75% da percentagem exigida para aceder ao RETGS, com o objetivo de aumentar a respectiva atratividade e a competitividade dos grupos sediados em Portugal, aproximando o nosso regime de jurisdições com a Alemanha (50%), Espanha (75%) ou o Reino Unido (75%).

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Aumento do prazo de reporte de prejuízos fiscais No âmbito da reforma, propõe-se o alargamento do prazo de reporte de prejuízos fiscais para um prazo até 12 anos, de modo a favorecer o investimento em Portugal e reforçar a competitividade da nossa economia. Com efeito, pelo menos 14 países da União Europeia não estabelecem qualquer limite temporal para o reporte de prejuízos fiscais (nestes se incluindo a Alemanha, Reino Unido, Áustria, Dinamarca, França, Irlanda, Itália, Bélgica e Suécia) e noutros o prazo de reporte é muito alargado (em Espanha, o prazo é de 18 anos). Simultaneamente, de forma a mitigar os efeitos desta medida, a qual se aplica apenas aos prejuízos fiscais gerados a partir de 2014, a reforma propõe uma redução do limite anual dos prejuízos fiscais dedutíveis pelas empresas dos atuais 75% para 70%. Desta forma, garante-se que, em cada ano, pelo menos 30% dos lucros tributáveis das empresas serão sujeitos a tributação, independentemente do montante dos prejuízos fiscais a reportar. Criação de um regime especial de tributação para ativos intangíveis e rendimentos da propriedade industrial Atualmente, o IRC não dispõe de nenhum mecanismo especial de tributação de ativos intangíveis e rendimentos de propriedade industrial. Em consequência, Portugal não é um país fiscalmente competitivo em termos de investimento em investigação e desenvolvimento, o que coloca a empresas portuguesas em situação desfavorável quando comparadas com as suas congéneres europeias em matéria de inovação. A reforma propõe a criação de um regime especial de tributação dos rendimentos provenientes de contratos de cessão ou da utilização temporária de patentes, desenhos ou modelos industriais (excluindo as marcas), de forma a incrementar a atratividade de Portugal para atividades de investigação e de desenvolvimento industrial. Neste sentido, propõe-se que os ganhos provenientes daqueles contratos sejam apenas considerados em 50% no cálculo do lucro tributável do sujeito passivo. Criação de um regime de dedutibilidade do valor de aquisição dos ativos intangíveis não amortizáveis Neste momento, Portugal também não dispõe de um regime de dedutibilidade associado à aquisição de ativos intangíveis não amortizáveis. No seguimento da medida anterior, a reforma do IRC propõe a introdução de um regime que prevê o reconhecimento fiscal, por um período de vinte anos, da aquisição, a título oneroso, de ativos intangíveis (adquiridos em, ou após, 1 de janeiro de 2014) que não tenham vigência temporal limitada. Este regime aplica-se somente aos elementos da propriedade industrial ou assimilados e ao goodwill adquirido numa concentração de atividades empresariais, não incluindo, contudo, o goodwill respeitante a participações sociais (goodwill financeiro). Flexibilização das regras de preços de transferência O atual regime de preços de transferência vigente em Portugal é muito restritivo quando analisado à luz das diretrizes da OCDE sobre transfer pricing, criando assim custos de contexto acrescidos aos grupos económicos portugueses face aos seus concorrentes internacionais. No âmbito da reforma propõe-se a introdução de regimes simplificados ou de dispensa de cumprimento de regras de preços de transferência e de documentação, em linha com as tendências internacionais.
Propõe-se igualmente flexibilizar as condições para a celebração de Acordos Prévios de Preços de Transferência entre as empresas e a administração fiscal, de forma a potenciar a realização destes acordos no futuro e a reforçar a segurança dos investidores.

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Alterações ao regime especial de reorganizações societárias (fusões/cisões) A reforma propõe que o regime especial de tributação das reorganizações societárias passe a abranger operações até agora excluídas, alinhando o regime fiscal com a legislação comercial. Através destas alterações, pretende-se eliminar as restrições às operações de concentração empresarial, de modo a promover o fortalecimento e as operações de concentração do tecido empresarial português e reforçar a sua capacidade de competir em mercados internacionais. Alargamento da base tributável No âmbito da Reforma do IRC propõem-se, ainda, diversas medidas de alargamento da base tributável, nomeadamente em sede de limitação de dedutibilidade de gastos financeiros, em linha com as recentes tendências internacionais em matéria de impostos sobre as empresas. Esta medidas destinam-se primordialmente às grandes empresas, com especial enfoque nas empresas com endividamento excessivo, excluindo assim as PME.

II.3.2.2. Outras Medidas do Lado da Receita Alteração nas Contribuições para ADSE, SAD e ADM As alterações introduzidas nas contribuições dos beneficiários da ADSE, da Assistência na Doença a Militares (ADM) e dos Serviços de Assistência na Doença da PSP e da GNR (SAD) estão orientadas para a autossustentabilidade dos subsistemas de saúde. Esta medida visa propósitos de justiça e equidade entre cidadãos, na medida em que há contribuintes a pagar em parte sistemas dos quais não usufruem nem podem usufruir, porque não são trabalhadores do sector público.
Serão assim reforçadas as contribuições dos beneficiários titulares, reduzindo a despesa que é assegurada através de financiamento público. Os descontos dos beneficiários para a ADSE, ADM e SAD passaram de 1,5 para 2,25 por cento em 2013 e passam para 2,5 por cento a partir de 1 de janeiro de 2014 (com equivalente redução das contribuições a cargo das entidades empregadoras públicas). É esperado um impacto total de 132 milhões de euros com esta medida.
Será concretizada a inscrição na ADSE dos trabalhadores dos CTT – Correios de Portugal, SA subscritores da Caixa Geral de Aposentações. A integração do referido universo de trabalhadores na ADSE será acompanhada da transferência do montante global correspondente ao valor das responsabilidades associadas aos beneficiários em causa.

Alteração ao Código dos Regimes Contributivos Constituiu objetivo programático do Governo proceder à reavaliação do regime de proteção social dos trabalhadores independentes, com o intuito de o adaptar à realidade da vivência económica dos seus destinatários, no que respeita essencialmente à matéria de natureza contributiva, de forma a aumentar a proporcionalidade entre o valor a pagar e os rendimentos efetivamente auferidos pelos trabalhadores.
Com as propostas de alteração apresentadas dá-se cumprimento a esta reavaliação, com a qual se pretende alcançar uma maior equidade e justiça sociais, sem contudo diminuir ou deixar de salvaguardar a garantia de proteção social destes trabalhadores, que constitui o objetivo primordial do sistema de segurança social.
Com este objetivo, introduzem-se alterações à forma como é definida a base de incidência contributiva destes trabalhadores. Fundamentalmente, mantém-se a estreita conexão aos rendimentos efetivamente

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auferidos, mas alarga-se o leque da opção no que respeita à fixação do escalão de remuneração convencional que será considerado para cálculo das prestações sociais a que os trabalhadores tenham direito e, bem assim, das contribuições devidas ao sistema.
Por outro lado, aperfeiçoa-se o mecanismo que permite a reavaliação da base de incidência ao longo do ano, permitindo-se a alteração da opção tomada por mais duas vezes ao longo do período em que se encontra fixado o escalão contributivo, permitindo-se desta forma o acompanhar a variação dos rendimentos ao longo do ano e afastando-se a complexidade ligada à necessidade de prova muito específica e por vezes de difícil produção, bem como da morosidade necessariamente ligada à sua avaliação.
No âmbito do enquadramento obrigatório no regime, passam a incluir-se as situações de união de facto em paralelo com os cônjuges dos trabalhadores independentes, quando com eles exerçam atividade com caráter de regularidade e permanência. Com esta previsão reflete-se nesta sede a equiparação da situação de união de facto à dos cônjuges em acolhimento também da possibilidade de extensão de direitos consagrada pela Diretiva nº 2010/41/UE do Parlamento Europeu e do Conselho de 7 de Julho de 2010, relativa à aplicação do princípio da igualdade de tratamento entre homens e mulheres que exerçam uma atividade independente.
No que respeita às obrigações das entidades contratantes, clarificam-se as situações em que se verifica essa qualidade, designadamente pela inclusão de situações anteriormente excluídas relativas aos trabalhadores independentes que apenas podiam exercer atividade desta forma e a ficava vedado o acesso a proteção social nas situações de cessação de atividade.
De igual forma, torna-se mais clara a obrigação declarativa dos próprios trabalhadores independentes no que respeita ao preenchimento do anexo da Segurança Social da declaração de rendimentos para efeitos fiscais, especificando-se serem obrigados à mesma os trabalhadores sujeitos ao cumprimento da obrigação contributiva do regime.
No restante, criam-se automatismos de reconhecimento de direitos que permitem um tratamento mais justo e equitativo de situações idênticas.
Com as alterações introduzidas pretende-se, assim, e globalmente, acompanhar com maior justiça e equidade o desenvolvimento da atividade profissional dos trabalhadores independentes.
Adicionalmente, dando resposta às justas preocupações das organizações sindicais no que respeita à garantia de proteção social dos representantes dos trabalhadores quando, em função do exercício de atividade sindical, deixem de receber retribuição dos respetivos empregadores, mas sejam remunerados através de compensações específicas disponibilizadas pelas próprias organizações sindicais, equiparamse as mesmas a entidades empregadoras destes trabalhadores quando se encontrem a desenvolver esta atividade em especial, por forma a poderem ser reconhecidos estes períodos na carreira dos beneficiários.
Verificada a obrigação de comunicação obrigatoriamente por via eletrónica por parte dos empregadores no que respeita ao seu relacionamento não só com o próprio sistema, no que respeita à maioria das declarações a produzir, bem como no que respeita ao relacionamento com outros sistemas da administração pública, atualizam-se as obrigações de declaração por esta forma no que respeita à comunicação da admissão de trabalhadores e da apresentação das declarações de remunerações, que passam agora a ser efetuadas exclusivamente por via eletrónica. Espera-se assim alcançar uma maior celeridade no tratamento da informação vital para o funcionamento do sistema, no que respeita às obrigações dos empregadores e aos direitos dos trabalhadores.
No restante, as diversas alterações introduzidas pretendem clarificar o alcance das regras instituídas, e do regime que as conforma, com o intuito de tornar mais justa e equitativa a sua aplicação.

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Contribuição sobre o sector energético A Proposta de Orçamento para 2014 procede à criação de uma contribuição extraordinária sobre o sector energético que visa financiar mecanismos que contribuem para a sustentabilidade sistémica do mesmo, designadamente, através do financiamento de políticas do sector energético de cariz social e ambiental, de medidas relacionadas com a eficiência energética, de medidas de minimização dos encargos financeiros para o Sistema Elétrico Nacional e de redução da dívida tarifária do sector elétrico. A contribuição incide sobre os operadores económicos do sector energético que desenvolvem as seguintes atividades: i) produção, transporte ou distribuição de eletricidade; ii) transporte, distribuição, armazenamento ou comercialização grossista de gás natural; iii) refinação, tratamento, armazenamento, transporte, distribuição ou comercialização grossista de petróleo e produtos de petróleo.
As importâncias suportadas a título de contribuição não são repercutíveis nas tarifas de uso das redes de transporte, de distribuição ou de outros ativos regulados de energia elétrica e de gás natural. Relativamente aos produtos petrolíferos, a não repercussão sobre os consumidores será assegurada através de políticas de concorrência e de monitorização dos mercados. Prevê-se que a contribuição gere uma receita de 150 milhões de euros, dos quais 50milhões de euros serão destinados à redução da divida tarifária do sector elétrico e a medidas de eficiência energética.

Aumento da Contribuição da Entidade Patronal para a Caixa Geral de Aposentações Todas as entidades, independentemente da respetiva natureza jurídica e do seu grau de autonomia, passam a contribuir para a CGA, mensalmente, com 23,75% da remuneração sujeita a desconto de quota dos trabalhadores abrangidos pelo regime de proteção social convergente ao seu serviço (+3,75 p.p. que em 2013). Este acréscimo da taxa contributiva das entidades empregadoras em 2014 gera um potencial de redução de despesa e traduz-se numa redução da necessidade de financiamento da CGA por via de contribuições diretas do Orçamento do Estado.

II.3.3. Sector Empresarial do Estado Em 3 de outubro de 2013, foi publicado o Decreto-lei n.º 133/2013 que aprovou o novo Regime Jurídico do Sector Público Empresarial (SPE)12, tendo-se com este diploma estabelecido os princípios aplicáveis ao sector público empresarial, incluindo as bases gerais do estatuto das empresas públicas.
Por forma a obter a melhoria do desempenho da atividade pública empresarial, estabelecem-se com o novo regime jurídico:  Os princípios e regras aplicáveis à constituição, organização e governo das empresas públicas;  Os princípios e regras aplicáveis ao exercício dos poderes inerentes à titularidade de participações sociais ou a quaisquer participações e organizações que integrem o sector público empresarial ou que a ele estejam submetidas nos termos da lei;  Os princípios e regras aplicáveis à monitorização e ao controlo a que estão submetidas as empresas públicas.
É ainda criada a Unidade Técnica de Acompanhamento e Monitorização do Sector Público Empresarial, cujo regime jurídico será ainda desenvolvido num diploma autónomo. 12 No uso da autorização legislativa concedida nos termos da Lei n.º 18/2013, de 18 de fevereiro, publicada no Diário da República, 1.ª Série, n.º 34.

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Este novo regime jurídico aplica-se a um âmbito sectorial mais alargado, ao introduzir o conceito do sector público empresarial, que integra não só o Sector Empresarial do Estado (SEE), mas também o Sector Empresarial Local.
No que concerne ao exercício da função acionista, clarificou-se o conteúdo, bem como as regras aplicáveis. A adoção da nova terminologia teve por objetivo a congregação de uma expressão amplamente utilizada no exercício dos poderes e deveres inerentes à titularidade de participações representativas do capital social ou estatutário. O exercício da função acionista é assegurado pelo membro do Governo responsável pela área das finanças, com a necessária articulação com o membro do Governo responsável a nível sectorial.
São ainda estabelecidas regras claras de limitação do endividamento das empresas públicas não financeiras e efetivo controlo das operações referentes a derivados financeiros sobre taxas de juro e de câmbio.

Redução de Gastos Operacionais No âmbito do SEE, o Governo dará continuidade à reestruturação das empresas públicas e à criação de condições para assegurar a sustentabilidade económica e financeira destas empresas, bem como contribuir para a diminuição da despesa do Estado, sem colocar em causa a prestação do serviço público.
Assim, em 2014, as empresas públicas e as entidades públicas empresariais do SEE no seu conjunto, com exceção dos hospitais, E.P.E., prosseguirão com a redução de pelo menos 3% o número de trabalhadores face aos existentes em 31 de dezembro de 2012. Mais ainda, durante o próximo ano, as empresas do SEE na área dos transportes terrestres e fluviais e da gestão da infraestrutura ferroviária e suas participadas deverão prosseguir a redução dos seus quadros de pessoal, adequando-os às efetivas necessidades de uma organização eficiente.
Às medidas de redução de efetivos, acresce o reforço da racionalização dos gastos operacionais das empresas do SEE, excluindo hospitais E.P.E.. Em 2014, as empresas devem prosseguir uma política de otimização da estrutura de gastos operacionais com vista à obtenção do seu equilíbrio operacional. No caso das empresas do SEE deficitárias, deve garantir-se, no seu conjunto, um orçamento económico equilibrado, ou seja, um valor de «lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização» nulo (EBITDA nulo). Este objetivo será atingido por via de redução no mínimo de 15% do conjunto das rubricas Custos das Mercadorias Vendidas e das Matérias Consumidas, Fornecimento e Serviços Externos e Gastos com Pessoal13, face a 2010. Para o conjunto das empresas com EBITDA positivo, o objetivo consiste na redução do peso dos gastos operacionais no Volume de Negócios.
Paralelamente, em 2014, os gastos com comunicações, despesas com deslocações, ajudas de custo e alojamento devem manter-se ao nível dos verificados a 31 de dezembro de 2013, salvo se o aumento verificado decorrer de processos de internacionalização das empresas ou aumento de atividade devidamente justificados e aceites pelas tutelas financeira e sectorial.

Endividamento Em 2014 persiste a orientação de limitar o acréscimo do endividamento financeiro para a generalidade das empresas do SEE, em termos idênticos aos verificados em 2013, ou seja, limitando o crescimento do 13 Salienta-se que os níveis de poupança a atingir na componente de gastos com o pessoal não contemplam os valores de indemnizações por rescisão dos contratos de trabalho.

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endividamento das empresas públicas, considerando a divida bancária ponderada pelo capital social realizado, a 4%. Mais ainda, pretendendo-se dar início a um processo de reforço do capital próprio de algumas empresas públicas reclassificadas, consubstanciado na atribuição de dotações de capital e/ou conversão de créditos do Estado em capital, os limites de acréscimo do endividamento deverão contemplar as referidas operações financeiras de recapitalização.

Indemnizações Compensatórias A dotação orçamental para indemnizações compensatórias (IC) a atribuir em 2014 ao conjunto das Empresas Públicas Não Reclassificadas (EPNR) no âmbito da prestação de Serviço Público prevê uma poupança global na ordem dos 33 milhões de euros comparativamente com 2013. Para a referida poupança contribuem significativamente as reduções nas IC a atribuir à CP – Comboios de Portugal (em 17 milhões de euros) e à CARRIS (em 14 milhões de euros).
Quadro II.3.9. Indemnizações compensatórias (milhões de euros)

Nota: Os valores incluem indeminizações compensatórios por prestação de serviço público e compensação financeira pelos passes.
Fonte: Ministério das Finanças.
Programa de Privatizações e Concessões No ano de 2013 destacam-se as seguintes iniciativas no âmbito do programa de privatizações/concessões:  A conclusão formal do processo de privatização da ANA – Aeroportos de Portugal, S.A. no mês de outubro, que marcou oficialmente o cumprimento antecipado do objetivo de receitas com privatizações a obter no horizonte do Programa de Ajustamento Económico (5 mil milhões de euros);  O processo de privatização dos CTT, o qual se encontra em curso, prevendo-se a sua conclusão até ao final de 2013;  Igualmente em curso está o processo de alienação da Caixa Seguros, detida pela Caixa Geral de Depósitos, tendo sido já recebidas propostas não vinculativas e encontrando-se o processo a seguir os seus trâmites normais; E s ti m a ti v a 2013
Pr e v i s ã o
2014
R e d u ç ã o
2 0 1 3 -2 0 1 4
E m p r e s a s Pú b l i c a s R e c l a s s i fi c a d a s 196 120 -7 5
R EF ER - R e d e F e rro v i á ri a N a ci o n a l , EP E 54 50 -4
R T P - R á d i o e T e l e v i s ã o d e Po rt u g a l , SA 52 0 -5 2
M e t ro p o l i t a n o d e L i s b o a , EP E 48 32 -1 6
O PA R T - O rg a n i s m o d e Pro d u çã o A rt í s t i ca , EP E 15 15 0
M e t ro d o Po rt o , SA 15 11 -3
T ra n s t e j o - T ra n s p o rt e s d o T e j o , SA 6 7 0
So f l u s a - So ci e d a d e F l u v i a l d e T ra n s p ro t e s , SA 2 2 0
T N SJ - T e a t ro N a ci o n a l d e Sã o Jo ã o , EP E 4 4 0
E m p r e s a s Pú b l i c a s N ã o R e c l a s s i fi c a d a s 106 73 -3 3
C P - C o m b o i o s d e Po rt u g a l , EP E 38 21 -1 7
C a rri s - C o m p a n h i a C a rri s d e F e rro d e L i s b o a , SA 22 8 -1 4
ST C P - So ci e d a d e d e T ra n s p o rt e s C o l e ct i v o s d o Po rt o , SA 16 12 -5
L U SA - A g ê n ci a d e N o t i ci a s d e Po rt u g a l , SA 13 13 0
Sa t a I n t e rn a ci o n a l , SA 7 10 3
T A P - T ra n s p o rt e s A é re o s Po rt u g u e s e s , SG PS , SA 4 3 -1
T N D M - T e a t ro N a ci o n a l D . M a ri a I I , EP E 3 4 0
Sa t a A i r A ço re s , SA 2 2 0
E m p r e s a s

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 Após a Resolução do Conselho de Ministros de 17 de abril de 2013, que encerrou o processo de reprivatização do capital social da empresa Estaleiros Navais de Viana do Castelo, S.A., a empresa avançou para um procedimento de subconcessão da utilização privativa do domínio público e das áreas afectas á concessão dominial atribuída á sociedade “Estaleiros Navais de Viana do Castelo, S.A.”. Esse procedimento foi lançado a 31 de julho de 2013, tendo o prazo de apresentação de propostas terminado no dia 23 de setembro de 2013. Até ao final do mês de outubro, o júri do procedimento concluirá a avaliação das propostas.
Em 2014, o Governo dará continuidade ao programa de privatizações nos termos do Memorando de Entendimento e da Lei Quadro das Privatizações14, ou ao abrigo do Regime de Alienação das Participações do Sector Público15.
No âmbito do programa de privatizações/concessões:  A concessão da operação dos transportes de Lisboa e Porto, a cargo das empresas públicas Metropolitano de Lisboa, Carris, Transtejo, STCP e Metro do Porto, será levada a cabo após a conclusão do processo de reestruturação em curso;  Relativamente à Águas de Portugal (AdP), prosseguem as ações de reorganização deste Grupo bem como o estudo dos termos da regulação e concorrência do sector, no sentido de proceder à venda da EGF (sub-holding do Grupo para a área de negócio dos resíduos) e às concessões dos sistemas de águas;  No que respeita à Rede Energética Nacional (REN), irá promover-se, em 2014, a última fase da privatização da empresa;  O Governo continuará a monitorizar as condições do mercado, por forma a relançar o processo de privatização da TAP logo que estejam reunidas as condições propícias para o seu sucesso;  O processo de privatização da CP Carga ocorrerá em momento posterior à definição dos investimentos em infraestruturas ferroviárias para que o Estado possa beneficiar dessa valorização;  No âmbito das áreas sobre jurisdição das administrações portuárias proceder-se-á à desafetação de áreas não associadas a usos portuários e serão concretizadas concessões para a náutica de recreio e cruzeiros.
Existindo ainda um conjunto de privatizações a concretizar, o Governo continuará a executar o respetivo programa.

Racionalização das Participações do Estado No âmbito do processo em curso de reestruturação das participações do Estado, destacam-se:  A RAVE - Rede Ferroviária de Alta Velocidade e a ENI – Gestão de Planos Sociais passaram a integrar o conjunto de empresas do SEE que se encontram em liquidação, respetivamente em 2012 e 2013;  A Parque Expo encontra-se a executar o plano de reestruturação com vista à sua futura dissolução, tendo-se procedido, neste âmbito, à alienação de diversos ativos (dos quais se destaca o Pavilhão Atlântico) e à transferência das funções de gestão urbana do Parque das Nações e respetivas responsabilidades para o Município de Lisboa; 14 Aprovada pela Lei n.º 11/90, de 5 de abril, republicada pela Lei n.º 50/2011, de 13 de setembro.
15 Aprovado pela Lei n.º 71/88, de 24 de maio.

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 Os progressos efetuados nas sociedades detidas pelo Estado, onde se encontram os ativos e passivos transferidos do Banco Português de Negócios, decorrentes do processo de reprivatização: o Em sede de recuperação de créditos, a atividade da Parvalorem permitiu a recuperação de 298 milhões de euros entre janeiro e agosto de 2013 – um valor superior ao montante recuperado em todo o ano de 2012 (212 milhões de euros), tendo ainda lançado um concurso internacional para a gestão profissional dos ativos detidos; o Entre janeiro e julho de 2013, a Parups alienou 13,9 milhões de euros de ativos imobiliários e financeiros. Esta sociedade já lançou o concurso internacional para seleção de leiloeiras que tratarão da alienação da valiosa coleção de arte que foi transferida para o Estado; o Em sede de participações sociais transferidas para o Estado, a Parparticipadas já procedeu à alienação definitiva do BPN Gestão de Ativos e da Real Vida, tendo ainda celebrado acordos para a alienação do BPN IFI (Cabo Verde) e BPN Brasil, esperando recuperar cerca de 100 milhões de euros. A alienação do BPN Crédito será concretizada muito em breve, mantendo-se as negociações com potenciais investidores para a venda do Banco Efisa.

II.3.4. Parcerias Público-Privadas Sector Rodoviário Em prossecução do interesse público subjacente, em particular da salvaguarda das gerações futuras e da sustentabilidade das contas públicas, o Governo reitera o compromisso de concluir a renegociação dos contratos de parcerias público-privadas (PPP) do sector rodoviário, tendo em vista uma redução estrutural e sustentada, até ao final da vigência dos respetivos contratos, que deverá situar-se em cerca de 30% face à totalidade dos encargos contratados.
A redução dos encargos resulta do efeito conjugado de várias medidas, designadamente, da redução da taxa interna de rentabilidade (TIR) acionista prevista em caso base, da redução de encargos operacionais e com grandes reparações, e da apropriação das contas de reserva associadas. Paralelamente, está em desenvolvimento uma revisão do modelo regulatório do sector rodoviário que visa adequar a legislação nacioanal aos standards rodoviários internacionais.
Em 2013, a Comissão de Negociação constituída por membros da Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos (UTAP) e da EP – Estradas de Portugal, SA (EP), centrou o seu trabalho no desenvolvimento dos processos de renegociação dos seguintes contratos de PPP do sector rodoviário: As concessões ex-SCUTS (Norte Litoral, Grande Porto, Interior Norte, Costa de Prata, Beira Litoral/Beira Alta, Beira Interior e Algarve); As concessões do Norte e da Grande Lisboa; e As subconcessões da EP (Transmontana, do Baixo Tejo, do Baixo Alentejo, do Litoral Oeste, do Pinhal Interior e do Algarve Litoral).
Neste enquadramento, já foi possível obter, à data da apresentação da Proposta do Orçamento do Estado para 2014, princípios de acordo com as sociedades exploradoras das concessões da Costa de Prata, do Grande Porto, da Beira Litoral/Beira Alta, da Beira Interior, do Interior Norte, da Grande Lisboa e do Norte, não obstante a elevada complexidade das negociações e a interdependência entre múltiplas entidades (concessionárias, estruturas acionistas, banca comercial e Banco Europeu de Investimento).

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Com a plena execução dos princípios de acordo, a alteração dos instrumentos contratuais relevantes e a obtenção de visto pelo Tribunal de Contas, fica já assegurada, no exercício de 2013, uma poupança de cerca de 273 milhões de euros nos encargos brutos da EP. A este valor somar-se-ão ainda os resultados das negociações em curso com duas concessionárias ex-SCUT (Norte Litoral e Algarve), o que reforça a convicção de ser plenamente atingido o objetivo global de poupança de 300 milhões de euros fixado para 2013. Em termos de poupanças acumuladas para a duração dos contratos de concessão referidos, prevêse que estas superem os 2.500 milhões de euros, em valores nominais, e os 1.500 milhões de euros, em valores atualizados, o que representa um contributo muito significativo no sentido da sustentabilidade das contas públicas no longo prazo e, em particular, do sector rodoviário.
Não obstante aquele esforço, durante o ano de 2014, colocam-se novos desafios para o Orçamento do Estado, na medida em que o ano de 2014 marca o início dos pagamentos relativos aos contratos das subconcessões da EP, assinados entre 2007 e 2011. Face a esta situação, encontram-se também já em curso as negociações relativas às subconcessões EP, com vista à captação de poupanças que permitam aliviar estes novos encargos para o erário público, as quais deverão ser finalizadas durante o próximo ano.
Adicionalmente, no quadro da racionalização dos standards rodoviários nacionais em curso, o Governo decidiu nomear uma Comissão de Negociação para encetar negociações com as concessionárias Brisa - Concessão Rodoviária, S.A. e Lusoponte - Concessionária para a Travessia do Tejo, S.A. com o mesmo objetivo de captação de potenciais poupanças adicionais.
Do lado da receita, serão ainda implementadas diversas medidas com o objetivo de racionalizar custos e incrementar a eficiência na cobrança de portagens, designadamente, pela introdução de um novo sistema de cobrança de portagens, atualmente em estudo pela EP, que assenta nos princípios da universalidade do modelo, equidade na cobrança e justiça no pagamento. O quadro seguinte apresenta a previsão dos encargos plurianuais com PP\P, os quais incluem as poupanças estimadas com as renegociações dos contratos de concessão e subconcessão, bem como as atualizações das novas projeções de proveitos provenientes da introdução de portagens.

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Quadro II.3.10. Encargos Líquidos com as Parcerias

Nota: Valores estimados para 2013, à data do presente relatório. Os valores previstos para os anos seguintes estão a preços constantes de 2014. Valores da tabela, em milhões de euros, com IVA.
Fonte: Entidades Gestoras dos Projetos.

Sector da Saúde No sector da Saúde, durante o ano de 2014, os trabalhos centrar-se-ão, sobretudo, na conclusão do estudo e preparação do lançamento de um novo procedimento que permita assegurar a continuação da prestação dos serviços de saúde no Centro de Medicina Física e Reabilitação do Sul (CMFRS) e na concretização dos resultados do processo de avaliação do projeto do Hospital Lisboa Oriental (HLO), atualmente em curso.

II.4. Análise de Riscos Orçamentais II.4.1. Riscos do Sector Empresarial do Estado A execução das medidas de reestruturação do SEE em curso – tais como redução dos gastos correntes, reestruturação do financiamento, extinção, fusão, privatização e concessão de empresas – tem reflexos no esforço de consolidação orçamental e redução dos níveis de dívida pública. No entanto, no quadro do S e c t o r e s 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021
R o d o v i á r i a s 417 1 1 6 6 1 0 9 7 1 1 2 1 967 938 877 901 833
e n c a r g o s b r u t o s 681 1 4 4 2 1 3 8 8 1 4 7 2 1 3 3 4 1 3 2 6 1 2 8 4 1 3 3 6 1 2 8 1
r e c e i t a s 264 276 291 351 368 388 408 435 448
F e r r o v i á r i a s 9 9 9 9 9 9 9 9 9
S a ú d e 394 418 398 397 391 384 273 180 142
S e g u r a n ç a 50 52 51 49 47 46 31 32 12
T o t a l 869 1 6 4 5 1 5 5 4 1 5 7 6 1 4 1 4 1 3 7 7 1 1 8 9 1 1 2 1 996
S e c t o r e s 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030
R o d o v i á r i a s 790 659 571 421 356 208 166 124 115
e n c a r g o s b r u t o s 1 2 5 2 1 1 3 9 1 0 6 7 1 0 5 2 973 846 822 756 608
r e c e i t a s 462 480 496 631 617 637 656 632 493
F e r r o v i á r i a s 9 9 9 9 9 9 9 9 9
S a ú d e 51 36 39 39 36 35 35 38 38
S e g u r a n ç a 0 0 0 0 0 0 0 0 0
T o t a l 849 704 619 469 401 252 210 170 162
S e c t o r e s 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037 2038 2039
R o d o v i á r i a s 202 135 120 126 105 104 87 74 - 1 1
e n c a r g o s b r u t o s 524 357 305 312 293 242 208 196 4
r e c e i t a s 323 222 185 186 188 138 122 122 14
F e r r o v i á r i a s 9 9 0 0 0 0 0 0 0
S a ú d e 36 34 33 31 31 31 31 27 20
S e g u r a n ç a 0 0 0 0 0 0 0 0 0
T o t a l 246 178 152 157 136 135 117 102 10
S e c t o r e s 2040 2041
R o d o v i á r i a s -4 0
e n c a r g o s b r u t o s 0 0
r e c e i t a s 4 0
F e r r o v i á r i a s 0 0
S a ú d e 7 3
S e g u r a n ç a 0 0
T o t a l 3 3

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processo de ajustamento da economia e mediante o aumento dos custos de acesso aos serviços prestados, a execução das medidas constitui um risco de natureza operacional ao qual estão expostos os resultados das empresas. Com efeito, a melhoria dos resultados operacionais das empresas poderá revelar-se inferior ao esperado, decorrente do menor volume de procura de transporte de passageiros ou de receitas de publicidade, e ainda, por via do acréscimo de gastos com pessoal decorrente do teor do Acórdão do Tribunal Constitucional n.º 187/2013 sobre o pagamento do subsídio de férias.
O impacto da materialização dos riscos operacionais do SEE no Orçamento do Estado será diferente consoante se tratem de empresas integradas, ou não, no perímetro de consolidação das Administrações Públicas. No primeiro caso, o impacto será por via da consolidação dos resultados das empresas do perímetro, enquanto que no segundo caso o retorno para o acionista público será mediante um eventual aumento de prejuízos ou redução dos resultados traduzidos em dividendos.

Instrumentos de Gestão de Risco Financeiro (IGRF) O IGCP, E.P.E., no âmbito das suas atribuições, que determinam a análise das operações de derivados financeiros a realizar por entidades do SEE, avaliou operações de derivados de taxa de juro contratadas por empresas do SEE, mesmo que não reclassificadas no perímetros das administrações públicas. Nesse âmbito, e mediante o acordo das empresas para o efeito, o IGCP assessorou na renegociação de alguns desses contratos, minimizando o impacto nas contas públicas.
A 30 de setembro, encontravam-se vivas 48 operações de derivados financeiros de entidades do SEE, com um valor de mercado de 1.530 milhões de euros. Sobre 9 destas operações, cujo valor de mercado a 30 de setembro ascendia a 1.113 milhões de euros, decorrem ações junto de tribunais ingleses, propostas pelo Banco Santander, com vista à confirmação da validade das mesmas.

II.4.1.1. Empresas Públicas não Reclassificadas O total de dívida do conjunto das EPNR excluindo o Grupo Parpública ascendia a 6.671 milhões de euros, em 30 de junho de 2013. De entre estas empresas destaca-se a dívida da CP – Comboios de Portugal, que representava cerca de 56% do total.

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Quadro II.4.1. Dívida das principais empresas não financeiras não reclassificadas nas AP (Stock em final de junho de 2013, milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.

Risco de Reclassificação de Entidades A reclassificação de empresas do SEE dentro do perímetro de consolidação das Administrações Públicas (na ótica de contabilidade nacional) poderá ocorrer caso se verifique um de três critérios relacionados com o nível de inserção em mercados concorrenciais e com o grau de dependência do acionista público: 1. Nível de receitas mercantis inferior a 50% dos encargos com o desenvolvimento da sua atividade – critério que determina a necessidade de contratualização da prestação de serviço público relativamente às empresas públicas que beneficiam de indemnizações compensatórias, o que abrange essencialmente as empresas dos sectores da cultura, transportes e infraestruturas; 2. Classificação como empresa instrumental de investimento público em função da sua área de atuação principal; 3. Empresas dependentes do acionista público em função do elevado endividamento bancário e das dificuldades de acesso aos mercados financeiros.
A este respeito, é de referir que se prevê a entrada em vigor da atualização do Sistema Europeu de Contas Nacionais e Regionais (o designado SEC 2010) já em 2014, e que os seus efeitos irão retroagir, em termos de séries estatísticas, a 2010. Uma alteração fundamental incide sobre a forma de apuramento do “Critçrio da Mercantilidade”, o que poderá implicar a inclusão de um número adicional de empresas públicas no perímetro de consolidação das Administrações Públicas, no âmbito de aplicação do supramencionado sistema.

N o m e da E m pr e sa D í v i da
CP - Co mb o i o s d e P o r tu g a l 3 7 2 6
CA R R I S 759
E D I A 700
E G R E P 482
S T CP 390
P a r q u e E X P O 233
E mp o r d e f S G P S 195
A P L 130
A P A 21
A P D L 20
NAV 11
P S M L 2
L U S A 1
M e tr o M o n d e g o 1
D o c a p e s c a 1
E D M 0
s ub -t ot a l 6 6 7 1
P A R P Ú B L IC A ( g r up o)
G r u p o A d P 3 0 9 9
G r u p o S a g e s ta mo 23
G r u p o T A P 1 0 3 5
I N CM 8
P a r p ú b l i c a 5 3 9 1
S P E 7
S I M A B 81
G r u p o CT T 6
B a ía d o T e j o 0
s ub -t ot a l 9 6 5 0
T o t a l 1 6 3 2 1

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Risco de Reclassificação de Instrumento Financeiro A Parpública é uma Sociedade Gestora de Participações Sociais de capitais exclusivamente públicos que gere participações em empresas detidas pelo Estado com vista, nomeadamente, à sua privatização.
Aquando de uma privatização, a Parpública entrega ao Estado um mínimo de 80% do montante resultante da operação, devendo o Estado realizar uma operação de contrapartida, nomeadamente a entrega de novos ativos à empresa.

Risco de Refinanciamento As EPNR que compõem o SEE apresentam uma estimativa de necessidades de financiamento, para o 2.º semestre de 2013, de 2.968 milhões de euros, incluindo para amortização de dívida no valor de 1.616 milhões de euros (Quadro II.4.2). Este valor reflete já o esforço de racionalização e melhoria da eficiência do sector que tem sido levado a cabo. Não obstante, é um montante que representa um fator de risco dada a possibilidade de as empresas terem o acesso ao crédito limitado ou enfrentarem condições de refinanciamento mais penalizadoras, face às atuais condições dos mercados financeiros.
Para 2014, estas empresas preveem necessidades de refinanciamento de cerca de 2.719 milhões de euros (vide ponto II.4.1. para o caso da dívida garantida pelo Estado). Neste domínio, destacam-se as elevadas necessidades de refinanciamento da Parpública, que decorrem, quase exclusivamente, do peso do seu serviço da dívida. Quadro II.4.2. Necessidades de refinanciamento das empresas públicas não reclassificadas (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.

II.4.1.2. Entidades Reclassificadas dentro do Perímetro das AP No caso das empresas reclassificadas dentro do perímetro das Administrações Públicas (AP), os riscos relevantes para o Orçamento do Estado decorrem da sua própria atividade, uma vez que quer os resultados operacionais, quer a dívida se encontram refletidos na conta das AP e respetiva dívida pública.
Deste modo, adicionalmente aos riscos de financiamento do Estado importa considerar os riscos do serviço da dívida destas empresas que continuam a apresentar elevadas necessidades de financiamento para 2014. O Orçamento do Estado para 2014 integrará uma dotação correspondente às necessidades evidenciadas no orçamento das empresas em resultado do processo de racionalização de custos e encargos e potenciação das receitas em curso. Riscos Relativos ao Serviço da Dívida O elevado investimento realizado no passado, bem como os encargos com manutenção e conservação das empresas públicas reclassificadas, levaram a que a respetiva dívida, excluindo os financiamentos concedidos pelo Estado, ascendesse a 14.767 milhões de euros à data de 30 de junho de 2013. E PN R 2 . º Se m e s tr e 2013 2014
T ra n s p o rt e s 1 8 2 4 840
Pa rp ú b l i ca 1 0 8 6 1 8 3 1
O . Se ct o re s 34 12
O u t ra s I . E. 16 36
Requalif ic aç ão Ur bana 8
T o ta l 2 9 6 8 2 7 1 9

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De acordo com os dados disponibilizados pelas empresas, reportados à data de 30 de junho de 2013, o montante do serviço da dívida, excluindo a dívida ao Estado, ascende, em 2014, a 3.353 milhões de euros, dos quais 2.730 milhões de euros respeitam a amortização de capital.

Artigo 35.º do Código das Sociedades Comerciais A carteira de participações do Estado inclui várias empresas cuja composição dos capitais próprios indicia uma situação de dificuldade económica que, nos termos do Artigo 35.º do Código das Sociedades Comerciais, poderá eventualmente originar a necessidade de reforço dos respetivos capitais por parte dos acionistas, o que pode constituir um risco potencial de encargo para o Orçamento do Estado.

II.4.1.3. Receitas Resultantes da Alienação de Património As receitas patrimoniais resultam de uma conjugação de fatores externos à capacidade de intervenção dos organismos públicos, nomeadamente no que respeita aos condicionalismos próprios do mercado.
Deste modo, os prazos de concretização da estratégia de racionalização do investimento envolvendo alienação de participações ou património imobiliário incorporam uma particular sensibilidade ao risco de procura e de liquidez das contrapartes.
Neste contexto, e tendo em consideração a atual conjuntura económica, os prazos indicados no presente relatório constituem uma referência e um objetivo para as entidades executoras dos procedimentos que dependem diretamente da sua intervenção.

II.4.2. Riscos das Responsabilidades Contingentes II.4.2.1. Garantias e Contragarantias Garantias Concedidas ao Sector Bancário O stock da dívida garantida pelo Estado às Instituições de Crédito, no âmbito da Iniciativa para o Reforço da Estabilidade Financeira (IREF) ascendia a 14.475 milhões de euros à data de 30 de junho de 2013 (Quadro II.4.3).
Quadro II.4.3. Garantias concedidas ao sector bancário

Fonte: Direção-Geral do Tesouro e Finanças.
No que respeita às operações financeiras contratadas pelas Instituições de Crédito, para o ano de 2014 preveem-se reembolsos num valor aproximado de 9.475 milhões de euros e pagamento de juros num valor aproximado de 1.279 milhões de euros, de acordo com os respetivos planos de amortização aprovados pelo Garante.
C G D 4 6 0 0
B E S 4 7 5 0
G R U P O B A N I F 875
BCP 4 2 5 0 T O T A L ……………………………………………………. 1 4 4 7 5
M o n ta n te e m m i l h õ e s d e E U RE m i te n te

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Garantias Concedidas a Outras Entidades O stock da restante dívida garantida pelo Estado ascendia a cerca de 18.032,64 milhões de euros à data de 30 de junho de 2013, concentrando-se nas operações contratadas pelas empresas que constam do seguinte quadro: Quadro II.4.4. Garantias concedidas a outras entidades

Nota: (*) Disperso por cerca de 38 entidades, públicas não reclassificadas, privadas, regiões autónomas e países objeto da cooperação portuguesa. Fonte: Direcção-Geral do Tesouro e Finanças.
A dívida contraída pelas sociedades Parvalorem e Parups junto da Caixa Geral de Depósitos, na sua maioria com garantia do Estado, tem o seu vencimento em 2020 e 2021. No entanto, existe em todos estes empréstimos a possibilidade de reembolso antecipado, pelo que, a verificar-se, deverá resultar numa redução dos juros pagos pelas Administrações Públicas.
No caso das demais empresas reclassificadas no perímetro das Administrações Públicas identificadas no Quadro II.4.9., o montante da dívida e dos encargos anuais está já registado na conta das Administrações Públicas. Na proposta de Orçamento do Estado para 2014, prevê-se a concessão de financiamentos do Estado ou aumentos de capital que permitirão a essas empresas assegurar o respetivo serviço da dívida.
Deste modo, o risco orçamental de eventuais execuções de garantia em 2014 por incumprimento dos devedores limitar-se-á às entidades do referido Quadro que não estão reclassificadas. De entre estas destacam-se a AdP e a CP, cuja dívida a vencer nesse ano se estima em cerca de 126,4 milhões de euros. No entanto, ressalva-se que estas empresas são totalmente detidas pelo Estado e que nunca até à data se verificou qualquer execução de garantia, tendo as mesmas mantido a sua capacidade de refinanciamento no mercado. Assume-se assim que o risco de incumprimento da dívida garantida, correspondente maioritariamente a financiamentos contraídos junto do BEI, é diminuto.
Em relação aos beneficiários acima designados por “Outras”, cujo stock da dívida ascende a cerca de 2.163,5 milhões de euros, a previsão dos reembolsos para 2014 estima-se em cerca de 134,05 milhões de euros, não se prevendo um risco de incumprimento significativo com base no histórico das execuções de garantia. Excecionam-se as situações da Parque Expo e da Europarque, relativamente às quais se inscreveu no OE 2014 cerca de 5,05 milhões de euros e 5,1 milhões de euros respetivamente, uma vez que já em 2013 as mesmas foram objeto de pagamento em execução de garantias. E n ti d a d e s r e c l a s s i fi c a d a s d e n tr o d o p e r í m e tr o d a s A P
PA R V A L O R EM 3 3 1 8 , 0 0 1 8 , 4 0 %
M ET R O PO L I T A N O D E L I SB O A 2 8 7 0 , 9 1 1 5 , 9 2 %
R EF ER 2 6 9 4 , 1 7 1 4 , 9 4 %
M ET R O D O PO R T O 9 7 6 , 3 7 5 , 4 1 %
PA R Q U E ES C O L A R 1 0 5 0 , 0 0 5 , 8 2 %
PA R U PS 7 2 7 , 8 5 4 , 0 4 %
ES T R A D A S D E PO R T U G A L 2 0 0 , 6 6 1 , 1 1 %
T R A N ST EJ O 5 5 , 0 0 0 , 3 1 %
E n ti d a d e s n ã o r e c l a s s i fi c a d a s
CP 8 3 6 , 2 5 4 , 6 4 %
A D P 1 3 8 8 , 0 9 7 , 7 0 %
C A R R I S 3 6 3 , 2 0 2 , 0 1 %
ED I A 5 4 8 , 6 4 3 , 0 4 %
PA R PÚ BL I C A 6 2 0 , 0 0 3 , 4 4 %
ST C P 2 2 0 , 0 0 1 , 2 2 %
O U T R A S* 2 1 6 3 , 5 0 1 2 , 0 0 %
T O T A L 1 8 0 3 2 , 6 4 1 0 0 , 0 0 %
%B e n e fi c i á r i o d a G a r a n ti a
Mo n ta n te G a r a n ti d o e m m i l h õ e s d e E U R

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II.4.2.2. Parcerias Público-Privadas Nas Parcerias Público-Privadas (PPP), existem riscos orçamentais ou responsabilidades contingentes decorrentes, nomeadamente, dos concursos suspensos, da execução dos contratos em vigor e da respetiva modificação.

Sector Rodoviário No tocante às PPP rodoviárias, existe um conjunto de litígios pendentes que respeitam, designadamente, a pedidos de reposição do equilíbrio económico-financeiro dos contratos, bem como a outros pedidos de indemnização apresentados pelas concessionárias – alguns já em processo arbitral, outros em fase précontenciosa e outros ainda em que apenas foi anunciada a intenção de apresentar pedidos de reposição do equilíbrio financeiro. Os fundamentos apresentados são de diferente natureza, dividindo-se em questões relacionadas com a construção, com a implementação de portagens em autoestradas circundantes, alegadamente indutoras de tráfego para as concessões em questão, com as variações de tributação direta sobre lucros e com a introdução da Taxa de Regulação de Infraestruturas Rodoviárias (TRIR) e das tarifas do Sistema de Identificação Eletrónica de Veículos, S.A. (SIEV). Vários dos pedidos apresentados foram objeto de recusa por parte do Estado, por se entender que os factos invocados não são suscetíveis de fundamentar contratualmente o pagamento das compensações demandadas. Contudo, existem algumas situações, envolvendo valores substancialmente menos expressivos, que poderão ter um acolhimento apenas parcial pelo parceiro público.
Contudo, à data de apresentação da Proposta do Orçamento do Estado para 2014, não é possível quantificar monetariamente o impacto orçamental subjacente aos processos arbitrais e demais litígios relacionados com as alegadas reposições de equilíbrio financeiro dos contratos. Mais ainda, desconhece-se a data de desfecho dos processos em curso. Admite-se, no entanto, que alguns destes processos possam ter repercussão orçamental no decurso do ano de 2014.
Relativamente às receitas provenientes da cobrança de taxas de portagem, poderão ocorrer desvios orçamentais entre as receitas anteriormente orçamentadas e aquelas que virão de facto a ocorrer. De notar, contudo, que as projeções de procura subjacentes aos valores orçamentados assentam em estudos que já refletem o decréscimo de tráfego estimado. A este respeito, refira-se que, na exploração dos contratos de PPP no sector das infraestruturas rodoviárias em que a receita de tráfego é apropriada pela Estradas de Portugal, os riscos de procura são assumidos por esta. Caso a redução de receitas seja mais acentuada do que o previsto, a mesma será mitigada pela capacidade de adaptação do orçamento da empresa à evolução verificada nas suas receitas, não existindo qualquer indicação da necessidade de reajustamento com encargos adicionais.

Sector da Saúde No que diz respeito às PPP do sector da Saúde, não se antecipam riscos orçamentais assinaláveis, na medida em que os contratos permitem uma gestão direta dos respetivos níveis de produção e custos associados numa base anual, que têm permitido balizar os potenciais riscos orçamentais associados.

Sector Ferroviário Por último, no que toca às PPP ferroviárias, cumpre referir a existência de um pedido de reposição do equilíbrio financeiro da concessão Ferroviária - Eixo Norte-Sul (ENS) com fundamento no aumento da taxa de utilização da infraestrutura (TUI) em 2012 e um pedido de indemnização, já em processo arbitral,

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apresentado pela concessionária para o Troço da Linha Ferroviária de Alta Velocidade Poceirão-Caia, na sequência da recusa de visto pelo Tribunal de Contas ao contrato de concessão. Admite-se que estes diferendos possam vir a ser dirimidos durante o ano de 2014, podendo, nesse caso, ter impacto no Orçamento do Estado para 2014.

II.4.3. Estratégia de Gestão da Dívida Direta do Estado e o seu Impacto na Exposição aos Riscos A emissão e gestão da dívida pública está subordinada aos princípios definidos na Lei Quadro da Dívida (Lei n.º 7/98, de 3 de fevereiro), assegurando o financiamento requerido pela execução orçamental e prosseguindo os objetivos de minimização de custos diretos e indiretos numa perspetiva de longo prazo e de distribuição equilibrada dos mesmos pelos vários orçamentos anuais. Este processo procura ainda prevenir uma excessiva concentração temporal das amortizações e a não exposição a riscos excessivos.

Risco de Refinanciamento Um dos indicadores levados em consideração na gestão da carteira de dívida pública é o perfil de refinanciamento, com o objetivo de acautelar a eventualidade de um agravamento do custo de financiamento da carteira, decorrente de uma excessiva concentração das amortizações num curto espaço de tempo.
Neste sentido, existe uma monitorização regular da percentagem de dívida a vencer num prazo de 1, 2 e 3 anos. No final de agosto de 2013, a percentagem de dívida a refinanciar no prazo de 1 ano era de aproximadamente 18%, o que compara favoravelmente com o limite de 25% definido nas Normas Orientadoras para a Gestão da Dívida Pública.

Risco de Taxa de Juro No final de agosto de 2013, a dívida a refinanciar ou com taxa de juro a refixar nos 12 meses seguintes correspondia a cerca de 40% do valor total da dívida, um valor relativamente elevado face ao observado no passado recente, que reflete o maior peso de instrumentos de dívida com taxa de juro variável no stock de dívida atual, nomeadamente os empréstimos concedidos pelo FMI e pelo FEEF. Deve no entanto referir-se que, no segundo caso, a duração do empréstimo é muito superior a 1 ano, uma vez que a taxa de juro está indexada ao custo de financiamento do FEEF, que por sua vez está em grande medida ancorado em emissões de médio e longo prazo de taxa fixa. Deste modo, alterações significativas da taxa de juro nestes empréstimos serão menos prováveis e terão um impacto menos significativo do que num empréstimo de taxa de juro variável tradicional indexado a uma taxa de curto prazo do mercado interbancário.
Para avaliar o impacto de alterações das taxas de juro de mercado nos juros do subsector Estado, face ao cenário de evolução incorporado no cenário central, conduziram-se dois exercícios de análise de sensibilidade da rubrica de juros a um aumento de 1 ponto percentual ao longo de toda a curva de rendimentos, primeiro apenas para instrumentos de mercado (BT/OT) e em segundo lugar incluindo também os empréstimos do Progama de Ajustamento Económico.
Os exercícios permitem concluir que um aumento significativo das taxas de juro de mercado tem um impacto relativamente limitado no total de juros em 2014 (cerca de 0,1 p.p. do PIB em contas nacionais).
Se for incorporado também um aumento das taxas de juros dos empréstimos do Programa de Ajustamento a emitir ou dos empréstimos com taxa de juro variável, o impacto sobre os juros em contas nacionais poderá atingir 0,4 p.p. do PIB em 2014.

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É de salientar que esta estimativa de impacto no défice e na dívida pública tem por base o pressuposto de que não existe qualquer correlação entre as taxas de juro e outras variáveis orçamentais ou macroeconómicas16.
Quadro II.4.5. Impacto de um aumento das taxas de juro em 1 ponto percentual

Risco de Taxa de Câmbio O risco de taxa de câmbio é também monitorizado continuamente e a exposição cambial líquida (i.e. após swaps) da carteira de dívida não poderá exceder o limite de 15%. No final de agosto de 2013 a exposição cambial líquida situava-se em aproximadamente 5%, decorrente exclusivamente dos empréstimos da Extended Fund Facility do FMI, que são denominados em DSE.

II.4.4. Riscos Relacionados com a Administração Regional e Local II.4.4.1. Região Autónoma da Madeira A Região Autónoma da Madeira (RAM) tem cumprido, em termos globais, os objetivos a que está vinculada no âmbito do Programa de Ajustamento Económico e Financeiro (PAEF-RAM17). Este Programa inclui um conjunto amplo de medidas orientadas para dois objetivos: promover a consolidação orçamental da Região, de forma a restaurar a sustentabilidade das finanças públicas, e permitir repor a capacidade de financiamento autónomo.
De acordo com os resultados da sexta avaliação trimestral do PAEF-RAM, referente ao segundo trimestre de 2013, a Região tem cumprido os objetivos quantitativos trimestrais para o saldo orçamental e apresenta um elevado grau de implementação de medidas, embora algumas iniciativas relevantes se encontrem ainda em curso ou atrasadas. Com efeito, no 1.º semestre de 2013, o saldo orçamental relevante para a avaliação do desempenho, no âmbito do Programa de Ajustamento da Região, situou-se em -3,6 e -13,2 milhões de euros, respetivamente, em contabilidade pública e nacional, dentro dos limites fixados para o conjunto do ano (18 e -39,5 milhões de euros, respetivamente). A estimativa, em contas nacionais, apresentada no Orçamento Retificativo da Região para 2013 aponta para um excedente de 18 milhões de euros. Esta estimativa comporta, no entanto, alguns riscos principalmente relacionados com a eventualidade de as autoridades estatísticas não validarem o registo da receita de 80 milhões de euros proveniente do acordo entre o Estado e a RAM relativo à alienação da ANAM por ser considerada uma operação financeira e, portanto, sem impacto no saldo orçamental. No entanto, esta operação está também registada como operação que afeta o défice do lado da despesa do 16 De notar que uma correlação negativa entre as taxas de juro e o PIB poderia conduzir a um impacto no défice e na dívida superior ao aqui estimado, enquanto que uma correlação positiva se deveria traduzir num efeito menor.
17 Acordo de assistência financeira assinado no dia 27 de Janeiro de 2012 entre a Região Autónoma da Madeira e a República Portuguesa.
C o n t a s P ú b l i c a s C o n t a s N a c i o n a i s
I m p a c t o d e s u b i d a d e t a x a s d e j u r o d e m e r c a d o e m 1 0 0 p b
E U R m ilh õ e s 112 235
E m % d o P IB 0 , 0 7 % 0 , 1 4 %
I m p a c t o d e s u b i d a d e t a x a s d e j u r o ( i n c l P A E F ) e m 1 0 0 p b
E U R m ilh õ e s 544 711
E m % d o P IB 0 , 3 2 % 0 , 4 2 %
F o n t e : M in is t é r io d a s F in a n ç a s .
J u r o s d o s u b s e t o r E s t a d o e m 2 0 1 4

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Estado pelo que, a verificar-se a alteração de tratamento estatístico, a mesma não terá impacto no saldo global das AP. Em 2013 o Instituto Nacional de Estatística avaliou os critérios de mercantilidade da APRAM - Administração dos Portos da Região Autónoma da Madeira SA - e concluiu que a empresa deveria ser reclassificada no perímetro da Administração Regional com efeitos a partir do ano de 2012. Nesse ano, o impacto no saldo e na dívida bruta da RAM foi de -0,4 e 194 milhões de euros, respetivamente. Para 2013 a estimativa apresentada pela Região para o saldo orçamental permite acomodar o impacto desta entidade, destacando-se o impacto negativo na dívida em 187 milhões de euros.
No que se refere às medidas em curso, destacam-se os progressos alcançados ao nível da implementação da estratégia de pagamentos em atraso. Relativamente às obras em curso, a Região ainda não elaborou o relatório final de reavaliação, o que dificulta a aferição de riscos orçamentais decorrentes de aumentos de despesa implícitos aos contratos inerentes. No que toca ao Programa de Privatizações e Reestruturações do SERAM18, ocorreram progressos ao nível dos seguintes processos: Grupo Horário do Funchal, Empresa de Eletricidade da Madeira, Sociedade de Desenvolvimento Regional e ANAM. A execução da medida relativa à renegociação das Parcerias Público-Privadas apresenta algum atraso. Para 2014, o PAEF-RAM prevê um saldo orçamental positivo de 17,5 milhões de euros, em contas nacionais. A este propósito, é importante referir que no próximo ano entrará em vigor a nova Lei das Finanças das Regiões Autónomas19. Esta Lei introduz reformas significativas no quadro orçamental das Regiões Autónomas, que decorrem da necessidade de adotar regras e procedimentos constantes no Tratado sobre a Estabilidade, a Coordenação e a Governação na União Económica e Monetária. De entre essas regras destacam-se as referentes ao equilíbrio orçamental e aos limites ao endividamento. Os riscos orçamentais em 2014 para a RAM estão relacionados com eventuais reclassificações de empresas do SERAM no perímetro da Administração Regional, bem como de eventuais execuções de garantias concedidas pela Região a empresas públicas. Também a evolução da atividade económica, aquém do previsto, poderá constituir um risco para a concretização da receita prevista.

II.4.4.2. Região Autónoma dos Açores No âmbito do acordo de assistência financeira celebrado, em agosto de 2012, entre o Governo de Portugal e o Governo da Região Autónoma dos Açores, a Região comprometeu-se a aplicar as medidas que visam garantir o cumprimento dos objetivos do Programa de Ajustamento Económico para Portugal, no quadro das suas competências constitucionais e estatutárias, adotando, se necessário, as devidas adaptações. Em particular, comprometeu-se a manter uma situação orçamental próxima do equilíbrio durante os anos de vigência do Memorando de Entendimento, a aplicar as medidas de redução de remunerações e de trabalhadores previstos no Programa de Ajustamento, a alcançar e manter o equilíbrio financeiro do Sector Empresarial Regional e a não promover quaisquer parcerias público-privadas, salvo avaliação fundamentada em contrário da Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos, entidade sob a tutela do Ministério das Finanças. Para 2013, no âmbito do Orçamento Retificativo para a Região, a RAA apresentou uma estimativa para o défice da Região de 27 milhões de euros. Em 2014, para além de assegurar uma situação orçamental próxima do equilíbrio, a RAA terá igualmente de respeitar as regras respeitantes ao equilíbrio orçamental e aos limites ao endividamento definidas na nova Lei das Finanças Regionais. 18 Sector Empresarial Regional da RAM 19 Lei Orgânica n.º 2/2013, de 2 de setembro.

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II.4.4.3. Administração Local A Reforma da Administração Local promovida pelo Governo assentou num conjunto de alterações legislativas, que se concretizaram, no ano 2013, na publicação do regime jurídico da reorganização administrativa territorial autárquica20 e na aprovação, pela Assembleia da República, da nova Lei das Finanças Locais e do Regime Jurídico das Autarquias Locais e das Entidades Intermunicipais.
Adicionalmente, no ano 2013 já são visíveis os resultados da implementação dos diplomas referentes ao novo Regime Jurídico das Atividades Empresariais21 (redução de 130 empresas locais e participações locais em empresas, para 204 empresas no universo autárquico), ao novo Estatuto do Pessoal Dirigente da Administração Local22 (tendo-se verificado, até à data, uma redução de 15% no número de dirigentes, de um objetivo de 25% a reduzir no período de 3 anos), e ao Programa de Apoio à Economia Local (PAEL)23 (No âmbito deste Programa, já foram injetados na economia local aproximadamente 400 milhões de euros, através do empréstimo concedido pelo Estado aos municípios para a regularização das suas dívidas a fornecedores).
Ao nível do endividamento, assistiu-se a uma diminuição da dívida bruta em cerca de 13% (aproximadamente 1.000 milhões de euros); o endividamento de médio e longo prazo diminuiu em mais de 26% (o que representa cerca de 1.200 milhões de euros); e os pagamentos em atraso aos fornecedores diminuíram consideravelmente (em cerca de 400 milhões de euros entre agosto de 2013 e final de 2012). Em 2014 entra em vigor o novo regime financeiro das autarquias locais e das entidades intermunicipais24, sendo expectável um reforço progressivo da disciplina orçamental neste subsector das Administrações Públicas. A nova Lei de Finanças Locais, foi aprovada em conformidade com a Lei de Enquadramento Orçamental, nomeadamente no que respeita à inclusão de entidades no respetivo sector, à adoção de um quadro orçamental plurianual e às regras de endividamento. Define-se também um novo calendário para a preparação dos orçamentos municipais, compatível com o do Orçamento do Estado.
20 Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro.
21 Lei n.º 50/2012, de 31 de agosto.
22 Lei n.º 49/2012, de 29 de agosto.
23 Lei n.º 43/2012, de agosto e Portaria n.º 281-A/2012, de 14 de setembro.
24 Lei n.º 73/2013 de 3 de setembro.

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III. SITUAÇÃO FINANCEIRA DAS ADMINISTRAÇÕES PÚBLICAS 2013 E 2014 (CONTABILIDADE PÚBLICA E NACIONAL) III.1. Receitas e Despesas das Administrações Públicas Os desenvolvimentos orçamentais recentes, traduzidos em novas dotações orçamentais de despesa, determinaram a apresentação da segunda proposta de alteração ao Orçamento do Estado para 2013.
Neste contexto, a manutenção do objetivo de cumprir o défice de 5,5% do PIB acordado com as instituições internacionais, no âmbito do Programa de Ajustamento Económico, determinou o recurso a um regime excecional e temporário de regularização de dívidas fiscais e à segurança social cujo impacto adicional na receita fiscal é estimado em cerca de 700 milhões de euros.
É de referir que a meta acordada no âmbito do Programa exclui o efeito especial relativo à dotação de capital no BANIF, no montante equivalente a 0,4 p.p. do PIB. O défice em contabilidade nacional, incluindo este efeito, ascende a 5,9% do PIB.
Gráfico III.1.1. Défice das Administrações Públicas (Ótica da Contabilidade Nacional) (em % do PIB)

Fonte: INE e Ministério das Finanças.
Para 2014, mantem-se o limite inicialmente previsto para o défice das administrações públicas, de 4% do PIB, acordado no sétimo exame regular do Programa.

Ótica de Contabilidade Nacional A melhoria do défice, em 1,9 p.p. do PIB, em 2014, é conseguida inteiramente pelo lado da despesa, com um redução de 2,3 p.p. do PIB, uma vez que a receita apresenta um decréscimo de 0,4 p.p. do PIB. 3, 6
1 0 , 2
9 , 8
4 , 3
6 , 4
5 , 9
4 , 0
0
2
4
6
8
10
12
2008 2009 2010 2011 2012 2 0 1 3 E 2 0 1 4 OE

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Quadro III.1.1. Contas das Administrações Públicas (Ótica da Contabilidade Nacional)

Nota: saldo global na ótica do Procedimento dos Défices Excessivos.
Fonte: INE e Ministério das Finanças.
Do lado da receita, destaca-se o aumento da receita fiscal refletindo a melhoria da atividade económica e o impacto de medidas de política fiscal. A receita contributiva deverá decrescer 1,5% em consonância com a evolução da massa salarial.
Do lado da despesa, o maior contributo para a redução virá das despesas com pessoal e dos consumos intermédios, refletindo as medidas de consolidação orçamental em curso e previstas.
Os juros da dívida pública deverão apresentar um ligeiro aumento face a 2013 (1,9%), em virtude do aumento da dívida. No entanto, a diminuição da despesa primária permitirá atingir, em 2014, um saldo primário positivo.

Ótica de Contabilidade Pública Em contabilidade pública, o défice orçamental das Administrações Públicas deverá situar-se em 4,4% do PIB em 2014, traduzindo uma melhoria de 2,2 p.p. do PIB face a 2013. 2 0 1 2 I N E 2 0 1 3 E 2 0 1 4 O E 2 0 1 2 I N E 2 0 1 3 E 2 0 1 4 O E 2 0 1 2 I N E 2 0 1 3 E 2 0 1 4 O E
R e c e i ta c o r r e n te 6 5 . 0 7 6 , 9 6 9 . 5 1 8 , 0 7 0 . 0 8 9 , 1 -6 , 0 6 , 8 0 , 8 3 9 , 4 4 2 , 0 4 1 , 7
R e ce i t a f i s ca l 3 7 . 8 1 1 , 2 4 0 . 4 2 4 , 4 4 1 . 2 4 1 , 5 -6 , 4 6 , 9 2 , 0 2 2 , 9 2 4 , 5 2 4 , 5
I m p o s t o s s / p ro d u çã o e i m p o rt a çã o 2 2 . 5 3 8 , 7 2 1 . 9 2 9 , 9 2 2 . 5 6 2 , 4 -4 , 1 -2 , 7 2 , 9 1 3 , 7 1 3 , 3 1 3 , 4
I m p o s t o s co rre n t e s s / re n d i m e n t o , p a t ri m ó n i o 1 5 . 2 7 2 , 5 1 8 . 4 9 4 , 4 1 8 . 6 7 9 , 0 -9 , 5 2 1 , 1 1 , 0 9 , 3 1 1 , 2 1 1 , 1
C o n t ri b u i çõ e s s o ci a i s 1 9 . 1 3 5 , 3 1 9 . 8 6 6 , 5 1 9 . 5 7 0 , 3 -9 , 1 3 , 8 -1 , 5 1 1 , 6 1 2 , 0 1 1 , 6
O u t ra re ce i t a co rre n t e 8 . 1 3 0 , 5 9 . 2 2 7 , 1 9 . 2 7 7 , 3 4 , 2 1 3 , 5 0 , 5 4 , 9 5 , 6 5 , 5
R e c e i ta d e c a p i ta l 2 . 4 9 7 , 4 1 . 9 4 2 , 2 1 . 8 4 7 , 2 -6 8 , 0 -2 2 , 2 -4 , 9 1 , 5 1 , 2 1 , 1
R e c e i ta to ta l 6 7 . 5 7 4 , 3 7 1 . 4 6 0 , 2 7 1 . 9 3 6 , 3 -1 2 , 3 5 , 8 0 , 7 4 0 , 9 4 3 , 2 4 2 , 8
D e s p e s a c o r r e n te 7 3 . 3 9 8 , 6 7 6 . 6 5 3 , 2 7 5 . 1 9 7 , 5 -5 , 5 4 , 4 -1 , 9 4 4 , 5 4 6 , 4 4 4 , 7
C o n s u m o i n t e rm é d i o 7 . 4 0 0 , 2 7 . 8 6 4 , 0 7 . 7 5 7 , 9 -6 , 4 6 , 3 -1 , 4 4 , 5 4 , 8 4 , 6
D e s p e s a s co m p e s s o a l 1 6 . 5 1 0 , 0 1 7 . 5 3 7 , 8 1 5 . 7 6 2 , 8 -1 5 , 0 6 , 2 -1 0 , 1 1 0 , 0 1 0 , 6 9 , 4
Pre s t a çõ e s s o ci a i s 3 7 . 1 3 9 , 3 3 8 . 3 9 9 , 2 3 8 . 3 2 0 , 4 -1 , 7 3 , 4 -0 , 2 2 2 , 5 2 3 , 2 2 2 , 8
Su b s í d i o s 1 . 0 0 8 , 5 1 . 2 1 1 , 7 1 . 2 7 2 , 0 -1 7 , 4 2 0 , 1 5 , 0 0 , 6 0 , 7 0 , 8
Ju ro s 7 . 1 2 5 , 9 7 . 1 8 8 , 8 7 . 3 2 4 , 1 3 , 4 0 , 9 1 , 9 4 , 3 4 , 3 4 , 4
O u t ra d e s p e s a co rre n t e 4 . 2 1 4 , 6 4 . 4 5 1 , 6 4 . 7 6 0 , 4 -4 , 8 5 , 6 6 , 9 2 , 6 2 , 7 2 , 8
D e s p e s a d e c a p i ta l 4 . 8 1 6 , 9 4 . 5 8 5 , 1 3 . 5 3 2 , 1 -2 9 , 2 -4 , 8 -2 3 , 0 2 , 9 2 , 8 2 , 1
F o rm a çã o b ru t a d e ca p i t a l f i x o 2 . 7 4 5 , 0 3 . 0 8 4 , 9 3 . 0 0 3 , 5 -3 8 , 6 1 2 , 4 -2 , 6 1 , 7 1 , 9 1 , 8
O u t ra s d e s p e s a s d e ca p i t a l 2 . 0 7 1 , 9 1 . 5 0 0 , 1 5 2 8 , 5 -1 1 , 0 -2 7 , 6 -6 4 , 8 1 , 3 0 , 9 0 , 3
D e s p e s a to ta l 7 8 . 2 1 5 , 5 8 1 . 2 3 8 , 3 7 8 . 7 2 9 , 6 -7 , 4 3 , 9 -3 , 1 4 7 , 4 4 9 , 1 4 6 , 8
Sa l d o G l o b a l -1 0 . 6 4 1 , 2 -9 . 7 7 8 , 1 -6 . 7 9 3 , 3 -6 , 4 -5 , 9 -4 , 0
D e s p e s a co rre n t e p ri m á ri a 6 6 . 2 7 2 , 6 6 9 . 4 6 4 , 4 6 7 . 8 7 3 , 4 -6 , 3 4 , 8 -2 , 3 4 0 , 1 4 2 , 0 4 0 , 4
D e s p e s a p ri m á ri a 7 1 . 0 8 9 , 6 7 4 . 0 4 9 , 5 7 1 . 4 0 5 , 4 -8 , 3 4 , 2 -3 , 6 4 3 , 1 4 4 , 8 4 2 , 5
Sa l d o co rre n t e p ri m á ri o -1 . 1 9 5 , 7 5 3 , 6 2 . 2 1 5 , 7 -0 , 7 0 , 0 1 , 3
Sa l d o p ri m á ri o -3 . 5 1 5 , 3 -2 . 5 8 9 , 2 5 3 0 , 9 -2 , 1 -1 , 6 0 , 3
Mi l h õ e s d e E u r o s % d o PI BT a x a d e v a r i a ç ã o (% )

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Quadro III.1.2. Receitas e Despesas das Administrações Públicas (Ótica da Contabilidade Pública) (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças Em 2014, a receita deverá registar uma diminuição de 0,6% face a 2013, explicado na sua totalidade pelas outras receitas correntes.
Do lado da despesa, a diminuição de 4,7% é essencialmente explicada pelas despesas com pessoal, aquisição de bens e serviços e transferências correntes.

Passagem da ótica de Contabilidade Pública à ótica de Contabilidade Nacional Para 2014, o défice em contabilidade pública deverá ser superior ao de contabilidade nacional em 0,4 p.p.. 2012 2 0 1 3 E 2 0 1 4 O E 2012 2 0 1 3 E 2 0 1 4 O E 2012 2 0 1 3 E 2 0 1 4 O E
R e c e i ta s C o r r e n te s 6 5 . 6 1 7 , 8 7 1 . 3 4 3 , 2 7 1 . 4 3 0 , 4 -0 , 8 8 , 7 0 , 1 3 9 , 7 4 3 , 2 4 2 , 5 I m p o s t o s d i re ct o s 1 6 . 5 4 9 , 7 1 9 . 6 3 4 , 5 2 0 . 0 7 1 , 0 -8 , 1 1 8 , 6 2 , 2 1 0 , 0 1 1 , 9 1 1 , 9 I m p o s t o s i n d i re ct o s 2 1 . 1 1 7 , 4 2 0 . 5 9 1 , 6 2 0 . 8 0 1 , 5 -0 , 6 -2 , 5 1 , 0 1 2 , 8 1 2 , 5 1 2 , 4 C o n t ri b u i çõ e s d e Se g u ra n ça So ci a l 1 6 . 8 7 7 , 2 1 8 . 4 6 3 , 0 1 8 . 2 3 5 , 7 -7 , 0 9 , 4 -1 , 2 1 0 , 2 1 1 , 2 1 0 , 8 O u t ra s re ce i t a s co rre n t e s 1 1 . 0 7 3 , 5 1 2 . 6 5 4 , 1 1 2 . 3 2 2 , 1 2 6 , 4 1 4 , 3 -2 , 6 6 , 7 7 , 7 7 , 3
R e c e i ta s d e C a p i ta l 7 . 1 6 2 , 5 3 . 2 5 0 , 4 2 . 7 3 3 , 6 2 1 , 1 -5 4 , 6 -1 5 , 9 4 , 3 2 , 0 1 , 6
R e c e i ta T o ta l 7 2 . 7 8 0 , 2 7 4 . 5 9 3 , 6 7 4 . 1 6 4 , 0 1 , 0 2 , 5 -0 , 6 4 4 , 1 4 5 , 1 4 4 , 1
D e s p e s a s C o r r e n te s 7 4 . 2 8 9 , 8 7 9 . 1 3 7 , 5 7 5 . 8 1 3 , 5 2 , 1 6 , 5 -4 , 2 4 5 , 0 4 7 , 9 4 5 , 1
C o n s u m o Pú b l i co 3 0 . 1 5 3 , 1 3 1 . 5 5 4 , 4 2 9 . 5 2 6 , 8 -0 , 2 4 , 6 -6 , 4 1 8 , 3 1 9 , 1 1 7 , 6
d o q u a l : Pe s s o a l 1 4 . 6 5 7 , 5 1 6 . 1 6 4 , 2 1 4 . 9 9 2 , 1 -1 2 , 7 1 0 , 3 -7 , 3 8 , 9 9 , 8 8 , 9
A q u i s i çã o d e b e n s e s e rv i ço s 1 4 . 5 0 3 , 9 1 3 . 9 6 5 , 1 1 2 . 4 7 5 , 4 1 4 , 3 -3 , 7 -1 0 , 7 8 , 8 8 , 4 7 , 4
O u t ra s d e s p e s a s co rre n t e s 9 9 1 , 7 1 . 4 2 5 , 0 2 . 0 5 9 , 3 3 5 , 2 4 3 , 7 4 4 , 5 0 , 6 0 , 9 1 , 2
Su b s i d i o s 2 . 2 0 8 , 8 2 . 7 3 7 , 2 2 . 7 3 1 , 7 7 , 9 2 3 , 9 -0 , 2 1 , 3 1 , 7 1 , 6
Ju ro s e O u t ro s En ca rg o s 8 . 1 7 0 , 8 8 . 4 0 5 , 9 8 . 1 7 4 , 8 3 0 , 3 2 , 9 -2 , 7 4 , 9 5 , 1 4 , 9
T ra n s f e rê n ci a s C o rre n t e s 3 3 . 7 5 7 , 0 3 6 . 4 4 0 , 0 3 5 . 3 8 0 , 3 -1 , 3 7 , 9 -2 , 9 2 0 , 4 2 2 , 0 2 1 , 0
D e s p e s a s d e C a p i ta l 5 . 6 2 7 , 1 6 . 4 4 9 , 9 5 . 7 8 0 , 5 8 , 3 1 4 , 6 -1 0 , 4 3 , 4 3 , 9 3 , 4 I n v e s t i m e n t o s 4 . 5 0 9 , 2 4 . 9 6 1 , 6 4 . 6 6 4 , 1 5 5 , 8 1 0 , 0 -6 , 0 2 , 7 3 , 0 2 , 8 T ra n s f e rê n ci a s d e C a p i t a l 1 . 0 0 8 , 4 1 . 1 2 2 , 6 9 8 4 , 5 -5 4 , 5 1 1 , 3 -1 2 , 3 0 , 6 0 , 7 0 , 6 O u t ra s d e s p e s a s d e ca p i t a l 1 0 9 , 4 3 6 5 , 7 1 3 2 , 0 2 8 , 4 2 3 4 , 2 -6 3 , 9 0 , 1 0 , 2 0 , 1
D e s p e s a T o ta l 7 9 . 9 1 6 , 8 8 5 . 5 8 7 , 5 8 1 . 5 9 4 , 1 2 , 5 7 , 1 -4 , 7 4 8 , 4 5 1 , 8 4 8 , 5
Sa l d o G l o b a l -7 . 1 3 6 , 6 -1 0 . 9 9 3 , 8 -7 . 4 3 0 , 0 -4 , 3 -6 , 6 -4 , 4
Sa l d o Pr i m á r i o 1 . 0 3 4 , 2 -2 . 5 8 7 , 9 7 4 4 , 8 0 , 6 -1 , 6 0 , 4
A c ti v o s F i n . L i q . d e R e e m b o l s o s 1 6 . 2 7 7 , 7 1 9 . 9 7 4 , 2 1 2 . 0 0 7 , 6 9 , 9 1 2 , 1 7 , 1
Sa l d o G l o b a l i n c l u i n d o A c t. F i n . -2 3 . 4 1 4 , 3 -3 0 . 9 6 8 , 0 -1 9 . 4 3 7 , 7 -1 4 , 2 -1 8 , 7 -1 1 , 6
Sa l d o C o r r e n te Pr i m á r i o -5 0 1 , 2 6 1 1 , 6 3 . 7 9 1 , 6 -0 , 3 0 , 4 2 , 3
Sa l d o d e C a p i ta l 1 . 5 3 5 , 4 -3 . 1 9 9 , 6 -3 . 0 4 6 , 9 0 , 9 -1 , 9 -1 , 8
D e s p e s a C o r r e n te Pr i m á r i a 6 6 . 1 1 9 , 0 7 0 . 7 3 1 , 6 6 7 . 6 3 8 , 7 -0 , 5 7 , 0 -4 , 4 4 0 , 0 4 2 , 8 4 0 , 2
Mi l h õ e s d e E u r o s % d o PI BT a x a d e v a r i a ç ã o (% )

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Gráfico III.1.2. Défice das Administrações Públicas em Contabilidade Pública e Contabilidade Nacional (em % do PIB)

Fonte: INE e Ministério das Finanças.
O quadro seguinte apresenta as principais diferenças apuradas nas duas óticas. Essas diferenças resultam basicamente de ajustamentos de passagem da ótica de caixa (contabilidade pública) à ótica de compromisso (contabilidade nacional) e de outro tipo de ajustamentos que pretendem repercutir no perímetro das contas públicas o efeito de determinadas operações levadas a cabo por unidades das administrações públicas.
Quadro III.1.3. Passagem de saldos de Contabilidade Pública a Contabilidade Nacional

Fonte: Ministério das Finanças O diferencial positivo de 636,8 milhões de euros entre o défice em contabilidade nacional e pública é resultado da anulação, em contabilidade nacional, dos pagamentos remanescentes no âmbito do programa PAEL de regularização de dívidas de anos anteriores dos municípios, bem como da utilização final do empréstimo da Região Autónoma da Madeira, no valor de 1100milhões de euros, para pagamento de dívidas já registadas em anos anteriores em contas nacionais. Adicionalmente, o ajustamento dos impostos e das contribuições sociais também tem um efeito positivo no saldo das Administrações Públicas em contabilidade nacional.
-2
0
2
4
6
8
10
12
2008 2009 2010 2011 2012 2 0 1 3 E 2 0 1 4 O E
D if e r e n ç a ( C N - C P ) C o n t a b il i d a d e p ú b l ic a C o n t a b il i d a d e n a c ion a l
2 0 1 3 E 2 0 1 4 O E 2 0 1 3 E 2 0 1 4 O E
A P - Sa l d o e m c o n ta b i l i d a d e p ú b l i c a -1 0 . 9 9 3 , 8 -7 . 4 2 9 , 8 -6 , 6 -4 , 4
A d m i n i s t ra çã o C e n t ra l -9 . 9 9 6 , 7 -8 . 3 4 2 , 5 -6 , 0 -5 , 0
A d m i n i s t ra çã o R e g i o n a l e L o ca l -1 . 0 5 4 , 5 6 5 2 , 9 -0 , 6 0 , 4
Se g u ra n ça So ci a l 5 7 , 4 2 5 9 , 8 0 , 0 0 , 2
A j u s t a m e n t o a o u n i v e rs o e m C o n t a s N a ci o n a i s 6 6 2 , 4 3 . 3 0 8 , 6 0 , 4 2 , 0
D i f e re ça e n t re j u ro s p a g o s e d e v i d o s (PD E) -2 6 0 , 0 -1 7 2 , 0 -0 , 2 -0 , 1
O u t ro s v a l o re s a re ce b e r -2 4 4 , 5 1 8 7 , 5 -0 , 1 0 , 1
O u t ro s v a l o re s a p a g a r 1 . 6 8 0 , 3 3 1 9 , 8 1 , 0 0 , 2
O u t ro s a j u s t a m e n t o s -6 2 2 , 8 -3 . 0 0 7 , 4 -0 , 4 -1 , 8
A P - Sa l d o e m c o n ta b i l i d a d e n a c i o n a l (PD E ) -9 . 7 7 8 , 3 -6 . 7 9 3 , 2 -5 , 9 -4 , 0
A d m i n i s t ra çã o C e n t ra l -1 0 . 6 1 3 , 1 -8 . 1 2 7 , 8 -6 , 4 -4 , 8
A d m i n i s t ra çã o R e g i o n a l e L o ca l 6 9 4 , 0 9 8 6 , 3 0 , 4 0 , 6
Se g u ra n ça So ci a l 1 4 1 , 3 3 4 8 , 3 0 , 1 0 , 2
( m i l h õ e s d e e u r o s ) ( % d o P IB )

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De referir que o elevado valor no ajustamento ao universo se refere às dotações de capital recebidas pelas empresas de transporte e infraestruturas (que em contabilidade pública são consideradas despesa não efetiva) e que, no saldo, se traduzem num efeito nulo, uma vez que estão igualmente registadas nos outros ajustamentos como despesa do subsector Estado.

III.1.1. Receitas e Despesas da Administração Central O saldo global e primário da Administração Central de 2014 deverão cifrar-se em -8 342,5 milhões de euros e -476,3 milhões de euros, o que representa -5,0% e -0,3% do PIB, respetivamente.
Quadro III.1.4. Conta Consolidada da Administração Central em Contabilidade Pública (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças Nota: O valor de ”outras despesas correntes” em 2014 encontra-se influenciado pela inscrição da dotação provisional do Ministério das Finanças (523,8 milhões de euros) e da reserva orçamental (377,1 milhões de euros).
Estes valores comparam com um saldo global e um saldo primário estimados para 2013 de -9 996,7 milhões de euros e de -2.194,4 milhões de euros, respetivamente. Esta situação evidencia uma melhoria de 1 654,2 milhões de euros e de 1.718,1 milhões de euros, respetivamente. 2 0 1 3 / 2 0 1 2 2 0 1 4 / 2 0 1 3 2 0 1 3 / 2 0 1 2 2 0 1 4 / 2 0 1 3 2 0 1 3 / 2 0 1 2 2 0 1 4 / 2 0 1 3
R e c e i t a c o r r e n t e 4 4 . 9 6 7 , 6 5 0 . 0 6 6 , 2 5 0 . 8 3 3 , 7 1 1 , 3 1 , 5 1 0 , 0 1 , 5 3 , 0 - 0 , 1
R e c e i t a F i s c a l 3 3 . 0 8 4 , 1 3 5 . 9 9 4 , 2 3 6 . 9 6 0 , 6 8 , 8 2 , 7 5 , 7 1 , 8 1 , 7 0 , 2
Im p o s t o s d i r e c t o s 1 3 . 6 5 5 , 9 1 6 . 5 2 3 , 2 1 7 . 1 6 3 , 5 2 1 , 0 3 , 9 5 , 6 1 , 2 1 , 7 0 , 2
Im p o s t o s i n d i r e c t o s 1 9 . 4 2 8 , 2 1 9 . 4 7 1 , 1 1 9 . 7 9 7 , 2 0 , 2 1 , 7 0 , 1 0 , 6 0 , 0 0 , 0
C o n t r i b u i ç õ e s S e g u r a n ç a S o c i a l , C G A , A D S E 3 . 7 8 5 , 9 5 . 1 1 6 , 4 4 . 9 4 6 , 5 3 5 , 1 - 3 , 3 2 , 6 - 0 , 3 0 , 8 - 0 , 2
T r a n s f e r ê n c i a s c o r r e n t e s 2 . 3 3 1 , 0 2 . 4 2 2 , 3 1 . 6 5 2 , 0 3 , 9 - 3 1 , 8 0 , 2 - 1 , 5 0 , 1 - 0 , 5
O u t r a s r e c e i t a s c o r r e n t e s 5 . 7 6 6 , 6 6 . 5 3 3 , 2 7 . 2 7 4 , 6 1 3 , 3 1 1 , 3 1 , 5 1 , 4 0 , 5 0 , 4
R e c e i t a d e c a p i t a l 5 . 8 6 7 , 0 2 . 1 8 2 , 5 1 . 7 9 2 , 7 - 6 2 , 8 - 1 7 , 9 - 7 , 2 - 0 , 7 - 2 , 2 - 0 , 3
V e n d a d e b e n s d e i n v e s t i m e n t o 1 2 , 6 8 3 , 1 1 8 8 , 6 5 5 8 , 4 1 2 6 , 9 0 , 1 0 , 2 0 , 0 0 , 1
T r a n s f e r ê n c i a s d e c a p i t a l 4 . 5 9 7 , 1 1 . 4 9 8 , 5 1 . 2 6 3 , 9 - 6 7 , 4 - 1 5 , 7 - 6 , 1 - 0 , 4 - 1 , 9 - 0 , 2
O u t r a s r e c e i t a s d e c a p i t a l 1 . 2 5 7 , 3 6 0 0 , 9 3 4 0 , 1 - 5 2 , 2 - 4 3 , 4 - 1 , 3 - 0 , 5 - 0 , 4 - 0 , 2
R e c e i t a e f e c t i v a 5 0 . 8 3 4 , 7 5 2 . 2 4 8 , 6 5 2 . 6 2 6 , 4 2 , 8 0 , 7 2 , 8 0 , 7 0 , 8 - 0 , 3
D e s p e s a c o r r e n t e 5 4 . 4 0 8 , 1 5 8 . 6 2 7 , 3 5 7 . 0 5 1 , 2 7 , 8 - 2 , 7 7 , 2 - 2 , 5 2 , 5 - 1 , 5
D e s p e s a s c o m o p e s s o a l 1 1 . 5 0 3 , 5 1 2 . 6 8 2 , 8 1 1 . 7 1 3 , 9 1 0 , 3 - 7 , 6 2 , 0 - 1 , 6 0 , 7 - 0 , 7
A q u i s i ç ã o d e b e n s e s e r v i ç o s 1 2 . 0 1 4 , 8 1 1 . 2 6 4 , 6 1 0 . 2 1 5 , 7 - 6 , 2 - 9 , 3 - 1 , 3 - 1 , 7 - 0 , 5 - 0 , 7
J u r o s e o u t r o s e n c a r g o s 7 . 9 2 7 , 7 7 . 8 0 2 , 3 7 . 8 6 6 , 2 - 1 , 6 0 , 8 - 0 , 2 0 , 1 - 0 , 1 0 , 0
T r a n s f e r ê n c i a s c o r r e n t e s 2 1 . 3 5 8 , 7 2 4 . 7 7 5 , 5 2 4 . 4 1 7 , 9 1 6 , 0 - 1 , 4 5 , 8 - 0 , 6 2 , 0 - 0 , 5
S u b s íd i o s 7 4 5 , 6 9 7 7 , 9 8 9 7 , 1 3 1 , 2 - 8 , 3 0 , 4 - 0 , 1 0 , 1 - 0 , 1
O u t r a s d e s p e s a s c o r r e n t e s 8 5 7 , 7 1 . 1 2 4 , 2 1 . 9 4 0 , 4 3 1 , 1 7 2 , 6 0 , 5 1 , 3 0 , 2 0 , 5
D e s p e s a d e c a p i t a l 4 . 4 7 5 , 3 3 . 6 1 8 , 1 3 . 9 1 7 , 7 - 1 9 , 2 8 , 3 - 1 , 5 0 , 5 - 0 , 5 0 , 1
In v e s t i m e n t o 2 . 4 1 3 , 6 1 . 7 1 1 , 9 2 . 5 7 5 , 9 - 2 9 , 1 5 0 , 5 - 1 , 2 1 , 4 - 0 , 4 0 , 5
T r a n s f e r ê n c i a s d e c a p i t a l 1 . 9 9 8 , 6 1 . 7 3 6 , 5 1 . 2 5 4 , 9 - 1 3 , 1 - 2 7 , 7 - 0 , 4 - 0 , 8 - 0 , 2 - 0 , 3
O u t r a s d e s p e s a s d e c a p i t a l 6 3 , 1 1 6 9 , 7 8 6 , 9 1 6 8 , 8 - 4 8 , 8 0 , 2 - 0 , 1 0 , 1 - 0 , 1
D e s p e s a e f e c t i v a 5 8 . 8 8 3 , 4 6 2 . 2 4 5 , 4 6 0 . 9 6 8 , 9 5 , 7 - 2 , 1 5 , 7 - 2 , 1 2 , 0 - 1 , 4
S a l d o g l o b a l - 8 . 0 4 8 , 7 - 9 . 9 9 6 , 7 - 8 . 3 4 2 , 5
e m % d o P I B - 4 , 9 - 6 , 0 - 5 , 0
S a l d o g l o b a l p r i m á r i o - 1 2 1 , 0 - 2 . 1 9 4 , 4 - 4 7 6 , 3
e m % d o P I B - 0 , 1 - 1 , 3 - 0 , 3
P o r m e m ó r i a :
D e s p e s a p r i m á r i a 5 0 . 9 5 5 , 7 5 4 . 4 4 3 , 1 5 3 . 1 0 2 , 7
S a l d o c o r r e n t e - 9 . 4 4 0 , 5 - 8 . 5 6 1 , 1 - 6 . 2 1 7 , 4
S a l d o d e c a p i t a l 1 . 3 9 1 , 7 - 1 . 4 3 5 , 6 - 2 . 1 2 5 , 0
S a l d o p r i m á r i o - 1 2 1 , 0 - 2 . 1 9 4 , 4 - 4 7 6 , 3
D o t a ç ã o a j u s t a d a 2014
V a r i a ç ã o e m p . p . d o P I B
E s t i m a t i v a 2013
C G E 2 0 1 2 V a r i a ç ã o ( % )
C o n t r i b u t o ( e m p . p . )

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Gráfico III.1.3. Evolução do Défice da Administração Central em Contabilidade Pública (% do PIB)

Fonte. Ministério das Finanças O comportamento do défice em 2014, face à estimativa de execução para 2013, resulta da redução de despesa efetiva (-1,4 p.p. do PIB) contrariando o decréscimo em receita efetiva (-0,3 p.p.do PIB), principalmente em resultado das medidas de contenção de despesa, com especial impacto na redução das despesas com pessoal, encargos com pensões da CGA e em aquisição de bens serviços. Deve ser feita ainda uma referência para o acréscimo previsto na receita fiscal, apesar da evolução esperada da receita total.
Gráfico III.1.4. Fatores explicativos da variação do saldo da Administração Central em 2014 (Variação em p.p. do PIB)

Fonte: Ministério das Finanças

III.1.1.1. Receita da Administração Central III.1.1.1.1. Introdução à Receita da Administração Central A previsão da receita efetiva, para 2014, é de 66.815,3 milhões de euros, ligeiramente abaixo da estimativa de cobrança para o ano de 2013 (-0,6%). A receita fiscal traduz mais de metade da receita efetiva total (55,3%), cabendo 41,4% à receita corrente não fiscal e os restantes 3,3% à receita de capital. Na receita não fiscal da AC, são preponderantes as “Transferências correntes” e as “Comparticipações para a CGA e a ADSE” com um peso de 68,3%. - 4,9
- 6,0
- 5,0
- 0,1 - 1,3
- 0,3
- 7, 0
- 6, 0
- 5, 0
- 4, 0
- 3, 0
- 2,0
- 1, 0
0, 0
2012 2013 2014
S al d o G l o b al S al d o G l o b al Pri mári o
- 1 , 0 - 0 , 5 0 , 0 0 , 5 1 , 0 1 , 5
R e c e i t a n ã o f is c a l
J u r o s e o u t r o s e n c a r g o s
Re c e i t a f is c a l
D e s p e s a c o r r e n t e p r im á r ia
D e s p e s a d e c a p it a l

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Quadro III.1.5. Receita da AC (Milhões de Euros)

As transferências intrassectoriais são excluídas do quadro e, na parte que não é comum com a despesa, são imputadas a outras receitas correntes e de capital.
Fonte: Ministério das Finanças.

III.1.1.1.2. Receita Fiscal A estimativa da receita fiscal líquida do Estado para 2014 teve por base a evolução esperada dos principais indicadores macroeconómicos, o efeito do reforço da política de combate à fraude e à evasão fiscais e, finalmente, algumas alterações legislativas propostas em sede de Orçamento do Estado. A comparabilidade entre a estimativa de execução orçamental em 2013 e a previsão da receita fiscal líquida do Estado para 2014 encontra-se condicionada pelo impacto extraordinário do regime de regularização de dívidas fiscais, assim como pela adoção de uma recomendação do Tribunal de Contas no que concerne à contabilização da participação variável dos municípios na receita do IRS.
Nestes termos, a previsão da receita fiscal líquida do Estado para 2014 apresenta uma variação de 2,1% face à estimativa de execução orçamental em 2013.
O quadro seguinte apresenta a decomposição da previsão da receita fiscal líquida do Estado, por imposto. 2012 2013 2014
C G E E s t i m a t i v a O r ç a m e n t o
R e c e i t a c o r r e n t e : 6 1 . 4 5 1 , 4 6 4 . 6 9 7 , 9 6 4 . 6 3 6 , 6 5 , 3 - 0 , 1
R e c e i t a f i s c a l : 3 3 . 0 8 4 , 1 3 5 . 9 9 4 , 2 3 6 . 9 6 0 , 6 8 , 8 2 , 7
Im p o s t o s d i r e t o s 1 3 . 6 5 5 , 9 1 6 . 5 2 3 , 2 1 7 . 1 6 3 , 5 2 1 , 0 3 , 9
Im p o s t o s i n d i r e t o s 1 9 . 4 2 8 , 2 1 9 . 4 7 1 , 1 1 9 . 7 9 7 , 2 0 , 2 1 , 7
R e c e i t a c o r r e n t e n ã o f i s c a l : 2 8 . 3 6 7 , 3 2 8 . 7 0 3 , 7 2 7 . 6 7 6 , 0 1 , 2 - 3 , 6
C o m p a r t i c i p a ç õ e s p a r a a C G A e a A D S E 3 . 7 8 5 , 9 5 . 1 1 6 , 4 4 . 9 4 6 , 5 3 5 , 1 - 3 , 3
T a x a s , m u l t a s e o u t r a s p e n a l i d a d e s 2 . 3 0 1 , 4 2 . 3 2 5 , 7 2 . 4 3 7 , 1 1 , 1 4 , 8
R e n d i m e n t o s d a p r o p r i e d a d e 8 7 5 , 3 1 . 5 2 4 , 3 1 . 0 8 4 , 3 7 4 , 1 - 2 8 , 9
T r a n s f e r ê n c i a s c o r r e n t e s 1 8 . 8 1 5 , 6 1 7 . 0 8 2 , 9 1 5 . 4 5 4 , 9 - 9 , 2 - 9 , 5
V e n d a d e b e n s e s e r v i ç o s c o r r e n t e s 1 . 6 7 7 , 4 1 . 8 4 5 , 7 1 . 8 6 3 , 4 1 0 , 0 1 , 0
O u t r a s r e c e i t a s c o r r e n t e s 6 4 3 , 0 5 4 9 , 6 1 . 6 6 1 , 3 - 1 4 , 5 2 0 2 , 3
R e c u r s o s p r ó p r i o s c o m u n i t á r i o s 1 5 5 , 5 1 7 0 , 1 1 4 5 , 2 9 , 4 - 1 4 , 6
R e p o s i ç õ e s n ã o a b a t i d a s n o s p a g a m e n t o s 1 1 3 , 1 8 9 , 1 8 3 , 3 - 2 1 , 3 - 6 , 5
R e c e i t a d e c a p i t a l : 6 . 6 0 2 , 5 2 . 5 1 3 , 3 2 . 1 7 8 , 7 - 6 1 , 9 - 1 3 , 3
V e n d a d e b e n s d e i n v e s t i m e n t o 1 2 , 6 8 3 , 1 1 8 8 , 6 5 5 8 , 4 1 2 6 , 9
T r a n s f e r ê n c i a s d e c a p i t a l 5 . 3 3 4 , 3 1 . 8 3 5 , 4 1 . 6 5 0 , 2 - 6 5 , 6 - 1 0 , 1
O u t r a s r e c e i t a s d e c a p i t a l 1 . 0 8 7 , 3 4 5 2 , 1 2 9 2 , 8 - 5 8 , 4 - 3 5 , 2
S a l d o d a g e r ê n c i a a n t e r i o r 1 6 8 , 3 1 4 2 , 7 4 7 , 0 - 1 5 , 2 - 6 7 , 1
R E C E I T A E F E T I V A N Ã O F I S C A L 3 4 . 9 6 9 , 8 3 1 . 2 1 7 , 0 2 9 . 8 5 4 , 7 - 1 0 , 7 - 4 , 4
R E C E IT A E F E T IV A T O T A L 6 8 . 0 5 3 , 9 6 7 . 2 1 1 , 3 6 6 . 8 1 5 , 3 - 1 , 2 - 0 , 6
C l a s s i f i c a ç ã o e c o n ó m i c a
2 0 1 3 / 2 0 1 2 V a r i a ç ã o ( % )
2 0 1 4 / 2 0 1 3 V a r i a ç ã o ( % )

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Quadro III.1.6. Evolução da receita fiscal líquida do Estado 2013-2014, por imposto (milhões de euros) Fonte: Ministério das Finanças.

Impostos Diretos Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRS) Para 2014, estima-se que a receita líquida em sede de IRS atinja o valor de 12.436,8 milhões euros. Esta previsão tem por base o cenário macroeconómico apresentado no ponto I.2.2. deste relatório, sendo particularmente relevantes as variáveis que mais fortemente condicionam a evolução da base tributável do IRS. O objetivo de receita reflete também o acolhimento da recomendação do Tribunal de Contas no que concerne à contabilização da transferencia da participação variável dos municípios na receita do IRS como despesa orçamental.

Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Coletivas (IRC) Em 2014, antevê-se que a receita líquida em sede de IRC se situe em 4.524,7 milhões de euros. A estimativa da receita líquida do IRC reflete, essencialmente, a evolução prevista do cenário macroeconómico para 2014, a qual aponta para uma recuperação da atividade económica, que compensa o impacto esperado decorrente da Reforma do IRC. Impostos Indiretos Imposto sobre os Produtos Petrolíferos e Energéticos (ISP) Para 2014, prevê-se que receita líquida em sede de ISP ascenda a 2.082,6 milhões de euros, o que representa um aumento de 2,1%, face à estimativa de execução orçamental em 2013. Esta evolução reflete o perfil de recuperação da atividade económica previsto para 2014.

2013 2014
E s t i m a t i v a O r ç a m e n t o M i l h õ e s d e e u r o s %
I m p o s t o s d i r e t o s 1 6 . 5 0 1 , 8 1 6 . 9 7 1 , 7 4 6 9 , 9 2 , 8 - IR S 1 2 . 0 1 1 , 1 1 2 . 4 3 6 , 8 4 2 5 , 7 3 , 5 - IR C 4 . 4 8 0 , 6 4 . 5 2 4 , 7 4 4 , 1 1 , 0 - O u t r o s 1 0 , 1 1 0 , 2 0 , 1 0 , 9
I m p o s t o s i n d i r e t o s 1 8 . 4 0 1 , 2 1 8 . 6 7 9 , 0 2 7 7 , 8 1 , 5 - IS P 2 . 0 4 0 , 1 2 . 0 8 2 , 6 4 2 , 5 2 , 1 - IV A 1 2 . 9 3 7 , 6 1 2 . 9 1 5 , 8 - 2 1 , 8 - 0 , 2 - Im p o s t o s o b r e v e íc u lo s 3 3 4 , 4 3 5 3 , 6 1 9 , 2 5 , 8 - Im p o s t o c o n s u m o t a b a c o 1 . 3 0 6 , 4 1 . 4 3 0 , 5 1 2 4 , 2 9 , 5 - IA B A 1 6 9 , 7 1 8 1 , 6 1 1 , 9 7 , 0 - Im p o s t o d o s e lo 1 . 3 2 7 , 4 1 . 3 7 2 , 7 4 5 , 4 3 , 4 - Im p o s t o ú n ic o d e c ir c u la ç ã o 2 4 2 , 5 2 9 8 , 8 5 6 , 2 2 3 , 2 - O u t r o s 4 3 , 2 4 3 , 5 0 , 2 0 , 5
R e c e i t a f i s c a l d o E s t a d o 3 4 . 9 0 3 , 1 3 5 . 6 5 0 , 7 7 4 7 , 7 2 , 1
I m p o s t o s
V a r i a ç ã o h o m ó l o g a

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Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) Em 2014, estima-se que a receita líquida em sede de IVA atinja 12.915,8 milhões de euros. A presente estimativa reflete a evolução do cenário macroeconómico em 2014, em particular no que diz respeito à trajetória das variáveis macroeconómicas mais fortemente correlacionadas com a receita deste imposto e do efeito esperado da estratégia de reforço do combate à fraude e à evasão fiscais ao longo de 2014. Em particular, releve-se nesse ano o desenvolvimento da reforma da faturação e dos sistema efatura, a aplicação plena da reforma dos documentos de transporte, e nesse sentido o combate mais eficaz à economia paralela.

Imposto sobre Veículos (ISV) Para 2014, prevê-se uma melhoria da receita líquida em sede de ISV, a qual dever-se-á situar em 353,6 milhões de euros. Esta evolução traduz a tendência de recuperação expectável na venda de veículos automóveis.

Imposto sobre o Tabaco (IT) No que concerne ao IT, estima-se para 2014 um aumento de 9,5%, face a 2013, devendo a receita líquida em sede deste imposto atingir 1.430,5 milhões de euros. Esta estimativa traduz, por um lado, a evolução prevista para a introdução no consumo destes produtos e, por outro lado, o efeito esperado das alterações legislativas propostas em sede de Orçamento do Estado, as quais preveem, nomeadamente, um maior nivelamento da tributação de diferentes formas de tabaco.

Imposto sobre Álcool e Bebidas Alcoólicas (IABA) Em 2014, antevê-se que a receita líquida em sede de IABA se situe em 181,6 milhões de euros, o que representa um aumento de 7,0%, face à estimativa de execução orçamental em 2013. Esta previsão tem subjacente a evolução esperada da introdução no consumo do álcool e de bebidas alcoólicas em 2014 e o impacto das alterações legislativas propostas para esse ano.

Imposto do Selo (IS) Para 2014, a receita líquida em sede de IS deverá atingir 1.372,7 milhões de euros, antevendo-se assim um crescimento de 3,4%, face a 2013. Em 2014, antevê-se que receita líquida do IS beneficie da recuperação da atividade económica e da dinamização dos mercados financeiros.

Imposto Único de Circulação (IUC) No que concerne ao IUC, em 2014, prevê-se que a receita líquida em sede deste imposto se situe em 298,8 milhões de euros, o que corresponde a um crescimento de 56,2 milhões de euros, face a 2013.

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Esta estimativa reflete, por um lado a tendência de crescimento deste imposto e, por outro lado, efeito esperado das alterações legislativas propostas em sede de Orçamento do Estado.

III.1.1.1.3. Despesa Fiscal No presente relatório passa-se a discriminar a despesa fiscal com origem nos impostos cujo sujeito ativo é o Estado. A despesa fiscal das Administrações Públicas será detalhada em sede própria, no Relatório da Despesa Fiscal 2014.
O processo de quantificação e estimativa da despesa fiscal do Estado envolveu os seguintes trâmites: i. Identificação da despesa fiscal: definiu-se a estrutura comum de cada imposto, seguindo os critérios utilizados internacionalmente para esse efeito. O critério aplicado tomou como referência a estrutura estabelecida pelo próprio regime legal do imposto, considerando como despesa fiscal todas as situações que se afastam do que se encontra estatuído com carácter geral pela respetiva legislação; ii. Aplicação do método da receita cessante: procedeu-se ao cálculo da diferença entre a receita fiscal obtida no presente enquadramento legal e a receita fiscal arrecadada hipoteticamente caso não se verificasse a ocorrência do facto tributário que consubstancia a despesa fiscal; iii. Utilização do princípio da especialização do exercício: alocou-se a despesa fiscal ao ano ao qual se encontra associada a origem de uma obrigação fiscal equivalente e não àquele em que o pagamento final do imposto seria realizado.

Redução da Despesa Fiscal do Estado 2011-2014 Entre 2011 e 2014, em resultado da vigente política de revisão dos benefícios fiscais, a qual cumpre com os compromissos internacionais assumidos pelo Estado português no âmbito do Programa de Ajustamento Económico, regista-se uma redução significativa de 35,9% da despesa fiscal do Estado. Neste período, a despesa fiscal do Estado apresenta assim uma diminuição expressiva de 4.135,2 milhões de euros.
Para 2014, em particular, o Orçamento do Estado prevê uma redução adicional de 333,2 milhões de euros, o que corresponde a uma diminuição de 4,3%, face a 2013.
Quadro III.1.7. Evolução da despesa fiscal do Estado 2011-2014, por imposto (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
2 0 1 2 / 2 0 1 1 2 0 1 3 / 2 0 1 2
( p )
2 0 1 4 / 2 0 1 3
( p )
I m p o s t o s d i r e t o s 5 . 0 3 1 , 8 3 . 5 2 4 , 8 3 . 4 9 8 , 2 3 . 1 1 3 , 3 - 2 9 , 9 - 0 , 8 - 1 1 , 0 - IR S 3 . 5 0 4 , 2 2 . 7 7 9 , 3 2 . 5 5 1 , 0 2 . 5 5 1 , 0 - 2 0 , 7 - 8 , 2 0 , 0 - IR C 1 . 5 2 7 , 6 7 4 5 , 5 9 4 7 , 2 5 6 2 , 3 - 5 1 , 2 2 7 , 0 - 4 0 , 6
I m p o s t o s i n d i r e t o s 6 . 4 8 3 , 3 4 . 1 1 7 , 5 4 . 2 1 4 , 9 4 . 2 6 6 , 6 - 3 6 , 5 2 , 4 1 , 2 - IS P 7 1 8 , 7 4 6 4 , 4 4 2 4 , 3 4 3 6 , 6 - 3 5 , 4 - 8 , 6 2 , 9 - IV A 5 . 5 1 9 , 4 3 . 3 7 5 , 0 3 . 5 1 8 , 8 3 . 5 5 5 , 2 - 3 8 , 9 4 , 3 1 , 0 - Im p o s t o s o b r e v e íc u l o s 1 2 2 , 8 1 3 3 , 5 1 1 3 , 7 1 1 3 , 7 8 , 7 - 1 4 , 9 0 , 0 - Im p o s t o c o n s u m o t a b a c o 1 , 2 1 , 2 1 , 2 1 , 2 - 1 , 4 - 4 , 8 0 , 0 - IA B A 1 0 4 , 2 1 1 2 , 1 9 7 , 4 9 7 , 4 7 , 6 - 1 3 , 1 0 , 0 - Im p o s t o d o s e l o 1 4 , 3 2 7 , 8 5 5 , 2 5 6 , 3 9 4 , 8 9 8 , 7 2 , 0 - Im p o s t o ú n i c o d e c i r c u l a ç ã o 2 , 8 3 , 5 4 , 4 6 , 4 2 5 , 0 2 7 , 2 4 4 , 4
D e s p e s a f i s c a l d o E s t a d o 1 1 . 5 1 5 , 1 7 . 6 4 2 , 3 7 . 7 1 3 , 1 7 . 3 8 0 , 0 - 3 3 , 6 0 , 9 - 4 , 3
2013
( p )
2014
( p )
V a r i a ç ã o h o m ó l o g a ( % )
I m p o s t o s 2011 2012

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Gráfico III.1.5. Evolução da despesa fiscal do Estado 2011-2014, por imposto (% do PIB nominal)

Fonte: Ministério das Finanças.
Consciente que a política fiscal desempenha um papel de destaque enquanto instrumento de competitividade, ocupando um lugar primordial nas escolhas dos agentes económicos e à luz dos primeiros sinais de recuperação económica e com o objetivo projetar um novo ciclo, sustentado, de desenvolvimento e crescimento, o Governo comprometeu-se com uma estratégia dirigida a estimular o investimento e a criação de emprego em Portugal, já em 2013. Assim, no que toca à evolução da despesa fiscal associada a Assuntos Económicos, releve-se, entre os anos de 2012 e 2013, um crescimento de 6,7%, o qual decorre, nomeadamente, do impacto do Crédito Fiscal Extraordinário ao Investimento (CFEI), aprovado com o intuito estimular o investimento privado em 2013, invertendo a tendência verificada nos últimos anos.
Por sua vez, analisando a evolução dos três principais tipos de despesa fiscal, a saber, as taxas preferenciais, as isenções e as deduções à coleta, saliente-se as reduções de 35,8%, 51,4% e 26,4%, respetivamente, previstas para o período decorrido entre 2011 e 2014.
Gráfico III.1.6. Evolução da despesa fiscal 20112014, por função Gráfico III.1.7. Evolução da despesa fiscal 20112014, por tipo

Fonte: Ministério das Finanças.
6 ,7
0 ,00 ,0
0 ,6
0 ,9
2 ,0
3 ,2
4 ,4
0 ,00 ,0
0 ,40 ,3
1 ,5
2 ,1
IE C’ s IRC - 0, 5 p .p . 0, 0 p .p . 0, 0 p .p. - 0, 2 p .p . - 0, 6 p .p. IRS IVA - 1, 1 p .p . IUC Im p o sto d o Selo To tal D e sp e sa Fi scal - 2, 3 p .p . 2014 (P) 2011 2 . 3 6 8
1 . 3 5 5
1 . 3 2 2
1 . 1 5 1
86
111
111
99
11.515 5.457 3.501 - 35, 9% 7.380 20 14 (P ) 7.642 3.328 2.849 2012 20 13 (P ) 7.713 3.464 2.8 16 2.642 2011 3.591 Outr os ti p os Is e n ç ão tr i b u tár i a D e d u ç õ e s à c o l e ta Taxa p r e fer e n c i al 647
224
224
228
231
231
234
466
465
475
456
2.192 576 7.642 4.721 2.072 7.713 4.385 2.074 7.380 - 35, 9% 2011 2012 20 14 (P ) 20 13 (P ) 7.644 11.515 4.428 2.276 Outr as f u n çõ es S aú d e S e r v i ç o s d e h ab i taç ão e d e sen v o l v i m e n to c o l e tiv o Pr o te ç ão soc i al A ssun to s e c o n ó m i c o s

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Impostos Diretos Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRS) Entre 2011 e 2014, a despesa fiscal em IRS ter-se-á reduzido em 27,2%, em consequência da limitação e redução substancial das deduções à coleta, tendo a principal diminuição, em cerca de 20,7%, ocorrido no ano de 2012.
Todavia, no sentido de promover uma repartição mais equitativa do esforço adicional de consolidação orçamental, a limitação dos benefícios fiscais em sede de IRS foi conduzida de forma a salvaguardar a prossecução das políticas sociais do Governo, respeitando o princípio da equidade social na austeridade.
Por conseguinte, em 2014, antevê-se que a despesa fiscal em IRS ascenda a 2.551,0 milhões de euros, em linha com o montante estimado para 2013. Esta evolução evidencia a ausência de alterações legislativas em sede de Orçamento do Estado que visem uma redução adicional da despesa fiscal em IRS no ano de 2014.

Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Coletivas (IRC) A despesa fiscal em sede de IRC apresenta a maior diminuição relativa entre 2011 e 2014, estimando-se que nesse período esta se tenha reduzido em 63,2%. Nestes termos, releve-se a redução de 51,2% verificada em 2012, refletindo a muito significativa limitação do regime fiscal aplicável às sociedades gestoras de participações sociais (SGPS).
Porém, em 2013, com o objetivo de potenciar os primeiros sinais de recuperação económica e projetar as bases do relançamento da economia portuguesa, o Governo prosseguiu medidas apostadas no fomento do investimento, visando a criação de um ambiente fiscal mais favorável ao investimento e à criação de emprego. Neste âmbito, em paralelo com a política vigente de revisão dos benefícios fiscais em sede de IRC, saliente-se a introdução do CFEI, com o objetivo de produzir um forte impacto no nível de investimento empresarial. Este benefício consubstancia uma dedução à coleta de IRC no montante de 20% do investimento realizado, até à concorrência de 70% daquela coleta, a vigorar apenas em 2013. Assim a despesa fiscal em IRC dever-se-á situar 27,0% acima do verificado em 2012.
Para 2014, atendendo ao carácter extraordinário do CFEI e às medidas de alargamento da base tributável subjacentes à re-avaliação dos benefícios fiscais conduzida pelo Governo no âmbito da Reforma do IRC, a despesa fiscal em sede de IRC deverá atingir 0,3% do PIB, o que representa uma redução superior a 40% do seu valor nominal, face a 2013. Impostos Indiretos Imposto sobre os Produtos Petrolíferos e Energéticos (ISP) Entre 2011 e 2014, estima-se que a despesa fiscal associada a este imposto se reduza em 39,3%, destacando-se a diminuição de 35,4% ocorrida no ano de 2012. Em particular, para 2014, antevê-se que a despesa fiscal em ISP ascenda a 436,6 milhões de euros, o que representa um aumento de 2,9%, refletindo o impacto do perfil de recuperação económica previsto para esse ano na introdução no consumo de produtos petrolíferos e energéticos.

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Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) Entre 2011 e 2014, prevê-se que a despesa fiscal em sede de IVA se reduza em 35,6%. Esta evolução resulta essencialmente do efeito da reestruturação das taxas reduzida e intermédia, prevista no Orçamento do Estado para 2012 (concretizada por via da reorganização das listas I e II do código do IVA), a qual procurou atender não apenas à necessidade de incrementar a coleta em sede deste imposto sem, no entanto, determinar o aumento das taxas de tributação, mas também à salvaguarda dos bens e serviços que integram a cabaz essencial. Nestes termos, foram igualmente salvaguardados os benefícios fiscais que se prendem com a prossecução dos objetivos extrafiscais de maior relevância para o Governo, entre os quais, a proteção dos deficientes e o apoio a instituições particulares de segurança social e solidariedade.
Em 2014, antevê-se que a despesa fiscal em sede de IVA se situe em 3.555,2 milhões de euros, o que representa um crescimento de 1,0%, face a 2013. Esta evolução reflete, nomeadamente, a recuperação da procura interna prevista para 2014.

Imposto sobre Veículos (ISV) Entre 2011 e 2014, a despesa fiscal em sede ISV terá diminuído 7,5%, refletindo a evolução das vendas de veículos observada naqueles anos.
Para 2014, num cenário de manutenção do atual enquadramento fiscal, estima-se que a despesa se situe em linha com o montante previsto para 2013, ascendendo a 113,7 milhões de euros.

Imposto sobre o Tabaco (IT) Entre 2011 e 2014, a despesa fiscal em sede de IT dever-se-á reduzir em 6,1%. No que concerne a 2014, tomando em consideração a evolução esperada dos níveis de introdução no consumo, prevê-se que despesa fiscal em IT permaneça em 1,2 milhões de euros, situando-se em linha com o montante estimado para 2013.

Imposto sobre Álcool e Bebidas Alcoólicas (IABA) Entre 2011 e 2014, a despesa fiscal em sede de IABA dever-se-á reduzir em 6,4%, refletindo, em parte, a evolução da introdução no consumo. Em 2014, considerando a evolução prevista para os níveis de introdução no consumo, antevê-se que a despesa fiscal em IABA permaneça em 97,4 milhões de euros.

Imposto do Selo (IS) No triénio de 2011 a 2014, a despesa fiscal em sede de IS apresenta um crescimento expressivo. Porém, esta evolução é explicada, sobretudo, pelo impacto do processo de avaliação geral de prédios urbanos conduzido entre 2012 e 2013, o qual se repercutiu num incremento do valor patrimonial de imóveis detidos pelo Estado e, por conseguinte, isentos de tributação.

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Adicionalmente, esta evolução consubstancia a prossecução de objetivos extrafiscais do Governo, em especial, através da salvaguarda de exceções tributárias a instituições particulares de solidariedade social e a empresas em situação de insolvência, atendendo ao princípio da neutralidade fiscal, com o objetivo de revitalizar o tecido empresarial português e salvaguardar o emprego.
Para 2014, a despesa fiscal em IS dever-se-á situar em 56,3 milhões de euros, evidenciando um crescimento ligeiro de 2,0%.

Imposto Único de Circulação (IUC) Entre 2011 e 2014, a despesa fiscal em sede de IUC deverá registar um crescimento significativo. Esta evolução resulta, designadamente, da exceção tributária consagrada no n.º 2 do artigo 5.º do código deste imposto, a qual consagra a apoio às pessoas com deficiência, promovendo-se assim a equidade social. Adicionalmente, a estimativa apresentada traduz a tendência de crescimento da receita líquida deste imposto, entre 2011 e 2014.
Para 2014, prevê-se que a despesa fiscal em IUC registe um aumento de 2,4 milhões de euros, face a 2013, traduzindo o maior potencial de receita associado aos automóveis isentos, em virtude do agravamento da tributação sobre veículos movidos a gasóleo.

Receita Não Fiscal A estimativa da receita efetiva não fiscal para 2013 é de 31.217,0 milhões de euros, representando 46,4% da receita efetiva total arrecadada pelo Estado. Da decomposição da receita não fiscal releva que 91,9% tem natureza corrente e 8,1% de capital, sendo que a importância preponderante das receitas correntes não fiscais deve-se essencialmente às transferências dos SFA recebidas dos SI.
Para 2014, prevê-se que as receitas efetivas não fiscais atinjam 29.854,7 milhões de euros, valor que corresponde a uma redução de cobrança de 4,4% face à estimativa de 2013, para a qual contribuem em especial as seguintes variações:  Decréscimo de 1.628,0 milhões de euros em “Transferências correntes”, para o que contribuiu o facto de se ter procedido a uma mudança de critério na contabilização das verbas destinadas ao financiamento de ações de formação profissional com origem no FSE, com expressão inicial no OSS. Com efeito, no decorrer de 2013 os serviços da AC beneficiários destes subsídios têm vindo a classificá-las em “Transferências correntes” recebidas da SS, passando a fazê-lo, a partir da execução de 2014, no grupo “Subsídios” que integra o capítulo “Outras receitas correntes”, implicando uma forte diminuição de cobrança de receita neste capítulo. No entanto verifica-se um acréscimo nas transferências da UE para a Parque Escolar, E.P.E., em 105,7 milhões de euros, explicado pelo efeito da redução de reembolsos no ano de 2013, na sequência da não concretização do investimento inicialmente previsto, enquanto para 2014 prevê-se a continuidade dos projetos iniciados, apesar de não estar programado o desenvolvimento de novas iniciativas que impliquem a assunção de novos compromissos financeiros para as escolas sem obras iniciadas e, complementarmente, mantendo-se uma forte contenção no desenvolvimento das iniciativas de investimento atualmente em curso;

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 Diminuição de 440,0 milhões de euros em “Rendimentos de Propriedade”, fortemente explicada pela quebra que se prevê na cobrança no subsector dos SI, nomeadamente nos juros provenientes dos SFA e nos dividendos a entregar pelo BP;  Decréscimo de 185,2 milhões de euros em “Transferências de capital”, influenciado pela quebra nas transferências comunitárias para a REFER (-103,6 milhões de euros) para investimento, devido ao menor número de candidaturas a apresentar ao abrigo do novo quadro comunitário de apoio (QEC 2014-2020), dado ser o ano do seu início (no entanto, 2013 assiste a um efeito de base de majoração do QREN), bem como para o IFDR (-134,4 milhões de euros), decorrente do efeito da reprogramação do QREN em 2013.;  Diminuição de 169,9 milhões de euros em “Contribuições para a CGA e a ADSE”, causado principalmente pelo decréscimo de contribuições e quotizações para a CGA decorrente do efeito de aplicação de medidas de consolidação orçamental, atenuado em parte pelo aumento da percentagem de desconto da entidade patronal para a CGA, de 20% para 23,75%;  Diminuição de 159,3 milhões de euros em “Outras receitas de capital”, essencialmente justificado pelo subsector dos SI, pelo facto de a estimativa para 2013 incluir a concessão da exploração de aeroportos (400,0 milhões de euros).  Em sentido contrário é de referir:  Aumento de 1.111,7 milhões de euros em “Outras receitas correntes”, estando aqui tambçm refletida a mudança de critério contabilístico acima referida. No lado dos SI, a variação é essencialmente justificada por essa razão, sendo compensada pela mudança de critério que também se operou na contabilização da contribuição para o sector bancário, dado que a partir de 2014 essa receita passará a ser registada como imposto direto (170,0 milhões de euros). Na previsão para 2014 estão ainda incluídos 100,0 milhões de euros relativos à receita da contribuição extraordinária sobre o sector energético;  Acréscimo de 105,5 milhões de euros em “Venda de bens de investimento”, essencialmente justificado com o aumento de receita nos SI com a alienação de bens afetos ao MDN;  Aumento de 111,4 milhões de euros em “Taxas, multas e outras penalidades”, em grande parte explicado pela variação registada na arrecadação de taxas que constituem receita consignada a organismos do subsector dos SI.

III.1.1.2. Despesa da Administração Central Em 2014, a despesa consolidada da Administração Central decresce 2,1%, face à estimativa de 2013, sendo este comportamento influenciado pelo efeito da regularização de dívidas de anos anteriores, do SNS, em 2013. Sem esse efeito, a despesa evidencia um decréscimo de 1,3% face à estimativa de execução para 2013, o que corresponde a 1,0 p.p. do PIB. Este comportamento é explicado pela redução da despesa corrente (-1,7 p.p.) que compensa o acréscimo em despesa de capital (0,5 p.p.).
A despesa primária evidencia um decréscimo, em 1,6%, motivado principalmente pela evolução das despesa com pessoal e aquisição de bens e serviços correntes. Os juros apresentam um acréscimo de 0,8 %, em resultado do aumento da componente dos juros da dívida pública.

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Quadro III.1.8. Evolução da despesa efetiva da Administração Central (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças Nota: Em 2014 o orçamento ajustado corresponde ao orçamento líquido de cativos. Os dados incluem o Fundo de Regularização da Dívida Pública, excluindo o montante afeto à operação da dívida pública.
A evolução da despesa com pessoal na Administração Central, espelha o impacto das medidas de contenção orçamental a aplicar, em 2014, no âmbito da reforma do Estado que se traduzem na: a) Continuação da redução do número de trabalhadores da Administração Central por via de aposentações e de rescisão do vínculo de trabalho mediante o recebimento de uma compensação financeira no âmbito do Programa de Rescisões por Mútuo Acordo; e b) Alteração da política de rendimentos.
A variação das despesas com pessoal está ainda influenciada pela inscrição de uma verba nos programas orçamentais, no montante de 231 milhões de euros, com vista a financiar a execução do Programa de Rescisões por Mútuo Acordo.
Quadro III.1.9. Despesas com pessoal da Administração Central (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças A j u s t a m e n t o s 2013
E s t i m a t i v a 2013
D o t a ç ã o a j u s t a d a 2 0 1 4
V a r i a ç ã o
( e m % )
C o n t r i b u t o
( e m p . p . )
D ív i d a s S N S
E s t i m a t i v a 2013
D o t a ç ã o a j u s t a d a 2 0 1 4
V a r i a ç ã o
( e m % )
C o n t r i b u t o
( e m p . p . )
D e s p e s a c o r r e n t e 5 8 . 6 2 7 , 3 5 7 . 0 5 1 , 2 - 2 , 7 - 2 , 5 4 9 7 , 0 5 8 . 1 3 0 , 3 5 7 . 0 5 1 , 2 - 1 , 9 - 1 , 7
D e s p e s a C o r r e n t e p r i m á r i a 5 0 . 8 2 5 , 0 4 9 . 1 8 5 , 0 - 3 , 2 - 2 , 6 4 9 7 , 0 5 0 . 3 2 8 , 0 4 9 . 1 8 5 , 0 - 2 , 3 - 1 , 9
d a q u a l :
D e s p e s a s c o m o p e s s o a l 1 2 . 6 8 2 , 8 1 1 . 7 1 3 , 9 - 7 , 6 - 1 , 6 1 2 . 6 8 2 , 8 1 1 . 7 1 3 , 9 - 7 , 6 - 1 , 6
A q u i s i ç ã o d e b e n s e s e r v i ç o s 1 1 . 2 6 4 , 6 1 0 . 2 1 5 , 7 - 9 , 3 - 1 , 7 4 9 7 , 0 1 0 . 7 6 7 , 6 1 0 . 2 1 5 , 7 - 5 , 1 - 0 , 9
J u r o s e o u t r o s e n c a r g o s 7 . 8 0 2 , 3 7 . 8 6 6 , 2 0 , 8 0 , 1 7 . 8 0 2 , 3 7 . 8 6 6 , 2 0 , 8 0 , 1
D e s p e s a d e c a p i t a l 3 . 6 1 8 , 1 3 . 9 1 7 , 7 8 , 3 0 , 5 0 , 0 3 . 6 1 8 , 1 3 . 9 1 7 , 7 8 , 3 0 , 5
D e s p e s a e f e c t i v a 6 2 . 2 4 5 , 4 6 0 . 9 6 8 , 9 - 2 , 1 - 2 , 1 4 9 7 , 0 6 1 . 7 4 8 , 4 6 0 . 9 6 8 , 9 - 1 , 3 - 1 , 3
e m % d o P I B 3 7 , 6 3 6 , 3 0 , 3 3 7 , 3 3 6 , 3
D e s p e s a p r i m á r i a 5 4 . 4 4 3 , 1 5 3 . 1 0 2 , 7 - 2 , 5 - 2 , 2 4 9 7 , 0 5 3 . 9 4 6 , 1 5 3 . 1 0 2 , 7 - 1 , 6 - 1 , 4
e m % d o P I B 3 2 , 9 3 1 , 6 0 , 3 3 2 , 6 3 1 , 6
V a l o r e s R e a i s V a l o r e s A j u s t a d o s
A b s o lu t a %
Ó r g ã o s d e S o b e r a n ia 1 0 9 , 0 1 1 2 , 5 3 , 5 3 , 2 0 , 0
G o v e r n a ç ã o e C u lt u r a 2 9 4 , 1 2 5 5 , 0 - 3 9 , 1 - 1 3 , 3 - 0 , 3
F in a n ç a s e A d m in is t r a ç ã o P ú b lic a 5 3 7 , 0 6 5 8 , 9 1 2 1 , 9 2 2 , 7 1 , 0
R e p r e s e n t a ç ã o E x t e r n a 1 7 2 , 8 1 5 3 , 0 - 1 9 , 8 - 1 1 , 5 - 0 , 2
D e f e s a 1 . 2 9 6 , 4 1 . 2 1 5 , 2 - 8 1 , 3 - 6 , 3 - 0 , 6
S e g u r a n ç a In t e r n a 1 . 6 0 7 , 9 1 . 5 0 2 , 8 - 1 0 5 , 2 - 6 , 5 - 0 , 8
J u s t iç a 1 . 0 1 9 , 2 9 1 9 , 4 - 9 9 , 8 - 9 , 8 - 0 , 8
E c o n o m ia 3 8 1 , 4 3 4 9 , 9 - 3 1 , 5 - 8 , 3 - 0 , 2
A m b ie n t e , O r d e n a m e n t o d o T e r r it ó r io e d a E n e r g ia 6 8 , 7 7 2 , 3 3 , 6 5 , 2 0 , 0
A g r ic u lt u r a e M a r 2 2 1 , 9 2 0 2 , 2 - 1 9 , 7 - 8 , 9 - 0 , 2
S a ú d e 1 . 0 1 7 , 7 9 6 4 , 1 - 5 3 , 6 - 5 , 3 - 0 , 4
E n s in o B á s ic o e S e c u n d á r io 4 . 3 6 2 , 2 3 . 7 9 7 , 0 - 5 6 5 , 2 - 1 3 , 0 - 4 , 5
C iê n c ia e E n s in o S u p e r io r 1 . 2 8 8 , 5 1 . 2 1 8 , 4 - 7 0 , 1 - 5 , 4 - 0 , 6
S o lid a r ie d a d e , E m p r e g o e S e g u r a n ç a S o c ia l 3 0 5 , 9 2 9 3 , 4 - 1 2 , 5 - 4 , 1 - 0 , 1
T o t a l 1 2 . 6 8 2 , 8 1 1 . 7 1 3 , 9 - 9 6 8 , 9 - 7 , 6
C o n t r i b u t o v a r i a ç ã o ( e m p . p )
E s t i m a t i v a 2013
D o t a ç ã o a j u s t a d a 2014
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A despesa com a aquisição de bens e serviços apresenta um decréscimo de 9,3%, influenciada pelo efeito base do Plano Extraordinário de Regularização de Dívidas do Serviço Nacional de Saúde, estimado em 497 milhões de euros. Na ausência deste efeito, esta despesa apresentaria um decréscimo de 5,1%, justificada principalmente pela sujeição das dotações orçamentais a cativações bem como por medidas de redução de despesa do SNS implementadas em 2013 e as previstas para 2014, destacando-se a reforma dos hospitais e a centralização das aquisições de bens e serviços e de tecnologias de informação, bem como outras medidas transversais na área da saúde. A despesa com juros e outros encargos da Administração Ccentral apresenta um acréscimo de 0,8% em resultado sobretudo do aumento dos juros da dívida pública, os quais refletem o aumento do stock de dívida. Prevê-se uma redução da taxa de juro implícita na dívida de 3,7% para 3,6%, em resultado de taxas de juro mais baixas nos Bilhetes do Tesouro e de um maior peso dos empréstimos do PAEF no total da dívida. Quadro III.1.10. Despesas com juros e outros encargos da Administração Central (milhões de euros)
Fonte: Ministério das Finanças Ao nível das Entidades Públicas Reclassificadas da Administração Central prevê-se uma redução dos encargos com a divida, decorrente da conversão do serviço da dívida de 2014, para com o Estado, em capital estatutário e em resultado da amortização da dívida para com a Caixa Geral de Depósitos, por parte das empresas veículos do BPN. Destaca-se ainda, o decréscimo no pagamento de juros pelo Fundo de Regularização da Dívida Pública em face da previsão de um menor número de Obrigações do Tesouro, em 2014.
As transferências evidenciam um decréscimo, face à previsão de execução para 2013, de 3,2% sobretudo em resultado da redução de encargos com pensões e outros abonos da CGA, decorrente da medida de convergência do regime da CGA com o regime geral da Segurança Social e o efeito da condição de recurso das pensões de sobrevivência. Referência igualmente para a redução das transferências relativas à contribuição financeira para a União Europeia, resultante do efeito base da aprovação dos orçamentos retificativos da Comissão Europeia em 2013, às transferências para as Regiões Autónomas no A b s o l u t a %
J u r o s e O u t r o s E n c a r g o s d a A d m i n i s t r a ç ã o C e n t r a l 7 . 8 0 2 , 3 7 . 8 6 6 , 2 6 3 , 9 0 , 8
J u r o s e o u t r o s e n c a r g o s d a D í v i d a P ú b l i c a 6 . 8 0 3 , 0 7 . 2 3 9 , 0 4 3 6 , 0 6 , 4 5 , 6
J u r o s e e n c a r g o s f i n a n c e i r o s s u p o r t a d o s p e l a s E P R 9 3 5 , 8 5 9 8 , 0 - 3 3 7 , 8 - 3 6 , 1 - 4 , 3
d a s q u a i s :
R E F E R 2 8 8 , 1 1 6 5 , 2 - 1 2 2 , 8 - 4 2 , 6 - 1 , 6
M e t r o p o l i t a n o d e L i s b o a , S A 1 7 8 , 4 1 0 4 , 1 - 7 4 , 3 - 4 1 , 6 - 1 , 0
M e t r o p o l i t a n o P o r t o , S A 1 1 1 , 7 6 8 , 5 - 4 3 , 2 - 3 8 , 7 - 0 , 6
P A R V A L O R E M , S A 1 4 6 , 2 1 0 2 , 7 - 4 3 , 4 - 2 9 , 7 - 0 , 6
P A R U P S , S A 6 0 , 8 3 0 , 7 - 3 0 , 1 - 4 9 , 5 - 0 , 4
E s t r a d a s d e P o r t u g a l , S A 1 0 7 , 6 8 1 , 5 - 2 6 , 1 - 2 4 , 2 - 0 , 3
P a r q u e E s c o l a r E P E 3 1 , 6 3 1 , 2 - 0 , 4 - 1 , 4 0 , 0
R a d i o e T e l e v i s ã o d e P o r t u g a l , S A 1 0 , 4 1 0 , 8 0 , 4 3 , 6 0 , 0
O u t r o s 6 3 , 5 2 9 , 2 - 3 4 , 3 - 5 4 , 1 - 0 , 4
d o s q u a i s :
F R D P 4 5 , 0 1 1 , 8 - 3 3 , 2 - 7 3 , 8 - 0 , 4
2 0 1 4 / 2 0 1 3 C o n t r i b u t o v a r i a ç ã o ( e m p . p )
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D o t a ç ã o a j u s t a d a 2014

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âmbito da Lei de Finanças Regionais decorrente da alteração da metodologia de cálculo da transferência do OE25 e o fim da vigência da Lei de Meios26. Em sentido inverso, destaca-se o acréscimo das transferências no âmbito da Lei de Finanças Locais na sequência da alteração metodológica no tratamento da receita de IRS a qual era anteriormente consignada diretamente à Administração Local, passando em 2014 a ser entregue à Administração Local através de transferência do Estado.
Quadro III.1.11. Despesa com Transferências correntes e de capital da Administração Central (milhões de euros)
Fonte: Ministério das Finanças.
O decréscimo na despesa de subsídios, em 8,3%, resulta principalmente da evolução da subvenção estatal atribuída para as campanhas eleitorais autárquicas, em 2013, do menor nível das ajudas cofinanciadas do FEAGA, pagas pelo IFAP, I.P e, igualmente, da ajuda dos Programas de Apoio às Pessoas Mais Necessitadas que passam a ser suportados pelo orçamento da Segurança Social.
No investimento estima-se um acréscimo de 50,5% decorrente de parcerias público-privadas rodoviárias relativas às concessões do Estado e Subconcessões da Estradas de Portugal e à adjudicação do lanço do autoestrada entre Malveira e Mafra. Referência, ainda, para a despesa de investimento relativa à modernização de escolas, sendo o aumento justificado pelo efeito da não concretização do investimento inicialmente previsto em 2013, prevendo-se a continuidade das intervenções já iniciadas.
25 A Lei Orgânica n.º 2/2013 de 2 de setembro (n.º 5 do artigo 48.º) que estabelece o valor da transferência do OE em 352,5 milhões de euros contrariamente à metodologia aplicada em 2013 (Lei Orgânica n.º 1/2007 de 19 de fevereiro atualizada pelas Leis Orgânicas n.ºs 1/2010 de 29 março e 2/2010 de 16 de junho, que segundo a qual a determinação do valor da transferência tem por referência o montante transferido no ano anterior.
26 Aprovada pela Lei Orgânica n.º 2/2010 de 16 de junho.
A b s o l u t a %
P e n s õ e s e O u t r o s A b o n o s - C G A 9 . 2 7 4 , 9 8 . 7 2 4 , 1 - 5 5 0 , 9 - 5 , 9 - 2 , 1
C o n t r i b u i ç ã o f i n a n c e i r a p a r a a U n i ã o E u r o p e i a 1 . 7 2 6 , 0 1 . 5 7 1 , 5 - 1 5 4 , 5 - 9 , 0 - 0 , 6
L e i d e F i n a n ç a s R e g i o n a i s e L e i d e M e i o s 5 6 0 , 0 4 2 4 , 3 - 1 3 5 , 7 - 2 4 , 2 - 0 , 5
L e i d e B a s e s d a S e g u r a n ç a S o c i a l 8 . 1 4 4 , 6 8 . 1 0 4 , 8 - 3 9 , 8 - 0 , 5 - 0 , 2
A p o i o s d a F u n d a ç ã o p a r a a C i ê n c i a e T e c n o l o g i a 2 8 6 , 3 2 4 2 , 3 - 4 4 , 0 - 1 5 , 4 - 0 , 2
T r a n s f e r ê n c i a p a r a In s t i t u i ç õ e s U n i ã o E u r o p e i a d a R E F E R , E P E 3 5 , 0 0 , 5 - 3 4 , 5 - 9 8 , 5 - 0 , 1
S e g u r a n ç a S o c i a l - IV A S o c i a l 7 2 5 , 0 7 2 5 , 0 0 , 0 0 , 0 0 , 0
F i n a n c i a m e n t o p e n s õ e s d o r e g i m e b a n c á r i o 5 0 7 , 4 5 0 2 , 2 - 5 , 2 - 1 , 0 0 , 0
C o n t r i b u i ç õ e s e Q u o t i z a ç õ e s p a r a O r g a n i z a ç õ e s In t e r n a c i o n a i s 8 0 , 4 8 0 , 0 - 0 , 4 - 0 , 5 0 , 0
D e s p e s a e x c e c i o n a i s - D i r e ç ã o G e r a l d o T e s o u r o e F i n a n ç a s 1 6 3 , 6 1 6 0 , 5 - 3 , 1 - 1 , 9 0 , 0
A p o i o s d o In s t i t u t o d e F i n a n c i a m e n t o A g r i c u l t u r a e P e s c a s 7 1 4 , 2 7 1 9 , 2 5 , 0 0 , 7 0 , 0
L e i d e F i n a n ç a s L o c a i s 2 . 1 2 1 , 2 2 . 4 0 1 , 5 2 8 0 , 3 1 3 , 2 1 , 1
O u t r o s 2 . 1 7 3 , 3 2 . 0 1 6 , 9 - 1 5 6 , 4 - 7 , 2 - 0 , 6
2 6 . 5 1 1 , 9 2 5 . 6 7 2 , 7 - 8 3 9 , 2 - 3 , 2
2 0 1 4 / 2 0 1 3E s t i m a t i v a 2013
D o t a ç ã o a j u s t a d a 2014
C o n t r i b u t o ( e m p . p )

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Despesa da Administração Central Financiada por Receitas Gerais O Orçamento do Estado para 2014 consubstancia uma redução da despesa e da despesa primária da Administração Central financiada por receitas gerais em 1,4% e 2,7%, respetivamente, relativamente à estimativa de execução de 2013.
Quadro III.1.12. Despesa da administração central financiada por receitas gerais Grandes Agregados (milhões de euros)

2 0 1 4 / 2 0 1 3
1 . P r o j e t o s 5 9 3 , 2 6 2 9 , 4 3 6 , 1 6 , 1 0 , 1
2 . D o t a ç õ e s E s p e c í f i c a s p o r p r o g r a m a s 3 6 . 2 4 6 , 1 3 6 . 2 2 9 , 6 - 1 6 , 6 0 , 0 0 , 0
Ó r g ã o s d e S o b e r a n i a 2 . 8 1 1 , 0 2 . 9 1 4 , 9 1 0 3 , 9 3 , 7 0 , 2
A s s e m b l e i a R e p ú b l i c a 1 2 9 , 8 8 9 , 1 - 4 0 , 7 - 3 1 , 3 - 0 , 1
A d m i n i s t r a ç ã o L o c a l
A o a b r i g o d a L e i F i n a n ç a s L o c a i s 2 . 0 7 6 , 6 2 . 3 6 0 , 6 2 8 4 , 0 1 3 , 7 0 , 6
O u t r a s a c a r g o d a D i r e c ç ã o - G e r a l A u t a r q u i a s L o c a i s 4 4 , 6 4 0 , 8 - 3 , 7 - 8 , 4 0 , 0
L e i d e F i n a n ç a s d a s R e g i õ e s A u t ó n o m a s 5 1 0 , 0 4 2 4 , 3 - 8 5 , 7 - 1 6 , 8 - 0 , 2
L e i d e M e i o s R e g i ã o A u t ó n o m a d a M a d e i r a (L e i O rg â n i ca n . º 2 /2 0 1 0 , d e 1 6 d e Ju n h o ) 5 0 , 0 0 , 0 - 5 0 , 0 - 1 0 0 , 0 - 0 , 1
G o v e r n a ç ã o e C u l t u r a 4 , 2 4 , 1 - 0 , 1 - 1 , 4 0 , 0
E x p e d i ç ã o p u b l i c a ç õ e s p e r i ó d i c a s e a p o i o e c o n ó m i c o - f i n a n c e i r o C o m . S o c i a l 4 , 2 4 , 1 - 0 , 1 - 1 , 4 0 , 0
F i n a n ç a s e A d m i n i s t r a ç ã o P ú b l i c a 6 . 7 6 2 , 1 6 . 6 9 1 , 2 - 7 0 , 9 - 1 , 0 - 0 , 2
P e n s õ e s e R e f o r m a s - C G A 4 . 3 6 4 , 2 4 . 0 8 2 , 2 - 2 8 2 , 0 - 6 , 5 - 0 , 6
C o n t r i b u i ç ã o f i n a n c e i r a p a r a a U n i ã o E u r o p e i a e r e c u r s o s p r ó p r i o s t r a d i c i o n a i s 1 . 7 2 6 , 0 1 . 5 7 1 , 5 - 1 5 4 , 5 - 9 , 0 - 0 , 3
D e s p e s a s e x c e c i o n a i s d o o r ç a m e n t o d o M i n i s t é r i o d a s F i n a n ç a s - D G T F
B o n i f i c a ç ã o j u r o s 8 3 , 0 8 2 , 6 - 0 , 4 - 0 , 5 0 , 0
S u b s í d i o s e i n d e m n i z a ç õ e s c o m p e n s a t ó r i a s 2 5 0 , 1 1 6 7 , 0 - 8 3 , 1 - 3 3 , 2 - 0 , 2
O u t r a s 2 9 8 , 9 2 4 4 , 1 - 5 4 , 8 - 1 8 , 3 - 0 , 1
E n c a r g o s c o m p r o t o c o l o s d e c o b r a n ç a 2 0 , 0 2 0 , 0 0 , 0 0 , 0 0 , 0
D o t a ç ã o p r o v i s i o n a l 2 0 , 0 5 2 3 , 8 - G e s t ã o d a D i v i d a P ú b l i c a 6 . 8 0 3 , 0 7 . 2 3 9 , 0 4 3 6 , 0 6 , 4 0 , 9
J u r o s e o u t r o s e n c a r g o s d a d í v i d a d i r e t a d o E s t a d o 6 . 8 0 3 , 0 7 . 2 3 9 , 0 4 3 6 , 0 6 , 4 0 , 9
R e p r e s e n t a ç ã o E x t e r n a 8 0 , 4 8 0 , 0 - 0 , 4 - 0 , 5 0 , 0
C o n t r i b u i ç õ e s e q u o t i z a ç õ e s p a r a O r g a n i z a ç õ e s I n t e r n a c i o n a i s 8 0 , 4 8 0 , 0 - 0 , 4 - 0 , 5 0 , 0
D e f e s a 3 7 5 , 5 4 0 3 , 9 2 8 , 4 7 , 6 0 , 1
L e i d a P r o g r a m a ç ã o M i l i t a r 1 6 2 , 4 2 0 0 , 0 3 7 , 6 2 3 , 2 0 , 1
E n c a r g o s c o m s a ú d e 3 4 , 1 3 3 , 0 - 1 , 1 - 3 , 2 0 , 0
P e n s õ e s d e r e s e r v a 1 2 8 , 5 1 1 8 , 9 - 9 , 6 - 7 , 5 0 , 0
F o r ç a s N a c i o n a i s D e s t a c a d a s 5 0 , 5 5 2 , 0 1 , 5 3 , 0 0 , 0
S e g u r a n ç a I n t e r n a 2 2 8 , 4 2 2 3 , 0 - 5 , 4 - 2 , 4 0 , 0
E n c a r g o s s a ú d e 3 4 , 2 2 7 , 1 - 7 , 1 - 2 0 , 7 0 , 0
P e n s õ e s d e r e s e r v a 1 9 4 , 2 1 9 5 , 9 1 , 7 0 , 9 0 , 0
E c o n o m i a 1 1 8 , 2 1 0 1 , 4 - 1 6 , 8 - 1 4 , 2 0 , 0
I n d e m n i z a ç õ e s c o m p e n s a t ó r i a s - e m p r e s a s d o s e t o r d o s t r a n s p o r t e s (1)
1 1 8 , 2 1 0 1 , 4 - 1 6 , 8 - 1 4 , 2 0 , 0
S a ú d e 7 . 8 8 2 , 5 7 . 5 8 2 , 1 - 3 0 0 , 4 - 3 , 8 - 0 , 6
S e r v i ç o N a c i o n a l d e S a ú d e 7 . 8 8 2 , 5 7 . 5 8 2 , 1 - 3 0 0 , 4 - 3 , 8 - 0 , 6
E n s i n o B á s i c o e S e c u n d á r i o e A d m i n i s t r a ç ã o E s c o l a r 7 4 1 , 1 6 7 5 , 7 - 6 5 , 4 - 8 , 8 - 0 , 1
E n s i n o P a r t i c u l a r e C o o p e r a t i v o 2 3 8 , 0 2 4 0 , 0 2 , 0 0 , 9 0 , 0
E d u c a ç ã o p r é - e s c o l a r 5 0 3 , 1 4 3 5 , 6 - 6 7 , 5 - 1 3 , 4 - 0 , 1
C i ê n c i a e E n s i n o S u p e r i o r 1 . 0 6 2 , 8 9 8 2 , 3 - 8 0 , 5 - 7 , 6 - 0 , 2
E s t a b e l e c i m e n t o s E n s i n o S u p e r i o r e S e r v i ç o s d e A c ã o s o c i a l 1 . 0 6 2 , 8 9 8 2 , 3 - 8 0 , 5 - 7 , 6 - 0 , 2
S o l i d a r i e d a d e e S e g u r a n ç a S o c i a l 9 . 3 7 7 , 0 9 . 3 3 2 , 0 - 4 5 , 0 - 0 , 5 - 0 , 1
L e i d e B a s e s d a S e g u r a n ç a S o c i a l 8 . 8 6 9 , 6 8 . 8 2 9 , 7 - 3 9 , 9 - 0 , 4 - 0 , 1
P e n s õ e s d o r e g i m e b a n c á r i o 5 0 7 , 4 5 0 2 , 3 - 5 , 1 - 1 , 0 0 , 0
3 . F u n c i o n a m e n t o e m s e n t i d o e s t r i t o 9 . 4 6 6 , 9 8 . 8 1 0 , 3 - 6 5 6 , 5 - 6 , 9 - 1 , 4
D e s p e s a E f e t i v a 4 6 . 3 0 6 , 3 4 5 . 6 6 9 , 3 - 6 3 7 , 0 - 1 , 4 - 1 , 4
F o n t e : Mi n i st é ri o d a s F i n a n ça s (2 0 1 3 e st i ma t i va ; 2 0 1 4 O E) (1 ) A p a rt i r d e 2 0 1 4 , a s t ra n sf e rê n ci a s p a ra e mp re sa s d o se t o r d o s t ra n sp o rt e s a t í t u l o d e i n d e mn i za çã o co mp e n sa t ó ri a p e l a p re st a çã o d e se rvi ço p ú b l i co f o ra m i n scri t a s n o p ro g ra ma " Eco n o mi a " . Assi m, p o r f o rma a p e rmi t i r a co mp a ra b i l i d a d e , f o i a d i ci o n a d o à d e sp e sa d e st e p ro g ra ma e st i ma d a p a ra 2 0 1 3 o va l o r d a s t ra n sf e rê n ci a s, p o r co n t ra p a rt i d a d e i g u a l mo n t a n t e n o p ro g ra ma " F i n a n ça s e Ad mi n i st ra çã o Pú b l i ca " :
2013
OE
2014
V a r . a b s o l u t a
V a r . r e l a t i v a ( % )
C o n t r i b u t o e m p . p .

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A variação prevista para a despesa financiada por receitas gerais resulta, em maior medida, dos seguintes fatores, detalhados em outros pontos do presente documento:  Diminuição do nível de financiamento necessário ao equilíbrio financeiro do sistema de pensões gerido pela CGA, em resultado, sobretudo, da aplicação das medidas de: i) convergência do regime da CGA com o regime geral da Segurança Social, com o correspondente decréscimo dos encargos com pensões; ii) o aumento da taxa de contribuição das entidades públicas empregadoras para a CGA de 20% para 23,75% incidente sobre a remuneração e abonos sujeitos a desconto; e iii) introdução da condição de recurso na atribuição de pensões de sobrevivência;  O decrçscimo da despesa com atividades associada ao “funcionamento em sentido estrito”, para o que contribuiu: i) a alteração da política de rendimentos na Administração Pública; ii) o impacto em termos orçamentais das medidas de consolidação da despesa de âmbito sectorial;  Redução da despesa realizada pelas instituições de saúde que integram o Serviço Nacional de Saúde e dos estabelecimentos de ensino superior, que se justificam também por medidas incidentes sobre despesas com pessoal.
 A diminuição da contribuição financeira para o orçamento da União Europeia, em resultado de se estimarem, para 2013, ajustamentos decorrentes dos orçamentos retificativos aprovados pelo Parlamento Europeu;  A redução das transferências para a Administração Regional, decorrente da implementação da nova Lei de Finanças Regionais27 , que fixa um valor global de 352,5 milhões de euros para o ano de 2014; de referir, ainda, o facto de terem terminado, em 2013, as transferências extraordinárias do Orçamento do Estado para a Região Autónoma da Madeira, visando o financiamento de iniciativas de apoio e reconstrução naquela região, na sequência da intempérie de fevereiro de 2010 (Lei de Meios).
De referir que a evolução da taxa de variação da despesa se encontra influenciada pela alteração da contabilização das transferências para a Administração Local a título de participação variável na receita de IRS dos contribuintes com domicílio fiscal na respetiva circunscrição territorial28, no âmbito da Lei de Finanças Locais. Essa componente passa a ser evidenciada na despesa da administração central ascendendo a 334,6 milhões de euros.

III.1.2. Receitas e Despesas da Administração Regional e Local A Administração Regional e Local (ARL), deverá apresentar, no final de 2013, um saldo deficitário de 1.055 milhões de euros (-1.109 milhões de euros na Administração Regional e 54 milhões de euros na Administração Local). Este saldo é, em grande parte, reflexo dos programas de regularização de dívidas de anos anteriores que foram implementados durante o ano corrente em cada um dos subsectores; enquanto a Administração Local beneficiou do Programa de Apoio à Economia Local (PAEL), no montante previsto de 660 milhões de euros, a Região Autónoma da Madeira, obteve o aval da República na contratação de empréstimos junto da banca no montante de cerca de 1.100 milhões de euros. Assim, excluindo o efeito dos programas que visam exclusivamente o pagamento de dívidas de anos anteriores, é expectável um saldo para a ARL de 705 milhões de euros (480 milhões de euros em 2012). 27 Lei Orgânica n.º 2/2013, de 2 de setembro.
28 Até 2013, esta participação variável era transferida para os municípios por abate à receita bruta do Estado.

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Para 2014 prevê-se para a ARL, um saldo orçamental excedentário de 653 milhões de euros, como reflexo das medidas de consolidação orçamental que se continuarão a implementar. A AR deverá registar um défice de 216 milhões de euros, influenciado pelo pagamento de dívidas de anos anteriores da RAM no âmbito da implementação do PAEF-RAM, enquanto para a AL se espera um excedente de 869 milhões de euros, que inclui pagamentos no âmbito do PAEL de cerca de 136 milhões de euros. Excluindo as regularizações de dívidas de anos anteriores, o saldo da ARL previsto para 2014 é de 1.023 milhões de euros.
Gráfico III.1.8. Saldo Orçamental da ARL (milhões de euros) Gráfico III.1.9. Saldo Orçamental da ARL sem pagamentos de anos anteriores (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.

Administração Local Para a Administração Local (AL) espera-se, em 2013, um excedente orçamental de 54 milhões de euros, o que representa uma deterioração de 693 milhões de euros, face a 2012. No entanto, este comportamento é quase na totalidade explicado pelo efeito do PAEL, programa a que recorreram cerca de 112 municípios, que tiveram acesso a 660 milhões de euros, exclusivamente para pagamento de dívidas de anos anteriores, e assim regularizar os pagamentos em atraso, conforme previsto na Lei dos Compromissos e Pagamentos em Atraso (LCPA). Sem o efeito do PAEL, seria de esperar um excedente de 713 milhões de euros para 2013, inferior em 33 milhões de euros ao excedente registado em 2012. Em 2014, a AL deverá registar um saldo de 869 milhões de euros, influenciado pelo crescimento da receita fiscal.

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Quadro III.1.13. Receitas e Despesas da Administração Local

Fonte: Ministério das Finanças.
Em 2013, a receita deverá registar um crescimento de 1,7% o que se justifica, quase na totalidade, pela evolução positiva expectável da receita fiscal, assente principalmente no crescimento esperado para a receita cobrada de IMI (+10,5%), em resultado da reavaliação do património imobiliário. Apesar da receita de transferências se manter em linha, realça-se a quebra das transferências provenientes da UE, entendida como reflexo da menor execução de projetos cofinanciados, como consequência da contração do investimento público.
Quadro III.1.14. Transferências do Orçamento do Estado para a Administração Local (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
A evolução da receita de transferências ao abrigo da Lei das Finanças Locais apresenta, desde 2010, uma tendência decrescente. 2012 2013 2014 2012 2013 2014 2013 2014
R e c e i t a E f e t i v a 7 . 6 4 0 7 . 7 7 3 7 . 3 9 7 4 , 6 4 , 7 4 , 4 1 , 7 - 4 , 8
R e c e i t a F i s c a l 2 . 2 2 1 2 . 3 3 7 2 . 5 3 0 1 , 3 1 , 4 1 , 5 5 , 2 8 , 3
d a q u a l : IM I 1 . 2 3 0 1 . 3 5 9 1 . 5 3 0 0 , 7 0 , 8 0 , 9 1 0 , 5 1 2 , 6
IM T 386 367 385 0 , 2 0 , 2 0 , 2 - 4 , 9 4 , 9
T r a n s f e r ê n c i a s 3 . 7 6 3 3 . 7 9 5 3 . 5 1 6 2 , 3 2 , 3 2 , 1 0 , 9 - 7 , 4
d a s q u a i s :
D a s A d m . P ú b l i c a s 2 . 5 5 1 2 . 6 3 6 2 . 8 9 4 1 , 5 1 , 6 1 , 7 3 , 3 9 , 8
U n i ã o E u r o p e i a 749 457 491 0 , 5 0 , 3 0 , 3 - 3 8 , 9 7 , 4
O u t r a R e c e i t a 1 . 6 5 6 1 . 6 4 1 1 . 3 5 1 1 , 0 1 , 0 0 , 8 - 0 , 9 - 1 7 , 7
D e s p e s a E f e t i v a 6 . 8 9 4 7 . 7 1 9 6 . 5 2 9 4 , 2 4 , 7 3 , 9 1 2 , 0 - 1 5 , 4
D e s p e s a C o r r e n t e 4 . 9 3 1 5 . 4 8 7 4 . 8 0 4 3 , 0 3 , 3 2 , 9 1 1 , 3 - 1 2 , 4
D e s p e s a s c o m P e s s o a l 2 . 2 4 1 2 . 4 1 9 2 . 2 4 1 1 , 4 1 , 5 1 , 3 8 , 0 - 7 , 4
O u t r a D e s p e s a C o r r e n t e 2 . 6 9 1 3 . 0 6 8 2 . 5 6 3 1 , 6 1 , 9 1 , 5 1 4 , 0 - 1 6 , 5
D e s p e s a d e C a p i t a l 1 . 9 6 3 2 . 2 3 3 1 . 7 2 5 1 , 2 1 , 4 1 , 0 1 3 , 8 - 2 2 , 7
S a l d o g l o b a l 747 54 869 0 , 5 0 , 0 0 , 5
D e s p e s a E f e t i v a s / P A E L 7 . 0 6 0 6 . 3 9 2
S a l d o G l o b a l s / P A E L 713 1 . 0 0 5
S a l d o P r i m á r i o 895 247 1 . 0 2 7 0 , 5 0 , 1 0 , 6
T a x a d e V a r i a ç ã o ( % )M i l h õ e s d e E u r o s % d o P I B
2010 2011 2012 2013 2014
O r ç a m e n t o d o E s t a d o : L F L 2 . 8 3 8 2 . 5 9 2 2 . 4 6 8 2 . 4 6 8 2 . 3 6 1
F E F 2 . 0 6 3 1 . 8 6 8 1 . 7 5 2 1 . 7 5 2 1 . 7 0 1
F S M 171 153 141 141 141
IR S 392 377 391 392 335
FFF 212 194 184 184 184

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Gráfico III.1.10. Receitas da Administração Local (em % do PIB)

Fonte: Ministério das Finanças.
A evolução da despesa, +12% em 2013, está influenciada principalmente pelos pagamentos no âmbito do PAEL. Expurgando este efeito, é de esperar um crescimento da despesa na ordem dos 2%, relativamente a 2012. Estes resultados mostram o esforço de consolidação orçamental, na medida em que, durante 2013, assistiu-se a um aumento das despesas com pessoal, consequência da reposição de um dos subsídios e da aproximação da taxa da contribuição da entidade patronal para a CGA à taxa da Segurança Social.
Prevê-se que em 2014 se dê continuidade ao esforço de consolidação orçamental, o que se traduzirá numa redução da despesa efetiva de 15,4%, face a 2013. Esta quebra deverá ser generalizada a toda a despesa, com especial destaque para a despesa de capital (-22,7%), nomeadamente por ser através desta componente da despesa que se regularizaram a maior parte das dívidas de anos anteriores. Excluindo o montante de despesa realizada no âmbito do PAEL, em ambos os anos, a quebra da despesa efetiva seria de 9%. Gráfico III.1.11. Despesas da Administração Local (em % do PIB)

Fonte: Ministério das Finanças.

Administração Regional A Administração Regional tem apresentado, nos últimos anos, saldos orçamentais deficitários, tendência que se mantém para 2013, ano em que o défice deverá ascender a 1.109 milhões de euros (-0,7% do PIB). No entanto, deve salientar-se o facto de, em 2013, a Região Autónoma da Madeira (RAM) ter obtido 0 , 0
0 , 2
0 , 4
0 , 6
0 , 8
1 , 0
1 , 2
1 , 4
1 , 6
1 , 8
2010 2011 2012 2013 2014
R e c e i t a F is c a l Tr a n f e r ê n c ia s L FL Tr a n s f . U E O u t r a R e c e it a
1 , 0
1 , 5
2 , 0
2 , 5
3 , 0
3 , 5
4 , 0
4 , 5
5 , 0
2010 2011 2012 2013 2014
%
D e s p e s a E f e t iv a D e s p e s a E f e t iv a s / PA EL
D e s p e s a C o r r e n t e D e s p e s a s c o m P e s s o a l
D e s p e s a d e C a p i t a l

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o aval do Estado para a contratação de empréstimos junto da banca privada, no montante de 1.100 milhões de euros, destinados exclusivamente a pagamento de dívidas de anos anteriores. Assim, expurgando o efeito deste financiamento, a Administração Regional, em 2013, alcançaria um saldo orçamental de -9 milhões de euros, assistindo-se a uma melhoria de cerca de 257 milhões de euros face ao verificado em 2012. Para 2014 mantem-se em vigência o PAEF-RAM que estabelece como objetivo para a Região um saldo em contas nacionais de -39,5 milhões de euros e o Protocolo entre o Governo Regional dos Açores e a República, que estabelece para a Região Autónoma dos Açores (RAA) o cumprimento de uma situação orçamental próxima do equilíbrio. Assim, prevê-se que no próximo ano a Administração Regional apresente um saldo orçamental deficitário de 216 milhões de euros, valor que inclui pagamentos previstos de dívidas de anos anteriores a efetuar pela RAM no âmbito do PAEF-RAM.
Quadro III.1.15. Receitas e Despesas da Administração Regional (milhões de euros)

Nota: A partir de 2012 a Administração Regional passou a incluir as Entidades Públicas Reclassificadas (EPR).
Fonte: Ministério das Finanças.
O comportamento esperado para o final de 2013 assenta num crescimento de 24,5% da receita efetiva, destacando-se a receita fiscal (cerca de 21%), devido à evolução dos principais impostos (IRS, IRC e IVA), em particular na RAA. Também as transferências provenientes da União Europeia merecem destaque, pelo crescimento de 91% face a 2012, o que se justifica pelo arranque de projetos cofinanciados pela União Europeia, já aprovados.
Quadro III.1.16. Transferências do Orçamento do Estado para a Administração Regional (milhões de euros)

Nota: Em outras transferências inclui-se, no caso da RAM, as transferências efetuadas ao abrigo da Lei Orgânica nº 2/2010, de 16 de junho (Lei de Meios).
Fonte: Ministério das Finanças.
2012 2013 2014 2012 2013 2014 2013 2014
R e c e i t a E f e t i v a 2 . 0 1 5 2 . 5 0 9 2 . 3 1 2 1 , 2 1 , 5 1 , 4 2 4 , 5 - 7 , 9
R e c e it a F is c a l e d e C o n t r ib u iç õ e s 1 . 0 8 9 1 . 3 2 3 1 . 3 9 0 0 , 7 0 , 8 0 , 8 2 1 , 4 5 , 1
T r a n s f e r ê n c ia s 805 967 784 0 , 5 0 , 6 0 , 5 2 0 , 2 - 1 8 , 9
d a s q u a i s :
A d m in is t r a ç õ e s P ú b lic a s 607 599 454 0 , 4 0 , 4 0 , 3 - 1 , 3 - 2 4 , 2
U n iã o E u r o p e ia 194 369 336 0 , 1 0 , 2 0 , 2 9 0 , 8 - 8 , 9
O u t r a R e c e it a 121 219 138 0 , 1 0 , 1 0 , 1 8 1 , 2 - 3 7 , 3
D e s p e s a E f e t i v a 2 . 2 8 1 3 . 6 1 8 2 . 5 2 8 1 , 4 2 , 2 1 , 5 5 8 , 6 - 3 0 , 1
D e s p e s a C o r r e n t e 1 . 8 0 5 2 . 2 3 0 1 . 7 6 3 1 , 1 1 , 3 1 , 0 2 3 , 6 - 2 1 , 0
d a q u a l :
D e s p e s a c o m p e s s o a l 664 796 770 0 , 4 0 , 5 0 , 5 1 9 , 9 - 3 , 3
A q u is iç ã o d e b e n s e s e r v iç o s 419 413 364 0 , 3 0 , 2 0 , 2 - 1 , 4 - 1 1 , 8
D e s p e s a d e C a p it a l 476 1 . 3 8 8 765 0 , 3 0 , 8 0 , 5 1 9 1 , 4 - 4 4 , 9
d a q u a l :
A q u is iç ã o d e b e n s d e c a p it a l 323 1 . 1 5 3 457 0 , 2 0 , 7 0 , 3 2 5 6 , 9 - 6 0 , 4
S a l d o g l o b a l - 2 6 6 - 1 . 1 0 9 - 2 1 6 - 0 , 2 - 0 , 7 - 0 , 1
D e s p e s a E f e t i v a s / P a g . A n o s A n t e r i o r e s R A M 2 . 5 1 8 2 . 2 9 4
S a l d o G l o b a l s / P a g . A n o s A n t e r i o r e s R A M -9 18
S a ld o P r im á r io - 1 7 4 - 7 0 5 - 7 2 - 0 , 1 - 0 , 4 0 , 0
T a x a d e V a r i a ç ã o ( % )M i l h õ e s d e E u r o s % d o P I B
2010 2011 2012 2013 2014
O r ç a m e n t o d o E s t a d o 576 604 575 561 425
L F R 563 550 516 510 424
R A A 359 350 326 318 251
R A M 204 200 190 192 173
O u t r a s 12 54 59 51 0
R A A 11 2 2 0 0
R A M 1 51 57 50 0

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Ao longo dos últimos anos, tem-se assistido a um contínuo decréscimo nas transferências do Orçamento do Estado, nomeadamente no âmbito da Lei das Finanças Regionais, para as Regiões Autónomas. Tal facto espelha as medidas tomadas no âmbito do PAEF, tornando-se mais evidente em 2014. Para este ano, a metodologia de cálculo assentou na fórmula definida pela nova Lei das Finanças Regionais29, originando uma redução de 136 milhões de euros, face a 2013, no montante a transferir, representando uma variação de -21% e -36% para a RAA e RAM, respetivamente, esta última também influenciada pelo fim da transferência de 50 milhões de euros ao abrigo da Lei de Meios. Para 2014, prevê-se um decréscimo de 7,9% da receita efetiva face a 2013, que assenta, essencialmente na redução das receitas de transferências das Administrações Públicas num total de 18,9%, influenciada pela redução resultante da LFR. Este comportamento é atenuado pela previsão do crescimento da receita fiscal em 5,1%, consequência da redução do diferencial fiscal entre as Regiões Autónomas e o Continente.
Gráfico III.1.12. Receitas da Administração Regional (em % do PIB)

Fonte: Ministério das Finanças.
No que se refere à despesa efetiva espera-se um crescimento de 58,6%, em 2013, justificado, em grande medida, pelos pagamentos efetuados pela RAM com recurso a empréstimos avalizados pela República num total 1.100 milhões de euros destinados a regularizar dívida comercial de anos anteriores. Ainda assim, o comportamento esperado aponta para um esforço de consolidação orçamental, na medida em que, excluindo o efeito da regularização de dívidas da RAM, e considerando a reposição de um dos subsídios e o aumento da taxa contributiva da entidade empregadora para a CGA, a despesa efetiva da Administração Regional apresentaria um crescimento de 10,4%. Para 2014, prevê-se uma quebra de 30,1% da despesa efetiva, assente numa redução generalizada nas diversas componentes. Excluindo o efeito dos pagamentos efetuados pela RAM em ambos os anos, essa redução seria de 8,9% evidenciando o esforço de consolidação orçamental, tal como previsto no PAEFRAM. 29 Lei orgânica nº2/2013, de 2 de setembro que aprova a Lei das Finanças das Regiões Autónomas.
0 , 0
0 , 1
0 , 2
0 , 3
0 , 4
0 , 5
0 , 6
0 , 7
0 , 8
0 , 9
2010 2011 2012 2013 2014
Tr a n s f e r ê n c ias L F R R e c e i t a F is c a l e d e C o n t r i b u i ç õ e s
Fun d o s C o mun it á r ios Ou t r a R e c e it a

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Gráfico III.1.13. Despesas da Administração Regional (em % do PIB)

Fonte: Ministério das Finanças.
III.1.3. Receitas e Despesas da Segurança Social O Orçamento da Segurança Social para o ano de 2014, à semelhança do verificado nos dois anos anteriores, continuará a ser profundamente influenciado por um conjunto de condicionalismos, nomeadamente de ordem externa, de onde se destacam o processo da crise da dívida soberana e os ajustamentos decorrentes dos compromissos internacionais firmados pelo Estado Português no âmbito do programa de assistência externa, assim como pelos efeitos recessivos decorrentes deste processo de ajustamento. Fruto da conjuntura desfavorável e do seu impacto na situação financeira do Sistema Previdencial – Repartição, não se prevê concretizar, em 2014, e à semelhança dos anos anteriores, a transferência de quotizações dos trabalhadores para reforço do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social, conforme o disposto no n.º 3 do Artigo 91.º da Lei de Bases da Segurança Social.
Apesar da atual conjuntura adversa, influenciada, em particular, pela retração da atividade económica, com particular incidência nas contribuições sociais, assim como do aumento das despesas com prestações de desemprego, a situação orçamental do Sistema da Segurança Social mantém-se positiva. Tal como em 2013, o orçamento para 2014 incorpora ainda o impacto de um conjunto de medidas, previstas no Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF) que foram sendo concretizadas ao longo de 2012 e 2013, como seja a suspensão da regra de atualização das pensões, excluindo a atualização das pensões mais baixas (OE 2012), ou a racionalização da despesa com prestações sociais por via do reforço da aplicação da condição de recursos (Decreto-Lei n.º 133/2012, de 27 de junho). Foram ainda introduzidas, em 2014, duas novas medidas no âmbito das pensões: a alteração da idade normal de acesso à pensão de velhice em 2014 (para os 65 anos mais 12 meses) e a aplicação de uma condição de recursos às pensões de sobrevivência mais elevadas.
Assim, prevê-se para o período de 2013-2014 um saldo positivo de:  57,4 milhões de euros em 2013, e de  cerca de 259,8 milhões de euros em 2014.
O saldo positivo esperado para o ano de 2013, assim como para 2014, tem subjacente uma transferência extraordinária do OE para financiamento do Sistema de Segurança Social de 1.430,3 milhões de euros e de 1.391,0 milhões de euros, respetivamente.
0 , 0
0 , 5
1 , 0
1 , 5
2 , 0
2 , 5
2010 2011 2012 2013 2014
D e s p e s a E f e t iv a D e s p e s a E f e t iv a s / P a g A A R A M
D e s p e s a c o m p e s s o a l D e s p e s a C a p it a l s / P a g A A R A M

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Para 2013, a previsão de execução evidencia uma receita efetiva total de 25.388,8 milhões de euros, o que, a confirmar-se, traduzir-se-á num crescimento de 4,9% relativamente ao ano anterior. Tal resultado será influenciado pela receita associada ao financiamento do regime substitutivo dos bancários, ao aumento das transferências do OE e ao aumento das transferências comunitárias do Fundo Social Europeu. Por seu turno, as contribuições sociais evidenciam um aumento de 2,0%. Por sua vez, estima-se que a despesa efetiva cresça 6,6%, atingindo um montante da ordem dos 25.331,4 milhões de euros. A receita gerada pelas contribuições sociais deverá registar, em 2013, um valor de 13.337,5 milhões de euros, o que representa 52,5% do total da receita efetiva e um crescimento de 2,0% relativamente à receita cobrada no ano anterior.
As transferências provenientes do Orçamento do Estado destinadas ao cumprimento da Lei de Bases da Segurança Social e ao financiamento da contrapartida pública nacional (CPN) das Ações de Formação Profissional atingirão, em 2013, o valor de 6.463,3 milhões de euros, menos 19,0 milhões de euros do que em 2012. No que concerne à transferência extraordinária do OE para financiamento do défice do Sistema, a mesma assume em 2013 um montante superior ao registado em 2012 de 573,7 milhões de euros.
Quadro III.1.17. Principais Receitas e Despesas da Segurança Social (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
V a r i a ç ã o V a r i a ç ã o a b s o l u t a r e l a t i v a
2 0 1 4 / 2 0 1 3 2 0 1 4 / 2 0 1 3
[ 1 ] [ 2] [ 3] = [ 2] -[ 1 ] [ 4] = [ 2] / [ 1 ] -1
1 . R E C E I T A S C O R R E N T E S 2 5 3 8 2 , 3 2 5 3 3 5 , 1 - 4 7 , 2 - 0 , 2 C o n t r ib u iç õ e s e q u o t iz a ç õ e s 1 3 3 3 7 , 5 1 3 2 8 1 , 2 - 5 6 , 3 - 0 , 4 A d ic io n a l a o IV A / T r a n s f e r ê n c ia d o O E r e la t iv o a Iv a S o c ia l 7 2 5 , 0 7 2 5 , 0 ,0 0 , 0 T r a n s f e r ê n c ia d o O E ( P E S + A S E C E ) 2 5 1 , 0 2 5 1 , 0 ,0 0 , 0 T r a n s f e r ê n c ia s d o O E 7 7 2 6 , 3 7 6 3 4 , 2 - 9 2 , 1 - 1 , 2
T r a n s f e r ê n c ia s d o O E p a r a c u m p r im e n t o d a L B S S 6 2 9 5 , 9 6 2 4 3 , 2 - 5 2 , 7 - 0 , 8
T r f e x t r a o r d in á r ia d o O E p / f in a n c ia m e n t o d o d é f ic e d o S S S 1 4 3 0 , 3 1 3 9 1 , 0 - 3 9 , 4 - 2 , 8 T r a n s f e r ê n c ia s d o O E - A F P / C P N 1 6 7 , 3 2 1 9 , 6 5 2 , 3 3 1 , 3 T r a n s f e r ê n c ia s d o O E - R e g S u b s B a n c á r io 5 0 7 , 0 5 0 2 , 2 - 4 , 8 - 0 , 9 T r a n s f e r ê n c ia s A d m . C e n t r a l - o u t r a s e n t id a d e s 1 8 5 , 8 1 9 2 , 7 7 , 0 3 , 8 T r a n s f e r ê n c ia s d o IE F P / F S E 6 4 , 0 2 0 0 , 0 1 3 6 , 0 2 1 2 , 5 T r a n s f e r ê n c ia s d o F u n d o S o c ia l E u r o p e u 1 3 9 5 , 7 1 2 7 6 , 1 - 1 1 9 , 6 - 8 , 6 O u t r a s r e c e it a s c o r r e n t e s 1 0 2 2 , 9 1 0 5 3 , 1 3 0 , 2 3 , 0
2 . R E C E I T A S D E C A P I T A L 6 , 5 1 8 , 7 1 2 , 2 1 8 7 , 8 T r a n s f e r ê n c ia s d o O r ç a m e n t o d e E s t a d o 4 , 4 4 , 4 ,0 0 , 4 O u t r a s r e c e it a s c a p it a l 2 , 1 1 4 , 3 1 2 , 2 5 7 5 , 2
3 . T O T A L D A R E C E I T A ( 1 + 2 ) 2 5 3 8 8 , 8 2 5 3 5 3 , 8 - 3 5 , 0 - 0 , 1
4 . D E S P E S A S C O R R E N T E S 2 5 2 8 4 , 7 2 5 0 5 0 , 2 - 2 3 4 , 5 - 0 , 9 P e n s õ e s 1 5 3 3 1 , 6 1 5 3 2 0 , 8 - 1 0 , 9 - 0 , 1
S o b r e v iv ê n c ia 2 0 7 9 , 9 2 0 8 7 , 6 7 , 6 0 , 4
In v a lid e z 1 3 7 7 , 8 1 3 7 7 , 6 - , 2 0 , 0
V e lh ic e 1 1 8 3 8 , 1 1 1 8 1 9 , 8 - 1 8 , 3 - 0 , 2
B e n e f ic iá r io s d o s A n t ig o s C o m b a t e n t e s 3 5 , 8 3 5 , 8 ,0 0 , 1 P e n s ã o v e lh ic e d o r e g im e s u b s it u t it v o B a n c á r io + B P N 5 0 6 , 9 5 0 2 , 2 - 4 , 7 - 0 , 9 S u b s íd io d e s e m p r e g o e a p o io a o e m p r e g o 2 8 1 1 , 7 2 8 4 5 , 5 3 3 , 8 1 , 2 S u b s íd io p o r d o e n ç a 3 9 5 , 3 3 8 1 , 8 - 1 3 , 5 - 3 , 4 A b o n o F a m ilia 6 6 8 , 3 6 6 0 , 1 - 8 , 2 - 1 , 2 R e n d im e n t o S o c ia l d e In s e r ç ã o 3 2 0 , 2 3 1 0 , 2 - 1 0 , 0 - 3 , 1 O u t r a s p r e s t a ç õ e s 7 1 1 , 5 6 7 1 , 4 - 4 0 , 1 - 5 , 6 C o m p le m e n t o S o lid á r io p a r a Id o s o s 2 6 7 , 3 2 6 0 , 6 - 6 , 7 - 2 , 5 A ç ã o s o c ia l 1 7 0 9 , 9 1 6 8 8 , 6 - 2 1 , 3 - 1 , 2 A d m in is t r a ç ã o 3 1 1 , 9 3 0 4 , 8 - 7 , 1 - 2 , 3 O u t r a s d e s p e s a s c o r r e n t e s 5 8 4 , 8 5 2 9 , 6 - 5 5 , 2 - 9 , 4 d a s q u a i s : T r a n s f e r ê n c ia s e s u b s íd io s c o r r e n t e s 5 8 4 , 8 5 2 9 , 6 - 5 5 , 2 - 9 , 4 A ç õ e s d e F o r m a ç ã o P r o f is s io n a l 1 6 6 5 , 4 1 5 7 4 , 6 - 9 0 , 7 - 5 , 4 d a s q u a i s : C o m s u p o r t e n o F u n d o S o c ia l E u r o p e u 1 4 7 1 , 2 1 3 4 6 , 1 - 1 2 5 , 1 - 8 , 5
5 . D E S P E S A S D E C A P I T A L 4 6 , 7 4 3 , 9 - 2 , 8 - 5 , 9 P ID D A C 4 , 4 4 , 4 ,0 0 , 4 O u t r a s 4 2 , 3 3 9 , 5 - 2 , 8 - 6 , 6
6 . T O T A L D A D E S P E S A ( 4 + 5 ) 2 5 3 3 1 , 4 2 5 0 9 4 , 1 - 2 3 7 , 3 - 0 , 9
7 . A c t i v o s F i n a n c e i r o s l í q u i d o s d e r e e m b o l s o s 6 8 9 , 9 2 6 3 , 5 - 4 2 6 , 4 - 6 1 , 8
8 . S A L D O G L O B A L ( 3 - 6 ) 5 7 , 4 2 5 9 , 8 2 0 2 , 3 3 5 2 , 4
O S S 2 0 1 4O S S 2 0 1 3 - p r e v i s ã o

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No lado da despesa, destacam-se as pensões e os respetivos complementos que, estima-se, deverão assumir em 2013 uma despesa no valor de 15.331,6 milhões de euros, representando 60,5% da despesa total efetiva. Relativamente ao ano anterior, observa-se um crescimento positivo de 6,3%, fruto, entre outros fatores, da reposição do pagamento do 13º e 14º mês das pensões a partir de €600, sendo que, em 2014, o seu valor deverá registar uma ligeira redução de 10,9 milhões de euros face a 2013.

Receita No âmbito das contribuições, prevê-se que a receita para 2014 atinja o montante de 13.281,2 milhões de euros, com uma variação implícita face a 2013 de menos 0,4%. Esta variação reflete a persistência de condições macroeconómicas adversas, nomeadamente um agravamento da taxa de desemprego, do emprego total e da massa salarial previstos para 2014. Ainda assim, a componente da receita inclui o impacto decorrente da obrigatoriedade contributiva aos beneficiários de prestações sociais – doença e desemprego, assim como a contribuição extraordinária de solidariedade (âmbito pensões). Neste contexto, as contribuições representarão cerca de 52,4% dos recursos orçamentados para o ano de 2014.
O esforço do Orçamento do Estado, através das transferências correntes para a Segurança Social assume um montante de 9.332,0 milhões de euros, o que corresponde a uma variação de menos 0,4% face a 2013. Desta receita, 6.243,2 milhões de euros visam o cumprimento da Lei de Bases da Segurança Social, 1.391,0 milhões de euros constituem uma transferência extraordinária para o financiamento do deficit do Sistema de Segurança Social, 725,0 milhões de euros referem-se à transferência do OE relativa ao IVA social, 219,6 milhões de euros asseguram o financiamento da CPN e 251,0 milhões de euros destinam-se ao financiamento do Programa de Emergência Social (PES) e do Apoio Social Extraordinário ao Consumidor de Energia (ASECE) e 502,2 milhões de euros garantem a cobertura da despesa com as pensões do regime substitutivo bancário.
As transferências do IEFP/FSE ascenderão, em 2014, a 200,0 milhões de euros, possibilitando com ações de formação profissional a melhoria das qualificações profissionais dos desempregados, dos beneficiários do RSI e dos beneficiários inseridos nos contratos de emprego e inserção criando, deste modo, melhores condições de reinserção no mercado de trabalho.
As transferências correntes do exterior ascenderão a cerca de 1.276,1 milhões de euros, destinando-se essa receita a cofinanciar ações de formação profissional no âmbito do Fundo Social Europeu.
As outras receitas correntes deverão situar-se em 1.053,1 milhões de euros, a que corresponde uma variação de 3,0%. Estas receitas incluem a rubrica de rendimentos que se estima que atinja os 390,1 milhões de euros.

Despesa A despesa total prevista para o ano de 2014 deverá atingir os 25.094,1 milhões de euros, o que representará uma redução de 0,9% face à previsão de execução para 2013.

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Prestações Sociais Em 2014, no cômputo global, a estimativa das despesas com pensões e com os respetivos complementos, excluindo aquelas associadas ao Regime Substitutivo dos Bancários, é de 15.320,8 milhões de euros, representando uma variação de menos 0,1% relativamente à previsão de execução para 2013.
A despesa com estas pensões representará 61,1% do total da despesa prevista para 2014, tendo, mais uma vez e pelo terceiro orçamento consecutivo, sido prestada a prioridade à atualização das pensões mínimas, sociais e rurais – atualização de 1% das pensões mínimas de invalidez e velhice do regime geral de segurança social correspondentes a carreiras contributivas inferiores a 15 anos, as pensões de aposentação, reforma e invalidez e outras correspondentes a tempos de serviço até 18 anos do regime de proteção social convergente, as pensões do regime especial de segurança social das atividades agrícolas (RESSAA), as pensões do regime não contributivo e regimes a este equiparados, as pensões dos regimes transitórios dos trabalhadores agrícolas, e o complemento por dependência.
A projeção da despesa com pensões para 2014 considerou ainda duas medidas adicionais, nomeadamente a:  Ajuste do fator de sustentabilidade para alteração da idade normal de acesso à pensão de velhice;  Aplicação de uma condição de recursos às pensões de sobrevivência mais elevadas.
No que concerne às prestações de desemprego e de apoio ao emprego, prevê-se uma despesa de 2.845,5 milhões de euros em 2014, o que evidencia um crescimento de 1,2% relativamente à previsão de execução para 2013.
Ao nível das prestações sociais, o Orçamento da Segurança Social reflete ainda, para 2014, os efeitos mais consolidados decorrentes das alterações efetuadas a diversas prestações sociais pelo Decreto-lei n.º 133/2012, de 27 de junho, em particular ao nível do Rendimento Social de Inserção, do Subsídio por Morte, do Subsídio por Doença ou ainda das Prestações de Parentalidade. Ação Social Em 2014, mantém-se o nível de investimento já registado em 2013 no Programa de Emergência Social (PES), assente em cinco eixos fundamentais: famílias em maiores dificuldades, idosos, deficiência, voluntariado e instituições. Esta ação tem como objetivos combater a pobreza, reforçar a inclusão e coesão sociais, bem como ativar as pessoas, capacitando-as e incentivando-as através do trabalho socialmente útil, combatendo o desperdício, fomentando a responsabilidade social e dinamizando o voluntariado.
Neste contexto será essencial o contributo das entidades da Economia Social.
Tal como no ano anterior, a implementação do Programa de Emergência Social e do Apoio Social Extraordinário ao Consumidor de Energia apresentará em 2014 um orçamento de 251,0 milhões euros.
Os encargos com a ação social deverão atingir, em 2014, os 1.688,6 milhões euros, garantindo-se, a manutenção dos níveis de investimento nas prestações e programas de ação social, na cooperação com instituições da sociedade civil (que apoiam, designadamente, crianças, pessoas com deficiência e idosos), e na rede de equipamentos sociais, no âmbito do programa PARES e da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados.

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Outras Despesas As despesas de administração previstas para 2014 atingirão o montante de 304,8 milhões de euros, evidenciando um novo decréscimo relativamente à previsão de execução para 2013 de 2,3%, para o qual concorre nomeadamente a redução de cargos dirigentes, a racionalização de atividades e ganhos de eficiência na própria gestão dos serviços.
Em 2014 prevê-se ainda que a despesa com ações de formação profissional se situe em 1.574,6 milhões de euros, sendo que, da verba total, 85,5% refere-se à componente financiada pelo FSE (1.346,1 milhões de euros).

Saldo Orçamental Face ao volume de receita e despesa considerados no Orçamento da Segurança Social para 2014, o saldo orçamental deverá situar-se em:  259,8 milhões de euros na ótica da Contabilidade Pública (excluindo o saldo do ano anterior, os ativos e os passivos financeiros);  329,8 milhões de euros na ótica da Contabilidade Nacional.

III.2. Transferências Financeiras entre Portugal e a União Europeia As transferências financeiras entre Portugal e a União Europeia (UE) reflectem, do lado da despesa, a contribuição financeira de Portugal para o orçamento geral da UE e, do lado da receita, o recebimento das comparticipações da UE no co-financiamento de projetos apoiados por fundos europeus.
No quadro seguinte indicam-se os valores relativos aos fluxos financeiros entre Portugal e a UE registados em 2011 e 2012, a estimativa para 2013 e o orçamentado para 2014:

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Quadro III.2.1. Fluxos Financeiros entre Portugal e a União Europeia (milhões de euros)

Nota: (E) Estimativa; (P) Previsão.
(*) Valor alterado de acordo com a metodologia de apuramento sugerida pelo Tribunal de Contas (TC).
Fontes: DGO, IGCP DGAIEC, IFDR, IGFSE e IFAP.
Transferências de Portugal para a UE No que concerne a 2013, os montantes indicados baseiam-se numa estimativa tendo em conta não só a execução orçamental de janeiro a agosto de 2013, bem como, os valores respeitantes ao orçamento retificativo da União Europeia (OR6), prevendo-se que até ao final do ano não se verifiquem alterações significativas, quanto à cobrança dos recursos próprios tradicionais. Para 2014, os valores apresentados têm por base o projeto de orçamento da União Europeia e algumas estimativas próprias, designadamente, no que se refere à aplicação de um coeficiente de risco que aumenta ligeiramente o montante da Contribuição Financeira, mas que se justifica pelo facto de ser necessário prever os impactos orçamentais a nível nacional, de possíveis orçamentos retificativos propostos pela Comissão Europeia, tal como se tem verificado no ano de 2013. Relativamente aos valores previstos para os direitos aduaneiros e agrícolas, refletem a última estimativa elaborada pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) e pelo Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP).

Transferências da UE para Portugal Os valores para 2011 e 2012 são os reportados pelo IGCP, sendo que as estimativas para 2013 foram indicadas pelas entidades que gerem estes fundos.
De acordo com as Unidades de Gestão, e tendo em conta que se trata de estimativas de execução, poderão vir a ocorrer alguns acertos, nomeadamente no que se refere aos valores dos programas do QCA III-POAGRO e Pescas, que se estimam poder vir a ser encerrados até final de 2013. Prevê-se ainda que em 2014 venha a ocorrer as primeiras transferências do FEADER para o novo Quadro de Programação de 2014-2020.
2011 2012 2 0 1 3 ( E ) 2 0 1 4 ( P )
1 . T r a n s f e r ê n c i a s d e P o r t u g a l p a r a a U . E 1 . 7 5 0 , 5 1 . 7 3 5 , 9 1 . 7 4 2 , 0 1 . 6 8 0 , 4
D ir e it o s A d u a n e ir o s e A g r íc o la s 1 2 7 , 1 1 2 4 , 8 1 0 7 , 7 1 0 8 , 9
R e c u r s o s P r ó p r io s IV A 2 9 9 , 9 2 3 5 , 3 2 3 0 , 8 2 3 2 , 6
R e c u r s o s P r ó p r io s R N B 1 . 2 1 7 , 1 1 . 2 7 4 , 1 ( * ) 1 . 2 9 7 , 4 1 . 2 2 1 , 0
R e c u r s o s P r ó p r io s c o m b a s e n o R N B S u é c ia / H o la n d a
1 0 , 8 1 0 , 6 1 0 , 5 9 , 6
C o m p e n s a ç ã o a o R e in o U n id o 8 5 , 7 8 5 , 4 9 4 , 6 1 0 6 , 7
D iv e r s o s 1 7 , 4 2 3 , 9 1 , 0 1 , 5
R e s t it u iç õ e s e R e e m b o ls o s - 7 , 4 - 1 8 , 2 0 , 0 0 , 0
2 . T r a n s f e r ê n c i a s d a U . E p a r a P o r t u g a l 4 . 5 0 9 , 3 6 . 6 6 6 , 4 5 . 5 6 8 , 0 5 . 5 6 7 , 9
F E O G A - G a r a n t ia / F E A G A 7 6 8 , 3 7 6 7 , 6 7 6 0 , 9 8 0 5 , 0
F E D E R 1 . 8 0 5 , 0 3 . 1 3 1 , 0 1 . 8 9 3 , 7 1 . 9 8 8 , 0
F S E 1 . 1 5 0 , 7 1 . 2 1 5 , 6 1 . 3 9 6 , 1 1 . 0 7 8 , 9
F E O G A O r ie n t a ç ã o 3 5 , 5 0 , 0 5 3 , 6 0 , 0
F E A D E R 4 8 7 , 4 6 7 7 , 9 6 4 5 , 0 7 7 6 , 8
IF O P 0 , 0 0 , 0 5 , 6 0 , 0
F E P 1 9 , 2 2 8 , 2 3 4 , 3 4 2 , 7
F u n d o d e C o e s ã o 1 6 1 , 0 7 6 2 , 0 7 7 2 , 6 8 6 8 , 2
O u t r a s a ç õ e s 0 , 0 6 , 5 0 , 0 0 , 0
D iv e r s o s 8 2 , 2 7 7 , 7 6 , 2 8 , 3
S a l d o G l o b a l ( 2 - 1 ) 2 . 7 5 8 , 8 4 . 9 3 0 , 5 3 . 8 2 6 , 0 3 . 8 8 7 , 5

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No que concerne às restantes previsões para 2014 os valores foram indicados pelos organismos que gerem estes fundos, IGFSE, IFDR e IFAP.

III.3. Ativos e Passivos do Estado III.3.1. Dívida Direta do Estado A dívida direta do subsector Estado, apurada numa ótica de contabilidade pública, deverá fixar-se em 207,8 mil milhões de euros no final de 2013, o que representará um aumento de 13,3 mil milhões em relação ao verificado em 2012. Este acréscimo é justificado, em primeiro lugar, pelo défice orçamental, com um contributo de 8,9 mil milhões de euros, mas também pela aquisição líquida de ativos financeiros, que ascenderam a cerca de 5,8 mil milhões de euros, incluindo as necessidades cobertas no âmbito da iniciativa de reforço da estabilidade financeira. As receitas de privatização, no valor de aproximadamente 1,3 mil milhões de euros, contribuíram para limitar o aumento da dívida em 2013.
À semelhança do ocorrido nos dois últimos anos, a principal fonte de financiamento líquido da República em 2013 correspondeu aos empréstimos obtidos no âmbito do Programa de Ajustamento Económico, traduzindo-se num peso relativo estimado de 35,2% na composição do stock da dívida no final de 2013, um valor ligeiramente superior ao verificado em 2012 (32,4%).
Os instrumentos de curto prazo, também viram a sua importância aumentar no saldo da dívida, impulsionados pelos bilhetes do tesouro (BT) cuja proporção no stock deverá crescer de 9,1 para 9,7 por cento. A partir de meados de 2012 as condições de financiamento da República apresentaram uma melhoria significativa, permitindo o regresso a emissões de mercado de dívida de médio e longo prazo. Em 2013, as emissões de OT deverão fixar-se em 5,4 mil milhões de euros, um aumento de 1,9 mil milhões face ao ano anterior, o que aliado à diminuição das amortizações, contribuiu para a redução das emissões líquidas negativas de OT de 10,6 mil milhões de euros em 2012 para 0,7 mil milhões em 2013. Ainda assim, e à semelhança do observado nos últimos anos, as obrigações do Tesouro (OT) viram a sua representatividade no stock de dívida diminuir, estimando-se que, no final de 2013, este instrumento apresente um peso de 44,8%, o que compara com 48,1% em 2012. Em setembro de 2012 foram alteradas as condições de remuneração dos certificados de aforro (CA), tendo-se assistido, desde essa data, a uma aceleração no ritmo de subscrições e um abrandamento dos reembolsos. Assim estima-se que as subscrições líquidas de CA se fixem em mais de 200 milhões de euros em 2013, o que compara com uma subscrição líquida negativa de mais de 1,7 mil milhões em 2012. Contudo, o peso relativo do conjunto dos instrumentos a retalho, constituídos pelos CA e certificados do Tesouro (CT), deverá diminuir ligeiramente em 2013, passando de 5,7 para 5,5%, o que se justifica pelo aumento do peso de outros instrumentos na composição da dívida.
A proporção de dívida denominada em moedas não euro30 apresentará igualmente uma diminuição, ainda que marginal, representando apenas 0,76% do saldo em dívida no final de 2013, face a 0,84% em 2012. De notar que a estimativa do saldo de empréstimos obtidos ao abrigo do Programa de Ajustamento inclui cerca de 24,5 mil milhões de dívida denominada em DSE, mais 3,1 mil milhões do que no final do 30 Exclui os empréstimos do FMI no âmbito do Programa de Ajustamento e que se encontram denominados em SDR (cabaz composto por USD, EUR, GBP, e JPY).

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ano anterior, o que se traduz num incremento de 1 ponto percentual da sua importância no stock de dívida, para 12%.
Quadro III.3.1. Estrutura da dívida direta do Estado (ótica da contabilidade pública; milhões de euros)

Necessidades e Fontes de Financiamento do Estado em 2013 As necessidades líquidas de financiamento do Estado (ótica da contabilidade pública) em 2013 deverão ascender a 13,4 mil milhões de euros, o que representa uma redução de cerca de 4,6 mil milhões de euros face a 2012. Esta evolução não é justificada por via do défice orçamental, uma vez que este terá aumentado ligeiramente, mas pela redução das necessidades de recapitalização do sistema bancário privado e de cobertura de outras operações de aquisição líquidas de ativos financeiros, que no seu conjunto diminuíram 5,5 mil milhões face ao ano anterior. Em 2013, o montante do reforço de estabilidade financeira, destinou-se à recapitalização do Banif num valor 1,1 mil milhões de euros. Em relação à aquisição líquida de ativos financeiras estima-se que ascenda a 4,7 mil milhões de euros, incluindo, essencialmente, empréstimos a outras entidades incluídas no perímetro da Administração Pública, destacando-se um montante líquido de 2,4 mil milhões para Empresas Públicas Reclassificadas. Encontram-se ainda afetos a esta rúbrica 0,5 mil milhões para a Administração Regional da Madeira, 0,7 mil milhões de euros destinados à Administração Local e 0,8 mil milhões de euros referentes a capital do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE). A despesa líquida em aquisições de ativos financeiros é atenuada pelo reembolso de CoCos por parte do BPI (280 milhões de euros) e do Banif (150 milhões de euros).
As receitas das privatizações a aplicar na amortização de dívida foram estimadas em 1,3 mil milhões de euros, uma redução de 0,9 mil milhões face ao ano anterior.
Relativamente às amortizações de dívida fundada estima-se que ascendam a 27,6 mil milhões de euros no total de 2013. Este montante inclui 6,1 mil milhões de amortizações de OT, dos quais 5,8 mil milhões de euros correspondem à amortização da OT 5,45% set 2013 e o remanescente a amortizações parciais antecipadas das OT 4,375% jun 2014 (245 milhões de euros) e OT 3,6% out 2014 (30 milhões). Inclui ainda pequenas amortizações de MTN e de CEDIM, para além de uma estimativa de resgaste de CA/CT de 0,9 mil milhões, inferior em cerca 1,3 milhões de euros ao valor registado em 2012, reflexo das alterações de remuneração dos CA. As amortizações fundadas de BT deverão ascender a 14,9 mil milhões de euros, mais 2,5 mil milhões do que em 2012, e as de CEDIC a 4,4 mil milhões de euros.
I n s t r u m e n t o s M o n t a n t e % M o n t a n t e % O T - t a x a f i x a 9 3 . 6 2 6 4 8 , 1 9 3 . 0 1 7 4 4 , 8 C e r t i f i c a d o s d o T e s o u r o 1 . 4 1 6 0 , 7 1 . 4 6 6 0 , 7 C e r t i f i c a d o s d e A f o r r o 9 . 6 6 9 5 , 0 9 . 8 7 9 4 , 8 D í v i d a d e c u r t o p r a z o e m e u r o s 2 4 . 1 5 7 1 2 , 4 2 7 . 7 5 0 1 3 , 4 D a q u a l: B ilh e t e s d o T e s o u r o 1 7 . 7 7 7 9 , 1 2 0 . 1 1 8 9 , 7 O u t r a d í v i d a e m e u r o s ( 1 ) 945 0 , 5 1 . 0 5 0 0 , 5 D í v i d a e m m o e d a s n ã o e u r o ( 1 ) 1 . 6 3 9 0 , 8 1 . 5 7 9 0 , 8 P r o g r a m a d e A s s i s t ê n c i a E c o n ó m i c a e F i n a n c e i r a 6 3 . 0 1 3 3 2 , 4 7 3 . 0 4 4 3 5 , 2
T O T A L 1 9 4 . 4 6 6 1 0 0 , 0 2 0 7 . 7 8 5 1 0 0 , 0
( 1 ) In c l u i p r o m i s s ó r i a s d e p a r t i c i p a ç ã o n o c a p i t a l d e i n s t i t u i ç õ e s i n t e r n a c i o n a i s e e x c l u i d e r i v a d o s f i n a n c e i r o s .
F o n t e : M i n i s t é r i o d a s F i n a n ç a s .
2012 2013E

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Em 2013, espera-se que o total de financiamento fundado (perspetiva de ano civil) ascenda a 41,7 mil milhões de euros, com a totalidade das emissões a serem realizadas no próprio ano a que as necessidades orçamentais dizem respeito. De notar que, no final de 2013, o saldo de financiamento para exercícios seguintes deverá ascender a cerca de 10,4 mil milhões de euros.
Quadro III.3.2. Necessidades e fontes de financiamento do Estado em 2012 e 2013 (milhões de euros)

O financiamento líquido no ano de 2013 tem sido assegurado, essencialmente, pelos empréstimos obtidos no âmbito do Programa de Ajustamento (10 mil milhões de euros), e, ainda que numa menor magnitude, pela emissão líquida positiva de BT (2,3 mil milhões de euros) e de CEDIC (1,9 mil milhões de euros). Ao contrário do verificado nos últimos anos, estima-se uma emissão líquida positiva de CA e de CT (incluindo o lançamento do novo produto certificados do Tesouro Poupança Mais), num montante total de 260 milhões de euros. Para além do financiamento das necessidades líquidas do subsector Estado, também serão cobertas as emissões líquidas negativas de outros instrumentos de dívida, entre os quais se destacam as OT (0,7 mil milhões) e de outra dívida em euros (0,7 mil milhões). 2012 2 0 1 3 E
1 . N E C E S S I D A D E S L Í Q U I D A S D E F I N A N C I A M E N T O 1 8 . 0 3 4 1 3 . 4 1 0
D é f ic e O r ç a m e n t a l 8 . 8 9 6 8 . 9 2 3
A q u is iç ã o líq u id a d e a c t iv o s f in a n c e ir o s ( e x c e p t o p r iv a t iz a ç õ e s ) 6 . 8 4 6 4 . 7 2 7
R e f o r ç o d a e s t a b ilid a d e f in a n c e ir a 4 . 5 0 0 1 . 1 0 0
R e c e it a d e p r iv a t iz a ç õ e s ( - ) * 2 . 2 0 8 1 . 3 4 0
2 . A M O R T I Z A Ç Õ E S E A N U L A Ç Õ E S ( D í v i d a F u n d a d a ) 3 6 . 8 1 9 2 7 . 6 4 0
C e r t if ic a d o s d e A f o r r o + C e r t if ic a d o s d o T e s o u r o 2 . 2 2 9 922
D ív id a d e c u r t o p r a z o e m e u r o s 1 7 . 9 8 5 2 1 . 2 9 2
D ív id a d e m é d io e lo n g o p r a z o e m e u r o s 1 6 . 4 8 5 6 . 1 6 2
D ív id a e m m o e d a s n ã o e u r o 429 61
F lu x o s d e c a p it a l d e s w a p s ( líq . ) - 3 0 9 - 7 9 8
3 . N E C E S S I D A D E S B R U T A S D E F I N A N C I A M E N T O ( 1 . + 2 . ) 5 4 . 8 5 3 4 1 . 0 4 9
4 . F O N T E S D E F I N A N C I A M E N T O 6 4 . 6 0 6 5 1 . 4 5 6
S a ld o d e f in a n c ia m e n t o d e O r ç a m e n t o s a n t e r io r e s 7 . 6 7 4 9 . 7 5 5
E m is s õ e s d e d ív id a r e la t iv a s a o O r ç a m e n t o d o a n o 5 6 . 9 3 3 4 1 . 7 0 1
E m is s õ e s d e d ív id a n o P e r io d o C o m p le m e n t a r 0 0
5 . S A L D O D E F I N A N C I A M E N T O P A R A E X E R C Í C I O S S E G U I N T E S ( 4 . - 3 . ) 9 . 7 5 5 1 0 . 4 0 7
D e p ó s it o s c a t iv o s p a r a r e f o r ç o d a e s t a b ilid a d e f in a n c e ir a 3 . 5 0 0 6 . 4 0 0
S a ld o d is p o n ív e l d e f in a n c ia m e n t o p a r a e x e r c íc io s s e g u in t e s 6 . 2 5 5 4 . 0 0 7
p . m . 6 . D is c r e p â n c ia e s t a t ís t ic a 2 0
p . m . E M I S S Õ E S D E D Í V I D A N O A N O C I V I L ( D í v i d a F u n d a d a ) 5 6 . 9 3 3 4 1 . 7 0 1
R e la t iv a s a o O r ç a m e n t o d o a n o a n t e r io r ( P e r ío d o C o m p le m e n t a r ) 0 0
R e la t iv a s a o O r ç a m e n t o d o a n o 5 6 . 9 3 3 4 1 . 7 0 1
F o n t e : M in is t é r io d a s F in a n ç a s .
* A r e c e it a d e p r iv a t iz a ç ã o d o B P N ( E U R 4 0 m ilh õ e s ) f o i r e c e b id a e m 2 0 1 2 , m a s s ó f o i a p lic a d a e m a m o r t iz a ç ã o d e d ív id a e m 2 0 1 3 .

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Quadro III.3.3. Composição do financiamento em 2013 (estimativa da dívida fundada ao valor de encaixe – ano civil; milhões de euros)

Necessidades e Fontes de Financiamento do Estado em 2014 Em 2014, as necessidades líquidas de financiamento deverão fixar-se em cerca de 11,8 mil milhões de euros, uma diminuição de 1,6 mil milhões de euros face ao ano anterior, justificada pela redução do défice orçamental, da aquisição líquida de ativos financeiros e do reforço da estabilidade financeira.
Em termos de amortizações de dívida fundada estima-se um valor em torno de 40,7 mil milhões de euros, o que representará um aumento de 13,1 mil milhões comparativamente a 2013. Este valor é explicado essencialmente pelas amortizações de duas OT (OT 4.375% jun 2014 e OT 3,6% out 2014) no montante previsto de 13,5 mil milhões de euros, e de BT, no valor de 18,9 mil milhões de euros. Estima-se assim que as necessidades brutas de financiamento ascendam a 52,5 mil milhões de euros em 2014. E m i s s ã o A m o r t i z a ç ã o L í q u i d o
D Í V I D A E U R O 3 8 . 2 7 1 2 8 . 3 7 7 9 . 8 9 4 C A - C e r t if ic a d o s d e A f o r r o 1 . 0 8 2 873 210 C T - C e r t if ic a d o s d o T e s o u r o 100 50 50 C E D IC - C e r t if ic a d o s E s p e c ia is d e D ív id a P ú b lic a C P 6 . 3 4 8 4 . 4 0 5 1 . 9 4 3 C E D IM - C e r t if ic a d o s E s p e c ia is d e D ív id a P ú b lic a M L P 159 42 117 B T - B ilh e t e s d o T e s o u r o 1 7 . 2 5 4 1 4 . 9 1 3 2 . 3 4 1 O T - t a x a f ix a 5 . 4 4 4 6 . 1 0 9 - 6 6 5 F E E F 6 . 6 0 0 0 6 . 6 0 0 M E E F 0 0 0 O u t r a d ív id a d e c u r t o p r a z o 1 . 2 8 3 1 . 9 7 4 - 6 9 1 O u t r a d ív id a d e m é d io e lo n g o p r a z o 0 11 - 1 1
D Í V I D A N Ã O E U R O 3 . 4 3 0 61 3 . 3 7 0 F M I 3 . 4 3 0 0 3 . 4 3 0 O u t r a d ív id a 0 61 - 6 1
F L U X O S D E C A P I T A L D E S W A P S ( L Í Q . ) - 7 9 8 798
T O T A L 4 1 . 7 0 1 2 7 . 6 4 0 1 4 . 0 6 1
F o n t e : M in is t é r io d a s F in a n ç a s .

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Quadro III.3.4. Necessidades e fontes de financiamento do Estado em 2014 (milhões de euros)

Em 2014, à semelhança do ocorrido nos últimos três anos, e apesar do Programa de Ajustamento terminar em junho desse ano, a principal fonte de financiamento líquido continuará a estar concentrada nos empréstimos obtidos do FMI e da UE, cujo montante deverá ascender a 7,9 mil milhões.
Em relação aos instrumentos de mercado, antecipa-se um aumento significativo das emissões de OT (cerca de 10,5 mil milhões de euros), que cobrirão grande parte das amortizações a ocorrer em junho e outubro, e uma manutenção do saldo de BT em torno do valor previsto para o final de 2013 (cerca de 20 mil milhões de euros).
Adicionalmente prevê-se que os instrumentos de retalho conquistem um maior peso no financiamento total, mantendo-se a tendência de aumento das subscrições e diminuição dos resgaste iniciada no final de 2012. Assim, estes produtos deverão contribuir positivamente para a cobertura das necessidades brutas de financiamento, antevendo-se um valor de emissões líquidas em torno de 2,5 mil milhões de euros, o que corresponde a um incremento de 2,2 mil milhões de euros face a 2013. 2 0 1 4 P
1 . N E C E S S I D A D E S L Í Q U I D A S D E F I N A N C I A M E N T O 1 1 . 7 6 8
D é f ic e O r ç a m e n t a l 7 . 3 8 5
A q u is iç ã o líq u id a d e a c t iv o s f in a n c e ir o s ( e x c e p t o p r iv a t iz a ç õ e s ) 4 . 4 7 3
R e f o r ç o d a e s t a b ilid a d e f in a n c e ir a 0
R e c e it a d e p r iv a t iz a ç õ e s ( - ) 90
2 . A M O R T I Z A Ç Õ E S E A N U L A Ç Õ E S ( D í v i d a F u n d a d a ) 4 0 . 7 3 4
C e r t if ic a d o s d e A f o r r o + C e r t if ic a d o s d o T e s o u r o 360
D ív id a d e c u r t o p r a z o e m e u r o s 2 6 . 5 3 9
D ív id a d e m é d io e lo n g o p r a z o e m e u r o s 1 3 . 5 4 8
D ív id a e m m o e d a s n ã o e u r o 306
F lu x o s d e c a p it a l d e s w a p s ( líq . ) - 1 9
3 . N E C E S S I D A D E S B R U T A S D E F I N A N C I A M E N T O ( 1 . + 2 . ) 5 2 . 5 0 2
4 . F O N T E S D E F I N A N C I A M E N T O 5 8 . 9 0 2
S a ld o d e f in a n c ia m e n t o d e O r ç a m e n t o s a n t e r io r e s 1 0 . 4 0 7
E m is s õ e s d e d ív id a r e la t iv a s a o O r ç a m e n t o d o a n o 4 7 . 7 0 3
E m is s õ e s d e d ív id a n o P e r io d o C o m p le m e n t a r 792
5 . S A L D O D E F I N A N C I A M E N T O P A R A E X E R C Í C I O S S E G U I N T E S ( 4 . - 3 . ) 6 . 4 0 0
D e p ó s it o s c a t iv o s p a r a r e f o r ç o d a e s t a b ilid a d e f in a n c e ir a 6 . 4 0 0
S a ld o d is p o n ív e l d e f in a n c ia m e n t o p a r a e x e r c íc io s s e g u in t e s 0
p . m . E M I S S Õ E S D E D Í V I D A N O A N O C I V I L ( D í v i d a F u n d a d a ) 4 7 . 7 0 3
R e la t iv a s a o O r ç a m e n t o d o a n o a n t e r io r ( P e r ío d o C o m p le m e n t a r ) 0
R e la t iv a s a o O r ç a m e n t o d o a n o 4 7 . 7 0 3
F o n t e : M in is t é r io d a s F in a n ç a s .

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Quadro III.3.5. Composição do financiamento em 2014 (previsão da dívida fundada ao valor de encaixe – ano civil; milhões de euros)

III.3.2. Tesouraria do Estado Unidade de Tesouraria do Estado A atividade da tesouraria do Estado é um importante instrumento de suporte à gestão dos fundos públicos e à otimização da gestão da liquidez. O progressivo aumento da eficiência nesta atividade permitirá uma redução de custos por parte do Estado tendo em conta o diferente perfil de execução das despesas e receitas orçamentais. A Unidade de Tesouraria do Estado assume, desta forma, um papel muito relevante na otimização da gestão dos recursos financeiros disponíveis.
Os objetivos centrais da Unidade de Tesouraria do Estado são os seguintes:  Minimização do prazo de imobilização dos recebimentos;  Maior eficiência e eficácia na execução dos pagamentos, nomeadamente na redução de custos financeiros associados à realização dos mesmos;  Maior articulação entre recebimentos e pagamentos, com a finalidade de obtenção de ganhos financeiros e/ou redução de custos de financiamento;  Racionalizar a gestão global dos fundos públicos, minimizando a necessidade de recurso à emissão de dívida pela maximização da utilização dos recursos disponíveis em cada momento.

Recebimentos A melhoria contínua da Rede de Cobranças do Estado (RCE) tem permitido minimizar o tempo de centralização de fundos na Tesouraria do Estado, bem como os custos operacionais de cobrança, acompanhamento e controlo da mesma. Neste sentido, em 2014 prevê-se continuar o processo de alargamento da RCE a novas entidades públicas administradoras de receitas, a acrescerem à Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), à Entidade Reguladora da Saúde (ERS), à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), à Agência Portuguesa do Ambiente (APA), ao Instituto de Seguros de Portugal (ISP), ao Instituto de Gestão Financeira e Infraestruturas da Justiça (IGFIJ), à Direção-Geral de Proteção Social aos FunE m i s s ã o A m o r t i z a ç ã o L í q u i d o
D Í V I D A E U R O 4 4 . 9 8 1 4 0 . 4 4 7 4 . 5 3 4 C A - C e r t if ic a d o s d e A f o r r o 1 . 3 6 0 300 1 . 0 6 0 C T - C e r t if ic a d o s d o T e s o u r o 1 . 5 0 0 60 1 . 4 4 0 C E D IC - C e r t if ic a d o s E s p e c ia is d e D ív id a Q ú b lic a C Q 6 . 3 4 8 6 . 3 4 8 0 C E D IM - C e r t if ic a d o s E s p e c ia is d e D ív id a P ú b lic a M L P 0 12 - 1 2 B T - B ilh e t e s d o T e s o u r o 1 8 . 8 9 6 1 8 . 9 0 8 - 1 1 O T - t a x a f ix a 1 0 . 5 0 0 1 3 . 5 3 5 - 3 . 0 3 5 F E E F 1 . 2 5 5 0 1 . 2 5 5 M E E F 3 . 9 0 0 0 3 . 9 0 0 O u t r a d ív id a d e c u r t o p r a z o 0 1 . 2 8 3 - 1 . 2 8 3 O u t r a d ív id a d e m é d io e lo n g o p r a z o 1 . 2 2 2 1 1 . 2 2 1
D Í V I D A N Ã O E U R O 2 . 7 2 2 306 2 . 4 1 6 F M I 2 . 7 2 2 0 2 . 7 2 2 O u t r a d ív id a 0 306 - 3 0 6
F L U X O S D E C A P I T A L D E S W A P S ( L Í Q . ) - 1 9 19
T O T A L 4 7 . 7 0 3 4 0 . 7 3 4 6 . 9 7 0
F o n t e : M in is t é r io d a s F in a n ç a s .

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cionários e Agentes da Administração Pública (ADSE), à Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), à Caixa Geral de Aposentações (CGA) e à Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), como utilizadores do documento único de cobrança (DUC) para a arrecadação dos valores das receitas que lhes estão afetas Dos serviços bancários prestados pelo IGCP, através do seu Homebanking, realça-se a possibilidade que os organismos públicos dispõem de arrecadação dos valores das receitas diretamente nas suas contas no IGCP, através das Caixas Automáticas Multibanco da SIBS, mediante a utilização de uma referência de pagamento específica. Ao nível dos serviços bancários, refira-se, ainda, a progressiva disponibilização de Terminais de Pagamento Automático (TPA), móveis, fixos e virtuais, iniciada em 2008, que tem permitido incrementar a centralização de fundos na tesouraria do Estado, ao possibilitar aos organismos públicos receber as respetivas receitas em contas no IGCP.

Pagamentos A vertente devedora do Sistema de Débitos Diretos veio viabilizar a execução de movimentos automáticos a débito nas contas dos organismos públicos, para execução dos respetivos pagamentos designadamente à EDP – Energias de Portugal, S.A., PT Comunicações, S.A., GALP Energia SGPS S.A. e EPAL – Empresa Portuguesa das Águas Livres, S.A., simplificando e automatizando os procedimentos e reduzindo os custos inerentes aos meios de pagamento em uso. Acompanhando a evolução dos sistemas de compensação europeus, objetivando a uniformização dos instrumentos de pagamento em toda a área do euro, a partir de 1 de fevereiro de 2014 o IGCP passará a efetuar todos os pagamentos através de transferências e débitos diretos em euros, de acordo com os requisitos técnicos SEPA (Single Euro Payments Area), definidos no Regulamento (UE) nº 260/2012, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 14 de março. Deste modo, a partir dessa data, a Administração Pública portuguesa passará a poder receber e ordenar pagamentos em euros para os países do Espaço SEPA (constituído pelos países membros da União Europeia e pela Islândia, Liechtenstein, Mónaco, Noruega e Suíça), por transferência ou débito direto, através da sua conta bancária domiciliada no IGCP, com a mesma facilidade e comodidade com que hoje faz para o espaço nacional.
Ainda no âmbito dos pagamentos internacionais, é de salientar, a utilização da plataforma do TARGET2 (Trans-European Automated Real-time Gross settlement Express Transfer system) e da SWIFT (Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication), permitindo um aumento da eficiência na execução das ordens de pagamento externas, tornando-as mais céleres e seguras, melhorando assim a qualidade do serviço prestado.
Ainda ao nível dos meios de pagamento, o IGCP continua a dinamizar o uso das transferências bancárias (meios de pagamento eletrónicos) em detrimento da utilização do cheque, ajustando-se às melhores práticas do sector bancário a nível europeu. Pretende-se assim eliminar os riscos associados à utilização dos meios de pagamento em suporte físico, não compatíveis com a segurança, rapidez e transparência que se pretende impor nos pagamentos efetuados pela Administração Pública.

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Gestão da Liquidez As melhorias desencadeadas nos domínios dos pagamentos e recebimentos permitem, no seu todo, um acompanhamento mais fiável da execução orçamental, o qual tem reflexos imediatos numa maior fiabilidade das previsões de Tesouraria e numa maior racionalidade das disponibilidades de gestão da tesouraria do Estado.
A concentração da gestão da tesouraria e da dívida pública numa só entidade permite um maior nível de especialização técnica, a redução de assimetrias de informação, o reforço da capacidade negocial perante o sistema financeiro, a otimização dos saldos da dívida, a melhoria de controlo dos riscos de crédito e liquidez, a minimização dos riscos operacionais e a otimização dos modelos previsionais de gestão das necessidades financeiras do Estado.

Contas do Tesouro O total das disponibilidades, em moeda e depósitos, na conta da Tesouraria Central do Estado, no Banco de Portugal e dos fundos aplicados nas instituições de crédito, é representado no seguinte quadro: Quadro III.3.6. Situação da tesouraria – saldos pontuais (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.

Centralização de Fundos O quadro abaixo ilustra a evolução da atividade que tem vindo a ser desenvolvida pela Tesouraria do Estado, tendo como referência os Serviços e Fundos Autónomos (SFA) e as entidades do Sector Empresarial do Estado (SEE). D e z / 1 1 D e z / 1 2 A g o - 1 3 ( P )
C o n t a s n o B d P 4 7 4 3 5 2 2 3 1 3 2 5 3
A p li. F in a n c e ir a s n a s IC 7 5 6 7 9 7 4 7 5 9 1 0
C o n t a s e m D iv is a s 21 9 17
C o n t a s C o f r e s C o n s u la r e s 4 0 0
C o n t a s R e c e b . IG C P - D U C 70 52 109
O u t r a s C o n t a s B a n c á r ia s 4 7 4
C o n t a s C a ix a s n a s IC
- A lf â n d e g a s 88 18 5
- S e r v iç o s L o c a is F in a n ç a s 104 58 62
C o n t a s C a ix a s d o T e s o u r o
- A lf â n d e g a s 265 324 326
- S e r v iç o s L o c a is F in a n ç a s 31 56 66
C o n t a s C a ix a s T e s o u r o
- C T T 25 25 31
- S IB S 17 11 96
- IR N 2 4 1
D e p ó s it o s E x t e r n o s n a s IC 6 9 4
C h e q u e s a C o b r a r 1 3 0
T O T A L 1 2 9 4 8 1 5 5 4 6 1 9 8 8 2

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Quadro III.3.7. Centralização de fundos de terceiros (milhões de euros)

(P) Provisório.
Fonte: Ministério das Finanças.
O acréscimo dos excedentes de tesouraria dessas entidades no IGCP, que se fez sentir a partir de 2012, reflete o alargamento do cumprimento de unidade de tesouraria do Estado às empresas públicas não financeiras – por força da Lei do Orçamento do Estado para 2012 – e à Região Autónoma da Madeira (RAM) – na sequência do PAEF-RAM estabelecido entre o Estado Português e o Governo Regional.
Esta constatação permite prever que no final de 2013, os valores centralizados na tesouraria sejam superiores, aos registados em 2010 e 2011, em mil e dois mil milhões de euros, respetivamente.

D e p ó s i t o s à O r d e m
Ap l i c a ç õ e s F i n a n c e i r a s ( CE D I C+ CE D I M )
T O T AL
( 1 ) ( 2 ) ( 3 ) = ( 1 ) + ( 2 )
D e z / 1 0 2 5 4 5 4 8 8 7 7 4 3 2
D e z / 1 1 3 1 1 7 4 0 7 4 7 1 9 1
D e z / 1 2 4 4 2 3 4 5 5 9 8 9 8 3
A g o - 1 3 ( P ) 4 1 6 2 6 1 6 1 1 0 3 2 3

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IV. POLÍTICAS SECTORIAIS PARA 2014 E RECURSOS FINANCEIROS IV.1. Introdução IV.2. Programas Orçamentais No orçamento de 2014 a despesa efetiva ascende a 75.98731 milhões de euros, correspondendo a um decréscimo de 3,6% face à estimativa de execução do orçamento de 2013, em resultado das medidas estabelecidas no âmbito do Programa de Assistência Económica e Financeira e também resultado das avaliações do mesmo programa.
A estratégia de consolidação orçamental traduz a necessidade de ajustamento da despesa, refletindo-se mais significativamente em 2014, em atividades.
Quadro IV.2.1. Despesa – por programas orçamentais (milhões de euros)

(a) Valor não consolidado e líquido de ativos e passivos Fonte: Ministério das Finanças

IV.2.1. Atividade Em atividades encontra-se representada 94,7% da despesa efetiva do orçamento, no valor de 71.966 milhões de euros. Salientam-se as áreas: Administração Pública, Integração e Proteção Social, Educação e Finanças Públicas (inclui encargos com a gestão da divida pública). 31 Valor não consolidado FC FN T o t a l FC FN T o t a l
A t i v i d a d e s 1 . 3 4 1 7 4 . 0 9 0 7 5 . 4 3 1 1 . 4 3 8 7 0 . 5 2 8 7 1 . 9 6 6 - 4 , 6 9 4 , 7
P r o j e t o s 1 . 1 1 0 2 . 3 2 1 3 . 4 3 1 1 . 0 3 6 2 . 9 8 4 4 . 0 2 1 1 7 , 2 5 , 3
D e s p e s a E f e t i v a ( a ) 2 . 4 5 2 7 6 . 4 1 0 7 8 . 8 6 2 2 . 4 7 5 7 3 . 5 1 2 7 5 . 9 8 7 - 3 , 6 1 0 0 , 0
P r o g r a m a s P 0 0 1 - P 0 1 5 2 0 1 3 E s t i m a t i v a O r ç a m e n t o d e 2 0 1 4 E s t r u t u r aV a r i a ç ã o

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Quadro IV.2.2. Despesa – por atividades (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças Notas: (a) Para detalhes da nomenclatura ver Circular Série A nº. 1374, de 9 de agosto de 2013, da Direção Geral do Orçamento.; (b) Valor não consolidado e líquido de ativos e passivos;(c) Inclui encargos com gestão da dívida pública.

IV.2.2. Projetos Quadro IV.2.3. Projetos – Por tipo de despesa e fonte de financiamento (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças O orçamento para 2014 prevê para a componente de projetos um total de 4.316 milhões de euros, sendo que as EPR representam 57% deste montante.
As despesas de capital totalizam 81%, destacando-se o agrupamento 07 – “Aquisição de bens de capital” com maior expressão (49%), seguindo-se os agrupamentos de transferências 04/08– “Correntes e de capital”, correspondendo a 24,8% da despesa total. A d m in is t r a ç ã o P ú b lic a 2 2 . 4 3 6
A g r ic u lt u r a e P e s c a s 401
A m b ie n t e , R e c u r s o s N a t u r a is e G e s t ã o d o T e r r it ó r io 2 . 5 9 1
C id a d a n ia , F a m ília e C o m u n id a d e 17
C iê n c ia & T e c n o lo g ia 347
C o m é r c io e S e r v iç o s 342
D e f e s a N a c io n a l 646
D e s p o r t o 35
D ip lo m a c ia e R e la ç õ e s In t e r n a c io n a is 2 . 0 9 0
E d u c a ç ã o 7 . 8 0 3
E n e r g ia 21
F in a n ç a s P ú b lic a s c ) 7 . 8 9 0
G e s t ã o d e E m e r g ê n c ia s e C r is e s 207
In d ú s t r ia 52
In f r a e s t r u t u r a s e E q u ip a m e n t o s 824
In t e g r a ç ã o e P r o t e ç ã o S o c ia l 1 3 . 6 8 2
J u s t iç a 550
M e r c a d o d e T r a b a lh o 944
Ó r g ã o s d e S o b e r a n ia 1 . 1 8 6
O u t r a s A t iv id a d e s E c o n ó m ic a s 165
P a t r im ó n io C u lt u r a l 141
P r o t e ç ã o d o C o n s u m id o r 39
S a ú d e 7 . 2 5 6
S e g u r a n ç a / A d m in is t r a ç ã o In t e r n a 1 . 4 9 7
S o c ie d a d e d a In f o r m a ç ã o e C o m u n ic a ç ã o 297
T r a n s p o r t e s 506
( a ) D e s p e s a E f e t i v a 7 1 . 9 6 6
Á r e a s d e A t i v i d a d e s
O r ç a m e n t o d e 2 0 1 4
M€
P o r M e m ó r i a E P R
D e s p e s a C o r r e n t e 759 704 967 1 . 1 9 6 827 146
D e s p e s a d e C a p i t a l 1 . 4 3 8 1 . 2 7 8 2 . 7 5 9 3 . 2 7 1 3 . 4 8 9 2 . 3 2 4
D e s p e s a T o t a l e x c l u i n d o t r a n s f . d o O E p / S F A' s 2 . 1 9 7 1 . 9 8 2 3 . 7 2 6 4 . 4 6 7 4 . 3 1 6 2 . 4 7 0
F i n a n c i a m e n t o N a c i o n a l 1 . 2 0 4 969 2 . 1 9 9 3 . 0 5 0 2 . 9 8 2 2 . 2 2 5
F i n a n c i a m e n t o C o m u n i t á r i o 993 1 . 0 1 3 1 . 5 2 8 1 . 4 1 7 1 . 3 3 3 245
D e s p e s a T o t a l e x c l u i n d o t r a n s f . d o O E p / S F A' s 2 . 1 9 7 1 . 9 8 2 3 . 7 2 6 4 . 4 6 7 4 . 3 1 6 2 . 4 7 0
O r ç a m e n t o d e 2 0 1 4
2010 2011 2012
2013 E s t i m a t i v a

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Quadro IV.2.4. Projetos – por ministérios (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças A despesa por ministérios em projetos concentra-se nos ministérios da Economia, Agricultura e do Mar e Educação e Ciência, que absorvem 89% do total desta dotação. Os SFA, incluindo as EPR, são os principais responsáveis pela execução da componente de projetos (95% das dotações). Quadro IV.2.5. Projetos por Programa e Fontes de Financiamento (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças Em 2014, a despesa englobada em projetos é financiada em 30,9% por recursos europeus. O financiamento nacional encontra-se repartido entre receitas gerais com origem no Cap. 50 – Projetos (21%), receitas próprias e empréstimos, contraídos, essencialmente, pelas EPR.
M€
E s t r u t u r a %
S F A
M€
E s t r u t u r a
% E P R M€
E s t r u t u r a %
M €
E s t r u t u r a %
1 0 , 1 1 0 , 0
35 1 6 , 4 56 3 , 5 91 2 , 1
2 0 , 8 10 0 , 6 12 0 , 3
1 0 , 4 1 0 , 0
6 2 , 7 0 0 , 0 6 0 , 1
66 3 1 , 1 3 0 , 2 69 1 , 6
18 8 , 5 61 3 , 8 79 1 , 8
32 1 5 , 0 341 2 0 , 9 2 . 1 6 4 8 7 , 6 2 . 5 3 6 5 8 , 8
10 4 , 8 84 5 , 1 107 4 , 3 201 4 , 6
18 8 , 6 640 3 9 , 2 658 1 5 , 3
14 0 , 9 14 0 , 3
1 2 - E d u c a ç ã o e C i ê n c i a 21 1 0 , 0 409 2 5 , 0 199 8 , 1 629 1 4 , 6
3 1 , 6 14 0 , 8 0 0 , 0 18 0 , 4
213 1 0 0 , 0 1 . 6 3 3 1 0 0 , 0 2 . 4 7 0 1 0 0 , 0 4 . 3 1 6 1 0 0 , 0
213 1 0 0 , 0 1 . 3 1 6 8 0 , 6 2 . 0 1 1 8 1 , 4 3 . 5 4 0 8 2 , 0
SI S F A E P R
317 0
0 459
0 1 - E n c a r g o s G e r a i s d o E s t a d o
M i n i s t é r i o s
O r ç a m e nt o de 2 0 1 4
SI S F A i n c l u i n d o E P R T o t a l
D e s p e s a T o t a l e x c l u i n d o t r a n s f . d o O E p / S F A ' s 0 2 - P r e s i d ê n c i a d o C o n s e l h o d e M i n i s t r o s 0 3 - F i n a n ç a s
0 4 - N e g ó c i o s E s t r a n g e i r o s
0 5 - D e f e s a N a c i o n a l
0 6 - A d m i n i s t r a ç ã o In t e r n a
0 7 - J u s t i ç a
0 8 - E c o n o m i a
0 9 - A m b i e n t e , d o O r d e n a m e n t o d o T e r r i t ó r i o e d a E n e r g i a 1 0 - A g r i c u l t u r a e d o M a r
1 1 - S a ú d e
1 3 - S o l i d a r i e d a d e , E m p r e g o e S e g u r a n ç a S o c i a l
D e s p e s a E f e c t i v a e x c l u i n d o t r a n s f . d o O E p / S F A ' s P o r M e m ó r i a
A t i v o s F i n a n c e i r o s
P a s s i v o s F i n a n c e i r o s
T o t a l C a p . 5 0
O r g ã o s d e S o b e r a n i a 1 1 1 0 , 0
G o v e r n a ç ã o e C u l t u r a 46 3 9 45 91 4 9 , 8
F i n a n ç a s e A d m i n i s t r a ç ã o P ú b l i c a 6 5 6 12 4 9 , 5
R e p r e s e n t a ç ã o E x t e r n a 1 1 1 0 , 0
D e f e s a 6 6 6 0 , 0
S e g u r a n ç a In t e r n a 60 6 0 9 69 1 3 , 0
J u s t i ç a 65 7 14 79 1 7 , 8
E c o n o m i a 2 . 1 8 1 5 8 356 2 . 5 3 6 1 4 , 0
A m b i e n t e , O r d e n a m e n t o d o T e r r i t ó r i o e E n e r g i a 70 1 3 131 201 6 5 , 2
A g r i c u l t u r a e M a r 129 1 2 4 529 658 8 0 , 4
S a ú d e 10 1 0 4 14 2 8 , 6
E n s i n o B á s i c o e S e c u n d á r i o e A d m i n i s t r a ç ã o E s c o l a r 91 2 1 111 202 5 5 , 0
C i ê n c i a e E n s i n o S u p e r i o r 299 2 9 1 128 428 3 0 , 0
S o l i d a r i e d a d e d o E m p r e g o e S e g u r a n ç a S o c i a l 18 3 0 18 0 , 0
D e s p e s a T o t a l e x c l u i n d o t r a n s f . d o O E p / S F A ' s 2 . 9 8 2 640 1 . 3 3 3 4 . 3 1 6 3 0 , 9
D e s i g n a ç ã o O r ç a m e nt o de 2 0 1 4
F i n a n c i a m e n t o N a c i o n a l F i n a n c i a m . C o m u n i t á r i o
T o t a l
T a x a d e C o m p a r t i c i
p a ç ã o %

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Cerca de 94% do financiamento com recurso a fundos europeus tem como principais executores os programas orçamentais da Economia, Agricultura e do Mar, Ambiente Ordenamento do Território e Energia e Ciência e Ensino Superior e o Programa do Ensino Básico e Secundário e Administração Escolar.
Quadro IV.2.6. Projetos novos e em curso (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças Nesta proposta de orçamento estão inscritos 697 projetos, dos quais 76% são projetos em curso e os restantes respeitam a projetos novos. N o v o s E m C u r s o T o t a l N o v o s E m C u r s o T o t a l
O r g ã o s d e S o b e r a n i a 4 4 1 1
G o v e r n a ç ã o e C u l t u r a 27 128 155 8 84 91
F i n a n ç a s e A d m i n i s t r a ç ã o P ú b l i c a 5 13 18 0 12 12
R e p r e s e n t a ç ã o E x t e r n a 2 2 1 1
D e f e s a 4 16 20 1 5 6
S e g u r a n ç a In t e r n a 4 8 12 10 60 69
J u s t i ç a 5 36 41 6 74 79
E c o n o m i a 15 60 75 15 2 . 5 2 1 2 . 5 3 6
A m b i e n t e , d o O r d e n a m e n t o d o T e r r i t ó r i o e E n e r g i a 27 91 118 47 153 201
A g r i c u l t u r a e M a r 17 44 61 629 29 658
S a ú d e 15 23 38 5 9 14
E n s i n o B á s i c o e S e c u n d á r i o e A d m i n i s t r a ç ã o E s c o l a r 2 28 30 1 201 202
C i ê n c i a e E n s i n o S u p e r i o r 22 58 80 24 404
S o l i d a r i e d a d e d o E m p r e g o e S e g u r a n ç a S o c i a l 24 19 43 3 15 18
D e s p e s a T o t a l e x c l u i n d o t r a n s f . d o O E p / S F A ' s 167 530 697 748 3 . 5 6 7 4 . 3 1 6
P r o g r a m a
O r ç a m e n t o d e 2 0 1 4
P r o j e t o s ( n º) P r o j e t o s ( M € )

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141 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013

Quadro IV.2.7. Projetos por agrupamento económico (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças De entre as despesas de capital, como já referido, as aquisições de bens de capital têm um peso significativo, para o que contribuem os investimentos realizados pelas Estradas de Portugal (69%) seguidas das transferências de capital, representando em conjunto 62% da despesa em projetos. Nas transferências de capital destacam-se as transferências enquadradas em “Outras”, para o que contribuem a Fundação para a Ciência e Tecnologia, com 72%, e o IFAP com 24%. Maioritariamente, estas transferências destinam-se a Instituições Sem Fins Lucrativos, no âmbito de investimentos levados a cabo por ambas as entidades .

Projetos Regionalizados No que respeita à regionalização destacam-se os investimentos em projetos da região Norte que totalizam 15,7% do total (535 milhões de euros pertencem ao Metro do Porto). O programa orçamental que mais contribui para a região Norte é o P009 – Economia, representando 86% daquela região. M €
E s t r u t u r a
%
P o r M e m ó r i a E P R
D e s p e s a C o r r e n t e 827 1 9 , 2 146 D e s p e s a s c o m p e s s o a l 26 0 , 6 0 A q u is iç ã o d e B e n s e s e r v iç o s 223 5 , 2 69 E n c a r g o s C o r r e n t e s d a D ív id a 74 1 , 7 70 T r a n s f e r ê n c ia s C o r r e n t e s 497 1 1 , 5 E m p r e s a s P ú b lic a s 2 0 , 0 E m p r e s a s P r iv a d a s 97 2 , 3 A d m in is t r a ç ã o C e n t r a l 18 0 , 4 A d m in is t r a ç ã o R e g io n a l 0 0 , 0 A d m in is t r a ç ã o L o c a l 3 0 , 1 F a m ília s 286 6 , 6 O u t r a s 91 2 , 1
S u b s íd io s 0 0 , 0 O u t r a s D e s p e s a s C o r r e n t e s 6 0 , 1 6
D e s p e s a d e C a p i t a l 2 . 7 1 3 6 2 , 9 1 . 8 6 5 A q u is iç ã o d e B e n s d e C a p it a l 2 . 1 1 7 4 9 , 0 1 . 8 6 4 T r a n s f e r ê n c ia s d e C a p it a l 575 1 3 , 3 0 E m p r e s a s P ú b lic a s 24 0 , 6 E m p r e s a s P r iv a d a s 129 3 , 0 A d m in is t r a ç ã o C e n t r a l 106 2 , 5 A d m in is t r a ç ã o R e g io n a l 0 0 , 0 A d m in is t r a ç ã o L o c a l 27 0 , 6 F a m ília s 113 2 , 6 O u t r a s 176 4 , 1 0 O u t r a s D e s p e s a s d e C a p it a l 22 0 , 5 0
D e s p e s a T o t a l E f e t i v a e x c l u i n d o t r a n s f . d o O E p / S F A ' s 3 . 5 4 0 8 2 , 0 2 . 0 1 1
A t iv o s 317 7 , 3
P a s s iv o s 459 1 0 , 6 459
D e s p e s a T o t a l e x c l u i n d o t r a n s f . d o O E p / S F A ' s 4 . 3 1 6 1 0 0 , 0 2 . 4 7 0
A g r u p a m e n t o E c o n ó m i c o
O r ç a m e n t o d e 2 0 1 4

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Quadro IV.2.8. Projetos – Regionalização – Ótica NUTS I e II (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças Salienta-se o peso crescente das categorias Várias NUTS I e II, representando em conjunto 76% da despesa em projetos, em resultado da ausência de regionalização dos projetos associados às EPR e da classificação de projetos ao nível de Nuts I e II. IV.2.3. Quadro Plurianual de Programação Orçamental O Quadro Plurianual de Programação Orçamental estabelece os limites de despesa financiada por receitas gerais para o conjunto da Administração Central e para cada um dos seus Programas Orçamentais.
Está previsto na Lei de Enquadramento Orçamental e é considerado uma prioridade no âmbito da respetiva Estratégia de Implementação.
O limite de despesa para a Administração Central é consistente com as perspetivas de médio prazo para as finanças Públicas e o saldo da Conta das Administrações Públicas em Contabilidade Nacional. O valor global da despesa financiada por receitas gerais considera a distribuição pelo conjunto dos Programas Orçamentais, incluindo a despesa com encargos da dívida pública (P004). O Programa Solidariedade, Emprego e Segurança Social (P015) com 20,5%, os encargos da dívida pública (P004) com 15,9% e o Programa Saúde (P012) com 16,7% representam os programas mais expressivos na estrutura de despesa para 2014. M€
E s t r u t u r a %
C o n t i n e n t e 3 . 9 0 3 9 0 , 4 N o r t e 677 1 5 , 7 C e n t r o 92 2 , 1 L is b o a e V a le d o T e jo 154 3 , 6 A le n t e jo 23 0 , 5 A lg a r v e 64 1 , 5 V á r ia s N u t s II d o C o n t in e n t e 2 . 8 9 3 6 7 , 0
A ç o r e s 2 0 , 0
M a d e i r a 2 0 , 0
V á r i a s N U T S I d o P a í s 370 8 , 6
E s t r a n g e i r o 39 0 , 9
D e s p e s a T o t a l e x c l u i n d o t r a n s f . d o O E p / S F A ' s 4 . 3 1 6 1 0 0 , 0
N U T S I e I I
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Quadro IV.2.9. Limites de Despesa coberta por receitas gerais (*) (milhões de euros)

(*) Os valores dos Programas em 2014 refletem as alterações de estrutura orgânica ocorridos em 2013 (DL n.º 119/2013 de 21 de agosto).
Fonte: Ministério das Finanças.
Em 2015, o total da despesa financiada por receitas gerais reduz-se em 0,5%, enquanto a despesa primária regista um ajustamento mais significativo (-1,6%) o que decorre do valor projetado para os encargos com a dívida pública. Importa ainda referir que o Programa “Finanças e Administração Põblica” integra dotações específicas de despesa não associadas ao funcionamento dos serviços. Neste programa estão incluídas as transferências para a Caixa Geral de Aposentações, para cobertura de encargos com pensões, as transferências no âmbito do Capítulo 60 – «Despesas Excecionais» e ainda a Contribuição Financeira de Portugal para a União Europeia – Capítulo 70. IV.3. Órgãos de Soberania (P001) IV.3.1. Orçamento A estrutura orgânica do Programa 001 integra os orçamentos dos Órgãos de Soberania e as transferências no âmbito das leis das Finanças Locais e Regionais.
A despesa total consolidada do programa totaliza 2.989 milhões de euros, apresentando um acréscimo de 3,4% (mais 99,4 milhões de euros) face à estimativa de execução de 2013. U ni da de : m i l hõ e s de e uros
2014 2015 2016 2017
S o b e r a n i a P 0 0 1 - Ó r g ã o s d e s o b e r a n i a 2 . 9 7 5
P 0 0 2 - G o v e r n a ç ã o e Cu l tu r a 226
P 0 0 5 - R e p r e s e n ta ç ã o E x te r n a 285
P 0 0 8 - J u s ti ç a 658
4 .1 4 4 3 .9 8 1
S e g u r a n ç a P 0 0 6 - D e f e s a 1 . 6 9 4
P 0 0 7 - S e g u r a n ç a I n te r n a 1 . 6 1 5
3 .3 0 9 3 .2 0 8
S o c i a l P 0 1 2 - S a ú d e 7 . 6 2 1
P 0 1 3 - E n s i n o B á s i c o e S e c u n d á r i o e A d mi n i s tr a ç ã o E s c o l a r4 . 9 3 8
P 0 1 4 - Ci ê n c i a e E n s i n o S u p e r i o r 1 . 2 9 6
P 0 1 5 - S o l i d a r i e d a d e E mp r e g o e S e g u r a n ç a S o c i a l 9 . 3 5 8
2 3 .2 1 3 2 2 .8 5 3
E c o n ó m i c a P 0 0 3 - F i n a n ç a s e A d mi n i s tr a ç ã o P ú b l i c a 7 . 1 7 2
P 0 0 4 - G e s tã o d a D í v i d a P ú b l i c a 7 . 2 3 9
P 0 0 9 - E c o n o mi a 222
P 0 1 0 - A mb i e n te , O . T e r r i tór i o e E n e r g i a 41
P 0 1 1 - A g r i c u l tu r a e M a r 328
1 5 .0 0 3 1 5 .3 7 9
4 5 .6 6 9 4 5 .4 2 2 4 5 .8 0 9 4 6 .3 0 2
S u b t o t a l a g r u p a m e n t o
S u b t o t a l a g r u p a m e n t o
S u b t o t a l a g r u p a m e n t o
S u b t o t a l a g r u p a m e n t o
T o t a l d a D e sp e sa

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Quadro IV.3.1. Órgãos de Soberania (P001) – Despesa Total Consolidada (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
A despesa no Subsector Estado regista um aumento de 3,6%, devido, essencialmente, ao aumento da dotação especifica atribuída às Transferências para a Administração Local, (mais 13,2%), motivado pelo ajustamento contabilístico em sede de IRS, referente à transferência da participação variável dos municípios na receita deste imposto, a qual será em 2014 contabilizada em rubrica própria no âmbito da despesa do Subsector Estado.
Por seu turno, a dotação destinada à Assembleia da Republica, reflete um decréscimo de 40,7 milhões de euros relativamente ao estimativa de execução para 2013, justificado pela redução dos encargos com as subvenções estatais aos partidos políticos com a realização de campanhas eleitorais em 2014. O valor das Transferências para as Regiões Autónomas, traduz o disposto na Lei das Finanças das Regiões Autónomas, recentemente aprovada (Lei Orgânica n.º 2/2013, de 2 de setembro), que fixa o montante a inscrever em 2014, relativo ao principio da solidariedade, bem como o disposto na Lei Orgânica n.º 2/2010, de 16 de junho, que aprovou o regime excecional dos meios financeiros extraordinários destinados ao financiamento das iniciativas de apoio e reconstrução na sequência da intempérie de fevereiro daquele ano, cujo término de vigência ocorre em 2013.No que respeita à despesa afeta a projetos, encontra-se inscrita dotação destinada à instalação do Museu da Presidência da República, conclusão da reabilitação do Palácio da Cidadela, entre outros.
2013 2014
E s t i m a t i v a O r ç a m e n t o
E s t a d o 2 . 8 7 7 , 9 2 . 9 8 1 , 9 3 , 6 9 5 , 9
1 . A t i v i d a d e s 2 . 8 7 6 , 8 2 . 9 8 0 , 9 3 , 6 9 5 , 8
1 . 1 . C o m c o b e r t u r a e m r e c e i t a s g e r a i s 2 . 8 7 0 , 1 2 . 9 7 4 , 2 3 , 6 9 5 , 6 F u n c i o n a m e n to e m s e n ti d o e s tr i to 5 9 , 1 5 9 , 3 0 , 3 1 , 9 D o ta ç õ e s e s p e c íf i c a s 2 . 8 1 1 , 0 2 . 9 1 4 , 9 3 , 7 9 3 , 7
A s s e m b l e i a d a R e p ú b l i c a 1 2 9 , 8 8 9 , 1 - 3 1 , 4 2 , 9
T r a n s f e r ê n c i a s p a r a a A d m i n i s t r a ç ã o L o c a l 2 . 1 2 1 , 2 2 . 4 0 1 , 5 1 3 , 2 7 7 , 2
L e i d a s F i n a n ç a s L o c a i s 2 . 0 7 6 , 6 2 . 3 6 0 , 6 1 3 , 7 7 5 , 9
O u t r a s 4 4 , 6 4 0 , 9 - 8 , 3 1 , 3
T r a n s f e r ê n c i a s p a r a a s R e g i õ e s A u t ó n o m a s 5 6 0 , 0 4 2 4 , 3 - 2 4 , 2 1 3 , 6
S o l i d a r i e d a d e 4 7 4 , 7 3 5 2 , 5 - 2 5 , 7 1 1 , 3
F u n d o d e C o e s ã o 3 5 , 3 7 1 , 8 1 0 3 , 4 2 , 3
L e i d e M e i o s 5 0 , 0 - 1 0 0 , 0
1 . 2 . C o m c o b e r t u r a e m r e c e i t a s c o n s i g n a d a s 6 , 7 6 , 7 0 , 0 0 , 2
2 . P r o j e t o s 1 , 1 1 , 0 - 9 , 1
2 . 1 . F i n a n c i a m e n t o n a c i o n a l 1 , 1 1 , 0 - 9 , 1 2 . 2 . F i n a n c i a m e n t o c o m u n i t á r i o
S e r v i ç o s e F u n d o s A u t ó n o m o s 1 7 4 , 9 1 2 8 , 2 - 2 6 , 7 4 , 1
E m p r e s a s P ú b l i c a R e c l a s s i f i c a d a s
C o n s o l i d a ç ã o e n t r e e i n t r a - s u b s e t o r e s 1 6 3 , 2 1 2 1 , 1 3 , 9
D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 2 . 8 8 9 , 6 2 . 9 8 9 , 0 3 , 4 D E S P E S A E F E T I V A 2 . 8 8 9 , 6 2 . 9 8 9 , 0
V a r i a ç ã o ( % )
E s t r u t u r a 2 0 1 4 ( % )

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Refira-se ainda, a existência em 2014 de uma potencial poupança de 1,8 milhões de euros, relativa à reserva efetuada neste Programa.
Quadro IV.3.2. Órgãos de Soberania (P001) – Despesa dos SFA por Fontes de Financiamento (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
A despesa total consolidada do subsector dos serviços e fundos autónomos diminui 27,8% face à estimativa para o corrente exercício orçamental, sendo de realçar a redução verificada no orçamento da Assembleia da República já referido. Quadro IV.3.3. Órgãos de Soberania (P001) – Despesa por Classificação Económica (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
Na despesa total consolidada por agrupamento económico, destacam-se as transferências correntes e de capital, onde relevam as transferências ao abrigo da Lei de Finanças Locais e da Lei das Finanças Regionais.
As despesas com pessoal atingem 112,5 milhões de euros, com maior expressão no subsector dos serviços e fundos autónomos, com um peso relativo de 64,6% da despesa total desta natureza. 2013
E s t i m a t i v a
R e c e i t a s G e r a i s R e c e i t a s P r ó p r i a s
F i n a n c i a m e n t o C o m u n i t á r i o
T r a n s f e r ê n c i a s d a s A P
O u t r a s F o n t e s
T o t a l
T o t a l S F A 1 7 4 , 9 1 1 0 , 8 7 , 3 1 0 , 1 1 2 8 , 2 - 2 6 , 7
T o t a l E P R - S u b - T o t a l 1 7 4 , 9 1 1 0 , 8 7 , 3 1 0 , 1 1 2 8 , 2 - 2 6 , 7
T r a n s f e r ê n c i a s i n t r a 7 , 0 6 , 9 6 , 9
D E S P E S A T O T AL CO N S O L I D AD A 1 6 7 , 9 1 0 3 , 9 7 , 3 1 0 , 1 1 2 1 , 3 - 2 7 , 8
D E S P E S A E F E T I V A 1 6 7 , 9 1 0 3 , 9 7 , 3 1 0 , 1 1 2 1 , 3 - 2 7 , 8
O r ç a m e n t o d e 2 0 1 4
V a r i a ç ã o ( % )
S F A EPR T o t a l
D e s p e s a C o r r e n t e
2 . 3 5 8 , 9 1 2 2 , 5 1 2 2 , 5 2 . 3 6 5 , 2 7 9 , 1
D e s p e s a s c o m P e s s o a l 3 9 , 8 7 2 , 7 7 2 , 7 1 1 2 , 5 3 , 8
A q u i s i ç ã o d e B e n s e S e r v i ç o s 3 , 6 1 9 , 0 1 9 , 0 2 2 , 6 0 , 8
T r a n s f e r ê n c i a s C o r r e n t e s 2 . 3 1 4 , 5 1 0 , 3 1 0 , 3 2 . 2 0 8 , 6 7 3 , 9 d a s q u a i s : i n t r a - i n s t i t u i ç õ e s d o m i n i s t é r i o 1 0 6 , 0 1 0 , 2 1 0 , 2 1 1 6 , 2 3 , 9 p a r a a s r e s ta n te s A d m . P ú b l i c a s 2 . 2 0 8 , 0 0 , 0 2 . 2 0 8 , 0 7 3 , 9
S u b s íd i o s 1 9 , 1 1 9 , 1 1 9 , 1 0 , 6
O u t r a s D e s p e s a s C o r r e n t e s 1 , 0 1 , 4 1 , 4 2 , 4 0 , 1
D e s p e s a C a p i t a l 6 2 3 , 0 5 , 7 5 , 7 6 2 3 , 8 2 0 , 9
A q u i s i ç ã o d e B e n s d e C a p i t a l 0 , 4 5 , 6 5 , 6 6 , 0 0 , 2
T r a n s f e r ê n c i a s d e C a p i t a l 6 2 2 , 6 0 , 1 0 , 1 6 1 7 , 8 2 0 , 7 d a s q u a i s : i n t r a - i n s t i t u i ç õ e s d o m i n i s t é r i o 4 , 8 0 , 1 0 , 1 4 , 9 0 , 2 p a r a a s r e s ta n te s A d m . P ú b l i c a s 6 1 7 , 8 0 , 0 6 1 7 , 8 2 0 , 7
O u t r a s D e s p e s a s d e C a p i t a l
C o n s o l i d a ç ã o e n t r e e i n t r a - s u b s e t o r e s 1 2 1 , 1
D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 2 . 9 8 1 , 9 1 2 8 , 2 1 2 8 , 2 2 . 9 8 9 , 0 1 0 0 , 0
D E S P E S A T O T A L E X C L U I N D O T R A N S F P A R A A D M . P Ú B L I C A S 1 5 6 , 1 1 2 8 , 2 1 2 8 , 2 1 6 3 , 2 D E S P E S A E F E T I V A 2 . 9 8 1 , 9 1 2 8 , 2 1 2 8 , 2 2 . 9 8 9 , 0 O r ç a m e n t o d e 2 0 1 4
E s t r u t u r a 2 0 1 4 ( % )E s t a d o
S F A T o t a l
C o n s o l i d a d o

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Quadro IV.3.4. Órgãos de Soberania (P001) – Despesa por Medidas dos Programas (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
Na estrutura de distribuição da despesa por medidas orçamentais inscritas no programa orçamental 001 – Órgãos de Soberania, salienta-se a designada “Outras funções económicas” que respeita ás despesas com transferências da Administração Central para as Administrações Local e Regional, que representam 90,9% da despesa total.
As restantes despesas de funcionamento estão distribuídas pelas medidas “Administração geral” onde se inserem os orçamentos de todos os Órgãos de Soberania (8,1%), com exceção dos que respeitam ao sistema Judiciário o qual agrega os Supremos Tribunais de Justiça e Administrativo, o Tribunal Constitucional, o Tribunal de Contas (Sede e Secções Regionais) e o Conselho Superior da Magistratura (0,8%).
As medidas relativas à Cultura e Comunicação Social identificam os encargos com o Museu da Presidência da República e da Entidade Reguladora para a Comunicação Social, respetivamente.

IV.4. Governação e Cultura (P002) IV.4.1. Políticas Administração Local Em 2013, foi aprovado o regime jurídico da Reorganização Administrativa Territorial Autárquica, a nova Lei das Finanças Locais e o Regime Jurídico das Autarquias Locais e das Entidades Intermunicipais, tendo estas duas últimas leis sido aprovadas na sequência de um acordo entre o Governo, a Associação Nacional de Municípios Portugueses e a Associação Nacional de Freguesias.
Tal como disposto e devidamente detalhado nas Grandes Opções do Plano para 2014, estas iniciativas concretizam uma profunda reforma da Administração Local. No domínio do equilíbrio orçamental e financeiro relevarão os esforços para combater situações de sobreorçamentação das receitas municipais e para construir mecanismos de resolução robusta e duradoura das situações de grave desequilíbrio financeiro existentes em algumas autarquias. Em simultâneo, S e r v iç o s G e r a is d a A d m in is t r a ç ã o P ú b lic a - A d m in is t r a ç ã o g e r a l 2 5 2 , 7 8 , 1 - S is t e m a J u d ic iá r io 2 4 , 8 0 , 8
S e r v iç o s c u lt u r a is , r e c r e a t iv o s e r e lig io s o s - C u lt u r a 2 , 8 0 , 1 - C o m u n ic a ç ã o S o c ia l 4 , 0 0 , 1
O u t r a s f u n ç õ e s e c o n ó m ic a s - T r a n s f e r ê n c ia s e n t r e A d m in is t r a ç õ e s 2 . 8 2 5 , 8 9 0 , 9
D E S P E S A T O T A L N Ã O C O N S O L I D A D A 3 . 1 1 0 , 1 1 0 0 , 0
D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 2 . 9 8 9 , 0
D E S P E S A E F E T I V A 2 . 9 8 9 , 0
O r ç a m e n t o d e 2014
E s t r u t u r a 2 0 1 4 ( % )
E s t a d o , S F A e E P R

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o Governo procurará, em articulação com os autarcas, encontrar instrumentos e soluções que estimulem a aposta na criação e implementação de estratégias de desenvolvimento económico local e de promoção da competitividade do respetivo território, pelas autarquias e pelas entidades intermunicipais.
Em 2014, o Governo continuará empenhado no acompanhamento e execução da aplicação dos diplomas legais que concretizaram a Reforma da Administração Local, tais como o novo Regime Jurídico das Atividades Empresariais, o novo Estatuto do Pessoal Dirigente da Administração Local, o Programa de Apoio à Economia Local (PAEL), a Lei dos Compromissos e a Lei das Finanças Locais.

Comunicação Social Local e Regional Em 2014 o Governo pretende levar a efeito uma importante revisão das políticas públicas no âmbito do apoio aos órgãos de comunicação social, em particular no que concerne à comunicação local e regional.
Pretende, nesse âmbito, reforçar o seu compromisso de apoio a uma comunicação social de proximidade mais livre e mais pluralista, o que passará não apenas por aperfeiçoar os instrumentos já existentes que permitem o acesso à informação por parte dos cidadãos mas, e na mesma medida, por promover o exercício da atividade e conteúdos jornalísticos de carácter local e regional.
Para 2014 está projetada a reformulação do sistema geral dos incentivos do Estado à comunicação social, sendo intenção do Governo ajustar o leque e a configuração dos incentivos a atribuir aos novos panoramas dos media e à situação económica e financeira em que atualmente vivemos, procurando-se, por essa via, proceder a uma distribuição de verbas que esteja voltada não apenas para o presente mas, pelo contrário, que esteja pensada numa lógica de futuro, de apoio ao leitor e às comunidades locais.
Nesse sentido, o Governo procederá a uma revisão orgânica da estrutura administrativa existente no sentido de responder aos novos desafios que são colocados pela profissão e pelo mercado, bem como pelo galopante crescimento das novas tecnologias, independentemente da plataforma em que assentem e dos canais através da qual operem.

Integração e Migrações O perfil migratório de Portugal tem vindo a alterar-se de forma significativa nos últimos anos, o que exige do Governo uma mudança de políticas para dar resposta a diferentes objetivos:  Os números de entradas de imigrantes com baixas qualificações têm vindo a diminuir;  Existem novos perfis migratórios, tanto em termos de origem/destino como de diversificação da duração migratória e dos motivos para a imigração;  Surgem novos problemas, como o envelhecimento e exclusão social das anteriores vagas migratórias.
Em 2014, o Governo pretende adaptar a política de imigração em Portugal a estes novos fenómenos migratórios. Tal não significa, sublinhe-se, abandonar o que tem vido a ser feito no campo da integração dos imigrantes, com muito sucesso. Não obstante, é necessário manter e aprofundar o trabalho de acolhimento e de integração dos imigrantes que continuam a procurar Portugal para trabalhar e, sobretudo, concentrar esforços na correta integração das segundas e terceiras gerações de imigrantes, relativamente às quais a concessão da cidadania é um aspeto fundamental.

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A adoção de uma nova política de imigração, também vocacionada para a atração de imigrantes de elevado potencial, pressupõe a adequação orgânica das estruturas com competência para atrair e integrar estes imigrantes. Uma nova política de imigração exige uma armadura institucional capaz de responder a estas exigências.
Por outro lado, só uma atuação verdadeiramente transversal permitirá atingir estes objetivos. Essa atuação exige, do lado público, a coordenação de estratégias e políticas que serão sintetizadas num novo plano nacional de integração. Todavia, este esforço não será bem sucedido sem o envolvimento ativo do sector privado, das empresas às universidades, à sociedade civil. Com efeito é ao sector privado e em seu benefício que se destina, em larga medida, esta nova política de imigração.

Modernização Administrativa A Modernização Administrativa do Estado faz-se simplificando: simplificando a máquina do Estado e simplificando os interfaces entre o Estado e os Cidadãos. A política de Modernização Administrativa para 2014 passará, assim, por promover uma digitalização integral dos serviços prestados pela Administração Pública, associada a mais e melhores interfaces digitais e presenciais.
Os interfaces digitais – sítios de presença do Estado na internet – deverão passar a ser aperfeiçoados continuamente, de modo a responder às necessidades dos seus utilizadores de forma mais eficaz. Os interfaces presenciais deverão adaptar-se progressivamente à realidade da digitalização, oferecendo uma relação com o cidadão centrada no utilizador e não no produto. Neste sentido, prevê-se a criação da figura do mediador de cidadania, o qual desempenhará as suas funções num novo espaço de atendimento – o Espaço Loja do Cidadão –, de modo a facilitar o acesso a todos os cidadãos, sem exceção, aos benefícios da digitalização.
A simplificação regulatória, elemento essencial da Política de Modernização Administrativa, será o resultado da melhoria do diálogo entre Estado e cidadãos, proporcionada pela digitalização e aperfeiçoamento dos interfaces referidos. Conhecendo as necessidades, aspirações e vontade dos portugueses, é possível estabelecer as prioridades de intervenção que permitem reduzir progressivamente a carga burocrática que afeta negativamente o dia-a-dia dos cidadãos, que aumenta os custos de contexto das empresas e que reduz a eficiência e a eficácia dos serviços públicos.

Desporto e Juventude O Governo propõe-se prosseguir o aprofundamento da relação entre as áreas transversais de intervenção, Desporto e Juventude, de uma forma integrada.
No próximo ano, o Governo dará continuidade ao planeamento e desenvolvimento estratégico das políticas de desenvolvimento do Desporto e de Juventude, através das medidas elencadas nas Grandes Opções do Plano para 2014.

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Igualdade de Género Em 2014, o Governo dará início à execução da nova geração dos Planos nacionais que executam as políticas públicas de igualdade de género, de combate da violência doméstica e do tráfico de seres humanos. Dar-se-á particular atenção aos seguintes domínios de intervenção:  A prevenção e combate da violência doméstica e da violência de género, com destaque para a formação de públicos estratégicos, nomeadamente através de ações dirigidas aos magistrados e às forças de segurança e, em parceria com a Direção-Geral de Saúde, ações de formação dirigidas aos profissionais de saúde. Em 2014 serão ainda reforçados os apoios às estruturas de acolhimento e proteção das vítimas de violência doméstica e de tráfico de seres humanos;  Os problemas que afetam particularmente as mulheres no mercado de trabalho, nomeadamente a desigualdade salarial em relação aos homens, maior incidência do desemprego e a dificuldade de acesso a lugares de decisão económica.

Cultura O Governo encara a Cultura como um recurso transversal, mais do que um sector, que concorre não só para a construção da identidade e para o reforço da coesão nacional, como para a visão de um modelo de crescimento integrado e sustentável, com suporte no intenso e diverso capital cultural de que o país dispõe e cujo potencial deve desenvolver, contribuindo para melhorar a qualificação individual e social dos Portugueses.
Assim, as políticas sectoriais e transversais do Governo para a área da Cultura promovem um conjunto de parâmetros e medidas que visam maximizar o retorno cultural, social e económico para a sociedade portuguesa do investimento que é feito nesta área. O ano de 2014 será, ao mesmo tempo, um ano de consolidação em contexto de restrição, e de desenvolvimento, no quadro de Portugal 2020 e de diversas perspetivas de articulação.
Será concretizada, com o INE, a Conta Satélite da Cultura e um conjunto de medidas de informação e documentação essenciais para a tomada de decisão, para o escrutínio da ação pública e para a iniciativa e tomada de decisões pelos agentes da sociedade civil e empresas.
Na área do património, destaca-se o desenvolvimento de medidas sustentadas no novo ciclo de financiamento da UE, nomeadamente no domínio da competitividade, da coesão territorial e da ligação ao turismo. O sector do turismo é um dos grandes beneficiários da conservação, reabilitação e promoção do valioso património cultural, material e imaterial, do país, pelo que a Plataforma Cultura-Turismo irá, entre outras, potenciar a oferta qualificada de rotas do património.
No domínio da gestão do património, serão desenvolvidos modelos de gestão, públicos e privados, que permitam a valorização de conjuntos patrimoniais de relevo, com ganhos de eficiência e de receita, que deverão ser reinvestidos na conservação, reabilitação e promoção do património.
No domínio dos museus, a ação da Rede Portuguesa de Museus será reforçada, enquanto entidade mediadora e transmissora de boas práticas museológicas e de promoção da coesão cultural do país. Por outro lado, continuar-se-á a trabalhar na requalificação dos museus do Estado, de que são exemplo o Museu Nacional de Arte Antiga, o Museu Nacional do Azulejo, o Museu de Lamego.

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No domínio dos arquivos será desenvolvida a política de digitalização e da operacionalidade da nova plataforma funcional intergovernamental para a gestão de arquivos promovida pela DGLAB.
No domínio da política do livro e da leitura, promover-se-á a continuação das tarefas de digitalização promovidas pela BNP, assim como de aumento da oferta de serviços da mesma, a partir da recente abertura da Torre de Depósitos. A DGLAB continuará, nomeadamente, a sua articulação com o Plano Nacional de Leitura, o suporte à rede das bibliotecas públicas e à edição.
No domínio da criação artística diretamente promovida pelo Estado, através do TNDM II e do TNSJ, do TNSC, da OSP, da CNB, dos apoios diretos às artes através da DGArtes e do apoio ao cinema e ao audiovisual através do ICA-IP, torna-se premente a criação de condições de estabilidade e eficiência que permitam a estas entidades reforçar os níveis de qualidade do serviço público que prestam. Para tanto, promover-se-á sempre que necessário melhorias legislativas e administrativas, racionalização da gestão, nomeadamente da gestão de recursos e a avaliação e controlo de resultados. Continuará a ser promovido o apoio às orquestras e a um conjunto de estruturas de produção cultural das quais se destacam a Fundação de Serralves, a Fundação CCB, a Fundação Casa da Música, a Fundação Vieira da Silva.
Continuar-se-á a aposta na internacionalização da cultura e dos criadores portugueses, através de medidas articuladas com outras áreas da governação, nomeadamente com a AICEP, o Instituto Camões e o Turismo de Portugal, seja através da ação direta na promoção externa, seja através do apoio a iniciativas de terceiros. Nesta área assumem especial relevo a reformulação do projeto Portugal Music Export e o desenvolvimento, pela DGArtes, de concursos para suporte de ações de internacionalização dos agentes culturais. No domínio do livro, prosseguirá o apoio à edição e tradução de autores portugueses para mercados externos e o apoio à presença de editoras portuguesas em feiras internacionais. No domínio do património, arquivos e museologia promover-se-á colaborações com vista ao apoio técnico a governos e instituições públicas de países de língua portuguesa. No domínio do cinema promover-se-á ações de divulgação do cinema português contemporâneo, através do ICA,IP e mostras de cinema português através da Cinemateca Portuguesa. O Design será área de promoção prioritária no ano de 2014 a nível internacional.
O cinema e o audiovisual, das principais indústrias culturais e criativas do país, terão novas condições para se afirmar nacional e internacionalmente, com o novo modelo de financiamento aprovado. Ainda nas ICC, o Governo iniciará em 2014 um programa estruturado de fomento ao desenvolvimento nacional e internacionalização. Para a sedimentação deste sector, é fundamental a proteção do direito de autor e dos direitos conexos, bem como a regulamentação da cópia privada e o combate às violações do direito de autor. O Governo empreenderá um conjunto de medidas nesta área, através do Plano Nacional de Combate às violações do Direito de Autor.
Atribui-se uma grande importância ao impacto da atividade cultural associativa, pelo que, após a instituição do Dia Nacional das Bandas Filarmónicas, prosseguirá um programa que visa o reconhecimento das práticas culturais amadoras como elementos essenciais da formação do tecido cultural português.
O Governo pretende promover uma reformulação do enquadramento legal do mecenato, para implementação no período subsequente ao programa de ajustamento, de forma a dotar esta forma de apoio à cultura de uma maior atratividade para as empresas e cidadãos. O Governo pretende legislar na matéria das carreiras artísticas, nomeadamente o estatuto dos bailarinos.
2014 afigura-se assim como um ano de desenvolvimento das políticas culturais e de informação sobre as mesmas, que se consubstanciam em medidas que tenderão a reforçar a resiliência e sustentabilidade do património e o desenvolvimento da criação cultural e das indústrias culturais e criativas, num contexto de

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fortes restrições, mas com uma visão estratégica orientada para o aperfeiçoamento dos meios próprios e valorização dos meios de terceiros. Na perspetiva da melhoria do ciclo económico, o sector cultural propriamente dito e a componente cultural da atividade económica estarão mais bem equipados para fazer face aos desafios da acelerada mudança das expectativas e necessidades dos públicos, criadores, produtores, distribuidores e exibidores, assim como das condições de mercado. Pretende-se ainda que aumente a consciência da responsabilidade da sociedade civil no suporte a este sector e a exigência de todos os intervenientes na avaliação e controlo dos resultados do suporte público e das políticas públicas de cultura.

IV.4.2. Orçamento A despesa total consolidada das entidades do Programa Governação e Cultura ascende a 725 milhões de euros, o que representa uma diminuição de 4,5% face à estimativa de 2013.
Quadro IV.4.1. Governação e cultura (P002) - Despesa total consolidada (milhões de euros)

Nota: A estimativa de 2013 do subsector Estado não contempla indemnizações compensatórias das EPR.
Fonte: Ministério das Finanças.
A despesa do subsector Estado apresenta uma variação positiva de 3,2%, face à previsão de execução para 2013, justificada pelo aumento dos recursos financeiros, nacionais e comunitários, afetos a projetos, em resultado das operações de encerramento do Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN) e do início de um novo plano de apoios estruturais da União Europeia a vigorar entre 2014-2020 – Quadro Estratégico Comum (QEC).
No que respeita às despesas de funcionamento em sentido estrito, verifica-se uma diminuição de 1% face à estimativa para 2013, menos 1,8 milhões de euros, que resulta da política de contenção da despesa pública, designadamente das medidas transversais resultantes da Tabela Remuneratória Única, da redução de suplementos remuneratórios, do programa de rescisões e requalificação na Administração Pública e do novo regime de horário de trabalho das 40 horas. Este efeito é parcialmente atenuado pela alteração da contabilização das transferências para as entidades públicas reclassificadas (EPR) financiadas por 2013 2014
E s t im a t iv a O r ç a m e n t o E s t a d o 2 5 2 , 3 2 6 0 , 3 3 , 2 3 1 , 1
1 . A t iv id a d e s 2 1 0 , 9 2 0 9 , 1 - 0 , 9 2 5 , 0
1 . 1 . C o m c o b e r t u r a e m r e c e it a s g e r a is 1 9 0 , 0 1 8 8 , 1 - 1 , 0 2 2 , 5 F u n c io n a m e n to e m s e n ti d o e s tr ito 1 8 5 , 8 1 8 4 , 0 - 1 , 0 2 2 , 0 D o ta ç õ e s e s p e c íf ic a s 4 , 2 4 , 1 - 2 , 4 0 , 5 E x p e d iç ã o d e p u b lic a ç õ e s p e r ió d ic a s e a p o io e c o n ó m ic o - f in a n c e ir o à C o m u n ic a ç ã o S o c ia l
4 , 2 4 , 1 - 2 , 4 0 , 5
1 . 2 . C o m c o b e r t u r a e m r e c e it a s c o n s ig n a d a s 2 0 , 9 2 1 , 0 0 , 5 2 , 5
2 . P r o je t o s 4 1 , 4 5 1 , 2 2 3 , 7 6 , 1
2 . 1 . F in a n c ia m e n t o n a c io n a l 3 3 , 1 3 9 , 0 1 7 , 8 4 , 7 2 . 2 . F in a n c ia m e n t o c o m u n it á r io 8 , 3 1 2 , 2 4 7 , 0 1 , 5
S e r v i ç o s e F u n d o s A u t ó n o m o s 2 9 9 , 5 2 9 1 , 9 - 2 , 5 3 4 , 9
E n t i d a d e s P ú b l i c a s R e c l a s s i f i c a d a s 3 0 8 , 1 2 8 4 , 7 - 7 , 6 3 4 , 0
C o n s o lid a ç ã o e n t r e e in t r a - s u b s e c t o r e s 1 0 4 , 3 1 1 1 , 9 7 , 3 1 3 , 4
D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 7 5 9 , 4 7 2 5 , 0 - 4 , 5 D E S P E S A E F E T I V A 7 5 5 , 6 7 2 5 , 0
P o r M e m ó r ia
A t iv o s F in a n c e ir o s
P a s s iv o s F in a n c e ir o s 3 , 8
V a r ia ç ã o ( % )
E s t r u t u r a 2 0 1 4 ( % )

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receitas gerais, que passam a estar inscritas no orçamento da entidade coordenadora do programa orçamental, deixando de constar do Capitulo 60 “Despesas Excecionais do Ministçrios das Finanças”.
A redução da despesa total consolidada deste programa, encontra-se ainda influenciada pelo impacto das medidas sectoriais no subsector dos serviços e fundos autónomos, incluindo EPR, onde se verifica um decréscimo da despesa face a 2013, nomeadamente no financiamento proveniente de dotações do Orçamento do Estado e da União Europeia. Quadro IV.4.2. Governação e Cultura (P002) - Despesa dos SFA e EPR por Fontes de Financiamento (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
A despesa dos serviços e fundos autónomos financiada por recurso a receita própria, correspondente a 67,7% do total da despesa do subsector, ocorre com maior expressão nos orçamentos do Fundo de Fomento Cultural e do Instituto Português do Desporto e Juventude, I.P. sendo proveniente da distribuição dos resultados líquidos de exploração dos jogos sociais, pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, nos termos do Decreto-Lei n.º 56/2006, de 15 de março, e da Portaria que determina sua a afetação a iniciativas culturais, ao fomento e desenvolvimento de atividades e infraestruturas desportivas juvenis e ainda ao combate à violência doméstica e fomento e promoção de ações no âmbito da cidadania e igualdade de género.
No âmbito das EPR, merece referência a alteração do modelo de financiamento da Rádio e Televisão de Portugal, S.A., segundo o qual cessa a atribuição da indeminização compensatória. Paralelamente verifica-se um acréscimo de receita com origem no serviço de publicidade e na contribuição audiovisual na sequência da atualização da respetiva taxa. 2013
E s t i m a t i v a
R e c e i t a s G e r a i s R e c e i t a s P r ó p r i a s
F i n a n c i a m e n t o C o m u n i t á r i o
T r a n s f e r ê n c i a s d a s A P
O u t r a s F o n t e s
T o t a l
T o t a l S F A 2 9 9 , 5 8 3 , 7 1 2 3 , 4 6 6 , 8 1 8 , 0 2 9 1 , 9 - 2 , 5
T o t a l E P R 3 0 8 , 1 2 6 4 , 3 0 , 1 2 0 , 3 2 8 4 , 7 - 7 , 6
S u b - T o t a l 6 0 7 , 6 8 3 , 7 3 8 7 , 7 6 6 , 9 3 8 , 3 0 , 0 5 7 6 , 6 - 5 , 1
T r a n s f e r ê n c i a s i n t r a 9 , 7 5 , 5 4 , 0 9 , 5
D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 6 0 1 , 7 7 8 , 2 3 8 3 , 7 6 6 , 9 3 8 , 3 0 , 0 5 6 7 , 1 - 5 , 8
D E S P E S A E F E T I V A 5 9 7 , 9 7 8 , 2 3 8 3 , 7 6 6 , 9 3 8 , 3 0 , 0 5 6 7 , 1 - 5 , 2
P o r M e m ó r i a
A t i v o s F i n a n c e i r o s
P a s s i v o s F i n a n c e i r o s 3 , 8
O r ç a m e n t o d e 2 0 1 4
V a r i a ç ã o ( % )

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Quadro IV.4.3. Governação e Cultura (P002) - Despesa por Classificação Económica (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
As despesas com pessoal e com a aquisição de bens e serviços representam 71,2% da despesa total consolidada do programa orçamental. As transferências correntes que se destinam a instituições sem fins lucrativos e a particulares, no âmbito dos apoios concedidos à cultura, à produção artística nacional, ao desporto e à imigração, e as outras despesas correntes, onde se encontra orçamentada a reserva para cobertura de riscos, correspondem à despesa de outra natureza com maior relevância no orçamento dos serviços e organismos. Quadro IV.4.4. Governação e Cultura-Despesa por Medidas dos Programas (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
S F A EPR T o t a l
D e s p e s a C o r r e n t e 2 3 8 , 9 2 7 5 , 1 2 7 4 , 4 5 4 9 , 5 6 8 0 , 5 9 3 , 9
D e s p e s a s c o m P e s s o a l 7 0 , 3 1 0 0 , 4 8 4 , 3 1 8 4 , 7 2 5 5 , 0 3 5 , 2
A q u i s i ç ã o d e B e n s e S e r v i ç o s 3 3 , 8 6 4 , 4 1 6 2 , 9 2 2 7 , 3 2 6 1 , 1 3 6 , 0
J u r o s e O u t r o s E n c a r g o s 1 0 , 7 1 0 , 7 1 0 , 7 1 , 5
T r a n s f e r ê n c i a s C o r r e n t e s 1 2 5 , 2 8 8 , 8 8 8 , 8 1 0 6 , 1 1 4 , 6 d a s q u a i s : i n t r a - i n s t i t u i ç õ e s d o m i n i s t é r i o 9 8 , 6 9 , 3 9 , 3 p a r a a s r e s ta n te s A d m . P ú b l i c a s 0 , 4 0 , 7 0 , 7 1 , 1 0 , 2
S u b s íd i o s 4 , 2 1 5 , 1 1 5 , 1 1 9 , 3 2 , 7
O u t r a s D e s p e s a s C o r r e n t e s 5 , 4 6 , 4 1 6 , 5 2 2 , 9 2 8 , 3 3 , 9
D e s p e s a C a p i t a l 2 1 , 4 1 6 , 8 1 0 , 3 2 7 , 1 4 4 , 5 6 , 1
A q u i s i ç ã o d e B e n s d e C a p i t a l 1 3 , 6 1 4 , 1 1 0 , 3 2 4 , 4 3 8 , 0 5 , 2
T r a n s f e r ê n c i a s d e C a p i t a l 7 , 8 2 , 7 2 , 7 6 , 5 0 , 9 d a s q u a i s : i n t r a - i n s t i t u i ç õ e s d o m i n i s t é r i o 3 , 5 0 , 5 0 , 5 p a r a a s r e s ta n te s A d m . P ú b l i c a s 1 , 4 0 , 6 0 , 6 2 , 0 0 , 3
A t i v o s F i n a n c e i r o s
P a s s i v o s F i n a n c e i r o s
O u t r a s D e s p e s a s d e C a p i t a l
C o n s o l i d a ç ã o e n t r e e i n t r a - s u b s e c t o r e s 1 1 1 , 9
D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 2 6 0 , 3 2 9 1 , 9 2 8 4 , 7 5 7 6 , 6 7 2 5 , 0 1 0 0 , 0
D E S P E S A T O T A L E X C L U I N D O T R A N S F P A R A A D M . P Ú B L I C A S 2 5 8 , 5 2 9 0 , 6 2 8 4 , 7 5 7 5 , 3 7 2 1 , 9 D E S P E S A E F E T I V A 2 6 0 , 3 2 9 1 , 9 2 8 4 , 7 5 7 6 , 6 7 2 5 , 0 O r ç a m e n t o d e 2 0 1 4
E s t a d o
S F A
T o t a l
C o n s o l i d a d o
E s t r u t u r a 2 0 1 4 ( % )
G o v e r n a ç ã o e C u l t u r a
S e r v . G e r a i s d a A . P . - A d m i n i s t r a ç ã o G e r a l 1 2 1 , 4 1 4 , 5
S e r v . G e r a i s d a A . P . - C o o p e r a ç ã o E c o n ó m i c a E x t e r n a 0 , 3 0 , 0
S e g u r a n ç a e O r d e m P ú b l i c a s - F o r ç a s d e S e g u r a n ç a 5 0 , 3 6 , 0
S e g u r a n ç a e A c ç ã o S o c i a l - A d m i n i s t r a ç ã o e R e g u l a m e n t a ç ã o 1 , 9 0 , 2
H a b i t a ç ã o e S e r v . c o l e t i v o s - A d m i n i s t r a ç ã o e R e g u l a m e n t a ç ã o 3 3 , 0 3 , 9
H a b i t a ç ã o e S e r v . c o l e t i v o s - O r d e n a m e n t o d o T e r r i t ó r i o 2 , 0 0 , 2
H a b i t a ç ã o e S e r v . c o l e t i v o s - P r o t e c ç ã o d o M e i o A m b i e n t e e C o n s e r v a ç ã o d a N a t u r e z a 3 , 8 0 , 5
S e r v i ç o s C u l t u r a i s , R e c r e a t i v o s e R e l i g i o s o s - C u l t u r a 1 9 8 , 8 2 3 , 8
S e r v i ç o s C u l t u r a i s , R e c r e a t i v o s e R e l i g i o s o s - D e s p o r t o , R e c r e i o e L a z e r 8 1 , 1 9 , 7
S e r v i ç o s C u l t u r a i s , R e c r e a t i v o s e R e l i g i o s o s - C o m u n i c a ç ã o S o c i a l 2 6 8 , 7 3 2 , 1
O u t r a s F u n ç õ e s E c o n ó m i c a s - A d m i n i s t r a ç ã o e R e g u l a m e n t a ç ã o 3 5 , 1 4 , 2
O u t r a s F u n ç õ e s E c o n ó m i c a s - D i v e r s a s N ã o E s p e c i f i c a d a s 4 0 , 5 4 , 8
D E S P E S A T O T A L N Ã O C O N S O L I D A D A 8 3 6 , 9 1 0 0 , 0
D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 7 2 5 , 0 D E S P E S A E F E T I V A 7 2 5 , 0 P o r M e m ó r i a
A t i v o s F i n a n c e i r o s
P a s s i v o s F i n a n c e i r o s
E s t a d o , S F A e E P R
O r ç a m e n t o d e 2014
E s t r u t u r a 2 0 1 4 ( % )

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Na estrutura de distribuição da despesa por Medidas inscritas no programa orçamental 002 – Governação e Cultura, destacam-se a Comunicação Social, através do orçamento da RTP, que representa cerca de 32,1% do total do programa e a área da Cultura, onde se inserem, entre outras entidades, o Fundo de Fomento Cultural e a Direção-Geral do Património Cultural, que corresponde a 23,8% do total das despesas do programa.

IV.5. Finanças e Administração Pública (P003) e Gestão da Dívida Pública (P004) IV.5.1. Políticas Em 2014, o Ministério de Finanças (MF) prosseguirá o esforço de consolidação orçamental com vista à sustentabilidade das finanças públicas. Para além das medidas transversais que se exigem no âmbito do processo de Reforma do Estado, o MF executará também medidas de caráter sectorial. Mais ainda, dará seguimento ao processo de reorganização do Ministério com vista à racionalização de custos, que por sua vez contribuirá para o aumento da eficiência dos serviços.
O processo de reorganização do MF constitui apenas uma das ações previstas no Plano Estratégico para a Criação das Bases Institucionais para a Sustentabilidade das Finanças Públicas – descrito em maior detalhe no Relatório do Orçamento do Estado para 201332. Insere-se na vertente de capacitação institucional na área de finanças públicas e decorre do reconhecimento, por um lado, de interdependência de funções entre os serviços e organismos do MF e, por outro, da complexidade e fragmentação do processo orçamental. Assim, com vista a melhorar a eficiência e qualidade dos processos e reforçar o controlo financeiro, está em curso o desenho e operacionalização de um novo modelo de organização que assenta:  No reforço da função de definição de política macro-orçamental;  Na separação entre entidades operacionais e entidades de suporte à política;  Na centralização das funções de suporte de forma a obter sinergias (gestão financeira, de recursos humanos, compras, património do MF);  No estabelecimento de mecanismos de coordenação horizontal (reforço da gestão “top-down”);  Na criação de capacidade técnica e de gestão.

Medidas Transversais No âmbito da modernização do Estado, serão realizadas medidas transversais com um impacto global de 23,4 milhões de euros. A utilização dos instrumentos de gestão de recursos humanos recentemente criados permitirá recentrar a atividade operacional do MF nas áreas críticas de atuação sectorial que exigem trabalhadores cada vez mais qualificados. Assim, a execução do programa de rescisões por mútuo acordo para assistentes técnicos e assistentes operacionais e a utilização do sistema de requalificação terão como objetivo a recomposição técnica dos respetivos organismos. Estas alterações serão conjugadas 32 Anexo A1. Criação das Bases Institucionais para a Sustentabilidade das Finanças Públicas: Plano Estratégico 20132015.

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com a aplicação do horário semanal de 40 horas, cujo impacto permitirá acomodar as fortes reduções do número de trabalhadores durante os últimos anos e ainda permitir a reorganização e melhor aproveitamento dos tempos de trabalho da Administração Pública. É ainda esperada uma diminuição das despesas com pessoal através da saída de trabalhadores por aposentação acompanhada de elevadas restrições à contratação de novos trabalhadores.

Medidas Sectoriais Em 2014, o MF aplicará ainda medidas de caráter sectorial, cujo impacto total nas rubricas de despesas com pessoal, aquisição de bens e serviços e transferências ascende a 109,1 milhões de euros.
A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), enquanto maior organismo do MF, dará um contributo importante para a redução da despesa deste Programa Orçamental. Depois da criação da AT, em janeiro de 2012, procede-se à segunda fase da reforma da administração tributária. Assim, em 2014 dar-se-á a reestruturação dos serviços locais da AT. Simultaneamente, tal como previsto na lei orgânica da AT, darse-á também inicio à racionalização dos serviços distritais e das estruturas organizativas e dos processos de funcionamento da AT, passando de uma estrutura organizada por imposto para uma estrutura organizada por funções (informações/instruções, liquidação, serviço ao contribuinte). O esforço de racionalização dos serviços existentes, a par do crescente desenvolvimento dos canais eletrónicos por parte dos contribuintes, permitirá garantir uma otimização adequada da estrutura de recursos humanos da AT.
A fusão das três Direções-Gerais que hoje integram a AT tem permitido reduzir custos mediante a simplificação da estrutura de gestão operativa, o reforço do investimento em sistemas de informação e a racionalização da estrutura local, adaptando assim a AT ao atual paradigma de relacionamento entre a administração fiscal e o contribuinte, em que os canais remotos (designadamente a via eletrónica) ganharam um peso preponderante. Em 2014, esta compressão de custos será reforçada, em particular, pela redução das despesas em aquisição de bens e serviços, designadamente da revisão dos contratos de manutenção e de comunicações, bem como da renegociação dos preços de aquisição de bens de economato.
As restantes poupanças em aquisições de bens e serviços decorrerão maioritariamente da redução de encargos com rendas da Secretaria-Geral do MF, assim como de redução de despesas com funcionamento em todos os restantes organismos, na sequência do intenso esforço de racionalização prosseguido nos últimos anos e da crescente otimização de custos que a Reforma do MF permite.
Na ADSE são esperadas poupanças resultantes do aumento da concorrência entre prestadores privados de meios complementares de diagnóstico e terapêutica, através da abertura de concursos.
Serão diminuídas as transferências para o Sector Empresarial do Estado fora do perímetro das Administrações Públicas, na sequência da redução do número de trabalhadores conseguida ao longo dos últimos anos. Assim, serão reduzidas as indemnizações compensatórias da Carris - Companhia Carris de Ferro de Lisboa, S.A., da STCP - Sociedade de Transportes Coletivos do Porto, S.A. e da CP - Comboios de Portugal, E.P.E.
Será também realizado um esforço adicional de compressão de despesa, na linha do que foi requerido a todos os ministérios sectoriais.

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Medidas sobre o Sistema de Pensões Ao nível do sistema de pensões será implementada a convergência da fórmula de cálculo das pensões da CGA com as da Segurança Social e a introdução de condição de recursos nas pensões de sobrevivência. Não são esperados efeitos orçamentais na CGA devido ao ajuste da idade de acesso à pensão de velhice, dado que os pedidos de aposentação a ser aprovados em 2014 já foram realizados antes de 31 de dezembro de 2013 com base na idade legal em vigor. Estas medidas estão explicadas na secção II.3.1.2.

IV.5.2. Orçamento A despesa total consolidada do Programa Finanças e Administração Pública ascende a 26.258,1 milhões de euros, excluindo a dotação provisional no montante de 523,8 milhões de euros, o que representa uma diminuição de 23,7% (-8.175,2 milhões de euros) face à estimativa de 2013, resultado da forte contenção da despesa pública por aplicação das medidas de consolidação orçamental.
Quadro IV.5.1. Finanças e Administração Pública (P003) – Despesa Total Consolidada (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
O decréscimo de 23,7% na despesa total consolidada é justificado pela redução das suas três componentes: subsector Estado (-8,1%), serviços e fundos autónomos (-5,7%) e empresas públicas reclassificadas (-13,8%). A despesa de funcionamento do programa, em sentido estrito, totaliza cerca de 475,8 milhões de euros, com um aumento de 18,1% (mais 72,8 milhões de euros) face à estimativa de execução de 2013, em consequência da inclusão de uma verba destinada ao cumprimento do programa de requalificação na Administração Pública.
E s t i m a t i v a 2 0 1 3 O r ç a m e n t o 2 0 1 4
V a r i a ç ã o ( % ) 2 0 1 4 / 2 0 1 3
E s t r u t u r a ( % ) 2014
E s t a d o 8 . 1 8 9 , 9 7 . 5 2 8 , 4 - 8 , 1 4 5 , 1
A t i v i d a d e s 8 . 1 8 2 , 9 7 . 5 2 2 , 2 - 8 , 1 4 5 , 1
C o m c o b e r t u r a e m r e c e i t a s g e r a i s 7 . 2 6 3 , 3 6 . 6 4 3 , 2 - 8 , 5 3 9 , 8
F u n c i o a m e n t o e m s e n t i d o e s t r i t o 4 0 3 , 0 4 7 5 , 8 1 8 , 1 2 , 9
D o t a ç õ e s e s p e c i f i c a s : 0 , 0
P e n s õ e s e R e f o r m a s 4 . 3 6 4 , 2 4 . 0 8 2 , 2 - 6 , 5 2 4 , 5
D e s p e s a s e x c e c i o n a i s 7 5 0 , 1 4 9 3 , 7 - 3 4 , 2 3 , 0
E n c a r g o s c o m p r o t o c o l o s d e c o b r a n ç a 2 0 , 0 2 0 , 0 0 , 0 0 , 1
C o n t r i b u i ç ã o f i n a n c e i r a p / a U n i ã o e u r o p e i a 1 . 7 2 6 , 0 1 . 5 7 1 , 5 - 9 , 0 9 , 4
C o m c o b e r t u r a e m r e c e i t a s c o n s i g n a d a s 9 1 9 , 6 8 7 9 , 0 - 4 , 4 5 , 3
P r o j e t o s 7 , 0 6 , 2 - 1 2 , 0 0 , 0
F i n a n c i a m e n t o n a c i o n a l 2 , 7 5 , 2 9 3 , 0 0 , 0 F i n a n c i a m e n t o c o m u n i t á r i o 4 , 3 1 , 0 - 7 7 , 7 0 , 0
S e r v i ç o s e F u n d o s A u t ó n o m o s 9 . 5 5 9 , 5 9 . 0 1 2 , 6 - 5 , 7 5 4 , 0
E m p r e s a s P ú b l i c a s R e c l a s s i f i c a d a s 2 8 0 , 3 2 4 1 , 6 - 1 3 , 8 1 , 4
C o n s o l i d a ç ã o e n t r e s u b s e c t o r e s 4 . 4 8 6 , 0 4 . 2 0 0 , 8 - 6 , 4
D e s p e s a T o t a l C o n s o l i d a d a 3 4 . 4 3 3 , 3 2 6 . 2 5 8 , 1 - 2 3 , 7 D e s p e s a E f e t i v a 1 3 . 5 4 3 , 8 1 2 . 5 8 1 , 7
P o r M e m ó r i a
A t i v o s F i n a n c e i r o s 1 9 . 7 7 2 , 9 1 2 . 8 8 4 , 4
P a s s i v o s F i n a n c e i r o s 1 . 1 1 6 , 6 7 9 1 , 9

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As dotações especificas, que correspondem a cerca de 93% da despesa financiada por receitas gerais, assinalam, maioritariamente, reduções de despesa, com exceção da dotação destinada ao IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, EPE que mantém o seu valor para suportar os encargos com protocolos de cobrança.
Ainda, no contexto das dotações especificas, destaca-se a redução nas despesas excecionais (-34,2%) decorrente da diminuição dos subsídios e indemnizações compensatórias ao sector empresarial do Estado, e das comissões e outros encargos suportados pelo Estado. Em termos globais a despesa de investimento, pouco expressiva na estrutura do Programa, é reduzida em 12%, destina-se, maioritariamente, ao financiamento do projeto “Gestão partilhada de recursos da AP – GERAL” executado pela ESPAP – Entidade de Serviços Partilhados da Administração Publica, IP, que visa o desenvolvimento e consequente disseminação de um sistema de gestão de recursos financeiros e de um sistema de gestão de recursos humanos em modo partilhado.
Quadro IV.5.2. Finanças e Administração Pública (P003) – Despesa dos SFA por Fontes de Financiamento (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
Em termos globais, a despesa total consolidada do subsector dos serviços e fundos autónomos, situa-se em 10.333,5 milhões de euros, e reflete uma redução de 11,1%, face à estimativa para 2013.
Esta redução é mais acentuada no universo das empresas públicas reclassificadas (-13,8%) com destaque para a PARUPS e PARVALOREM, com decréscimos na ordem dos 21% e 14%, respetivamente, e para a ESPAP – Entidade de Serviços Partilhados da Administração Publica, IP, cujo orçamento de despesa apresenta uma diminuição de 13,3% em linha com as medidas aplicadas ao programa orçamental.
Ainda, no subsector dos serviços e fundos autónomos merece destaque a CGA, com um orçamento de 8.766 milhões de euros que corresponde a 94,7% da despesa deste subsector. Este orçamento é financiado em 47% pelo Orçamento do Estado e 53% por receitas próprias provenientes, maioritariamente, de quotizações de subscritores. 2013
E s t i m a t i v a R e c e i t a s G e r a i s R e c e i t a s P r ó p r i a s
F i n a n c i a m e n t o C o m u n i t á r i o
T r a n s f e r ê n c i a s d a s A P
O u t r a s F o n t e s T o t a l
T o t a l S F A 9 . 5 5 9 , 5 4 . 0 9 9 , 7 4 . 3 8 0 , 8 4 , 9 5 2 7 , 2 0 , 0 9 . 0 1 2 , 6 - 5 , 7
T o t a l E P R 2 8 0 , 3 0 , 0 1 0 8 , 7 0 , 0 1 3 2 , 9 0 , 0 2 4 1 , 6 - 1 3 , 8
S u b - T o t a l 9 . 8 3 9 , 8 4 . 0 9 9 , 7 4 . 4 8 9 , 4 4 , 9 6 6 0 , 1 0 , 0 9 . 2 5 4 , 2 - 6 , 0
T r a n s f e r ê n c i a s i n t r a 8 3 , 6 0 , 0 8 1 , 1 0 , 0 0 , 0 0 , 0 8 1 , 1
D e s p e s a T o t a l C o n s o l i d a d a 1 1 . 6 2 2 , 3 4 . 0 9 9 , 7 5 . 5 6 8 , 8 4 , 9 6 6 0 , 1 0 , 0 1 0 . 3 3 3 , 5 - 1 1 , 1
D e s p e s a E f e t i v a 9 . 7 5 6 , 2 4 . 0 9 9 , 7 4 . 4 0 8 , 3 4 , 9 6 6 0 , 1 0 , 0 9 . 1 7 3 , 0 - 6 , 0
P o r M e m ó r i a
A t i v o s F i n a n c e i r o s 6 6 5 , 9 0 , 0 2 8 7 , 4 0 , 0 0 , 0 0 , 0 2 8 7 , 4
P a s s i v o s F i n a n c e i r o s 1 . 1 1 6 , 6 0 , 0 7 9 1 , 9 0 , 0 0 , 0 0 , 0 7 9 1 , 9
O r ç a m e n t o d e 2 0 1 4
V a r i a ç ã o ( % ) 2 0 1 4 / 2 0 1 3

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Quadro IV.5.3. Finanças e Administração Pública (P003) – Despesa por Classificação Económica (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
Na estrutura do Programa Finanças e Administração Pública o peso das despesas de capital é de 51,9%, constituídas, essencialmente, por ativos financeiros, situando-se a despesa efetiva em 12.581,7 milhões de euros.
Quanto à despesa corrente, que corresponde a 48,1% da estrutura do Programa, as transferências correntes com um total consolidado de 10.683,9 milhões de euros, correspondem, maioritariamente, a transferências efetuadas no âmbito da CGA – Caixa-Geral de Aposentações. E s t r u t u r a ( % )
S F A E P R T o t a l
D e s p e s a C o r r e n t e 7 . 4 4 4 , 4 8 . 9 9 7 , 4 2 3 9 , 6 9 . 2 3 7 , 0 1 2 . 4 8 3 , 2 4 8 , 1
D e s p e s a s c o m P e s s o a l 5 8 9 , 4 4 6 , 4 2 3 , 1 6 9 , 5 6 5 8 , 9 3 , 4
A q u i s i ç ã o d e B e n s e S e r v i ç o s 4 9 5 , 4 5 8 , 1 5 9 , 4 1 1 7 , 5 6 1 2 , 9 2 , 5
J u r o s e O u t r o s E n c a r g o s 0 , 0 4 , 3 1 3 3 , 5 1 3 7 , 8 1 3 7 , 8 0 , 5
T r a n s f e r ê n c i a s C o r r e n t e s 6 . 0 0 6 , 6 8 . 8 7 5 , 4 0 , 1 8 . 8 7 5 , 5 1 0 . 6 8 3 , 9 4 0 , 1 d a s q u a i s : i n t r a - i n s t i t u i ç õ e s d o m i n i s t é r i o 4 . 1 1 7 , 1 8 1 , 1 0 , 0 8 1 , 1 p a r a a s r e s ta n te s A d m . P ú b l i c a s 7 2 , 1 2 1 , 3 0 , 0 2 1 , 3 9 3 , 4
S u b s íd i o s 2 2 7 , 4 0 , 0 0 , 0 0 , 0 2 2 7 , 4 0 , 9
O u t r a s D e s p e s a s C o r r e n t e s 1 2 5 , 6 1 3 , 2 2 3 , 5 3 6 , 7 1 6 2 , 3 0 , 6
D e s p e s a C a p i t a l 1 2 . 6 8 1 , 0 6 9 7 , 5 3 9 9 , 0 1 . 0 9 6 , 5 1 3 . 7 7 4 , 9 5 1 , 9
A q u i s i ç ã o d e B e n s d e C a p i t a l 2 1 , 8 1 0 , 7 2 , 0 1 2 , 7 3 4 , 5 0 , 1
T r a n s f e r ê n c i a s d e C a p i t a l 6 2 , 2 3 , 1 0 , 0 3 , 1 6 2 , 7 0 , 2 d a s q u a i s : i n t r a - i n s t i t u i ç õ e s d o m i n i s t é r i o 2 , 6 0 , 0 0 , 0 0 , 0 p a r a a s r e s ta n te s A d m . P ú b l i c a s 0 , 0 3 , 1 0 , 0 3 , 1 3 , 1
A t i v o s f i n a n c e i r o s 1 2 . 5 9 7 , 0 2 8 2 , 3 5 , 1 2 8 7 , 4 1 2 . 8 8 4 , 4 4 8 , 6
P a s s i v o s f i n a n c e i r o s 0 , 0 4 0 0 , 0 3 9 1 , 9 7 9 1 , 9 7 9 1 , 9 3 , 0
O u t r a s D e s p e s a s d e C a p i t a l 0 , 0 1 , 4 0 , 0 1 , 4 1 , 4 0 , 0
C o n s o l i d a ç ã o e n t r e S u b s e c t o r e s ( S I e S F A ( In c l u i n d o E P R ) ) 4 . 2 0 0 , 8
D e s p e s a T o t a l C o n s o l i d a d a 1 6 . 0 0 5 , 7 9 . 6 1 3 , 8 6 3 8 , 6 1 0 . 2 5 2 , 4 2 6 . 2 5 8 , 1 1 0 0 , 0
D e s p e s a T o t a l E x c l u í n d o T r a n s f e r ê n c i a s p a r a A d m . P ú b l i c a s 1 5 . 9 3 3 , 6 9 . 5 8 9 , 4 6 3 8 , 6 1 0 . 2 2 8 , 0 2 6 . 1 6 1 , 6 D e s p e s a E f e t i v a 3 . 4 0 8 , 7 8 . 9 3 1 , 5 2 4 1 , 6 9 . 1 7 3 , 0 1 2 . 5 8 1 , 7 P o r M e m ó r i a
A t i v o s F i n a n c e i r o s 1 2 . 5 9 7 , 0 2 8 2 , 3 5 , 1
P a s s i v o s F i n a n c e i r o s 0 , 0 4 0 0 , 0 3 9 1 , 9
O r ç a m e n t o d e 2 0 1 4
E s t a d o
S F A
T o t a l
C o n s o l i d a d o
2014

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Quadro IV.5.4. Finanças e Administração Pública (P003) – Despesas Excecionais (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
As despesas excecionais inscritas neste Programa, atingem, em 2014, 13.112,9 milhões de euros e representam uma redução de 34% face ao estimado para 2013. A componente de ativos financeiros reproduz 96% das despesas excecionais. Mantém-se em 2014 o financiamento, já previsto no ano anterior, no âmbito do mecanismo europeu de estabilidade (402 milhões de euros) e da iniciativa para o reforço da estabilidade financeira (6.400 milhões de euros). Estão previstos, ainda, 1.500 milhões de euros para o Fundo de Resolução, criado em junho de 2012, destinado a financiar as medidas de intervenção do Banco de Portugal junto das instituições financeiras. D e s pe s a s E xc e c i ona i s 2 0 1 3 - E s t i m a t i v a 2 0 1 4 - O r ç a m e nt o V a r i a ç ã o %
0 1 - B O N I F I C A Ç A O D E J U R O S 8 3 , 0 8 2 , 6 0 , 5 - C O O P E RA Ç Ã O I N T E RN A C I O N A L 4 , 4 4 , 3 2 , 6 - H A BI T A Ç Ã O 7 7 , 9 7 8 , 0 0 , 1 I N F RA E S T RU T U RA S D E S P O RT I V A S 0 , 4 1 0 0 , 0 - O U T RA S BO N I F I C A Ç Õ E S 0 , 2 0 , 2 4 , 6 - 0 2 - S U B S I D I O S E I N D E M N I Z A Ç O E S C O M P E N S A T O R I A S 3 6 8 , 3 1 6 7 , 0 5 4 , 6 - A P O I O À F A M Í L I A 5 , 2 6 , 5 2 5 , 4 C O M P E N S A Ç Ã O D E J U RO S 0 , 0 0 , 5 2 . 0 4 0 , 1 H A BI T A Ç Ã O 1 2 , 5 1 3 , 8 1 0 , 7 P T C O M U N I C A C O E S 2 , 0 3 8 , 5 1 . 8 2 5 , 0 S U BS Í D I O S A O S E C T O R E M P RE S A RI A L D O E S T A D O 3 0 4 , 4 7 2 , 8 7 6 , 1 - T RA N S P O RT E S A É RE O S 2 , 1 1 0 0 , 0 - T RA N S P O RT E S F E RR O V I Á RI O S 1 3 , 3 9 , 3 2 9 , 7 - T RA N S P O RT E S RO D O V I Á RI O S 2 8 , 9 2 5 , 7 1 1 , 1 - 0 3 - GA R A N T I A S F I N A N C E I R A S 0 , 7 6 6 , 7 9 . 9 2 4 , 8 A V A L E S / O U T RA S G A RA N T I A S / RI S C O D E C A M BI O 0 , 7 6 6 , 7 9 . 9 2 4 , 8 0 4 - A M O E D A Ç A O 1 , 6 4 , 6 1 8 0 , 3 C U S T O S D E A M O E D A Ç A O - M O E D A C O RR E N T E / M O E D A D E C O L E Ç Ã O 1 , 6 4 , 6 1 8 0 , 3 0 5 - A T I V O S F I N A N C E I R O S 1 9 . 1 0 7 , 0 1 2 . 5 9 7 , 0 3 4 , 1 - A Ç Õ E S E O U T RA S P A RT I C I P A Ç Õ E S 3 . 6 7 9 , 2 1 . 8 2 3 , 8 5 0 , 4 - C O O P E RA Ç Ã O I N T E RN A C I O N A L 4 4 , 0 2 0 , 6 5 3 , 1 - E M P RE S T I M O S A C U RT O P RA Z O 1 8 , 0 1 8 , 0 - E M P RE S T I M O S A M / L P RA Z O 6 . 1 6 3 , 5 2 . 3 4 3 , 5 6 2 , 0 - E M P RE S T I M O S A M / L P RA Z O - F U N D O D E RE S O L U Ç A O 1 . 5 0 0 , 0 1 . 5 0 0 , 0 - E X E C U Ç Ã O D E G A RA N T I A S E E X P RO P RI A Ç Õ E S 9 6 , 2 8 9 , 6 6 , 8 - I N I C I A T I V A P A RA O RE F O RÇ O D A E S T A BI L I D A D E F I N A N C E I RA 6 . 4 0 0 , 0 6 . 4 0 0 , 0 - I N S T RU M E N T O S D E C A P I T A L D E C O N T I N G E N T E - BA N I F 4 0 0 , 0 1 0 0 , 0 - M E C A N I S M O E U RO P E U D E E S T A BI L I D A D E 8 0 2 , 9 4 0 1 , 5 5 0 , 0 - U N I D A D E S D E P A RT I C I P A Ç Ã O 3 , 2 1 0 0 , 0 - 0 6 - C O M I S S O E S E O U T R O S E N C A R GO S 3 1 5 , 2 1 9 2 , 2 3 9 , 0 - C O M I S S A O D E G E S T A O 0 , 7 0 , 5 2 4 , 2 - C O O P E RA Ç Ã O I N T E RN A C I O N A L 5 8 , 3 5 3 , 2 8 , 7 - D E S P E S A S D A RE P RI V A T I Z A Ç A O D O BP N 4 2 , 2 1 5 , 2 6 4 , 0 - G E S T Ã O D A D Í V I D A P Ú BL I C A 2 0 , 0 2 0 , 0 - G E S T Ã O D E RE C U RSO S F I N A N C E I RO S 1 0 6 , 4 2 2 , 8 7 8 , 5 - P RO T E C Ç Ã O S O C I A L D E BA S E 1 3 , 0 1 1 , 5 1 1 , 9 - T RA N S F E RE N C I A G RE C I A 7 4 , 7 6 9 , 1 7 , 5 - 0 7 - A D M I N I S T R A Ç A O D O P A T R I M O N I O D O E S T A D O 2 , 6 2 , 8 8 , 5 E D I F Í C I O S 2 , 6 2 , 8 8 , 5 T o t a l Ge r a l 1 9 . 8 7 8 , 4 1 3 . 1 1 2 , 9 3 4 , 0 -

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No que respeita às comissões e outros encargos assinalam-se reduções nas verbas destinadas a despesas com reprivatização do BPN.
Quanto à componente de subsídios e indemnizações compensatórias ao sector empresarial do Estado, a variação, face ao estimado, é parcialmente justificada pela alteração da orçamentação destas verbas que passaram a figurar nos orçamentos dos programas que tutelam as respetivas entidades. Por último, evidencia-se o crescimento das garantias financeiras prestadas pelo Estado, em 66 milhões de euros .
Quadro IV.5.5. Finanças e Administração Pública (P003) – Despesa por Medidas dos Programas (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
O Programa Finanças e Administração Põblica inclui 15 medidas, das quais se destaca a “segurança social” que representa cerca de 49% do total da despesa consolidada e que contém 4.082 milhões de euros de transferências internas para a CGA. M I N I S T É R I O D A S F I N A N Ç A S
P r o g r a m a 0 0 3 - F i n a n ç a s e A d m i n i s t r a ç ã o P ú b l i c a
S e r v i ç o s G e r a i s d a A d m i n i s t r a ç ã o P ú b l i c a - A d m i n i s t r a ç ã o g e r a l 1 . 1 4 6 , 9 6 , 8 - C o o p e r a ç ã o e c o n ó m i c a e x t e r n a 5 8 , 6 0 , 3
E d u c a ç ã o - E s t a b e l e c i m e n t o s d e e n s i n o n ã o s u p e r i o r 0 , 0 0 , 0
S a ú d e - H o s p i t a l e c l ín i c a s 0 , 0 0 , 0 - S e r v i ç o s i n d i v i d u a i s d e s a ú d e 4 3 2 , 8 2 , 6
S e g u r a n ç a e a c ç ã o s o c i a l - S e g u r a n ç a s o c i a l 1 2 . 8 5 9 , 8 7 6 , 6 - A c ç ã o s o c i a l 1 6 , 3 0 , 1
H a b i t a ç ã o e s e r v . C o l e c t i v o s – H a b it a ç ã o 9 1 , 8 0 , 5
S e r v i ç o s c u l t u r a i s , r e c r e a t i v o s e r e l i g i o s o s - C u l t u r a 3 , 6 0 , 0 - C o m u n i c a ç ã o s o c i a l 1 3 , 4 0 , 1
T r a n s p o r t e s e c o m u n i c a ç õ e s - T r a n s p o r t e s r o d o v i á r i o s 4 4 , 7 0 , 3 - T r a n s p o r t e s f e r r o v i á r i o s 3 0 , 8 0 , 2 - T r a n s p o r t e s a é r e o s 2 1 , 8 0 , 1 - T r a n s p o r t e s m a r ít i m o s e f l u v i a i s 0 , 0 0 , 0 - S i s t e m a s d e c o m u n i c a ç õ e s 3 8 , 5 0 , 2
O u t r a s f u n ç õ e s e c o n ó m i c a s - D i v e r s a s n ã o e s p e c i f i c a d a s 3 0 6 , 9 1 , 8
O u t r a s f u n ç õ e s - T r a n s f e r ê n c i a s e n t r e a d m i n i s t r a ç õ e s 1 . 7 1 6 , 7 1 0 , 2
D e s p e s a E f e t i v a N ã o C o n s o l i d a d a 1 6 . 7 8 2 , 5 1 0 0 , 0
D e s p e s a T o t a l C o n s o l i d a d a 2 6 . 2 5 8 , 1
D e s p e s a E f e t i v a 1 2 . 5 8 1 , 7
P o r M e m ó r i a
A t i v o s F i n a n c e i r o s 1 2 . 8 8 4 , 4
P a s s i v o s F i n a n c e i r o s 7 9 1 , 9
P r o g r a m a s e M e d i d a s
O r ç a m e n t o d e 2014
E s t r u t u r a 2 0 1 4 ( % )

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Quadro IV.5.6. Gestão da Dívida Pública (P004) – Despesa Total Consolidada (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
O Programa Gestão da Dívida Pública, apresenta, para 2014, uma despesa total consolidada de 118.950,1 milhões de euros, excluindo a transferência para o Fundo de Regularização da Dívida Pública (FRDP) de 90 milhões de euros, e uma despesa efetiva de 7.239 milhões de euros destinada a suportar encargos com juros da dívida pública.

IV.6. Representação Externa (P005) IV.6.1. Políticas O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) tem implementado medidas de racionalização dos recursos públicos e continuará empenhado em contribuir para a revisão estrutural da despesa pública, tendo sempre presente os princípios e as prioridades estabelecidas nas linhas de ação da política externa portuguesa.
Neste sentido, o MNE promoverá um novo conjunto de iniciativas sectoriais e implementará as medidas transversais da Administração Pública. O esforço global de redução de despesa do MNE, em 2014, será de 30,2 milhões de euros. As medidas com impacto em despesa financiada por receitas próprias ascendem a 4,7 milhões de euros. As medidas com impacto em despesa financiada por receitas gerais, por sua vez, perfazem um total de 25,6 milhões de euros, que se dividem do seguinte modo:

Medidas Transversais  Programa de rescisões por mútuo acordo – a implementação do programa de rescisões pressupõe a rescisão amigável com trabalhadores nos serviços externos e internos do MNE e nos serviços e fundos autónomos; E s t i m a t i v a 2 0 1 3
O r ç a m e n t o 2014
V a r i a ç ã o ( % ) 2 0 1 4 / 2 0 1 3
E s t r u t u r a ( % ) 2014
E s t a d o 6 . 8 0 3 , 0 7 . 2 3 9 , 0 6 , 4 9 9 , 1
A t i v i d a d e s 6 . 8 0 3 , 0 7 . 2 3 9 , 0 6 , 4 9 9 , 1
C o m c o b e r t u r a e m r e c e i t a s g e r a i s 6 . 8 0 3 , 0 7 . 2 3 9 , 0 6 , 4 9 9 , 1
D o t a ç õ e s e s p e c i f i c a s :
J u r o s 6 . 8 0 3 , 0 7 . 2 3 9 , 0 6 , 4 9 9 , 1
C o m c o b e r t u r a e m r e c e i t a s c o n s i g n a d a s
P r o j e t o s
F i n a n c i a m e n t o n a c i o n a l F i n a n c i a m e n t o c o m u n i t á r i o
S e r v i ç o s e F u n d o s A u t ó n o m o s 6 7 , 2 6 5 , 9 - 1 , 9 0 , 9
E m p r e s a s P ú b l i c a s R e c l a s s i f i c a d a s
C o n s o l i d a ç ã o e n t r e s u b s e c t o r e s
D e s p e s a T o t a l C o n s o l i d a d a 1 2 5 . 5 7 3 , 2 1 1 8 . 9 5 0 , 1 - 5 , 3
D e s p e s a E f e t i v a 6 . 8 7 0 , 2 7 . 3 0 4 , 9
P o r M e m ó r i a
A t i v o s F i n a n c e i r o s 1 . 3 0 4 , 7 5 7 1 , 0
P a s s i v o s F i n a n c e i r o s 1 1 7 . 3 9 8 , 3 1 1 1 . 0 7 4 , 2

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 Requalificação de trabalhadores – a implementação deste programa pressupõe a requalificação de trabalhadores dos serviços internos do MNE, incluindo os serviços e fundos autónomos;  Redução de trabalho suplementar – redução dos encargos com o pagamento de horas extraordinárias decorrente do aumento do horário de trabalho para 40h semanais;  Redução de encargos com a ADSE, no montante de 0,4 milhões de euros, decorrente da diminuição da contribuição para a ADSE, por parte da entidade patronal, de 2,5% para 1,5%;  Saída de trabalhadores por aposentação, pressupondo-se a não substituição parcial de trabalhadores que se aposentam e estimando-se uma poupança de cerca de 1,8 milhões de euros. Medidas Sectoriais  Redução dos consumos intermédios, no montante de 1,7 milhões de euros, prosseguindo o esforço já iniciado em áreas como a revisão dos orçamentos de funcionamento dos serviços periféricos externos, as deslocações em missão de serviço público e a mala diplomática, bem como a renegociação de contratos de prestação de serviços;  Redução dos encargos com as Contribuições e Quotizações para Organizações Internacionais – revisão da participação de Portugal em Organizações Internacionais;  Redimensionamento do pessoal especializado colocado nas missões diplomáticas portuguesas;  Revisão da Rede Diplomática e Consular – prosseguir a reforma da rede diplomática e consular, dando continuidade ao processo de redimensionamento do pessoal do quadro externo;  Redução em obras – maior racionalização nas obras de conservação realizadas no património português afeto ao MNE no estrangeiro e em Portugal;  Rendas dos serviços externos – será dada continuidade ao processo de racionalização do património do MNE no exterior por via da revisão de contratos de arrendamento e da venda de património imobiliário, bem como do estudo de possíveis alternativas para a rentabilização do património português afeto aos serviços periféricos externos;  Redução de encargos com visitas de Estado, no montante de 0,3 milhões de euros;  O Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, IP irá dar continuidade a um conjunto de medidas adicionais de redução da despesa no valor total de 7,8 milhões de euros. Deste montante, 4 milhões de euros respeitarão à redução de efetivos, dos quais 1 milhão de euros na área cooperação e 3 milhão de euros no âmbito da reestruturação da rede de ensino do português no estrangeiro (rede EPE). Haverá ainda uma redução de 3,5 milhões de euros em medidas sectoriais relativas à reestruturação dos projetos de cooperação, que será parcialmente compensada por outras fontes de financiamento.
 Reestruturação do Instituto de Investigação Científica Tropical (IICT) – concretizar a reestruturação desta organização, possibilitando a concentração da atividade nas suas próprias competências basilares, a racionalização e valorização da capacidade de investigação científica, a simplificação da estrutura e o crescimento das receitas próprias geradas pelo seu funcionamento.

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IV.6.2. Orçamento A despesa total consolidada do Programa 005 – Representação Externa, em 2014, é de 317,5 milhões de euros, o que representa uma redução de 31,5 milhões de euros (-9%) face à estimativa de 2013.
Quadro IV.6.1. Representação Externa (P005) – Despesa Total Consolidada (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
Esta redução traduz a orientação de contenção da despesa pública, através da aplicação de medidas de consolidação orçamental, quer sectoriais, quer as medidas transversais de contenção orçamental.
Contudo, a despesa financiada por receitas consignadas apresenta um aumento de 4,8% (1 milhões de euros), que advém, essencialmente, da receita a cobrar pela Direção-Geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas proveniente dos emolumentos consulares e que se destina, nomeadamente, a suportar os encargos decorrentes da emissão do Passaporte Eletrónico Português.
A despesa de Investimento, no montante de 1 milhões de euros, é financiada na totalidade por recursos nacionais e reflete uma redução de 89,3% face à estimativa de 2013, e destina-se a financiar projetos em sistemas e tecnologias de informação e comunicação, no âmbito da modernização e manutenção da rede informática da Secretaria-Geral, a integração de redes e a modernização do sistema de informação consular.
Quadro IV.6.2. Representação Externa (P005) – Despesa dos SFA por Fontes de Financiamento (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
O subsector dos serviços e fundos autónomos é constituído pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, pelo Instituto de Investigação Científica e Tropical e pelo Fundo para as Relações Internacionais, verificando-se um decréscimo da despesa de 15,3% face à estimativa de 2013, sustentado na contenção da despesa pública relativa a encargos com o pessoal.
2013 2014
E s t i m a t i v a O r ç a m e n t o
E s t a d o 3 2 5 , 7 2 9 7 , 8 - 8 , 6 7 9 , 5
1 . A t i v i d a d e s 3 1 7 , 3 2 9 6 , 9 - 6 , 4 7 9 , 3
1 . 1 . C o m c o b e r t u r a e m r e c e i t a s g e r a i s 3 0 5 , 9 2 8 4 , 9 - 6 , 9 7 6 , 1 F u n c i o n a m e n to e m s e n ti d o e s tr i to 2 2 5 , 4 2 0 4 , 9 - 9 , 1 5 4 , 7 D o ta ç õ e s e s p e c íf i c a s 8 0 , 4 8 0 , 0 - 0 , 5 2 1 , 4 Q u o ti z a ç õ e s p a r a O r g a n i z a ç õ e s I n te r n a c i o n a i s 8 0 , 4 8 0 , 0 - 0 , 5 2 1 , 4
1 . 2 . C o m c o b e r t u r a e m r e c e i t a s c o n s i g n a d a s 1 1 , 4 1 2 , 0 4 , 8 3 , 2
2 . P r o j e t o s 8 , 4 0 , 9 - 8 9 , 3 0 , 2
2 . 1 . F i n a n c i a m e n t o n a c i o n a l 0 , 9 0 , 2 2 . 2 . F i n a n c i a m e n t o c o m u n i t á r i o 8 , 4 - 1 0 0 , 0
S e r v i ç o s e F u n d o s A u t ó n o m o s 8 9 , 4 7 6 , 7 - 1 4 , 2 2 0 , 5
E n t i d a d e s P ú b l i c a s R e c l a s s i f i c a d a s
C o n s o l i d a ç ã o e n t r e e i n t r a - s u b s e t o r e s 6 6 , 2 5 7 , 0
D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 3 4 9 , 0 3 1 7 , 5 - 9 , 0 D E S P E S A E F E T I V A 3 1 7 , 5
V a r i a ç ã o ( % )
E s t r u t u r a 2 0 1 3 ( % )
2013
E s t i m a t i v a R e c e i t a s G e r a i s R e c e i t a s P r ó p r i a s
F i n a n c i a m e n t o C o m u n i t á r i o
T r a n s f e r ê n c i a s d a s A P
O u t r a s F o n t e s T o t a l
T o t a l S F A 8 9 , 4 5 0 , 2 2 4 , 0 0 , 3 2 , 2 7 6 , 7 - 1 4 , 2
T o t a l E P R
S u b - T o t a l 8 9 , 4 5 0 , 2 2 4 , 0 0 , 3 2 , 2 7 6 , 7 - 1 4 , 2
T r a n s f e r ê n c i a s i n t r a 0 , 6 1 , 5 1 , 5
D E S P E S A T O T AL CO N S O L I D AD A 8 8 , 8 5 0 , 2 2 2 , 5 0 , 3 2 , 2 7 5 , 2 - 1 5 , 3
D E S P E S A E F E T I V A 8 8 , 8 5 0 , 2 2 2 , 5 0 , 3 2 , 2 7 5 , 2 - 1 5 , 3
O r ç a m e n t o d e 2 0 1 4
V a r i a ç ã o ( % )

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Porém, é esperado um acréscimo da receita a cobrar pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, proveniente do recebimento de propinas no âmbito do ensino de português no estrangeiro e que se destina, sobretudo, a suportar os encargos com a sua requalificação.
Quadro IV.6.3. Representação Externa (P005) – Despesa por Classificação Económica (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
A estrutura da despesa total consolidada por classificação económica evidencia o contributo dos encargos com pessoal que representam 48,2% do total, incluindo-se nestes encargos a rede do ensino de português no estrangeiro e a despesa com os agentes da cooperação, com particular relevo nas áreas da educação e da saúde.
De salientar ainda o peso do agrupamento transferências correntes com uma dotação de 101 milhões de euros, dos quais 87 milhões de euros são relativos a quotizações e outras contribuições para organizações internacionais.
Quadro IV.6.4. Representação Externa (P005) - Despesa por Medidas dos Programas (milhões de euros) Fonte: Ministério das Finanças.
No Programa 005 - Representação Externa, estruturado por medidas, destacam-se os “Negócios Estrangeiros”, com 281 milhões de euros, representando 75% da estrutura do Programa, e a medida “Cooperação económica externa” com 87 milhões de euros. E s t r u t u r a 2 0 1 4 ( % )
S F A EPR T o t a l
D e s p e s a C o r r e n t e 2 9 6 , 9 7 3 , 7 7 3 , 7 3 1 4 , 5 9 9 , 1
D e s p e s a s c o m P e s s o a l 1 1 9 , 5 3 3 , 4 3 3 , 4 1 5 3 , 0 4 8 , 2
A q u i s i ç ã o d e B e n s e S e r v i ç o s 2 9 , 1 1 0 , 1 1 0 , 1 3 9 , 2 1 2 , 4
J u r o s e O u t r o s E n c a r g o s 0 , 0 0 , 0 0 , 0 0 , 0 0 , 0
T r a n s f e r ê n c i a s C o r r e n t e s 1 3 0 , 5 2 7 , 0 2 7 , 0 1 0 1 , 4 3 1 , 9 d a s q u a i s : i n t r a - i n s t i t u i ç õ e s d o m i n i s t é r i o 5 0 , 1 5 , 9 5 , 9 p a r a a s r e s ta n te s A d m . P ú b l i c a s 0 , 0 0 , 4 0 , 4 0 , 4 0 , 1
S u b s íd i o s
O u t r a s D e s p e s a s C o r r e n t e s 1 7 , 7 3 , 2 3 , 2 2 0 , 9 6 , 6
D e s p e s a C a p i t a l 0 , 9 2 , 9 2 , 9 2 , 9 0 , 9
A q u i s i ç ã o d e B e n s d e C a p i t a l 0 , 9 2 , 0 2 , 0 2 , 9 0 , 9
T r a n s f e r ê n c i a s d e C a p i t a l 0 , 0 0 , 9 0 , 9 d a s q u a i s : i n t r a - i n s t i t u i ç õ e s d o m i n i s t é r i o 0 , 0 0 , 9 0 , 9 0 , 9 0 , 3 p a r a a s r e s ta n te s A d m . P ú b l i c a s
A t i v o s F i n a n c e i r o s
P a s s i v o s F i n a n c e i r o s
O u t r a s D e s p e s a s d e C a p i t a l 0 , 1 0 , 1 0 , 1 0 , 0
C o n s o l i d a ç ã o e n t r e e i n t r a - s u b s e t o r e s 5 7 , 0
D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 2 9 7 , 8 7 6 , 7 7 6 , 7 3 1 7 , 5 1 0 0 , 0
D E S P E S A T O T A L E X C L U I N D O T R A N S F P A R A A D M . P Ú B L I C A S 2 9 7 , 8 7 6 , 2 7 6 , 2 3 1 7 , 0 D E S P E S A E F E T I V A 2 9 7 , 8 7 6 , 7 7 6 , 7 3 1 7 , 5 O r ç a m e n t o d e 2 0 1 4
E s t a d o
S F A T o t a l
C o n s o l i d a d o
S e r v i ç o s G e r a i s d a A d m i n i s t r a ç ã o P ú b l i c a - N e g ó c i o s E s t r a n g e i r o s 2 8 0 , 8 7 5 , 0 - C o o p e r a ç ã o e c o n ó m i c a e x t e r n a 8 6 , 9 2 3 , 2 - In v e s t i g a ç ã o c i e n t íf i c a d e c a r á c t e r g e r a l 6 , 7 1 , 8
D E S P E S A T O T AL N ÃO CO N S O L I D AD A 3 7 4 , 5 1 0 0 , 0
D E S P E S A T O T AL CO N S O L I D AD A 3 1 7 , 5
D E S P E S A E F E T I V A 3 1 7 , 5
E s t a d o , S F A e E P R O r ç a m e n t o d e 2014 E s t r u t u r a 2 0 1 4 ( % )

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IV.7. Defesa (P006) IV.7.1. Políticas As principais orientações políticas para a área da Defesa Nacional encontram-se definidas nas Grandes Opções do Plano para 2014, consubstanciando-se em dois grandes eixos prioritários:  Contribuição para a segurança e desenvolvimento globais;  Concretização do processo de reestruturação do Ministério da Defesa Nacional (MDN) e das Forças Armadas.
Com esta estrutura e no contexto do Orçamento do Estado para 2014, indicam-se algumas das medidas concretas subjacentes à sua elaboração.
A elaboração do orçamento para 2014 é desenvolvida num contexto de reforma estrutural da Defesa Nacional e das Forças Armadas, que constitui uma das prioridades do Governo. Neste âmbito, a sua atuação será orientada, entre outros, pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 26/2013, de 11 de abril, (“Defesa 2020”) que define as linhas orientadoras de planeamento para pôr em prática uma reestruturação nas Forças Armadas com vista à sua maior eficiência e eficácia, e pelo Despacho n.º 7527A/2013 que consiste na Diretiva Ministerial para a reforma estrutural na Defesa Nacional e nas Forças Armadas — Reforma “Defesa 2020”.
Como medidas de enquadramento do planeamento integrado de longo prazo na defesa nacional definiuse um compromisso orçamental estável em aproximadamente 1,1% (±0,1) do PIB.
Tendo presentes os objetivos permanentes e conjunturais de defesa nacional, as missões atribuídas às Forças Armadas, bem como o atual contexto internacional que exige respostas flexíveis num quadro de segurança cooperativo alargado, o MDN continuará a implementar medidas e ações que garantam maior eficiência e eficácia e que permitam encontrar o equilíbrio ótimo entre os recursos disponíveis, as necessidades das Forças Armadas e os compromissos de defesa nacional.

Medidas Transversais Em 2014, no âmbito da Reforma do Estado, serão realizadas medidas transversais de consolidação orçamental cujo impacto se estima que possa atingir os 18,5 milhões de euros. A utilização dos instrumentos de gestão de recursos humanos recentemente criados, a par da saída de trabalhadores por aposentação, contribuem para a concretização dos objetivos de redução de efetivos abaixo elencados.

Medidas Sectoriais Em 2014, a implementação de um conjunto de medidas sectoriais pelo MDN permitirá uma redução de 120,7 milhões de euros. As políticas de caráter sectorial dividem-se entre os dois grandes eixos prioritários já referidos.

i) Contribuição para a segurança e desenvolvimento globais Portugal tem vindo a participar na implementação de planos de apoio e manutenção de paz, no quadro das alianças político-militares em que está inserido (NATO, ONU, UE), através da realização de Missões

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Humanitárias e de Paz em diversos teatros de operações, tendo sempre como referência o Direito Internacional e as deliberações das Nações Unidas.
Por outro lado, a Cooperação Técnico-Militar (CTM) é uma das políticas de defesa que tem merecido particular atenção, importância que saiu reforçada com o novo Conceito Estratégico de Defesa Nacional (Resolução do Conselho de Ministros 19/2013, de 5 de abril).
Num contexto de grandes restrições orçamentais, o Governo mantém como estruturante o empenhamento nas relações externas, concretizando a afetação de 52 milhões de euros no ano de 2014 para as Forças Nacionais Destacadas (FND), valor 3,7% inferior ao de 2013, e uma dotação proposta de 5,5 milhões de euros para a CTM, consubstanciando uma redução de cerca de 8% relativamente a 2013.

ii) Concretização do processo de reestruturação do MDN e das Forças Armadas O MDN continuará a implementar medidas e ações que decorrem da Reforma "Defesa 2020" que acrescem às iniciativas atualmente em curso.
É intenção do MDN prosseguir o caminho decorrente da aprovação do Conceito Estratégico de Defesa Nacional, iniciando, de forma sequencial, coerente e célere, a revisão do Conceito Estratégico Militar, das Missões Específicas das Forças Armadas, do Sistema de Forças Nacional e do Dispositivo de Forças.
Neste contexto, encontram-se em revisão as leis enquadradoras de todo o edifício legal da defesa nacional, nomeadamente os diplomas relativos ao investimento nas Forças Armadas.
Assim, a proposta de orçamento para 2014 para as diferentes rubricas de investimento visa, na sua maioria, a prossecução de programas já em curso, prevendo-se assim uma redução de despesa de cerca de 15% face ao proposto em 2013.
As medidas previstas na Reforma “Defesa 2020” relativas ao pessoal militar e civil produzirão efeitos relevantes nas Despesa com Pessoal já em 2014. Relativamente ao efetivo de pessoal das Forças Armadas a Reforma “Defesa 2020” prevê o redimensionamento para um efetivo global entre 30.000 e 32.000 militares, concretizado através de redução de 2.000 efetivos durante 2014, de 2.000 efetivos em 2015 e na distribuição progressiva dos restantes até final de 2020. Relativamente ao pessoal civil, prevêse o redimensionamento dos quadros do pessoal civil do conjunto da defesa nacional para cerca de 70% do atual, até final de 2015.
No que respeita ao pessoal civil do MDN, incluindo os trabalhadores dos Estabelecimentos Fabris do Exército, a redução ocorrerá não só pelas aposentações e pela redução das admissões, mas também pela utilização de mecanismos de gestão de recursos humanos recentemente criados.
As medidas recentemente aprovadas no sentido de melhorar a sustentabilidade dos subsistemas de saúde, em linha com o estabelecido nos acordos internacionais celebrados, permite a redução da dotação inicial proposta relativa à ADM em 8 milhões de euros no ano de 2014, sem qualquer impacto na qualidade do serviço prestado.
A prossecução das reformas e reestruturações incluídas nas orientações políticas para a Defesa que integram o documento das Grandes Opções do Plano, nomeadamente as alterações previstas nos Estabelecimentos Militares de Ensino, a reforma do sistema de Saúde Militar, a reestruturação dos Estabelecimentos Fabris do Exército, ou o redimensionamento do dispositivo territorial, permitem a elaboração de um orçamento compatível com as restrições orçamentais atualmente existentes.
Relativamente às empresas do SEE da área da Defesa que se encontram reclassificadas – DEFLOC, SA e DEFAERLOC, SA – pretende-se conferir um enquadramento mais adequado às atividades por elas

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desenvolvidas. Em simultâneo, o Arsenal do Alfeite, S.A. continuará com a procura de novos parceiros e parcerias internacionais que tragam valor acrescentado para a empresa e para a economia nacional.

IV.7.2. Orçamento A despesa total consolidada do Programa da Defesa em 2014, ascende a 2.138,7 milhões de euros, com um acréscimo de 6,8%, face à estimativa de 2013.
Quadro IV.7.1. Defesa (P006) - Despesa Total Consolidada (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
A despesa do subsector Estado apresenta um acréscimo de 4,8% devido, essencialmente, à previsão de receita consignada que apresenta um crescimento de 99,5%, já que as receitas gerais, decrescem 1,9%, em resultado das medidas de contenção orçamental transversais aos ministérios.
Quadro IV.7.2. Defesa (P006)- Despesa dos SFA e EPR por Fontes de Financiamento (milhões de euros) Fonte: Ministério das Finanças.
A despesa total consolidada dos serviços e fundos autónomos apresenta um crescimento de 29,6% face a 2013. De notar o acréscimo de 220,4% verificado no Subsector das EPR que se deve fundamentalmen2013 2014
E s t i m a t i v a O r ç a m e n t o E s t a d o 1 . 8 5 4 , 9 1 . 9 4 4 , 0 4 , 8 9 0 , 8
1 . A t i v i d a d e s 1 . 8 4 6 , 1 1 . 9 3 8 , 0 5 , 0 9 0 , 5
1 . 1 . C o m c o b e r t u r a e m r e c e i t a s g e r a i s 1 . 7 2 1 , 0 1 . 6 8 8 , 4 - 1 , 9 7 8 , 9 F u n c i o n a m e n to e m s e n ti d o e s tr i to 1 . 3 4 5 , 5 1 . 2 8 4 , 5 - 4 , 5 6 0 , 0 D o ta ç õ e s e s p e c íf i c a s 3 7 5 , 5 4 0 3 , 9 7 , 6 1 8 , 9 E n c a r g o s c o m a S a ú d e 3 4 , 1 3 3 , 0 - 3 , 2 1 , 5 F o r ç a s N a c i o n a i s D e s ta c a d a s 5 0 , 5 5 2 , 0 3 , 0 2 , 4 L e i d e P r o g r a m a ç ã o M i l i ta r 1 6 2 , 4 2 0 0 , 0 2 3 , 2 9 , 3 P e n s õ e s d e R e s e r v a 1 2 8 , 5 1 1 8 , 9 - 7 , 5 5 , 6
1 . 2 . C o m c o b e r t u r a e m r e c e i t a s c o n s i g n a d a s 1 2 5 , 1 2 4 9 , 6 9 9 , 5 1 1 , 7
2 . P r o j e t o s 8 , 7 6 , 0 - 3 1 , 3 0 , 3
2 . 1 . F i n a n c i a m e n t o n a c i o n a l 8 , 7 6 , 0 - 3 1 , 3 0 , 3 2 . 2 . F i n a n c i a m e n t o c o m u n i t á r i o 0 , 0
S e r v i ç o s e F u n d o s A u t ó n o m o s 1 2 9 , 6 1 3 0 , 4 0 , 6 6 , 1
E n t i d a d e s P ú b l i c a s R e c l a s s i f i c a d a s 2 0 , 9 6 6 , 8 2 2 0 , 4 3 , 1
C o n s o l i d a ç ã o e n t r e e i n t r a - s u b s e t o r e s 6 , 6 5 , 6
D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 2 . 0 0 2 , 8 2 . 1 3 8 , 7 6 , 8 D E S P E S A E F E T I V A 1 . 9 9 8 , 8 2 . 1 3 5 , 6
P o r M e m ó r i a
A t i v o s F i n a n c e i r o s 2 , 1 2 , 1
P a s s i v o s F i n a n c e i r o s 2 , 0 1 , 0
N o t a : N o s E n c a r g o s c o m a s a ú d e , p a r a o a n o d e 2 0 1 3 , d e v e s e r t i d o e m c o n s i d e r a ç ã o a s t r a n s f e r ê n c i a s e f e t u a d a s a f a v o r d a A C S S , IP n o v a lo r d e 7 , 4 M € , p a r a c u m p r im e n t o d o D e s p a c h o n . º 4 5 1 6 / 2 0 1 3 , d e 5 d e m a r ç o , n o à m b it o d a c o m p a r t ic ip a ç ã o à s f a r m á c i a s p e l o s i s t e m a d e s a ú d e d a A D M .
V a r i a ç ã o ( % )
E s t r u t u r a 2 0 1 4 ( % )
2013
E s t i m a t i v a R e c e i t a s G e r a i s R e c e i t a s P r ó p r i a s
F i n a n c i a m e n t o C o m u n i t á r i o
T r a n s f e r ê n c i a s d a s A P
O u t r a s F o n t e s T o t a l
T o t a l S F A 1 2 9 , 6 5 , 6 1 2 3 , 5 1 , 3 0 , 0 1 3 0 , 4 0 , 6
T o t a l E P R 2 0 , 9 6 6 , 8 0 , 0 0 , 0 6 6 , 8 2 2 0 , 4
S u b - T o t a l 1 5 0 , 5 5 , 6 1 9 0 , 3 1 , 3 0 , 0 0 , 0 1 9 7 , 2 3 1 , 1
T r a n s f e r ê n c i a s i n t r a 0 , 0 0 , 0
D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 1 5 4 , 5 5 , 6 1 9 3 , 3 1 , 3 0 , 0 0 , 0 2 0 0 , 3 2 9 , 6
D E S P E S A E F E T I V A 1 5 0 , 5 5 , 6 1 9 0 , 3 1 , 3 0 , 0 0 , 0 1 9 7 , 2 3 1 , 1
P o r M e m ó r i a
A t i v o s F i n a n c e i r o s 2 , 1 2 , 1 2 , 1
P a s s i v o s F i n a n c e i r o s 2 , 0 1 , 0 1 , 0
O r ç a m e n t o 2 0 1 4
V a r i a ç ã o ( % )

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te à inclusão de duas novas entidades no perímetro do Ministério da Defesa Nacional, Defaerloc - Locação de Aeronaves Militares, S.A e Defloc - Locação de Equipamento de Defesa, S.A e também devido ao crescimento de receitas de funcionamento decorrentes da prestação de serviços de reparação naval, pelo Arsenal do Alfeite.
Quadro IV.7.3. Defesa (P006) - Despesa por Classificação Económica (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
A estrutura da despesa total consolidada por classificação económica mostra que as despesas com o pessoal absorvem 56,8% do total, seguindo-se a aquisição de bens e serviços com um peso de 23,4% e outras despesas correntes com 8,8%.
Quadro IV.7.4. Defesa (P006) - Despesa por Medidas dos Programas (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
No programa 006 – Defesa a medida mais expressiva ç “Forças Armadas” representando 79,4% da despesa total. S F A EPR T o t a l
D e s p e s a C o r r e n t e 1 . 7 8 2 , 1 1 2 6 , 6 6 5 , 6 1 9 2 , 2 1 . 9 6 8 , 9 9 2 , 1
D e s p e s a s c o m P e s s o a l 1 . 1 3 7 , 8 6 3 , 9 1 3 , 5 7 7 , 4 1 . 2 1 5 , 2 5 6 , 8
A q u is iç ã o d e B e n s e S e r v iç o s 4 1 3 , 9 5 4 , 0 3 2 , 1 8 6 , 1 5 0 0 , 0 2 3 , 4
J u r o s e O u t r o s E n c a r g o s 0 , 0 1 , 6 1 , 6 1 , 6 0 , 1
T r a n s f e r ê n c ia s C o r r e n t e s 6 8 , 2 1 , 8 0 , 0 1 , 8 6 4 , 6 3 , 0 d a s q u a is : in t r a - in s t it u iç õ e s d o m in is t é r io 5 , 4 0 , 0 0 , 0 p a r a a s r e s ta n te s A d m . P ú b lic a s 3 , 3 0 , 0 0 , 0 3 , 3 0 , 2
S u b s íd io s 0 , 0 0 , 0 0 , 0
O u t r a s D e s p e s a s C o r r e n t e s 1 6 2 , 2 5 , 4 1 9 , 9 2 5 , 4 1 8 7 , 5 8 , 8
D e s p e s a C a p i t a l 1 6 1 , 9 6 , 8 1 , 2 8 , 1 1 6 9 , 8 7 , 9
A q u is iç ã o d e B e n s d e C a p it a l 1 6 1 , 7 3 , 8 1 , 2 5 , 0 1 6 6 , 7 7 , 8
T r a n s f e r ê n c ia d e C a p it a l 0 , 2 0 , 0 0 , 0 0 , 0 d a s q u a is : in t r a - in s t it u iç õ e s d o m in is t é r io 0 , 2 0 , 0 0 , 0 p a r a a s r e s ta n te s A d m . P ú b lic a s 0 , 0 0 , 0 0 , 0
A t iv o s F in a n c e ir o s 2 , 1 2 , 1 2 , 1 0 , 1
P a s s iv o s F in a n c e ir o s 1 , 0 1 , 0 1 , 0 0 , 0
O u t r a s D e s p e s a s d e C a p it a l 0 , 0 0 , 0 0 , 0
C o n s o lid a ç ã o e n t r e e in t r a - s u b s e t o r e s 5 , 6
D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 1 . 9 4 4 , 0 1 3 3 , 5 6 6 , 8 2 0 0 , 3 2 . 1 3 8 , 7 1 0 0 , 0
D E S P E S A T O T A L E X C L U I N D O T R A N S F P A R A A D M . P Ú B L I C A S 1 . 9 4 0 , 7 1 3 3 , 5 6 6 , 8 2 0 0 , 3 2 . 1 3 5 , 4 D E S P E S A E F E T I V A 1 . 9 4 4 , 0 1 3 0 , 4 6 6 , 8 1 9 7 , 2 2 . 1 3 5 , 6 O r ç a m e n t o 2 0 1 4
E s t a d o
S F A T o t a l
C o n s o lid a d o
E s t r u t u r a 2 0 1 4 ( % )
0 0 1 - S e r v . G e r a i s d a A . P . - A d m i n i s t r a ç ã o g e r a l 1 , 0 0 , 0
0 0 4 - S e r v . G e r a i s d a A . P . - In v e s t i g a ç ã o c i e n t íf i c a d e c a r á c t e r g e r a l 0 , 1 0 , 0
0 0 5 - D e f e s a N a c i o n a l - A d m i n i s t r a ç ã o e r e g u l a m e n t a ç ã o 2 4 9 , 6 1 1 , 6
0 0 6 - D e f e s a N a c i o n a l - In v e s t i g a ç ã o 8 , 6 0 , 4
0 0 7 - D e f e s a N a c i o n a l - F o r ç a s A r m a d a s 1 . 7 0 3 , 0 7 9 , 4
0 0 8 - D e f e s a N a c i o n a l - C o o p e r a ç ã o m i l i t a r e x t e r n a 5 , 4 0 , 3
0 1 4 - S e g u r a n ç a e o r d e m p ú b l i c a s - P r o t e c ç ã o c i v i l e l u t a c o n t r a i n c ê n d i o s 1 , 0 0 , 0
0 1 7 - E d u c a ç ã o - E s t a b e l e c i m e n t o s d e e n s i n o n ã o s u p e r i o r 1 , 1 0 , 0
0 1 8 - E d u c a ç ã o - E s t a b e l e c i m e n t o s d e e n s i n o s u p e r i o r 0 , 1 0 , 0
0 2 2 - S a ú d e - H o s p i t a i s e c l ín i c a s 8 0 , 8 3 , 8
0 2 6 - S e g u r a n ç a e a c ç ã o s o c i a l - S e g u r a n ç a s o c i a l 2 , 4 0 , 1
0 2 7 - S e g u r a n ç a e a c ç ã o s o c i a l - A c ç ã o s o c i a l 6 0 , 4 2 , 8
0 4 9 - In d u s t r i a e e n e r g i a - In d ú s t r i a s t r a n s f o r m a d o r a s 2 7 , 8 1 , 3
D E S P E S A T O T A L N Ã O C O N S O L I D A D A 2 . 1 4 4 , 3 1 0 0 , 0
D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 2 . 1 3 8 , 7 D E S P E S A E F E T I V A 2 . 1 3 5 , 6 P o r M e m ó r i a
A t i v o s F i n a n c e i r o s 2 , 1 0 , 1
P a s s i v o s F i n a n c e i r o s 1 , 0 0 , 0
E s t a d o , S F A e E P R
O r ç a m e n t o 2014
E s t r u t u r a 2 0 1 4 ( % )

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IV.8. Segurança Interna (P007) IV.8.1. Políticas Em 2014, o programa orçamental da Segurança Interna irá aplicar medidas que se traduzirão numa redução significativa da despesa. Neste contexto, para cumprir o objetivo orçamental para 2014 sem prejudicar os níveis de eficácia dos serviços do Ministério da Administração Interna (MAI), tornou-se decisivo proceder à melhoria dos mecanismos de análise, de planeamento e de controlo orçamental – processo já em curso no MAI –, bem como à tomada de decisões estruturais com impacto orçamental.

Medidas Transversais As medidas transversais a aplicar em 2014 deverão conduzir à diminuição da despesa do programa orçamental da Segurança Interna em 27,2 milhões de euros. Grande parte desta poupança será o resultado da diminuição da contribuição da entidade empregadora para os subsistemas de saúde e da saída de trabalhadores por aposentação. Contributos menores virão da implementação do programa de rescisões por mútuo acordo para trabalhadores menos qualificados, da utilização do sistema de mobilidade especial e da redução de trabalho suplementar em consequência do aumento do horário de trabalho para 40 horas semanais.

Medidas Sectoriais As medidas sectoriais a aplicar no âmbito do programa orçamental da Segurança Interna deverão reduzir a despesa em 130,4 milhões de euros. Estas medidas sectoriais podem ser divididas em dois grupos: as que resultam diretamente de decisões ou orientações de caráter político e as que resultam da análise desenvolvida ao nível de cada serviço pelos responsáveis respetivos, com o acompanhamento do MAI.
Para este último efeito, estão já a decorrer estudos. O envolvimento dos dirigentes dos serviços do MAI neste processo é fundamental para assegurar que os níveis de eficácia dos serviços se mantêm.
As decisões/orientações políticas procuram controlar a evolução das despesas com o pessoal e reduzir a despesa com a aquisição de bens e serviços.
Quanto à despesa com o pessoal, salientam-se as medidas que visam:  A revisão das leis orgânicas e dos estatutos do pessoal dos serviços do MAI, nomeadamente via alteração das categorias necessárias para o desempenho de certas funções;  A ponderação do número e das características das contratações de pessoal para as forças e nos serviços de segurança, tomando em atenção, nomeadamente, a evolução demográfica da população em geral e dos elementos das forças e dos serviços de segurança; e  A reforma dos serviços de assistência na doença das forças de segurança, com vista à convergência gradual com a ADSE.
Em relação às medidas com que se pretende reduzir a despesa com a aquisição de bens e serviços, destacam-se:  A reorganização dos centros de formação inseridos no âmbito do MAI;

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 A análise da ocupação de espaços pelos serviços do MAI;  A revisão das despesas com comunicações e transportes; e  O redimensionamento da Unidade Ministerial de Compras – pretende-se dar à Unidade Ministerial de Compras um papel determinante nas aquisições feitas pelos serviços do MAI, proporcionando ganhos de qualidade, de eficiência e de escala nos procedimentos de compras. Além disso, os momentos de renovação dos contratos já existentes serão obrigatoriamente momentos de renegociação desses contratos, para que os valores contratados tenham em atenção a presente situação das finanças públicas. A aplicação deste princípio já produziu resultados em 2013.

IV.8.2. Orçamento A despesa total consolidada do Programa Segurança Interna em 2014 é de 1.949 milhões de euros, o que representa um decréscimo de 6,8% face à estimativa de 2013. Quadro IV.8.1. Segurança Interna (P007) – Despesa Total Consolidada (milhões de euros)

Nota: Em 2013, nos Encargos com a Saúde, deve-se ter em consideração as transferências efetuadas a favor da ACSS, no valor de 9milhões de euros, para cumprimento do Despacho n.º 4005/2013, de 18 de março.
Fonte: Ministério das Finanças.
A despesa do subsector Estado apresenta uma diminuição de 6,4%, devido essencialmente a medidas transversais de redução na despesa com o pessoal, incluindo remunerações certas e permanentes, pensões de reserva, gratificações, despesas de representação, suplementos e prémios, bem como em abonos variáveis e eventuais, e contribuições para a ADSE. 2013 2014
E s t i m a t i v a O r ç a m e n t o E s t a d o 1 . 9 7 9 , 3 1 . 8 5 2 , 6 - 6 , 4 9 1 , 8
1 . A t i v i d a d e s 1 . 9 1 4 , 5 1 . 7 8 5 , 8 - 6 , 7 8 8 , 5
1 . 1 . C o m c o b e r t u r a e m r e c e i t a s g e r a i s 1 . 6 8 4 , 2 1 . 5 5 4 , 4 - 7 , 7 7 7 , 0 F u n c i o n a m e n to e m s e n ti d o e s tr i to 1 . 4 5 5 , 9 1 . 3 3 1 , 4 - 8 , 5 6 6 , 0 D o ta ç õ e s e s p e c íf i c a s 2 2 8 , 4 2 2 3 , 0 - 2 , 4 1 1 , 1 E n c a r g o s c o m a S a ú d e 3 4 , 2 2 7 , 1 - 2 0 , 7 1 , 3 P e n s õ e s d e R e s e r v a 1 9 4 , 2 1 9 5 , 9 0 , 9 9 , 7
1 . 2 . C o m c o b e r t u r a e m r e c e i t a s c o n s i g n a d a s 2 3 0 , 3 2 3 1 , 4 0 , 5 1 1 , 5
2 . P r o j e t o s 6 4 , 8 6 6 , 7 3 , 0 3 , 3
2 . 1 . F i n a n c i a m e n t o n a c i o n a l 6 0 , 9 6 0 , 1 - 1 , 3 3 , 0 2 . 2 . F i n a n c i a m e n t o c o m u n i t á r i o 3 , 9 6 , 6 7 0 , 9 0 , 3
S e r v i ç o s e F u n d o s A u t ó n o m o s 1 4 4 , 2 1 4 5 , 4 0 , 8 7 , 2
E t i d a d e s P ú b l i c a s R e c l a s s i f i c a d a s 2 8 , 2 1 9 , 6 - 3 0 , 5 1 , 0
C o n s o l i d a ç ã o e n t r e e i n t r a - s u b s e t o r e s 8 5 , 3 8 5 , 8
D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 2 . 0 9 1 , 0 1 . 9 4 9 , 0 - 6 , 8 D E S P E S A E F E T I V A 2 . 0 6 6 , 3 1 . 9 3 1 , 8
P o r M e m ó r i a
A t i v o s F i n a n c e i r o s 8 , 7 9 , 3
P a s s i v o s F i n a n c e i r o s 1 6 , 0 8 , 0
V a r i a ç ã o ( % )
E s t r u t u r a 2 0 1 4 ( % )

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Quadro IV.8.2. Segurança Interna (P007) - Despesa dos SFA e EPR por Fontes de Financiamento (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
O subsector dos serviços e fundos autónomos, excluindo a EPR, regista um acréscimo de 0,8%, justificado sobretudo pelo orçamento da Autoridade Nacional de Proteção Civil e devido essencialmente às despesas com o combate e prevenção de incêndios.
A redução de 30,5% na EPR, Empresa de Meios Aéreos, resulta do fato de ser intenção da tutela extinguir esta empresa, pelo que apenas foi inscrito para 2014, o montante correspondente ao pagamento de serviços de manutenção e operação de meios aéreos próprios.
Quadro IV.8.3. Segurança Interna (P007) – Despesa por Classificação Económica (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
A estrutura da despesa total consolidada, por classificação económica evidencia que as despesas com pessoal e a aquisição de bens e serviços absorvem 77,1% e 13,2%, respetivamente, dos recursos em 2014. 2013
E s t i m a t i v a
R e c e i t a s G e r a i s R e c e i t a s P r ó p r i a s
F i n a n c i a m e n t o C o m u n i t á r i o
T r a n s f e r ê n c i a s d a s A P
O u t r a s F o n t e s
T o t a l
T o t a l S F A 1 4 4 , 2 7 6 , 8 6 4 , 8 2 , 8 1 , 0 1 4 5 , 4 0 , 8
T o t a l E P R 2 8 , 2 1 9 , 6 1 9 , 6 - 3 0 , 5
S u b - T o t a l 1 7 2 , 4 7 6 , 8 8 4 , 4 2 , 8 1 , 0 0 , 0 1 6 5 , 0 - 4 , 3
T r a n s f e r ê n c i a s i n t r a 0 , 0
D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 1 9 7 , 0 7 6 , 8 1 0 1 , 7 2 , 8 1 , 0 0 , 0 1 8 2 , 2 - 7 , 5
D E S P E S A E F E T I V A 1 7 2 , 4 7 6 , 8 8 4 , 4 2 , 8 1 , 0 0 , 0 1 6 5 , 0 - 4 , 3
P o r M e m ó r i a
A t i v o s F i n a n c e i r o s 8 , 7 9 , 3 9 , 3
P a s s i v o s F i n a n c e i r o s 1 6 , 0 8 , 0 8 , 0
O r ç a m e n t o 2 0 1 4
V a r i a ç ã o ( % )
E s t r u t u r a 2 0 1 4 ( % )
S F A EPR T o t a l
D e s p e s a C o r r e n t e 1 . 8 1 4 , 0 1 3 9 , 0 1 9 , 6 1 5 8 , 6 1 . 8 8 7 , 5 9 6 , 8
D e s p e s a s c o m P e s s o a l 1 . 4 8 8 , 0 1 2 , 1 2 , 6 1 4 , 7 1 . 5 0 2 , 8 7 7 , 1
A q u i s i ç ã o d e B e n s e S e r v i ç o s 1 9 0 , 9 5 3 , 2 1 3 , 6 6 6 , 8 2 5 7 , 7 1 3 , 2
J u r o s e O u t r o s E n c a r g o s 0 , 1 0 , 0 0 , 1 0 , 0
T r a n s f e r ê n c i a s C o r r e n t e s 9 0 , 6 7 1 , 8 7 1 , 8 7 7 , 3 4 , 0 d a s q u a i s : i n t r a - i n s t i t u i ç õ e s d o m i n i s t é r i o 8 5 , 1 0 , 0 0 , 0 p a r a a s r e s ta n te s A d m . P ú b l i c a s 1 , 6 1 , 4 1 , 4 3 , 0 0 , 2
S u b s íd i o s 0 , 0 0 , 0 0 , 0
O u t r a s D e s p e s a s C o r r e n t e s 4 4 , 4 1 , 9 3 , 4 5 , 3 4 9 , 7 2 , 6
D e s p e s a C a p i t a l 3 8 , 5 1 5 , 7 8 , 0 2 3 , 7 6 1 , 5 3 , 2
A q u i s i ç ã o d e B e n s d e C a p i t a l 2 6 , 2 6 , 1 6 , 1 3 2 , 3 1 , 7
T r a n s f e r ê n c i a s d e C a p i t a l 1 2 , 3 0 , 3 0 , 3 1 2 , 0 0 , 6 d a s q u a i s : i n t r a - i n s t i t u i ç õ e s d o m i n i s t é r i o 0 , 6 0 , 0 0 , 6 0 , 0 p a r a a s r e s ta n te s A d m . P ú b l i c a s 1 1 , 6 0 , 0 1 1 , 6 0 , 6
A t i v o s F i n a n c e i r o s 9 , 3 9 , 3 9 , 3 0 , 5
P a s s i v o s F i n a n c e i r o s 0 , 0 8 , 0 8 , 0 8 , 0 0 , 4
O u t r a s D e s p e s a s d e C a p i t a l 0 , 0 0 , 0 0 , 0
C o n s o l i d a ç ã o e n t r e e i n t r a - s u b s e t o r e s 8 5 , 8
D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 1 . 8 5 2 , 6 1 5 4 , 6 2 7 , 6 1 8 2 , 2 1 . 9 4 9 , 0 1 0 0 , 0
D E S P E S A T O T A L E X C L U I N D O T R A N S F P A R A A D M . P Ú B L I C A S 1 . 8 3 9 , 3 1 5 3 , 3 2 7 , 6 1 8 0 , 8 1 . 9 3 4 , 4 D E S P E S A E F E T I V A 1 . 8 5 2 , 6 1 4 5 , 4 1 9 , 6 1 6 5 , 0 1 . 9 3 1 , 8 O r ç a m e n t o 2 0 1 4
E s t a d o
S F A T o t a l
C o n s o l i d a d o

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Quadro IV.8.4. Segurança Interna (P007) - Despesa por Medidas dos Programas (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
No programa 007-Segurança Interna, a medida “Forças de Segurança” é a mais representativa com cerca de 1.543,9 milhões de euros da despesa prevista para 2014, absorvendo 75,9% do total da despesa, seguindo-se as medidas “Proteção civil e luta contra incêndios” e “Administração e Regulamentação” que representam 11,1% e 5,3%, respetivamente.

IV.9. Justiça (P008) IV.9.1. Políticas Em 2014, o Governo continuará a reforçar o Sistema de Justiça, enquanto pilar fundamental do Estado de Direito, prosseguindo os objetivos estratégicos fixados com vista à promoção de um sistema judiciário mais eficiente, sem descurar os direitos fundamentais dos cidadãos e das empresas no acesso ao Direito. No ano de 2014, na sequência dos estudos e opções assumidas nos anos de 2012 e 2013, serão já implementadas medidas para a melhoria global do reforço da resposta judicial, decorrentes, quer do novo Código do Processo Civil, quer do novo quadro de organização dos tribunais de primeira instância, cujos diplomas legais estruturantes foram aprovados em 2013, quer da concretização dos trabalhos definidos no Plano de Ação da Justiça para a Sociedade de Informação.
Assim, prevê-se para 2014, um conjunto amplo de iniciativas, descritas e fundamentadas no documento das Grandes Opções do Plano para 2014.
As principais medidas que o Ministério da Justiça (MJ) se propõe implementar, tendo em vista um contributo direto para a estratégia de consolidação orçamental são as seguintes:

S e r v i ç o s G e r a i s d a A d m i n i s t r a ç ã o P ú b l i c a - C o o p e r a ç ã o E c o n ó m i c a E x t e r n a 0 , 5 0 , 0
S e g u r a n ç a e O r d e m P ú b l i c a s - A d m i n i s t r a ç ã o e R e g u l a m e n t a ç ã o 1 0 8 , 0 5 , 3 - F o r ç a s d e S e g u r a n ç a 1 . 5 4 3 , 9 7 5 , 9 - P r o t e ç ã o C i v i l e L u t a C o n t r a In c ê n d i o s 2 2 5 , 0 1 1 , 1 - P a r c e r i a s P ú b l i c o P r i v a d a s 4 0 , 5 2 , 0
E d u c a ç ã o - E s t a b e l e c i m e n t o s d e E n s i n o n ã o S u p e r i o r 7 , 3 0 , 4 - E s t a b e l e c i m e n t o s d e E n s i n o S u p e r i o r 6 , 1 0 , 3
S a ú d e - S e r v i ç o s In d i v i d u a i s d e S a ú d e 6 6 , 4 3 , 3
S e g u r a n ç a e A ç ã o S o c i a l - A ç ã o S o c i a l 1 6 , 8 0 , 8
O u t r a s F u n ç õ e s - D i v e r s a s n ã o E s p e c i f i c a d a s 3 , 1 0 , 2
D E S P E S A T O T A L N Ã O C O N S O L I D A D A 2 . 0 3 4 , 8 1 0 0 , 0
D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 1 . 9 4 9 , 0
D E S P E S A E F E T I V A 1 . 9 3 1 , 8
P o r M e m ó r i a
A t i v o s F i n a n c e i r o s 9 , 3 0 , 5
P a s s i v o s F i n a n c e i r o s 8 , 0 0 , 4
E s t a d o , S F A e E P R
O r ç a m e n t o 2014
E s t r u t u r a 2 0 1 4 ( % )

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Medidas Transversais Do conjunto de medidas transversais a aplicar pelo MJ num total de 24,2 milhões de euros, sublinham-se:  Programa de rescisões por mútuo acordo;  Utilização do sistema de mobilidade/requalificação;  Aplicação das 40 horas semanais;  Diminuição da contribuição para a ADSE/SAD/ADM, estimando-se uma poupança de 5,1 milhões de euros;  Saída de trabalhadores para aposentação, estimando-se uma poupança de 11,2 milhões de euros.

Medidas Sectoriais O MJ promoverá um conjunto de medidas sectoriais no ano de 2014, num total de 64,3 milhões de euros, destacando-se:  Poupanças nas TIC – através de várias medidas de racionalização e de gestão corrente, o MJ espera poder poupar em 2014 cerca de 2,6 milhões de euros nas suas despesas anuais;  Poupanças nos arrendamentos – o MJ espera, em 2014, reduzir a sua fatura de arrendamentos em 2,5 milhões de euros, através de renegociação de contratos vigentes e da rescisão de contratos de arrendamento;  Poupança nos encargos das pulseiras eletrónicas – sem afetar o volume e os níveis de serviço das pulseiras eletrónicas, cuja importância para um melhor funcionamento do sistema prisional não é demais realçar, o MJ espera em 2014 poder concretizar uma poupança de 1,2 milhões de euros;  Poupanças nos Centros Educativos – a revisão das condições contratuais de prestação de serviços nos centros educativos, sem prejuízo para os objetivos da reinserção social dos menores, irá permitir uma poupança de 0,5 milhões de euros em 2014;  Redução do Plano de Investimentos – sem afetar a conclusão das grandes obras em curso no MJ, e sem prejudicar as necessidades da nova organização dos tribunais, bem como alguns outros investimentos de primeira necessidade, o MJ reviu em baixa o seu plano de investimentos, que será em 2014 inferior ao valor orçamentado para 2013 em 38,6 milhões de euros;  Revisão dos suplementos remuneratórios: é estimada uma redução da despesa na sequência da revisão dos estatutos de algumas categorias profissionais.

IV.9.2. Orçamento O total da despesa consolidada do Programa Justiça ascende a 1.303,7 milhões de euros, o que representa um decréscimo de 6,8% (menos 95,4 milhões de euros), face à estimativa para 2013.

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Quadro IV.9.1. Justiça (P008) – Despesa Total Consolidada (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
No subsector Estado verifica-se uma redução da despesa de 7,9%, menos 93,6 milhões de euros, decorrente do efeito nas despesas de funcionamento financiadas com receitas gerais, a qual traduz as medidas de contenção orçamental. A despesa de funcionamento com cobertura em receita consignada regista um acréscimo de 3.5% decorrente das recentes alterações legislativas, designadamente no âmbito dos registos e do notariado e taxas de justiça.
No que se refere à despesa afeta a projetos, destaca-se a instalação do Balcão Único de Atendimento e a Modernização e Qualificação nos Registos a cargo do Instituto dos Registos e do Notariado, I.P., o projeto “Equipamento e Telecomunicações” da Polícia Judiciária e os projetos “Tribunal XXI” e “Renovação do Parque Judiciário”, inscritos no orçamento da Direção-Geral da Administração da Justiça.
Quadro IV.9.2. Justiça (P008) - Despesa dos SFA e EPR por Fontes de Financiamento (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
A despesa consolidada do subsector dos serviços e fundos autónomos, totaliza 422,3 milhões de euros, o que traduz uma redução de 7,8 milhões de euros face a 2013, menos 1,8% justificado pelas medidas de contenção orçamental, aprovadas pelo Governo, com impacto direto na redução da despesa prevista para 2014. 2013 2014
E s t i m a t i v a O r ç a m e n t o
E s t a d o 1 1 8 6 , 4 1 0 9 2 , 8 - 7 , 9 7 1 , 6
1 . A t i v i d a d e s 1 1 6 3 , 6 1 0 7 4 , 7 - 7 , 6 7 0 , 4
1 . 1 . C o m c o b e r t u r a e m r e c e i t a s g e r a i s 7 6 1 , 1 6 5 8 , 3 - 1 3 , 5 4 3 , 1 F u n c i o n a m e n to e m s e n ti d o e s tr i to 7 6 1 , 1 6 5 8 , 3 - 1 3 , 5 4 3 , 1 D o ta ç õ e s e s p e c íf i c a s
1 . 2 . C o m c o b e r t u r a e m r e c e i t a s c o n s i g n a d a s 4 0 2 , 5 4 1 6 , 4 3 , 5 2 7 , 3
2 . P r o j e t o s 2 2 , 8 1 8 , 1 - 2 0 , 6 1 , 2
2 . 1 . F i n a n c i a m e n t o n a c i o n a l 1 1 , 0 7 , 0 - 3 6 , 4 0 , 5 2 . 2 . F i n a n c i a m e n t o c o m u n i t á r i o 1 1 , 8 1 1 , 1 - 5 , 9 0 , 7
S e r v i ç o s e F u n d o s A u t ó n o m o s 4 4 1 , 8 4 3 4 , 3 - 1 , 7 2 8 , 4
E n t i d a d e s P ú b l i c a s R e c l a s s i f i c a d a s
C o n s o l i d a ç ã o e n t r e e i n t r a - s u b s e c t o r e s 2 2 9 , 1 2 2 3 , 4 - 2 , 5 1 4 , 6
D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 1 3 9 9 , 1 1 3 0 3 , 7 - 6 , 8 D E S P E S A E F E T I V A 1 3 9 9 , 1 1 3 0 3 , 7
V a r i a ç ã o ( % )
E s t r u t u r a 2 0 1 4 ( % )
2013
E s t i m a t i v a R e c e i t a s G e r a i s R e c e i t a s P r ó p r i a s F i n a n c i a m e n t o C o m u n i t á r i o T r a n s f e r ê n c i a s d a s A P O u t r a s F o n t e s T o t a l
T o t a l S F A 4 4 1 , 8 1 7 , 1 3 9 6 , 2 3 , 8 1 7 , 2 4 3 4 , 3 - 1 , 7
T o t a l E P R
S u b - T o t a l 4 4 1 , 8 1 7 , 1 3 9 6 , 2 3 , 8 1 7 , 2 4 3 4 , 3 - 1 , 7
T r a n s f e r ê n c i a s i n t r a 1 1 , 7 1 2 , 0 1 2 , 0
D E S P E S A T O T AL CO N S O L I D AD A 4 3 0 , 1 1 7 , 1 3 8 4 , 2 3 , 8 1 7 , 2 4 2 2 , 3 - 1 , 8
D E S P E S A E F E T I V A 4 3 0 , 1 1 7 , 1 3 8 4 , 2 3 , 8 1 7 , 2 4 2 2 , 3 - 1 , 8
O r ç a m e n t o d e 2 0 1 4 V a r i a ç ã o ( % )

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Quadro IV.9.3. Justiça (P008) - Despesa por Classificação Económica (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
A estrutura da despesa consolidada por classificação económica mostra que 89,9% da despesa se encontra afeta a despesas com pessoal (70,5%) e à aquisição de bens e serviços (19,4%). O elevado montante das transferências correntes intra-sectoriais reflete a forma de gestão financeira do ministério, designadamente a que decorre da afetação da receita própria, atribuída nos termos da lei, no âmbito do sistema judicial, registral e notarial, que financia a atividade dos diferentes serviços integrados do ministério, bem como dos Tribunais Superiores que se encontram inscritos nos Encargos Gerais do Estado.
Quadro IV.9.4. Justiça (P008) - Despesa por Medidas dos Programas (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
O Programa Justiça apresenta os recursos financeiros concentrados nos encargos associados às medidas orçamentais Segurança e Ordem Públicas – Administração e Regulamentação (40,8%), Sistema Judiciário (34%) e Sistema Prisional, de Reinserção Social e de menores (15,3%).

S F A EPR T o t a l
D e s p e s a C o r r e n t e 1 0 7 7 , 4 3 6 3 , 6 3 6 3 , 6 1 2 2 5 , 7 9 4 , 0
D e s p e s a s c o m P e s s o a l 8 8 9 , 4 3 0 , 0 3 0 , 0 9 1 9 , 4 7 0 , 5
A q u i s i ç ã o d e B e n s e S e r v i ç o s 1 5 0 , 7 1 0 1 , 7 1 0 1 , 7 2 5 2 , 4 1 9 , 4
J u r o s e O u t r o s E n c a r g o s
T r a n s f e r ê n c i a s C o r r e n t e s 2 9 , 0 2 0 4 , 2 2 0 4 , 2 1 7 , 9 1 , 4 d a s q u a i s : i n t r a - i n s t i t u i ç õ e s d o m i n i s t é r i o 2 2 , 4 1 9 2 , 9 1 9 2 , 9 p a r a a s r e s ta n te s A d m . P ú b l i c a s 1 , 2 4 , 4 4 , 4 5 , 6 0 , 4
S u b s íd i o s
O u t r a s D e s p e s a s C o r r e n t e s 8 , 3 2 7 , 7 2 7 , 7 3 6 , 0 2 , 8
D e s p e s a C a p i t a l 1 5 , 4 7 0 , 7 7 0 , 7 7 8 , 0 6 , 0
A q u i s i ç ã o d e B e n s d e C a p i t a l 1 5 , 3 6 2 , 5 6 2 , 5 7 7 , 8 6 , 0
T r a n s f e r ê n c i a s d e C a p i t a l 0 , 1 8 , 2 8 , 2 0 , 2 0 , 0 d a s q u a i s : i n t r a - i n s t i t u i ç õ e s d o m i n i s t é r i o 8 , 1 8 , 1 8 , 1 0 , 6 p a r a a s r e s ta n te s A d m . P ú b l i c a s 0 , 1 0 , 1 0 , 1 0 , 0
A t i v o s F i n a n c e i r o s
P a s s i v o s F i n a n c e i r o s
O u t r a s D e s p e s a s d e C a p i t a l
C o n s o l i d a ç ã o e n t r e e i n t r a - s u b s e c t o r e s 2 2 3 , 4
D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 1 0 9 2 , 8 4 3 4 , 3 4 3 4 , 3 1 3 0 3 , 7 1 0 0 , 0
D E S P E S A T O T A L E X C L U I N D O T R A N S F P A R A A D M . P Ú B L I C A S 1 0 9 1 , 6 4 2 9 , 8 4 2 9 , 8 1 2 9 8 , 0 D E S P E S A E F E T I V A 1 0 9 2 , 8 4 3 4 , 3 4 3 4 , 3 1 3 0 3 , 7 O r ç a m e n t o d e 2 0 1 4
E s t r u t u r a 2 0 1 4 ( % )E s t a d o
S F A T o t a l
C o n s o l i d a d o
S e r v iç o s G e r a is d a A d m in is t r a ç ã o P ú b lic a - A d m in is t r a ç ã o G e r a l 6 , 8 0 , 4
S e g u r a n ç a e o r d e m ú b lic a s - A d m in is t r a ç ã o e r e g u la m e n t a ç ã o 6 2 3 , 4 4 0 , 8 - In v e s t ig a ç ã o 1 1 7 , 8 7 , 7 - S is t e m a J u d ic iá r io 5 1 9 , 2 3 4 , 0 - S is t e m a p r is io n a l, d e r e in s e r ç ã o e d e m e n o r e s 2 3 4 , 3 1 5 , 3
O u t r a s f u n ç õ e s e c o n ó m ic a s - A d m in is t r a ç ã o e r e g u la m e n t a ç ã o 1 7 , 0 1 , 1 - O u t r a s n ã o e s p e c if ic a d a s 8 , 6 0 , 6
D E S P E S A T O T A L N Ã O C O N S O L I D A D A 1 5 2 7 , 1 1 0 0 , 0
D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 1 3 0 3 , 7
D E S P E S A E F E T I V A 1 3 0 3 , 7
E s t r u t u r a 2 0 1 4 ( % )
E s t a d o , S F A e E P R
O r ç a m e n t o d e 2014

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IV.10. Economia (P009) IV.10.1. Políticas Pese embora o esforço exigido a famílias e empresas nos dois últimos anos de governação, a economia portuguesa começou já, no segundo trimestre de 2013, a dar alguns sinais de recuperação. A estes primeiros sinais soma-se também a inversão, embora ainda tímida, do crescimento do desemprego.
Neste contexto, as políticas a levar a cabo pelo Ministério da Economia (ME) em 2014 terão como principal preocupação a consolidação destes sinais. Para tanto, apresentam-se como prioridades os sete eixos de atuação abaixo descritos, dos quais se destacam, pela sua particular importância, a contínua dinamização das exportações, a atração de investimento para bens e serviços transacionáveis, para a inovação e para a investigação e desenvolvimento (I&D), bem como a estabilização do consumo privado.
Estes objetivos serão prosseguidos tendo presente a necessidade de contenção dos custos do ME, que será tida em conta através da simplificação e desmaterialização de processos administrativos, bem como através da redução dos encargos com as empresas do sector dos transportes, e com as PPP.
O orçamento do ME para 2014 contempla assim as medidas de consolidação orçamental estabelecidas com vista ao cumprimento do défice orçamental acordado no âmbito do Programa de Ajustamento Económico. No seu conjunto, tais medidas, abaixo melhor discriminadas, gerarão, já no próximo ano, poupanças de cerca de 77,6 milhões de euros33, correspondentes a reduções de indemnizações compensatórias atribuídas ao sector empresarial do Estado na área dos transportes infraestruturas bem como outras medidas adicionais de contenção de despesa. A estas medidas acrescem as iniciativas de cariz transversal que conduzirão a uma redução de despesa da ordem de 8,8 milhões de euros.
Eixos de Atuação (i) Internacionalização da Economia No seguimento do crescimento sustentado das exportações portuguesas no primeiro semestre de 2013, o Governo irá conservar a sua política de fomento e diversificação dos mercados, designadamente o mercado europeu e o mercado asiático. Tal aposta basear-se-á não apenas na diplomacia económica, mas também na atividade prosseguida pela AICEP, E.P.E. Ainda neste âmbito, o Governo procurará capitalizar todos os fatores de competitividade considerados distintivos, muito em particular a língua portuguesa, considerando não apenas o potencial de crescimento dos mercados da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), como a posição de Portugal enquanto plataforma privilegiada no estabelecimento de negócios de países europeus com aqueles mercados, particularmente nos países africanos de língua oficial portuguesa, mas também como porta de entrada para investimentos internacionais em África, em geral.
Por outro lado, será incentivada a internacionalização de jovens licenciados em áreas com particular apetência para a expansão das empresas portuguesas nos mercados externos. Conservar-se-á também a perspetiva de privilegiar Portugal como polo de impatriação de quadros qualificados, mormente em atividades de elevado valor acrescentado, capitalizando e operacionalizando a legislação fiscal vigente nesse sentido. 33 Parte destas poupanças são alocadas ao Programa das Finanças e Administração Pública por quanto correspondem a poupanças de EPNR (36 milhões de rueos).

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(ii) Investimento A atração de investimento nacional e estrangeiro para os sectores de atividade de bens e serviços transacionáveis continua a ser fundamental para a modernização e para o aumento da competitividade da economia portuguesa. Assim, o Governo atuará no sentido de eliminar barreiras à entrada de capital e de reduzir custos de contexto, liderando o combate à burocracia - nomeadamente através da desmaterialização de processos administrativos -, e promovendo a competitividade dos fatores produtivos, em particular dos custos energéticos.
No que aos auxílios e estímulos do Estado diz respeito, o Governo conservará uma criteriosa afetação dos apoios públicos (nacionais e comunitários), designadamente aos sectores e investimentos considerados prioritários. Mais acompanhará diretamente, através da recentemente instituída reunião de coordenação dos assuntos económicos e do investimento (RCAEI), a execução de medidas de política económica, e a supervisão do sistema de acompanhamento de projetos de investimento, particularmente os de potencial interesse nacional, atualmente em fase final de reforma legislativa.
No domínio do financiamento, a criação de condições que permitam às empresas contrair financiamento em níveis compatíveis com o seu grau de risco, diversificar as suas fontes de financiamento, e fortalecer os seus capitais próprios continuarão a contar-se entre as prioridades do Governo.
Neste sentido, as principais medidas para 2014 prender-se-ão (i) com a prossecução dos trabalhos tendentes à criação da Instituição Financeira de Desenvolvimento, (ii) ao reforço e operacionalização dos apoios vigentes (designadamente a linha de crédito PME Crescimento) ou recentemente instituídos (Programa Revitalizar), (iii) com a garantia do atual ciclo de programação (o atual QREN, já estendido até ao final do primeiro semestre de 2014, do qual se destaca a linha de crédito Investe QREN), (iv) com o reforço dos apoios diretos no ciclo de programação 2014-2020 (particularmente do Eixo 1 – Competitividade, Inovação e Conhecimento), e (v) com o fortalecimento do Sistema Nacional de Garantia Mútua (instrumento fundamental de acesso ao crédito pelas PME). Tais medidas permitirão ultrapassar a situação de subcapitalização de muitas empresas, particularmente das PME, e apoiar a revitalização de empresas em situação económica e financeira difícil, mas com reconhecido potencial estratégico.
(iii) Inovação, Empreendedorismo e I&D Empresarial O investimento em inovação e em I&D deverá ser um motor de crescimento económico que afirme Portugal como polo de referência internacional para empreendedores nacionais e estrangeiros. Conservando esta convicção, o Governo continuará a desenvolver iniciativas neste sentido, de acordo com as linhas definidas nas Grandes Opções do Plano para 2014.
(iv) Estabilização do Consumo Privado e Defesa do Consumidor A dinamização da procura interna e a estabilização do consumo privado constituem pilares fundamentais do novo ciclo de confiança e de crescimento sustentável e equilibrado da economia portuguesa. Torna-se assim fundamental a adoção de medidas que contribuam para a estabilização e melhoria das expectativas de rendimento futuro das famílias, as quais deverão passar, assim que possível, por um alívio da carga fiscal sobre as mesmas.
O Governo irá dar continuidade à proteção dos direitos dos consumidores, desenvolvendo ações de informação, sensibilização e aconselhamento dos mesmos, com enfoque nos grupos vulneráveis, em particular sobre os temas mais sensíveis na atual conjuntura, como os serviços financeiros e serviços públicos essenciais. Neste mesmo domínio, não deixa de revestir o maior relevo o papel da Autoridade da Concorrência. Depois da aprovação do novo regime jurídico da concorrência, seguir-se-á agora a

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adaptação dos respetivos estatutos à recentemente publicada lei-quadro das entidades administrativas independentes.
(v) Comércio O sector do comércio é de vital importância para a economia portuguesa. Nesse sentido, serão criadas linhas de crédito inovadoras com o intuito de complementar a cobertura financeira de capitais alheios na estrutura do financiamento empresarial, e promovidas ações de divulgação dos sistemas de incentivos que visem a implementação de soluções eletrónicas diferenciadas, assegurando-se o aproveitamento dos instrumentos de financiamento disponíveis (designadamente o programa Comércio Investe) e a implementação de medidas para ultrapassar as dificuldades de acesso ao crédito por parte das empresas do sector.
Na sequência da simplificação dos processos de licenciamento, e no sentido de garantir uma adequada supervisão do mercado, uma zelosa defesa dos consumidores, e a concorrência leal entre agentes económicos, procurar-se-á reforçar e melhorar a fiscalização da venda de bens e serviços.
(vi) Infraestruturas, Transportes e Comunicações No ano de 2014, as PPP do sector rodoviário irão colocar novas e acrescidas pressões sobre o Orçamento do Estado, resultantes do início dos pagamentos referentes às subconcessões EP - Estradas de Portugal, S. A. (EP) contratadas entre os anos de 2007 e o início de 2011. Para mitigar estes efeitos, o Governo pretende concluir as negociações em curso relativas às subconcessões EP, com o objetivo de gerar novas poupanças em 2014, que acrescem às já alcançadas com as negociações dos contratos das concessões ex-SCUT e concessões do Norte e Grande Lisboa.
Por outro lado, a viabilização financeira do SEE na área dos transportes continuará a ser um vetor prioritário de atuação em 2014, dando-se continuidade às reformas já concretizadas no sentido de consolidar o equilíbrio operacional e o estancar do aumento do endividamento. De facto, tais medidas permitiram alcançar naquele sector um EBITDA ajustado de 4 milhões de euros positivos no ano transato, quando o mesmo indicador se encontrava nos 245 milhões de euros negativos, antes da tomada de posse do atual Governo.
Entre aquelas medidas, contam-se: (1) a reestruturação das redes, (2) a racionalização dos quadros de pessoal (traduzida numa redução do número de efetivos em 20% face a 2011, o que permitirá atingir uma poupança, em 2014, de cerca de 18,6 milhões de euros, nas EPR), (3), a suspensão dos pagamentos relativos a complementos de pensões - integralmente suportados pelas próprias empresas e que não resultam de contribuições dos trabalhadores - nas empresas que tenham apresentado um resultado líquido negativo nos 3 últimos anos, medida com a qual se estima, já em 2014, uma diminuição dos encargos das EPR em em 11,3 milhões de euros, (4) a renegociação e racionalização de fornecimentos, matérias consumíveis e serviços externos (incluindo a redução das frotas automóveis e de consumos com telecomunicações).
O Governo promoverá igualmente (5), a redução do montante de indemnizações compensatórias atribuídas ao SEE na área dos transportes e infraestruturas ferroviárias, traduzindo-se numa poupança de 59 milhões de euros. Em 2014, dar-se-á também (6) a conclusão dos procedimentos concursais de concessão do serviço público de transporte de passageiros, nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto (Carris/Metro de Lisboa e STCP/Metro do Porto), abrindo a prestação destes serviços públicos à iniciativa privada.

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(vii) Turismo Em 2014, o Governo pretende assegurar as condições de crescimento das receitas turísticas, garantindo a continuidade dos bons resultados atingidos no ano anterior, sem descurar o esforço de redução estrutural de despesa que tem sido prosseguido pelo Turismo de Portugal, IP. Relativamente a este aspeto, aliás, é de salientar que em 2014 a despesa orçamentada deste instituto é 30% inferior à do ano de 2011, o que se traduz numa poupança acumulada de cerca de 100 milhões de euros.
Para tanto, as medidas a implementar passarão, desde logo, e tal como melhor discriminado nas Grandes Opções do Plano para 2014, pela promoção do destino Portugal numa lógica de desconcentração sazonal e geográfica, em que se inclui, a revisão do modelo de organização das Escolas de Hotelaria e Turismo, orientando-o para uma resposta eficaz às necessidades das diferentes regiões. Ao nível da procura, a par da aposta continuada nos mercados tradicionais, será promovido o crescimento do turismo com origem nos mercados emergentes e com novos perfis de consumo, como os do Brasil, da Rússia, da Polónia, da China ou da Índia. Para tanto, torna-se decisivo o lançamento de um novo modelo de promoção turística, baseado numa relação de corresponsabilização e cofinanciamento entre os sectores público e privado.
Por outro lado, será também particularmente vincada a aposta na desoneração da atividade dos agentes do sector, essencial para o desenvolvimento de um tecido empresarial mais competitivo, também contando para o efeito com os instrumentos financeiros do Turismo de Portugal, reequacionados numa lógica de aproveitamento de recursos e orientados para projetos de efetivo mérito económico.

Medidas Transversais No sentido de contribuir para a racionalização da Administração Pública, o Ministério da Economia irá redimensionar os seus quadros de pessoal, bem como promover a recomposição funcional dos seus trabalhadores face às suas novas exigências.
Assim, foi implementado, ainda em 2013, o programa de rescisões por mútuo acordo para os trabalhadores menos qualificados, com poupanças estimadas em 2014 de cerca de 1,2 milhões de euros.
Será ainda utilizado o sistema de mobilidade especial de trabalhadores da Administração Pública, o que permitirá gerar uma poupança estimada em cerca de 2,9 milhões de euros.
Adicionalmente, serão implementadas medidas de carácter transversal adicionais de contenção de despesa o que permitirá uma poupança total de cerca de 8,8 milhões de euros.

Medidas Sectoriais As medidas sectoriais, por seu lado, irão incidir sobre as empresas públicas reclassificadas da área dos transportes, e é esperada uma poupança total, em 2014, de cerca de 41,6 milhões de euros. Tais medidas encontram-se acima devidamente identificadas, no subcapítulo (vi) Infraestruturas, Transportes e Comunicações.

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IV.10.2. Orçamento Em 2014, o total da despesa consolidada do Programa 009 - Economia ascende a 4.336,2 milhões de euros.
Quadro IV.10.1. Economia (P009) – Despesa Total Consolidada (milhões de euros) Fonte: Ministério das Finanças.
A despesa consolidada deste Programa evidencia uma diminuição de 1.588 milhões de euros face ao ano anterior, para a qual concorreu decisivamente o decréscimo de 1.830 milhões de euros verificado nas amortizações de empréstimos estimadas até final de 2013 e o valor inscrito para 2014, com enfoque nas empresas públicas Estradas de Portugal, SA, Metropolitano de Lisboa, EPE e Rede Ferroviária Nacional – REFER, EPE, em que se pretende proceder à conversão em capital de créditos perante o Tesouro.
Porém, não obstante o esforço de contenção de custos destas empresas, constata-se um aumento da despesa efetiva das EPR para 2014 no valor de 336 milhões de euros, quando comparada com a estimativa de 2013, devido, essencialmente, ao incremento dos encargos com as Parcerias Público-Privadas suportados pela Estradas de Portugal, SA.
Considerando o universo dos Serviços e Fundos Autónomos, excluindo as EPR, verifica-se uma forte contenção da despesa, de 16,3%, face à estimativa de 2013, refletindo, o efeito das medidas de consolidação orçamental já referidas. No subsector Estado, globalmente, verifica-se uma evolução da despesa no sentido ascendente, devido à alteração de procedimento introduzida em 2014, em que as indemnizações compensatórias passam a ser inscritas no orçamento do Programa a que pertencem as entidades beneficiárias em vez de estarem previstas no orçamento do Ministério das Finanças.
Contudo, as medidas de contenção a que já se aludiu também produziram efeitos neste subsector, no funcionamento em sentido estrito, onde a variação face à estimativa de 2013 é negativa em 10%.
2013 2014
E s t i m a t i v a O r ç a m e n t o
E s t a d o 1 4 6 , 8 2 4 5 , 0 6 6 , 9 7 , 2
1 . A t i v i d a d e s 8 6 , 8 1 8 1 , 3 1 0 9 , 0 5 , 3
1 . 1 . C o m c o b e r t u r a e m r e c e i t a s g e r a i s 6 9 , 9 1 6 4 , 3 1 3 5 , 0 4 , 8 F u n c i o n a m e n to e m s e n ti d o e s tr i to 6 9 , 9 6 2 , 9 - 1 0 , 0 1 , 8 D o ta ç õ e s E s p e c íf i c a s 1 0 1 , 4 3 , 0 I n d e m n i z a ç õ e s c o m p e n s a tó r i a s 1 0 1 , 4 3 , 0
1 . 2 . C o m c o b e r t u r a e m r e c e i t a s c o n s i g n a d a s 1 6 , 8 1 7 , 0 0 , 9 0 , 5
2 . P r o j e t o s 6 0 , 0 6 3 , 7 6 , 1 1 , 9
2 . 1 . F i n a n c i a m e n t o n a c i o n a l 5 4 , 6 5 8 , 1 6 , 5 1 , 7 2 . 2 . F i n a n c i a m e n t o c o m u n i t á r i o 5 , 5 5 , 5 1 , 6 0 , 2
S e r v i ç o s e F u n d o s A u t ó n o m o s 5 3 2 , 3 4 4 5 , 7 - 1 6 , 3 1 3 , 1
E n t i d a d e s P ú b l i c a s R e c l a s s i f i c a d a s 2 . 3 8 1 , 8 2 . 7 1 7 , 4 1 4 , 1 7 9 , 7
C o n s o l i d a ç ã o e n t r e e i n t r a - s u b s e t o r e s 1 5 5 , 6 1 7 3 , 6
D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 5 . 9 2 4 , 3 4 . 3 3 6 , 2 - 2 6 , 8 D E S P E S A E F E T I V A 2 . 9 0 5 , 2 3 . 2 3 4 , 5
P o r M e m ó r i a
A t i v o s F i n a n c e i r o s 4 8 9 , 6 4 0 2 , 6
P a s s i v o s F i n a n c e i r o s 2 . 5 2 9 , 5 6 9 9 , 1
V a r i a ç ã o ( % )
E s t r u t u r a 2 0 1 4 ( % )

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No que diz respeito ao Orçamento de Projetos, o mesmo demonstra um acréscimo em relação ao ano anterior (6,1%), para o qual contribuem, fundamentalmente, as transferências para o IAPMEI, para reforço das “Linhas de Crçdito PME INVESTE” e do projeto “Investimento Estruturante”, e as transferências destinadas ao investimento das empresas públicas da área dos transportes.
Quadro IV.10.2. Economia (P009) – Despesa dos SFA por Fontes de Financiamento (milhões de euros) Fonte: Ministério das Finanças.
No subsector dos serviços e fundos autónomos, que inclui as EPR, regista-se a inclusão de duas novas empresas públicas, a Transtejo – Transportes Tejo, SA e a Soflusa – Sociedade Fluvial de Transportes, SA, cujos orçamentos de 2014 representam cerca de 47 milhões de euros, no seu conjunto.
A despesa total inscrita no subsector dos serviços e fundos autónomos destina-se essencialmente à Estradas de Portugal, SA, com 1.773 milhões de euros, logo seguida pelas empresas do sector dos transportes ferroviários (Metropolitano de Lisboa, EPE, Metro do Porto, SA e Rede Ferroviária Nacional – REFER, EPE), que atinge o montante total de 1.606 milhões de euros.
O subsector integra igualmente outros organismos que pela sua relevância orçamental merecem destaque:  O IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação, com cerca de 368 milhões de euros, essencialmente para a concessão de apoios reembolsáveis a empresas no âmbito do Programa Operacional Fatores de Competitividade e de incentivos no âmbito do Fundo de Modernização do Comércio e do Fundo de Desenvolvimento Empresarial;  O Instituto do Turismo de Portugal, com aproximadamente 231 milhões de euros, para o apoio financeiro às empresas do sector turístico, visando a promoção internacional do país e atrair turistas de novos mercados, de modo a consolidar o emprego e a atividade económica nesta área;  O IMT, com cerca de 74 milhões de euros, destinados a assegurar a prossecução das suas atribuições nos sectores dos transportes terrestres, transportes marítimos e dos portos comerciais, com enfoque, neste último, na garantia das condições de segurança na utilização das infraestruturas marítimas. 2013
E s t i m a t i v a R e c e i t a s G e r a i s R e c e i t a s P r ó p r i a s
F i n a n c i a m e n t o C o m u n i t á r i o
T r a n s f e r ê n c i a s d a s A P
O u t r a s F o n t e s
T o t a l
T o t a l S F A 5 3 2 , 3 2 3 , 1 3 8 4 , 1 2 8 , 1 1 0 , 4 4 4 5 , 7 - 1 6 , 3
T o t a l E P R 2 . 3 8 1 , 8 0 , 0 2 . 5 4 9 , 6 4 7 , 8 1 2 0 , 0 2 . 7 1 7 , 4 1 4 , 1
S u b - T o t a l 2 . 9 1 4 , 0 2 3 , 1 2 . 9 3 3 , 7 7 5 , 9 1 3 0 , 5 0 , 0 3 . 1 6 3 , 2 8 , 5
T r a n s f e r ê n c i a s i n t r a 8 7 , 5 1 0 , 5
D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 5 . 8 4 5 , 6 4 2 , 7 3 . 6 6 2 , 1 4 2 9 , 6 1 3 0 , 6 0 , 0 4 . 2 5 4 , 4 - 2 7 , 2
D E S P E S A E F E T I V A 2 . 8 2 6 , 5 2 3 , 1 2 . 9 3 3 , 7 7 5 , 9 1 3 0 , 5 0 , 0 3 . 1 5 2 , 6 1 1 , 5
P o r M e m ó r i a
A t i v o s F i n a n c e i r o s 4 8 9 , 6 1 9 , 6 2 9 , 3 3 5 3 , 6 0 , 2 4 0 2 , 6
P a s s i v o s F i n a n c e i r o s 2 . 5 2 9 , 5 6 9 9 , 1 6 9 9 , 1
O r ç a m e n t o d e 2 0 1 4
V a r i a ç ã o ( % )

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Quadro IV.10.3. Economia (P009) – Despesa por Classificação Económica (milhões de euros) Fonte: Ministério das Finanças.
A despesa consolidada desagregada por classificação económica reflete o grande peso das EPR neste programa, nomeadamente a parcela afeta ao investimento, com 36,9% da despesa total consolidada, onde se incluem os encargos com as Parcerias Público-Privadas. Os passivos financeiros, que se consubstanciam na amortização de empréstimos das EPR, e os encargos financeiros assumem igualmente uma grande parte da despesa total consolidada, atingindo os 25,8%.
No que diz respeito à despesa corrente, as despesas com pessoal, a aquisição de bens e serviços e as outras despesas correntes, onde se encontra orçamentada a reserva para riscos, totalizam 1.039 milhões de euros, representando 24% da despesa total consolidada. S F A EPR T o t a l
D e s p e s a C o r r e n t e 1 9 0 , 2 3 7 7 , 0 1 . 1 4 5 , 4 1 . 5 2 2 , 4 1 . 5 8 5 , 5 3 6 , 6
D e s p e s a s c o m P e s s o a l 4 8 , 3 1 2 2 , 8 1 7 8 , 7 3 0 1 , 5 3 4 9 , 9 8 , 1
A q u i s i ç ã o d e B e n s e S e r v i ç o s 1 9 , 6 1 0 5 , 9 4 2 0 , 6 5 2 6 , 6 5 4 6 , 1 1 2 , 6
J u r o s e O u t r o s E n c a r g o s 0 , 0 0 , 1 4 2 2 , 3 4 2 2 , 4 4 2 2 , 4 9 , 7
T r a n s f e r ê n c i a s C o r r e n t e s 1 1 8 , 4 1 2 6 , 7 4 , 8 1 3 1 , 5 1 2 3 , 0 2 , 8 d a s q u a i s : i n t r a - i n s t i t u i ç õ e s d o m i n i s t é r i o 1 1 7 , 9 6 , 7 2 , 4 9 , 1 1 2 7 , 0 2 , 9 p a r a a s r e s ta n te s A d m . P ú b l i c a s 0 , 0 5 0 , 6 0 , 0 5 0 , 6 5 0 , 6 1 , 2
S u b s íd i o s 0 , 0 0 , 7 0 , 0 0 , 7 0 , 7 0 , 0
O u t r a s D e s p e s a s C o r r e n t e s 3 , 8 2 0 , 7 1 1 8 , 9 1 3 9 , 6 1 4 3 , 4 3 , 3
D e s p e s a C a p i t a l 5 4 , 8 4 5 6 , 0 2 . 2 8 6 , 6 2 . 7 4 2 , 6 2 . 7 5 0 , 7 6 3 , 4
A q u i s i ç ã o d e B e n s d e C a p i t a l 3 , 0 2 6 , 3 1 . 5 7 1 , 8 1 . 5 9 8 , 1 1 . 6 0 1 , 1 3 6 , 9
T r a n s f e r ê n c i a s d e C a p i t a l 5 1 , 8 4 2 , 5 0 , 2 4 2 , 7 4 7 , 9 1 , 1 d a s q u a i s : i n t r a - i n s t i t u i ç õ e s d o m i n i s t é r i o 4 4 , 8 1 , 9 0 , 0 1 , 9 4 6 , 7 1 , 1 p a r a a s r e s ta n te s A d m . P ú b l i c a s 0 , 0 1 8 , 8 0 , 0 1 8 , 8 1 8 , 8 0 , 4
A t i v o s F i n a n c e i r o s 0 , 0 3 8 7 , 2 1 5 , 4 4 0 2 , 6 4 0 2 , 6 9 , 3
P a s s i v o s F i n a n c e i r o s 0 , 0 0 , 0 6 9 9 , 1 6 9 9 , 1 6 9 9 , 1 1 6 , 1
O u t r a s D e s p e s a s d e C a p i t a l 0 , 0 0 , 0 0 , 0
C o n s o l i d a ç ã o e n t r e e i n t r a - s u b s e t o r e s 1 7 3 , 6
D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 2 4 5 , 0 8 3 2 , 9 3 . 4 3 2 , 0 4 . 2 6 4 , 9 4 . 3 3 6 , 2 1 0 0 , 0
D E S P E S A T O T A L E X C L U I N D O T R A N S F P A R A A D M . P Ú B L I C A S 2 4 5 , 0 7 6 3 , 5 3 . 4 3 2 , 0 4 . 1 9 5 , 5 4 . 2 6 6 , 8 D E S P E S A E F E T I V A 2 4 5 , 0 4 4 5 , 7 2 . 7 1 7 , 4 3 . 1 6 3 , 2 3 . 2 3 4 , 5 E s t r u t u r a 2 0 1 4 ( % )
O r ç a m e n t o d e 2 0 1 4
E s t a d o
S F A
T o t a l
C o n s o l i d a d o

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Quadro IV.10.4. Economia (P009) - Despesa por Medidas dos Programas (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
O orçamento de despesa do Programa Economia encontra-se desagregado por 13 medidas, destacandose a medida “Parcerias Põblico Privadas” da área dos transportes, da responsabilidade da Estradas de Portugal, SA atingindo 1.177 milhões de euros, representando 26,1 % do total orçamentado.
Outra medida que representa um peso orçamental considerável ç a dos “Transportes Ferroviários”, com 22,6% do total. Nesta Medida destacam-se a Rede Ferroviária Nacional – REFER, EPE, o Metropolitano de Lisboa, EPE e o Metro do Porto, SA como sendo as entidades mais relevantes.

IV.11. Ambiente, Ordenamento do Território e Energia (P010) IV.11.1. Políticas A criação do Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e da Energia (MAOTE), na sequência da restruturação concretizada em 2013, tem associada uma melhoria da eficácia da estrutura institucional do Estado na prossecução dos objetivos estratégicos assumidos pelo Governo, designadamente no que respeita à definição, coordenação e execução das políticas de ambiente, ordenamento do território, cidades, habitação, clima, conservação da natureza, energia, geologia e ecoinovação, numa perspetiva de desenvolvimento sustentável e de coesão social e territorial, assegurando, igualmente, o planeamento e a coordenação da aplicação de fundos nacionais e comunitários a favor do ambiente e qualidade de vida e da valorização dos recursos energéticos e territoriais. Há a destacar as seguintes prioridades e medidas a implementar no ano de 2014 para a sua concretização: S e r v i ç o s G e r a i s d a A d m i n i s t r a ç ã o P ú b l i c a - A d m i n i s t r a ç ã o g e r a l 2 , 4 0 , 1 - In v e s t i g a ç ã o c i e n t íf i c a d e c a r á c t e r g e r a l 4 , 7 0 , 1
T r a n s p o r t e s e c o m u n i c a ç õ e s - A d m i n i s t r a ç ã o e r e g u l a m e n t a ç ã o 7 7 , 5 1 , 7 - In v e s t i g a ç ã o 3 4 , 5 0 , 8 - T r a n s p o r t e s r o d o v i á r i o s 5 9 3 , 9 1 3 , 2 - T r a n s p o r t e s f e r r o v i á r i o s 1 . 0 1 8 , 2 2 2 , 6 - T r a n s p o r t e s a é r e o s 5 6 , 2 1 , 2 - T r a n s p o r t e s m a r ít i m o s e f l u v i a i s 6 5 , 1 1 , 4 - S i s t e m a s d e c o m u n i c a ç õ e s 4 5 , 2 1 , 0 - P a r c e r i a s P ú b l i c o P r i v a d a s 1 . 1 7 6 , 5 2 6 , 1
C o m é r c i o e t u r i s m o - T u r i s m o 1 6 5 , 1 3 , 7
O u t r a s f u n ç õ e s e c o n ó m i c a s - A d m i n i s t r a ç ã o e r e g u l a m e n t a ç ã o 8 0 , 5 1 , 8 - D i v e r s a s n ã o e s p e c i f i c a d a s 8 8 , 5 2 , 0
D E S P E S A T O T A L N Ã O C O N S O L I D A D A 4 . 5 0 9 , 9 1 0 0 , 0
D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 4 . 3 3 6 , 2
D E S P E S A E F E T I V A 3 . 2 3 4 , 5
P o r M e m ó r i a
A t i v o s F i n a n c e i r o s 4 0 2 , 6 8 , 9
P a s s i v o s F i n a n c e i r o s 6 9 9 , 1 1 5 , 5
E s t a d o , S F A e E P R
O r ç a m e n t o d e 2014
E s t r u t u r a 2 0 1 4 ( % )

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 Garantir a qualidade ambiental a nível nacional, designadamente mediante a modernização de redes de monitorização, a descarbonização e adaptação às alterações climáticas, a infraestruturação ambiental e resolução de passivos e a promoção da eficiência e ganhos de escala dos sistemas de gestão de resíduos urbanos;  Potenciar a economia verde, através de novos padrões de consumo, do investimento e internacionalização e da ecoinovação;  Assegurar a qualidade e a sustentabilidade dos serviços prestados às populações, bem como a proteção da saúde pública e a eficiência dos recursos naturais;  Contribuir para um novo modelo de ordenamento do território – requalificação das cidades, maior resiliência e coesão territorial – e prosseguir a reforma do regime de arrendamento urbano;  Promover a valorização económica dos ecossistemas e dos recursos endógenos como catalisadores do desenvolvimento, através de uma gestão e utilização sustentável no âmbito da conservação da natureza;  Assegurar a sustentabilidade dos custos de energia e da mobilidade, sem comprometer a competitividade das empresas, o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida dos cidadãos. Em 2014, a aplicação de medidas transversais à Administração Pública e de medidas sectoriais para a contenção da despesa pública, no âmbito das políticas públicas no domínio do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, conduzirá no seu conjunto a uma redução da despesa de 36,3 milhões de euros. Medidas Transversais A aplicação de medidas transversais de consolidação orçamental no âmbito da reforma do Estado, em 2014, terá um impacto no MAOTE de 4,4 milhões de euros em termos de diminuição de despesa. Estas medidas abrangem a implementação do programa de rescisões por mútuo acordo para trabalhadores menos qualificados, o programa de requalificação a redução da despesa com a contribuição das entidades empregadoras para a ADSE-SAD-ADM e a saída de trabalhadores para aposentação sem a respetiva substituição.

Medidas Sectoriais Em 2014, serão aplicadas medidas sectoriais de consolidação orçamental que conduzirão a uma redução da despesa em 31,9 milhões de euros, decorrente na maior parte da definição das funções e do modelo organizacional do MAOTE, do aprofundamento da gestão patrimonial no âmbito da estrutura do MAOTE e da racionalização nos processos de aquisição de bens e serviços. No seu conjunto, estas iniciativas possibilitarão decréscimos relevantes ao nível da despesa com consumos intermédios.
No domínio do investimento, a redução da contrapartida pública nacional de projetos comunitários, designadamente pelo aumento do cofinanciamento comunitário dos projetos no âmbito do Programa Operacional Temático Valorização do Território (POVT), permite assegurar uma poupança significativa. No mesmo sentido, a priorização de despesas com investimentos de fundos nacionais terá um impacto relevante em 2014.

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IV.11.2. Orçamento A despesa total consolidada para 2014 do Programa Ambiente, Ordenamento do Território e da Energia, atinge o montante de 628,2 milhões de euros o que representa um crescimento de 50,9% (211,9 milhões de euros) face à estimativa de 2013.
Quadro IV.11.1. Ambiente, do Ordenamento do Território e Energia (P010) - Despesa Total Consolidada (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
Este aumento da despesa total consolidada do Programa tem origem maioritariamente nas Entidades Públicas Reclassificadas (EPR), com 106,5 milhões de euros, ou seja mais 160,5%, relativamente à estimativa de 2013.
O Subsector Estado apresenta um crescimento de 5,6%, resultante do aumento de despesa com cobertura em receitas gerais (2,5 milhões de euros). Quadro IV.11.2. Ambiente, do Ordenamento do Território e Energia (P010) - Despesa dos SFA por Fontes de Financiamento (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
A despesa total consolidada do Subsector dos Serviços e Fundos Autónomos, apresenta um aumento de 54,7% considerando para o efeito as Entidades Públicas Reclassificadas (POLIS Litoral Sudoeste, Ria Formosa, Viana do Castelo, Norte, Costa POLIS e Ria de Aveiro) que apresentam um crescimento de 160,5% (65,6 milhões de euros), devido ao reforço dos Fundos comunitários, designadamente FEDER e Fundo de Coesão.
2013 2014
E s t i m a t i v a
O r ç a m e n t o A j u s t a d o
E s t a d o 5 8 , 9 6 2 , 2 5 , 6 9 , 4
1 . A t i v i d a d e s 3 6 , 8 3 9 , 8 8 , 3 6 , 0
1 . 1 . C o m c o b e r t u r a e m r e c e i t a s g e r a i s 2 6 , 2 2 8 , 7 9 , 7 4 , 3
1 . 2 . C o m c o b e r t u r a e m r e c e i t a s c o n s i g n a d a s 1 0 , 6 1 1 , 1 4 , 9 1 , 7
2 . P r o j e t o s 2 2 , 2 2 2 , 4 1 , 0 3 , 4
2 . 1 . F i n a n c i a m e n t o n a c i o n a l 1 2 , 0 1 2 , 5 3 , 9 1 , 9 2 . 2 . F i n a n c i a m e n t o c o m u n i t á r i o 1 0 , 1 9 , 9 - 2 , 4 1 , 5
S e r v i ç o s e F u n d o s A u t ó n o m o s 2 8 9 , 5 2 7 7 , 1 - 4 , 3 4 1 , 7
E n t i d a d e s P ú b l i c a s R e c l a s s i f i c a d a s 4 0 , 9 1 0 6 , 5 1 6 0 , 5 1 6 , 0
C o n s o l i d a ç ã o e n t r e e i n t r a - s u b s e t o r e s 3 1 , 9 3 6 , 3
D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 4 1 6 , 3 6 2 8 , 2 5 0 , 9 D E S P E S A E F E T I V A 3 5 7 , 4 4 0 9 , 6
P o r M e m ó r i a
A t i v o s F i n a n c e i r o s 4 7 , 9 1 6 6 , 8
P a s s i v o s F i n a n c e i r o s 1 1 , 0 5 1 , 9
V a r i a ç ã o ( % )
E s t r u t u r a 2 0 1 4 ( % )
2013
E s t i m a t i v a R e c e i t a s G e r a i s R e c e i t a s P r ó p r i a s Fi n a n c i a - m e n t o C o m u n i t á r i o T r a n s f e r ê n c i a s d a s A P O u t r a s Fo n t e s T o t a l
T o t a l S FA 2 8 9 , 5 2 3 , 4 1 8 2 , 0 5 6 , 2 1 5 , 5 0 , 0 2 7 7 , 1 - 4 , 3
T o t a l E P R 4 0 , 9 0 , 0 3 7 , 0 6 9 , 1 0 , 4 0 , 0 1 0 6 , 5 1 6 0 , 5
S u b - T o t a l 3 3 0 , 4 2 3 , 4 2 1 9 , 0 1 2 5 , 3 1 5 , 9 0 , 0 3 8 3 , 6 1 6 , 1
T r a n s f e r ê n c i a s i n t r a - S FA 8 , 1 1 2 , 5 1 2 , 5
D E S P E S A TO TA L C O N S O LI D A D A 3 8 1 , 2 2 3 , 4 4 2 5 , 1 1 2 5 , 3 1 5 , 9 0 , 0 5 8 9 , 7 5 4 , 7
D E S P E S A E FE TI V A 3 2 2 , 3 2 3 , 4 2 0 6 , 5 1 2 5 , 3 1 5 , 9 0 , 0 3 7 1 , 1 1 5 , 1
P o r M e m ó r i a
A t i v o s Fi n a n c e i r o s 4 7 , 9 1 6 6 , 8 1 6 6 , 8
P a s s i v o s Fi n a n c e i r o s 1 1 , 0 5 1 , 9 5 1 , 9
O r ç a m e n t o A j u s t a d o d e 2 0 1 4 V a r i a ç ã o ( % )

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Quadro IV.11.3. Ambiente, do Ordenamento do Território e Energia (P010) - Despesa por Classificação Económica (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
Na distribuição da despesa consolidada pelos principais agrupamentos económicos, verifica-se que apresentam maior peso as despesas com aquisição de bens de capital com 162,4 milhões de euros e ativos financeiros com 166,8 milhões de euros. Relativamente aos ativos financeiros destaca-se os empréstimos a conceder ao abrigo do PROHABITA para o financiamento de operações de realojamento e reabilitação urbana.
Quadro IV.11.4. Ambiente, do Ordenamento do Território e Energia (P010) - Despesa por Medidas dos Programas (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
E s t r u t u r a 2 0 1 4 ( % )
S F A EPR T o t a l
D e s p e s a C o r r e n t e 5 8 , 4 2 0 8 , 9 6 , 9 2 1 5 , 8 2 4 1 , 1 3 8 , 4
D e s p e s a s c o m P e s s o a l 2 0 , 9 5 1 , 0 0 , 3 5 1 , 3 7 2 , 2 1 1 , 5
A q u i s i ç ã o d e B e n s e S e r v i ç o s 1 4 , 0 5 2 , 1 3 , 6 5 5 , 7 6 9 , 7 1 1 , 1
J u r o s e O u t r o s E n c a r g o s 0 , 0 7 , 4 0 , 0 7 , 4 7 , 4 1 , 2
T r a n s f e r ê n c i a s C o r r e n t e s 2 2 , 2 9 2 , 2 0 , 0 9 2 , 2 8 1 , 4 1 3 , 0 d a s q u a i s : i n t r a - i n s t i t u i ç õ e s d o m i n i s t é r i o 2 0 , 2 1 2 , 8 0 , 0 1 2 , 8 0 , 0 p a r a a s r e s ta n te s A d m . P ú b l i c a s 0 , 0 1 0 , 7 0 , 0 1 0 , 7 1 0 , 7 1 , 7
S u b s íd i o s 0 , 0 0 , 0 0 , 0 0 , 0 0 , 0
O u t r a s D e s p e s a s C o r r e n t e s 1 , 2 6 , 2 3 , 0 9 , 2 1 0 , 4 1 , 7
D e s p e s a C a p i t a l 3 , 8 2 8 6 , 9 9 9 , 6 3 8 6 , 5 3 8 7 , 1 6 1 , 6
A q u i s i ç ã o d e B e n s d e C a p i t a l 0 , 6 6 2 , 5 9 9 , 3 1 6 1 , 8 1 6 2 , 4 2 5 , 8
T r a n s f e r ê n c i a s d e C a p i t a l 3 , 2 5 , 7 0 , 0 5 , 7 5 , 7 0 , 9 d a s q u a i s : i n t r a - i n s t i t u i ç õ e s d o m i n i s t é r i o 3 , 2 0 , 0 0 , 0 0 , 0 3 , 2 0 , 5 p a r a a s r e s ta n te s A d m . P ú b l i c a s 1 , 5 0 , 0 1 , 5 1 , 5 0 , 2
A t i v o s F i n a n c e i r o s 0 , 0 1 6 6 , 8 0 , 0 1 6 6 , 8 1 6 6 , 8 2 6 , 6
P a s s i v o s F i n a n c e i r o s 0 , 0 5 1 , 9 0 , 0 5 1 , 9 5 1 , 9 8 , 3
O u t r a s D e s p e s a s d e C a p i t a l 0 , 0 0 , 0 0 , 3 0 , 3 0 , 3 0 , 1
C o n s o l i d a ç ã o e n t r e e i n t r a - s u b s e t o r e s 2 3 , 4 1 2 , 8 0 , 0 3 6 , 3
D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 6 2 , 2 4 9 5 , 8 1 0 6 , 5 6 0 2 , 3 6 2 8 , 2 1 0 0 , 0
D E S P E S A T O T A L E X C L U I N D O T R A N S F P A R A A D M . P Ú B L I C A S 6 2 , 2 4 8 3 , 6 1 0 6 , 5 5 9 0 , 1 6 1 6 , 0 D E S P E S A E F E T I V A 6 2 , 2 2 7 7 , 1 1 0 6 , 5 3 8 3 , 6 4 0 9 , 6 O r ç a m e n t o A j u s t a d o d e 2 0 1 4
E s t a d o
S F A T o t a l
C o n s o l i d a d o
H a b i t a ç ã o e S e r v . C o l e c t i v o s - A d m i n i s t r a ç ã o e r e g u l a m e n t a ç ã o 1 2 , 8 1 , 9 - H a b i t a ç ã o 3 5 , 7 5 , 4 - O r d e n a m e n t o d o t e r r i t ó r i o 9 , 1 1 , 4 - P r o t e c ç ã o d o m e i o a m b i e n t e e c o n s e r v a ç ã o d a n a t u r e z a 3 3 5 , 8 5 0 , 5
In d ú s t r i a e E n e r g i a - A d m i n i s t r a ç ã o e r e g u l a m e n t a ç ã o 7 , 7 1 , 2
O u t r a s F u n ç õ e s E c o n ó m i c a s - A d m i n i s t r a ç ã o e r e g u l a m e n t a ç ã o 1 8 , 1 2 , 7 - D i v e r s s n ã o s p e c i f i c a d a s 2 6 , 8 4 , 0
D E S P E S A T O T A L N Ã O C O N S O L I D A D A 6 6 4 , 5 1 0 0 , 0
D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 6 2 8 , 2
D E S P E S A E F E T I V A 4 0 9 , 6
P o r M e m ó r i a
A t i v o s F i n a n c e i r o s 1 6 6 , 8 2 5 , 1
P a s s i v o s F i n a n c e i r o s 5 1 , 9 7 , 8
E s t a d o , S F A e E P R
O r ç a m e n t o A j u s t a d o d e 2014
E s t r u t u r a 2 0 1 4 ( % )

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187 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013

Na estrutura de distribuição da despesa por medidas inscritas no programa 010 – Ambiente, Ordenamento do Território e da Energia, salienta-se a medida relacionada com a Habitação e Serviços Coletivos - Proteção, do Meio Ambiente e Conservação da Natureza com 335,8 milhões de euros o que representa 50,5%, do total da despesa não consolidada do programa, aplicada na defesa costeira de forma a aumentar o nível de protecção de pessoas e bens.

IV.12. Agricultura e Mar (P011) IV.12.1. Políticas A par da consolidação orçamental e da estrutura institucional, o MAM enquadrará a sua atuação em 4 linhas fundamentais, incontornáveis para estimular o crescimento económico e para garantir a reestruturação da administração, tornando-a mais simples e ágil para as empresas e para os cidadãos: 1. Execução de fundos comunitários; 2. Instrumentos de base das políticas públicas; 3. Simplificação legislativa e de procedimentos administrativos; 4. Reestruturação institucional.
Neste sentido, salientam-se os objetivos estratégicos assumidos pelo MAM, patentes nas Grandes Opções do Plano para 2014, bem como as medidas a implementar para a sua concretização:  Manutenção dos mecanismos que asseguraram eficácia na utilização dos recursos financeiros, a par da simplificação e desburocratização encetada ao nível organizacional;  Aprovação de diplomas e alteração de procedimentos que agilizem e simplifiquem a ação da Administração junto das empresas e cidadãos;  Melhoria da eficácia dos sistemas de gestão de risco;  Apoio ao investimento mediante medidas promotoras da competitividade e da sustentabilidade dos sectores agroalimentar, florestal e do mar;  Concentração dos apoios ao investimento na produção de bens transacionáveis com valor acrescentado e aumento do valor das exportações mediante estratégias de promoção dos produtos agrícolas, florestais e da pesca;  Potenciação da competitividade e do desenvolvimento sustentável dos sectores agroalimentar, florestal e do mar mediante uma investigação fortemente aplicada e orientada para a criação de valor, racionalizando recursos e tornando-os mais eficazes. Em 2014, iniciam-se novos quadros de programação no âmbito do desenvolvimento rural e dos assuntos marítimos e das pescas, sendo determinante para Portugal assegurar a prossecução das novas medidas e a utilização eficaz, logo desde o seu início, dos recursos financeiros disponíveis. A consolidação do contributo dos sectores agroalimentar, florestal e do mar para o crescimento nacional e sustentabilidade dos territórios decorre, em larga medida, da operacionalização dos instrumentos comunitários definidos, promovendo a alavancagem do investimento privado e um estímulo ao crescimento económico com reflexos positivos na balança comercial como tem ocorrido nos últimos anos.

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Medidas Transversais Em 2014, a aplicação de um conjunto de medidas transversais de consolidação orçamental no âmbito da reforma do Estado permitirá uma poupança de 20,7 milhões de euros. Para a redução da despesa contribuirão igualmente a saída de trabalhadores para aposentação sem a respetiva substituição, que permitirá reduzir o efetivo em mais de 6% em 2014.

Medidas Sectoriais A nível sectorial, serão aplicadas em 2014 medidas de consolidação orçamental que permitirão uma redução da despesa de 25 milhões de euros. Em particular, as despesas com pessoal deverão decrescer mediante a utilização de programas sectoriais de rescisões por mútuo acordo.
A simplificação e a melhoria da eficácia dos instrumentos operacionais e do quadro jurídico e regulamentar, assim como a simplificação de procedimentos e interoperabilidade dos sistemas de informação, permitirão não só a melhoria da gestão e o aumento da eficiência da utilização dos recursos, mas também a redução dos custos ao nível da administração e dos beneficiários. Ao nível da aquisição de bens e serviços correntes e da despesa de capital terão impactos: a reestruturação dos serviços de investigação e dos laboratórios do Estado; a criação de serviços partilhados nas áreas do aprovisionamento, comunicação, recursos humanos, jurídicos e logística; e as medidas de racionalização de despesas com consumos intermédios.
Para a maior eficácia na afetação de meios e sucessiva diminuição de custos contribuirão: a reorganização de medidas de sanidade animal, nomeadamente ao nível do financiamento dos veterinários municipais por parte da Administração Central; as medidas de alteração da forma de financiamento de despesas nacionais e o consequente aproveitamento de fundos comunitários, a efetuar com o início do Programa de Desenvolvimento Rural 2014-2020; assim como a alteração das regras das ajudas comunitárias, designadamente da ajuda alimentar aos mais carenciados da União Europeia.
Há ainda a realçar a manutenção da majoração da taxa de cofinanciamento comunitário do PRODER (Programa de Desenvolvimento Rural) e do PROMAR (Programa Operacional Pesca), cuja negociação está prestes a ser concluída e que conduzirá a uma redução na contrapartida pública nacional face ao que seria necessário para os níveis de execução previstos para 2014, que no caso do PRODER será de cerca de 90 milhões de euros.
No âmbito do Quadro Financeiro Plurianual para 2014-2020 foi garantido para Portugal um envelope de 500 milhões de euros para o Desenvolvimento Rural isento de cofinanciamento nacional, possibilitando a melhor utilização dos recursos no arranque do novo quadro de programação com diminuição da pressão na contrapartida nacional.

IV.12.2. Orçamento A despesa total consolidada para 2014 do Programa Agricultura e Mar, atinge o montante de 1 270 milhões de euros o que representa uma diminuição de 2,6% (- 33,8 milhões de euros) face à estimativa de 2013.

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189 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013

Quadro IV.12.1. Agricultura e Mar (P011) - Despesa Total Consolidada (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
Esta diminuição da despesa total consolidada do Programa tem origem no Subsector dos Serviços e Fundos Autónomos (SFA) com menos 6%, sendo que o Subsector Estado apresenta um aumento nas despesas do orçamento de atividades de 3,2% .
O subsector Estado com 431 milhões de euros apresenta um aumento global de 6,3%, contribuindo para este aumento a despesa com cobertura em receitas consignadas dos seguintes organismos: Direção Geral dos Recursos Naturais, Segurança e Recursos marítimos (DGRM) e a Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento rural (DGADR). Este acréscimo é justificado pela transferência de competências do IPTM, nomeadamente as associadas aos Portos de Pesca e ao aumento de verbas a transferir pelo IFAP de verbas comunitárias para cofinanciamento das infraestruturas hidroagrícolas no âmbito do FEADER, respetivamente.
Quadro IV.12.2. Agricultura e Mar (P011) - Despesa dos SFA por Fontes de Financiamento (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
A despesa total consolidada do Subsector dos Serviços e Fundos Autónomos, apresenta uma diminuição de 5,9%, que se verifica essencialmente nos orçamentos do Fundo Sanitário e de Segurança Alimentar 2013 2014
E s t i m a t i v a
O r ç a m e n t o P r o p o s t o
E s t a d o 4 0 5 , 5 4 3 1 , 0 6 , 3 2 8 , 7
1 . A t i v i d a d e s 2 8 9 , 0 2 9 8 , 2 3 , 2 1 9 , 9
1 . 1 . C o m c o b e r t u r a e m r e c e i t a s g e r a i s 2 1 2 , 6 2 0 3 , 8 - 4 , 1 1 3 , 6
1 . 2 . C o m c o b e r t u r a e m r e c e i t a s c o n s i g n a d a s 7 6 , 4 9 4 , 4 2 3 , 7 6 , 3
2 . P r o j e t o s 1 1 6 , 5 1 3 2 , 8 1 4 , 0 8 , 9
2 . 1 . F i n a n c i a m e n t o n a c i o n a l 1 1 2 , 4 1 2 4 , 4 1 0 , 7 8 , 3 2 . 2 . F i n a n c i a m e n t o c o m u n i t á r i o 4 , 1 8 , 4 1 0 4 , 7 0 , 6
S e r v i ç o s e F u n d o s A u t ó n o m o s 1 . 1 3 6 , 7 1 . 0 6 8 , 1 - 6 , 0 7 1 , 2
E n t i d a d e s P ú b l i c a s R e c l a s s i f i c a d a s 0 , 3 0 , 5 6 9 , 9 0 , 0
C o n s o l i d a ç ã o e n t r e e i n t r a - s u b s e t o r e s 2 3 9 , 3 2 3 0 , 2
D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 1 . 3 0 3 , 8 1 . 2 7 0 , 0 - 2 , 6 D E S P E S A E F E T I V A 1 . 3 0 3 , 2 1 . 2 6 9 , 4
P o r M e m ó r i a
A t i v o s F i n a n c e i r o s 0 , 0 0 , 1
P a s s i v o s F i n a n c e i r o s 0 , 6 0 , 5
V a r i a ç ã o ( % )
E s t r u t u r a 2 0 1 4 ( % )
2013
E s t i m a t i v a
R e c e i t a s G e r a i s R e c e i t a s P r ó p r i a s
Fi n a n c i a m e n t o C o m u n i t á r i o
T r a n s f e r ê n c i a s d a s A P
O u t r a s Fo n t e s
T o t a l
T o t a l S FA 1 1 3 6 , 7 2 0 8 , 1 1 0 0 , 3 7 3 2 , 9 2 6 , 8 0 , 0 1 0 6 8 , 1 - 6 , 0
T o t a l E P R 0 , 3 0 , 0 0 , 5 0 , 0 0 , 0 0 , 0 0 , 5 6 9 , 9
S u b - T o t a l 1 1 3 7 , 0 2 0 8 , 1 1 0 0 , 8 7 3 2 , 9 2 6 , 8 0 , 0 1 0 6 8 , 6 - 6 , 0
T r a n s f e r ê n c i a s i n t r a 5 , 6 2 , 0 1 , 7 3 , 7
D E S P E S A TO TA L C O N S O LI D A D A 1 1 3 2 , 0 2 0 6 , 1 9 9 , 7 7 3 2 , 9 2 6 , 8 0 , 0 1 0 6 5 , 4 - 5 , 9
D E S P E S A E FE TI V A 1 1 3 1 , 4 2 0 6 , 1 9 9 , 1 7 3 2 , 9 2 6 , 8 0 , 0 1 0 6 4 , 9 - 5 , 9
P o r M e m ó r i a
A t i v o s Fi n a n c e i r o s 0 , 0 0 , 1 0 , 1
P a s s i v o s Fi n a n c e i r o s 0 , 6 0 , 5 0 , 5
O r ç a m e n t o P r o p o s t o d e 2 0 1 4
V a r i a ç ã o ( % )

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190 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013

Mais (FSSAM), Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP) e do Instituto Português do Mar a e da Atmosfera (IPMA), que ascende respetivamente a 7,3 milhões de euros, 24,8 milhões de euros e 13,6 milhões de euros.
Salienta-se que a variação do IFAP se verifica nas ajudas cofinanciadas do FEAGA, nomeadamente nas ajudas para a promoção de produtos agrícolas, frutícolas e vitivinícolas, bem como nas ajudas de fundos operacionais. Quadro IV.12.3. Agricultura e Mar (P011) - Despesa por Classificação Económica (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
Na distribuição da despesa consolidada pelos principais agrupamentos económicos, verifica-se que apresentam maior peso as transferências correntes com 378,7 milhões de euros, de capital com 380,7 milhões de euros e despesas com pessoal 202,2 milhões de euros. E s t r u t u r a 2014 ( % )
S F A EPR T o t a l
D e s p e s a C o r r e n t e 3 3 5 , 2 6 6 8 , 2 0 , 5 6 6 8 , 7 8 3 7 , 4 6 5 , 9
D e s p e s a s c o m P e s s o a l 1 1 9 , 4 8 2 , 6 0 , 3 8 2 , 8 2 0 2 , 2 1 5 , 9
A q u i s i ç ã o d e B e n s e S e r v i ç o s 4 6 , 8 5 5 , 8 0 , 2 5 5 , 9 1 0 2 , 7 8 , 1
J u r o s e O u t r o s E n c a r g o s 0 , 0 3 , 4 0 , 0 3 , 4 3 , 4 0 , 3
T r a n s f e r ê n c i a s C o r r e n t e s 1 6 0 , 2 3 8 4 , 9 0 , 0 3 8 4 , 9 3 7 8 , 7 2 9 , 8 d a s q u a i s : i n t r a - i n s t i t u i ç õ e s d o m i n i s t é r i o 1 5 3 , 1 1 3 , 4 0 , 0 1 3 , 4 0 , 0 p a r a a s r e s ta n te s A d m . P ú b l i c a s 0 , 1 7 , 8 0 , 0 7 , 8 7 , 8 0 , 6
S u b s íd i o s 0 , 0 1 3 6 , 7 0 , 0 1 3 6 , 7 1 3 6 , 7 1 0 , 8
O u t r a s D e s p e s a s C o r r e n t e s 8 , 8 4 , 9 0 , 1 5 , 0 1 3 , 7 1 , 1
D e s p e s a C a p i t a l 9 5 , 8 4 0 0 , 5 0 , 0 4 0 0 , 5 4 3 2 , 6 3 4 , 1
A q u i s i ç ã o d e B e n s d e C a p i t a l 4 0 , 0 1 0 , 1 0 , 0 1 0 , 1 5 0 , 1 3 , 9
T r a n s f e r ê n c i a s d e C a p i t a l 5 5 , 8 3 8 8 , 6 0 , 0 3 8 8 , 6 3 8 0 , 7 3 0 , 0 d a s q u a i s : i n t r a - i n s t i t u i ç õ e s d o m i n i s t é r i o 5 5 , 3 8 , 4 0 , 0 8 , 4 6 3 , 7 5 , 0 p a r a a s r e s ta n te s A d m . P ú b l i c a s 0 , 3 0 , 4 0 , 0 0 , 4 0 , 7 0 , 1
A t i v o s F i n a n c e i r o s 0 , 0 0 , 1 0 , 0 0 , 1 0 , 1 0 , 0
P a s s i v o s F i n a n c e i r o s 0 , 0 0 , 5 0 , 0 0 , 5 0 , 5 0 , 0
O u t r a s D e s p e s a s d e C a p i t a l 0 , 0 1 , 2 0 , 0 1 , 2 1 , 2 0 , 1
C o n s o l i d a ç ã o e n t r e e i n t r a - s u b s e t o r e s 2 0 8 , 4 2 1 , 8 0 , 0 2 1 , 8 2 3 0 , 2
D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 4 3 1 , 0 1 . 0 6 8 , 7 0 , 5 1 . 0 6 9 , 2 1 . 2 7 0 , 0 1 0 0 , 0
D E S P E S A T O T A L E X C L U I N D O T R A N S F P A R A A D M . P Ú B L I C A S 4 3 0 , 6 1 . 0 6 0 , 5 0 , 5 1 . 0 6 1 , 0 1 . 2 6 1 , 4 D E S P E S A E F E T I V A 4 3 1 , 0 1 . 0 6 8 , 1 0 , 5 1 . 0 6 8 , 6 1 . 2 6 9 , 4 O r ç a m e n t o P r o p o s t o d e 2 0 1 4
E s t a d o
S F A
T o t a l
C o n s o l i d a d o

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Quadro IV.12.4. Agricultura e Mar (P011) - Despesa por Medidas dos Programas (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
Na estrutura de distribuição da despesa por medidas inscritas no programa 011 – Agricultura e Mar, salientam-se as medidas relacionadas com a Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Caça, Pesca – Agricultura e Pecuária com cerca de 1.111,2 milhões de euros o que representa 74,4%, do total da despesa consolidada do programa. Os projetos associados à Agricultura e Pecuária integram-se na estratégia nacional para o desenvolvimento rural, com base nas orientações estratégicas comunitárias, com o objetivo de aumentar a competitividade dos sectores agrícola e florestal, promover a sustentabilidade dos espaços rurais e dos recursos naturais, revitalizar económica e socialmente as zonas rurais.

IV.13. Saúde (P012) IV.13.1. Políticas Nos últimos anos, a política de Saúde tem sido influenciada pela necessidade de contribuir para a consolidação orçamental do País, corrigindo o excesso de despesa pública, de forma a adequá-la ao financiamento disponível.
Apesar das exigências deste esforço, importa ter presente os objetivos estratégicos identificados no Programa do Governo: S e r v i ç o s G e r a i s d a A d m i n i s t r a ç ã o P ú b l i c a - A d m i n i s t r a ç ã o g e r a l 6 , 8 0 , 5 - C o o p e r a ç ã o e c o n ó m i c a e x t e r n a 0 , 5 0 , 0 - In v e s t i g a ç ã o C i e n t íf i c a d e c a r á c t e r g e r a l 3 1 , 6 2 , 1
H a b i t a ç ã o e S e r v . C o l e c t i v o s - P r o t e c ç ã o d o m e i o a m b i e n t e e c o n s e r v a ç ã o d a n a t u r e z a 1 , 0 0 , 1
S e r v i ç o s C u l t u r a i s , R e c r e a t i v o s e R e l i g i o s o s - D e s p o r t o , r e c r e i o e l a z e r 0 , 1
A g r i c u l t u r a , P e c u á r i a , S i l v , C a ç a , P e s c a - A d m i n i s t r a ç ã o e r e g u l a m e n t a ç ã o 1 4 3 , 5 9 , 1 - In v e s t i g a ç ã o 4 2 , 8 2 , 9 - A g r i c u l t u r a e p e c u á r i a 1 1 1 1 , 2 7 4 , 4 - S i l v i c u l t u r a 7 7 , 3 5 , 2 - P e s c a 7 1 , 4 4 , 8
T r a n s p o r t e s e C o m u n i c a ç õ e s - T r a n s p o r t e s m a r ít i m o s e f l u v i a i s 1 3 , 0 0 , 9
O u t r a s F u n ç õ e s E c o n ó m i c a s - R e l a ç õ e s g e r a i s d o t r a b a l h o 0 , 6 0 , 0
D E S P E S A T O T A L N Ã O C O N S O L I D A D A 1 5 0 0 , 2 1 0 0 , 0
D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 1 2 7 0 , 0
D E S P E S A E F E T I V A 1 2 6 9 , 4
P o r M e m ó r i a
A t i v o s F i n a n c e i r o s 0 , 1 0 , 0
P a s s i v o s F i n a n c e i r o s 0 , 5 0 , 0
E s t a d o , S F A e E P R
O r ç a m e n t o P r o p o s t o d e 2014
E s t r u t u r a 2 0 1 4 ( % )

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 Reforçar a aproximação dos cuidados de saúde aos cidadãos, investindo nos cuidados de saúde primários e nos cuidados continuados e paliativos;  Garantir um médico de família a todos os utentes;  Aumentar a eficiência dos cuidados hospitalares;  Fomentar um maior protagonismo dos cidadãos na utilização e na gestão ativa do Sistema;  Continuar a melhorar a qualidade, a segurança e o acesso dos cidadãos aos cuidados de saúde diferenciados, quer ao nível da organização, quer ao nível da prestação, implementando a reforma hospitalar;  Concluir a reforma da política do medicamento para aumentar o acesso e a qualidade das terapêuticas;  Internacionalizar o sector da Saúde contribuindo para o desenvolvimento da economia nacional.
Estes objetivos têm vindo a ser concretizados através da racionalização das despesas em saúde, visando uma maior eficiência na afetação dos recursos e na prestação de cuidados de saúde. Fruto dos desequilíbrios financeiros acumulados ao longo dos anos, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tinha, em finais de 2011, uma dívida a fornecedores de cerca de 3 mil milhões de euros. Nos dois últimos anos, foram feitos programas de regularização de dívidas do SNS que permitiram reduzir significativamente aquele stock de dívida. Contudo, persistem desequilíbrios financeiros, sobretudo a nível dos hospitais.
Em 2014, a trajetória de redução da despesa terá que ser aprofundada de forma a contrabalançar a redução das transferências do Orçamento do Estado. Neste enquadramento, o Ministério da Saúde (MS) dará continuidade às medidas já implementadas com o intuito de reforçar, no médio prazo, a sustentabilidade financeira do SNS. Esta condição é absolutamente necessária para continuar a garantir o direito universal à proteção da saúde, minimizando os efeitos sobre os cidadãos, assegurando que nada de essencial falta aos que mais precisam, e aumentando o acesso dos mais vulneráveis aos cuidados de saúde, sendo que a contribuição de todos para os esforços pedidos será proporcional à sua capacidade. Em 2014, permanece o objetivo de concluir a avaliação e análise da viabilidade do projeto do Hospital Oriental de Lisboa. Este novo hospital visa concentrar as principais valências e os serviços hospitalares do Hospital de S. José, Hospital de Sto. António dos Capuchos, Hospital de Sta. Marta, Hospital de D.
Estefânia, Hospital de Curry Cabral e Maternidade Dr. Alfredo da Costa. A concentração produzirá poupanças significativas através da otimização da afetação dos recursos humanos e técnicos que, no momento atual, estão dispersos por vários edifícios.

Medidas Sectoriais A implementação do Plano Nacional de Saúde 2012-2016 é central para a redução da carga de doença e consequente crescimento do número de anos de vida com qualidade, que não tem acompanhado o aumento da esperança média de vida. Será assegurada a aplicação das medidas previstas nos Programas Nacionais Prioritários e a implementação da Estratégia Nacional para a Qualidade na Saúde, que pretende melhorar a qualidade clínica e organizacional e a segurança da prestação de cuidados de saúde.
Para alcançar o objetivo de redução da despesa será prosseguido o trabalho, já em curso, de adaptação da rede da oferta de cuidados de saúde à dinâmica e ao perfil da procura. A reforma hospitalar assente

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na elaboração de planos estratégicos para cada hospital que consagrem a respetiva carteira de serviços é basilar para assegurar a redução da despesa, aumentando em simultâneo a qualidade dos serviços prestados. O alargamento das compras centralizadas de dispositivos médicos e de outros bens e serviços de grande consumo no SNS, propiciará economias de escala que se traduzirão em poupanças adicionais.
Em 2014 serão igualmente prosseguidas medidas que já se encontram em curso, das quais se destacam:  A obrigatoriedade da prescrição eletrónica de medicamentos e de meios de diagnóstico quando abrangidos pela comparticipação pública, receitados por todos médicos pertencentes ao sector público ou privado;  A continuação do processo de devolução de hospitais às Misericórdias;  A publicação de novas normas de orientação clínica e a implementação de um sistema de auditoria da sua aplicação;  A implementação do Formulário Nacional do Medicamento, abrangendo ambulatório e hospitalar;  A consolidação e o alargamento da prescrição eletrónica a cuidados de saúde e terapêuticas, com desmaterialização completa do circuito de prescrição, dispensa e conferência de medicamentos;  A promoção do aumento da utilização de medicamentos genéricos e fiscalização da implementação da prescrição e dispensa de medicamentos por Denominação Comum Internacional;  O desenvolvimento de sistemas informáticos que melhorem a cobrança de dívidas aos utilizadores do SNS;  A revisão de preços dos medicamentos dispensados em ambulatório ou em meio hospitalar, de acordo com os preços nos países de referência.
De entre as novas medidas a implementar em 2014 destacam-se:  A promoção da competitividade, garantindo a qualidade e racionalizando a despesa com Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica (MCDT), através da aplicação de acordosquadro ao sector convencionado da Saúde.
 A alteração do modelo de organização e remuneração das Unidades de Saúde Familiares diferenciando resultados pela sua qualidade e premiando os melhores.
No total, as medidas sectoriais de redução de despesa a executar pelo MS ascenderão a 259,3 milhões de euros.

IV.13.2. Orçamento A despesa total consolidada do Programa da Saúde em 2014 ascendeu a 8.203,9 milhões de euros, o que corresponde a uma redução de 9,4%, face à estimativa de despesa para 2013.

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Quadro IV.13.1. Saúde (PO12) – Despesa Total Consolidada (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
No subsector Estado, a despesa relativa ao orçamento de atividades financiada por receitas gerais totaliza cerca de 7.647,2 milhões de euros, correspondendo a uma diminuição de 3,7% face a 2013, com especial destaque na dotação específica que apresenta um decréscimo de cerca de 300,4 milhões de euros.
No que respeita à despesa com projetos, o aumento de 156,4% (6,1 milhões de euros) está associado, entre outros, à baixa execução esperada em 2013.
A redução da dotação especifica reflete-se também no subsector dos serviços e fundos autónomos, com um decréscimo de 9% (819,1 milhões de euros), com especial relevo no Serviço Nacional de Saúde (SNS) que apresenta uma redução de 9,1%, devido sobretudo ao esforço financeiro implícito na estimativa de 2013 para a regularização de dívidas do SNS, em cerca de 497 milhões de euros, bem como da forte contenção da despesa, em 2014, decorrente das medidas de consolidação orçamental. Quadro IV.13.2. Saúde (PO12) – Despesa dos SFA e EPR por Fontes de Financiamento (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
Os serviços e fundos autónomos, excluindo a EPR, apresentam uma redução de 9% em 2014 face a 2013, devido, sobretudo, ao facto da estimativa de execução para 2013 incluir a despesa referente à regularização de pagamentos em atraso do SNS, bem como ao impacto das medidas de politica, conforme referido anteriormente.
2013 2014
E s t i m a t i v a O r ç a m e n t o
E s t a d o 7 9 4 7 , 0 7 6 5 7 , 2 - 3 , 6 4 8 , 0
1 . A t i v i d a d e s 7 9 4 3 , 1 7 6 4 7 , 2 - 3 , 7 4 8 , 0
1 . 1 . C o m c o b e r t u r a e m r e c e i t a s g e r a i s 7 9 0 8 , 1 7 6 1 1 , 2 - 3 , 8 4 7 , 7 F u n c i o n a m e n to e m s e n ti d o e s tr i to 2 5 , 6 2 9 , 1 1 3 , 7 0 , 2 D o ta ç õ e s e s p e c íf i c a s 7 8 8 2 , 5 7 5 8 2 , 1 - 3 , 8 4 7 , 5
S e r v i ç o N a c i o n a l d e S a ú d e 7 8 8 2 , 5 7 5 8 2 , 1 - 3 , 8 4 7 , 5
1 . 2 . C o m c o b e r t u r a e m r e c e i t a s c o n s i g n a d a s 3 5 , 0 3 6 , 0 2 , 9 0 , 2
2 . P r o j e t o s 3 , 9 1 0 , 0 1 5 6 , 4 0 , 1
2 . 1 . F i n a n c i a m e n t o n a c i o n a l 3 , 9 1 0 , 0 1 5 6 , 4 0 , 1 2 . 2 . F i n a n c i a m e n t o c o m u n i t á r i o
S e r v i ç o s e F u n d o s A u t ó n o m o s 9 0 5 2 , 9 8 2 3 3 , 8 - 9 , 0 5 1 , 6
E n t i d a d e s P ú b l i c a s R e c l a s s i f i c a d a s 5 1 , 7 5 5 , 8 7 , 9 0 , 3
C o n s o l i d a ç ã o e n t r e e i n t r a - s u b s e c t o r e s 8 0 6 4 , 9 7 7 4 2 , 9
D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 9 0 5 1 , 7 8 2 0 3 , 9 - 9 , 4 D E S P E S A E F E T I V A 8 9 8 6 , 7 8 2 0 3 , 9
V a r i a ç ã o ( % )
E s t r u t u r a 2 0 1 4 ( % )
2013
E s t i m a t i v a
R e c e i t a s G e r a i s R e c e i t a s P r ó p r i a s
F i n a n c i a m e n t o C o m u n i t á r i o
T r a n s f e r ê n c i a s d a s A P O u t r a s F o n t e s T o t a l
T o t a l S F A 9 0 5 2 , 9 7 5 9 5 , 6 4 5 5 , 6 8 , 1 1 7 4 , 5 8 2 3 3 , 8 - 9 , 0
T o t a l E P R 5 1 , 7 5 5 , 0 0 , 8 5 5 , 8 7 , 9
S u b - T o t a l 9 1 0 4 , 6 7 5 9 5 , 6 5 1 0 , 6 8 , 9 1 7 4 , 5 0 , 0 8 2 8 9 , 6 - 9 , 0
T r a n s f e r ê n c i a s i n t r a 1 4 3 , 8 0 , 0 5 3 , 7 6 0 , 0 1 1 3 , 7
D E S P E S A T O T AL CO N S O L I D AD A 9 0 2 5 , 8 7 5 9 5 , 6 4 5 6 , 9 8 , 9 1 1 4 , 5 0 , 0 8 1 7 5 , 9 - 9 , 4
D E S P E S A E F E T I V A 8 9 6 0 , 8 7 5 9 5 , 6 4 5 6 , 9 8 , 9 1 1 4 , 5 0 , 0 8 1 7 5 , 9 - 8 , 8
P o r M e m ó r i a
A t i v o s F i n a n c e i r o s 6 5 , 0 0 , 0 0 , 0 0 , 0 0 , 0 0 , 0 0 , 0
P a s s i v o s F i n a n c e i r o s
O r ç a m e n t o d e 2 0 1 4
V a r i a ç ã o ( % )

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A despesa da entidade Serviços Partilhados do Ministério da Saúde totaliza 55,8 milhões de euros, correspondendo a um aumento de cerca de 4,1 milhões de euros face a 2013 devido, não só a um reforço dos serviços prestados, mas também a uma diferenciação do tipo de serviços e a um alargamento dos organismos do SNS a quem esta entidade presta serviços.
Quadro IV.13.3. Saúde (PO12) - Despesa por Classificação Económica (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
Da análise deste quadro verifica-se que a maior parte da despesa do programa é consumida na aquisição de bens e serviços com um peso de 86,9%. No subsector dos serviços e fundos autónomos a aquisição de bens e serviços correntes apresenta, para 2014, uma previsão de despesa de cerca de 7.051,4 milhões de euros, onde se incluem os encargos com os contratos-programa dos hospitais do sector público empresarial e a despesa com a aquisição de medicamentos e serviços de saúde ao sector privado convencionado. Neste agrupamento, e para o SNS, regista-se uma variação negativa de 9,3% face à estimativa para 2013, explicada não só pelas medidas de contenção de despesa, como também pelo pagamento de dívidas em atraso do SNS até ao final de 2013. No subsector Estado destacam-se os encargos com pessoal, que atingem 18,3 milhões de euros, a aquisição de bens e serviços correntes, com 29,4 milhões de euros, e as transferências correntes, no montante de 7.598,7 milhões de euros, que se destinam essencialmente ao SNS. S F A EPR T o t a l
D e s p e s a C o r r e n t e
7 6 4 7 , 0 8 1 7 3 , 4 5 5 , 5 8 2 2 8 , 9 8 1 4 2 , 7 9 9 , 3
D e s p e s a s c o m P e s s o a l 1 8 , 3 9 3 7 , 9 7 , 9 9 4 5 , 8 9 6 4 , 1 1 1 , 8
A q u i s i ç ã o d e B e n s e S e r v i ç o s 2 9 , 4 7 0 5 1 , 4 4 5 , 8 7 0 9 7 , 2 7 1 2 6 , 6 8 6 , 9
J u r o s e O u t r o s E n c a r g o s 0 , 0 0 , 3 0 , 3 0 , 3 0 , 0
T r a n s f e r ê n c i a s C o r r e n t e s 7 5 9 8 , 7 1 7 6 , 9 1 7 6 , 9 4 2 , 4 0 , 5 d a s q u a i s : i n t r a - i n s t i t u i ç õ e s d o m i n i s t é r i o 7 5 8 6 , 3 1 4 6 , 9 1 4 6 , 9 0 , 0 p a r a a s r e s ta n te s A d m . P ú b l i c a s 0 , 1 2 , 4 2 , 4 2 , 5 0 , 0
S u b s íd i o s 0 , 0
O u t r a s D e s p e s a s C o r r e n t e s 0 , 6 6 , 9 1 , 8 8 , 7 9 , 3 0 , 1
D e s p e s a C a p i t a l 1 0 , 2 6 0 , 4 0 , 3 6 0 , 7 6 1 , 2 0 , 7
A q u i s i ç ã o d e B e n s d e C a p i t a l 0 , 5 5 1 , 7 0 , 3 5 2 , 0 5 2 , 5 0 , 6
T r a n s f e r ê n c i a s d e C a p i t a l 9 , 7 8 , 7 8 , 7 8 , 7 0 , 1 d a s q u a i s : i n t r a - i n s t i t u i ç õ e s d o m i n i s t é r i o 9 , 7 0 , 0 0 , 0 p a r a a s r e s ta n te s A d m . P ú b l i c a s 0 , 8 0 , 8 0 , 8 0 , 0
A t i v o s F i n a n c e i r o s 0 , 0
P a s s i v o s F i n a n c e i r o s 0 , 0
O u t r a s D e s p e s a s d e C a p i t a l 0 , 0
C o n s o l i d a ç ã o e n t r e e i n t r a - s u b s e c t o r e s 7 7 4 2 , 9
D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 7 6 5 7 , 2 8 2 3 3 , 8 5 5 , 8 8 2 8 9 , 6 8 2 0 3 , 9 1 0 0 , 0
D E S P E S A T O T A L E X C L U I N D O T R A N S F P A R A A D M . P Ú B L I C A S7 6 5 7 , 1 8 2 3 0 , 6 5 5 , 8 8 2 8 6 , 4 8 2 0 0 , 6 D E S P E S A E F E T I V A 7 6 5 7 , 2 8 2 3 3 , 8 5 5 , 8 8 2 8 9 , 6 8 2 0 3 , 9 O r ç a m e n t o d e 2 0 1 4
E s t a d o
S F A T o t a l
C o n s o l i d a d o
E s t r u t u r a 2 0 1 4 ( % )

Página 196

196 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013

Quadro IV.13.4. Saúde (PO12) - Despesa por Medidas do Programa (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
Na estrutura de distribuição das despesas pelas cinco medidas inscritas no Programa 011 – Saúde, destacam-se as destinadas aos Hospitais e Clínicas, aos Serviços Individuais de Saúde e à Administração e Regulamentação, as quais absorvem a quase totalidade do programa.
Quanto às Parcerias Público Privadas, o montante destina-se aos Hospitais de Braga, Cascais, Loures e Vila Franca de Xira, para o Centro de Medicina e Reabilitação do Sul, bem como para o Centro de Atendimento do SNS.

IV.14. Ensino Básico e Secundário e Administração Escolar (P013) IV.14.1. Políticas A melhoria dos índices de qualificação da população portuguesa é um fator determinante para o combate às desigualdades sociais e para o progresso e o desenvolvimento económico do país, cabendo à Educação um papel estratégico decisivo. Por isso, o Governo, realçando o seu compromisso com os objetivos da Estratégia Europa 2020, continua firmemente empenhado em melhorar os níveis de educação e formação de jovens e adultos. A concretização desses objetivos determina que se intensifique a aposta na promoção do sucesso dos alunos e o combate ao abandono escolar, através do desenvolvimento de estratégias de intervenção precoce ao nível da educação pré-escolar e do 1.º ciclo do ensino básico, da consolidação da implementação das metas curriculares, da introdução das vias vocacionais, do reforço e requalificação do ensino profissionalizante, da melhoria da aprendizagem ao longo da vida, da promoção da autonomia escolar, e da avaliação externa a todos os níveis do sistema educativo – áreas em que, ao longo dos últimos dois anos, o Ministério da Educação e Ciência tem vindo a concretizar diversas medidas.
No ensino não superior, em matérias relacionadas com questões curriculares, pedagógicas, de qualificação e organizacionais, o Governo mantém os seguintes objetivos estratégicos, em linha com as melhores práticas internacionais:  Intervir na educação pré-escolar e reforçar a sua articulação com o ensino básico; S a ú d e - A d m in is t r a ç ã o e R e g u la m e n t a ç ã o 1 2 1 4 , 4 7 , 6 - In v e s t ig a ç ã o 4 0 , 7 0 , 3 - H o s p it a is e C lin ic a s 9 0 0 8 , 1 5 6 , 5 - S e r v iç o s In d iv id u a is d e S a ú d e 5 2 5 5 , 6 3 3 , 0 - P a r c e r ia P ú b lic o P r iv a d a s 4 2 8 , 0 2 , 7
D E S P E S A T O T A L N Ã O C O N S O L I D A D A 1 5 9 4 6 , 8 1 0 0 , 0
D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 8 2 0 3 , 9
D E S P E S A E F E T I V A 8 2 0 3 , 9
P o r M e m ó r ia
A t iv o s F in a n c e ir o s 0 , 0
P a s s iv o s F in a n c e ir o s 0 , 0
O r ç a m e n t o d e 2014
E s t r u t u r a 2 0 1 4 ( % )
E s t a d o , S F A e E P R

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 Prosseguir a definição de metas curriculares para as disciplinas do ensino básico e secundário ainda não abrangidas;  Continuar o desenvolvimento de uma cultura de avaliação com maior nível de clareza, exigência e rigor;  Melhorar o sucesso escolar no 1.º ciclo através do reforço qualitativo das áreas estruturantes, nomeadamente Português e Matemática;  Implementar medidas de intervenção precoce que respondam às dificuldades de aprendizagem das crianças e alunos com vista a contrariar percursos de insucesso escolar;  Garantir o acesso à educação especial, adequando a intervenção educativa e a resposta terapêutica às necessidades dos alunos e das suas famílias;  Desenvolver o aperfeiçoamento dos instrumentos legislativos reguladores da educação especial;  Concretizar o trabalho já iniciado no sentido da construção de um sistema integrado de Educação e Formação Profissional;  Criar Escolas de Referência no âmbito do ensino profissional;  Promover respostas para a qualificação de adultos, com especial incidência na elevação dos níveis de certificação escolar e profissional;  Estruturar a rede de Centros para a Qualificação e o Ensino Profissional visando uma atuação rigorosa, realista e exigente;  Promover processos de informação, de orientação e de encaminhamento de jovens com vista ao cumprimento da escolaridade obrigatória;  Monitorizar os resultados da avaliação externa, a taxa de insucesso escolar e de saída precoce dos sistemas de educação e formação dos alunos;  Desenvolver um sistema integrado de informação de indicadores da Educação, garantindo o acesso à sua consulta aos cidadãos e apoiando as famílias a tomarem decisões mais informadas no exercício da sua liberdade de escolha, que se pretende continuar a ampliar;  Desenvolver progressivamente iniciativas de liberdade de escolha para as famílias em relação à oferta disponível, criando um novo estatuto do Ensino Particular e Cooperativo e mecanismos para a concretização da liberdade de escolha;  Promover a integração das escolas nas comunidades locais, reforçando a atribuição de competências no âmbito dos novos contratos de autonomia, prosseguindo a racionalização e a gestão descentralizada da rede de ensino;  Estabelecer e alargar os contratos de autonomia das escolas, atribuindo maior responsabilidade às comunidades educativas na gestão das diferentes vertentes educativas, organizacionais e curriculares;  Valorizar os recursos humanos utilizando critérios exigentes de gestão e racionalização, promovendo a estabilidade e dignificação da profissão docente;  Promover a melhoria da formação inicial de docentes;  Implementar a prova de conhecimentos e capacidades enquanto instrumento de regulação do acesso ao exercício de funções docentes;

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 Implementar um novo regime jurídico da formação contínua de professores;  Desenvolver e alargar o ensino em língua portuguesa nos países de expressão de língua oficial portuguesa, através da criação e desenvolvimento das escolas portuguesas no estrangeiro, consubstanciado num novo regime jurídico promotor da língua e cultura portuguesas.

Medidas Transversais As medidas transversais a serem aplicadas neste programa orçamental permitirão uma poupança estimada em cerca de 179,6 milhões de euros. As rescisões por mútuo acordo, as aposentações do pessoal do quadro e a diminuição da contribuição do Ministério da Educação e Ciência para a ADSE, representam cerca de 52%, 31% e 14%, respetivamente, das poupanças previstas nesta rubrica ao longo de 2014.

Medidas Sectoriais No conjunto de medidas sectoriais o Ministério da Educação e Ciência espera uma poupança estimada em cerca de 315,4 milhões de euros. Nesta área, e na sequência dos ganhos de eficiência que têm vindo a ser conseguidos ano após ano, esperam-se melhorias significativas a nível da gestão dos recursos educativos, nomeadamente, através da generalização da implementação da matrícula eletrónica e sua renovação nos vários ciclos de ensino, numa maior eficácia nos processos de constituição de turmas, num melhor aproveitamento dos recursos existentes para manutenção das atividades de enriquecimento curricular e na reorganização dos quadros de zona pedagógica.

IV.14.2. Orçamento A despesa total consolidada do programa de Ensino Básico e Secundário e Administração Escolar atinge o montante de 5.775,8 milhões de euros. Em relação à estimativa de 2013, verifica-se um decréscimo de 7,6% com origem sobretudo na despesa do Subsector do Estado com cobertura em receitas gerais.

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Quadro IV.14.1. Ensino Básico e Secundário e Administração Escolar (P013) – Despesa Total Consolidada (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
Nas EPR o acréscimo de 49% deve-se ao aumento de despesa de investimento da Parque Escolar, EPE devido ao desfasamento temporal de obras que se previa serem executadas no ano de 2013.
No subsector Estado verificam-se reduções que resultam essencialmente da aplicação de medidas de política quer sectoriais quer transversais. Quadro IV.14.2. Ensino Básico e Secundário e Administração Escolar (P013) – Despesa dos SFA por Fontes de Financiamento (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
O subsector dos SFA, incluindo as EPR, apresenta uma despesa total consolidada de 311,6 milhões de euros a que corresponde um acréscimo de 64,5%, resultante do já referido aumento de despesa de investimento na Parque Escolar, EPE. 2013 2014
E s t i m a t i v a O r ç a m e n t o E s t a d o 6 . 0 7 0 , 0 5 . 4 7 5 , 2 - 9 , 8 9 5 , 2
1 . A t i v i d a d e s 6 . 0 3 8 , 1 5 . 4 5 3 , 9 - 9 , 7 9 4 , 9
1 . 1 . C o m c o b e r t u r a e m r e c e i t a s g e r a i s 5 . 4 0 0 , 8 4 . 9 1 8 , 2 - 8 , 9 8 5 , 5 F u n c i o n a m e n to e m s e n ti d o e s tr i to 4 . 6 5 9 , 7 4 . 2 4 2 , 5 - 9 , 0 7 3 , 8 D o ta ç õ e s e s p e c íf i c a s 7 4 1 , 1 6 7 5 , 7 - 8 , 8 1 1 , 8 T r a n s f e r ê n c i a s E n s i n o P a r ti c u l a r e C o o p e r a ti v o 2 3 8 , 0 2 4 0 , 0 0 , 9 4 , 2 E d u c a ç ã o P r é - E s c o l a r 5 0 3 , 1 4 3 5 , 6 - 1 3 , 4 7 , 6
1 . 2 . C o m c o b e r t u r a e m r e c e i t a s c o n s i g n a d a s 6 3 7 , 3 5 3 5 , 7 - 1 5 , 9 9 , 3
2 . P r o j e t o s 3 1 , 9 2 1 , 3 - 3 3 , 1 0 , 4
2 . 1 . F i n a n c i a m e n t o n a c i o n a l 2 8 , 2 2 0 , 7 - 2 6 , 5 0 , 4 2 . 2 . F i n a n c i a m e n t o c o m u n i t á r i o 3 , 7 0 , 6 - 8 3 , 8 0 , 0
S e r v i ç o s e F u n d o s A u t ó n o m o s 1 9 , 1 2 0 , 8 9 , 0 0 , 4
E n t i d a d e s P ú b l i c a s R e c l a s s i f i c a d a s 1 7 0 , 3 2 5 3 , 7 4 9 , 0 4 , 4
C o n s o l i d a ç ã o e n t r e e i n t r a - s u b s e t o r e s 8 , 9 1 1 , 1 - D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 6 . 2 5 0 , 5 5 . 7 7 5 , 8 - 7 , 6 D E S P E S A E F E T I V A 6 . 2 5 0 , 5 5 . 7 3 8 , 7
P o r M e m ó r i a
P a s s i v o s F i n a n c e i r o s 3 7 , 1
V a r i a ç ã o ( % )
E s t r u t u r a 2 0 1 4 ( % )
2013
E s t i m a t i v a
R e c e i t a s G e r a i s R e c e i t a s P r ó p r i a s
F i n a n c i a m e n t o C o m u n i t á r i o
T r a n s f e r ê n c i a s d a s A P
O u t r a s F o n t e s T o t a l
T o t a l S F A 1 9 , 1 1 1 , 1 5 , 8 0 , 5 3 , 4 2 0 , 8 9 , 0
T o t a l E P R 1 7 0 , 3 1 4 3 , 2 1 1 0 , 5 2 5 3 , 7 4 9 , 0
S u b - T o t a l 1 8 9 , 4 1 1 , 1 1 4 9 , 0 1 1 1 , 0 3 , 4 - 2 7 4 , 5 4 4 , 9
T r a n s f e r ê n c i a s i n t r a - D E S P E S A T O T AL CO N S O L I D AD A 1 8 9 , 4 1 1 , 1 1 8 6 , 1 1 1 1 , 0 3 , 4 - 3 1 1 , 6 6 4 , 5
D E S P E S A E F E T I V A 1 8 9 , 4 1 1 , 1 1 4 9 , 0 1 1 1 , 0 3 , 4 - 2 7 4 , 5 4 4 , 9
P o r M e m ó r i a
P a s s i v o s F i n a n c e i r o s 3 7 , 1 3 7 , 1
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Quadro IV.14.3. Ensino Básico e Secundário e Administração Escolar (P013) – Despesa por Classificação Económica (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
Na despesa total consolidada do programa orçamental, destacam-se as despesas com o pessoal com um peso de 65,7% e as transferências correntes com 14,4%, destinando-se estas últimas sobretudo ao ensino pré-escolar e ao ensino particular e cooperativo. Quadro IV.14.4. Ensino Básico e Secundário e Administração Escolar (P013) – Despesa por Medidas do Programa (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
No programa do Ensino Básico e Secundário e Administração Escolar, 95,7% da totalidade dos recursos estão afetos diretamente a “Estabelecimentos de Ensino não Superior”.

IV.15. Ciência e Ensino Superior (P014) IV.15.1. Políticas No âmbito do Ensino Superior e da Ciência, o Governo manterá a aposta em garantir uma melhor coordenação da rede e da oferta das instituições de ensino superior e em elevar os níveis de formação supeS F A EPR T o t a l
D e s p e s a C o r r e n t e 5 . 3 8 7 , 6 1 9 , 9 7 1 , 5 9 1 , 4 5 . 4 6 8 , 0 9 4 , 7
D e s p e s a s c o m P e s s o a l 3 . 7 7 6 , 3 1 2 , 2 8 , 5 2 0 , 7 3 . 7 9 7 , 0 6 5 , 7
A q u i s i ç ã o d e B e n s e S e r v i ç o s 9 2 , 7 6 , 2 2 4 , 8 3 1 , 0 1 2 3 , 7 2 , 1
J u r o s e O u t r o s E n c a r g o s 0 , 0 3 1 , 2 3 1 , 2 3 1 , 2 0 , 5
T r a n s f e r ê n c i a s C o r r e n t e s 8 4 1 , 0 0 , 5 0 , 5 8 3 0 , 5 1 4 , 4 d a s q u a i s : i n t r a - i n s t i t u i ç õ e s d o m i n i s t é r i o 1 1 , 0 p a r a a s r e s ta n te s A d m . P ú b l i c a s 5 0 2 , 0 5 0 2 , 0 8 , 7
O u t r a s D e s p e s a s C o r r e n t e s 6 7 7 , 6 1 , 0 7 , 0 8 , 0 6 8 5 , 6 1 1 , 9
D e s p e s a C a p i t a l 8 7 , 6 0 , 9 2 1 9 , 3 2 2 0 , 2 3 0 7 , 8 5 , 3
A q u i s i ç ã o d e B e n s d e C a p i t a l 1 4 , 6 0 , 2 1 8 2 , 2 1 8 2 , 4 1 9 7 , 0 3 , 4
T r a n s f e r ê n c i a s d e C a p i t a l 1 1 , 4 1 1 , 3 0 , 2 d a s q u a i s : i n t r a - i n s t i t u i ç õ e s d o m i n i s t é r i o 0 , 1 p a r a a s r e s ta n te s A d m . P ú b l i c a s 1 1 , 2 1 1 , 2 0 , 2
P a s s i v o s F i n a n c e i r o s 3 7 , 1 3 7 , 1 3 7 , 1 0 , 6
O u t r a s D e s p e s a s d e C a p i t a l 6 1 , 6 0 , 7 0 , 7 6 2 , 3 1 , 1
C o n s o l i d a ç ã o e n t r e e i n t r a - s u b s e t o r e s 1 1 , 1
D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 5 . 4 7 5 , 2 2 0 , 8 2 9 0 , 8 3 1 1 , 6 5 . 7 7 5 , 8 1 0 0 , 0
D E S P E S A T O T A L E X C L U I N D O T R A N S F P A R A A D M . P Ú B L I C A S 4 . 9 6 2 , 0 2 0 , 8 2 9 0 , 8 3 1 1 , 6 5 . 2 6 2 , 6 D E S P E S A E F E T I V A 5 . 4 7 5 , 2 2 0 , 8 2 5 3 , 7 2 7 4 , 5 5 . 7 3 8 , 7 O r ç a m e n t o d e 2 0 1 4
E s t a d o
S F A T o t a l
C o n s o l i d a d o
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S e r v i ç o s G e r a i s d a A d m i n i s t r a ç ã o P ú b l i c a - C o o p e r a ç ã o e c o n ó m i c a e x t e r n a 1 2 , 6 0 , 2
E d u c a ç ã o - A d m i n i s t r a ç ã o e r e g u l a m e n t a ç ã o 1 0 0 , 8 1 , 8 - E s t a b e l e c i m e n t o s d e E n s i n o n ã o S u p e r i o r 5 . 4 9 9 , 7 9 5 , 7 - S e r v i ç o s A u x i l i a r e s d e E n s i n o 1 3 6 , 6 2 , 4
D E S P E S A E F E T I V A N Ã O C O N S O L I D A D A 5 . 7 4 9 , 7 1 0 0 , 0
D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 5 . 7 7 5 , 8 D E S P E S A E F E T I V A 5 . 7 3 8 , 7 P o r M e m ó r i a
P a s s i v o s F i n a n c e i r o s 3 7 , 1
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rior da população portuguesa, estimulando também a competitividade internacional da comunidade científica e garantindo melhores resultados no âmbito da transferência de conhecimento científico e tecnológico entre os centros de investigação e desenvolvimento e o tecido empresarial.
A nível do Ensino Superior, é possível constatar que a taxa de diplomados mais que duplicou nos últimos 11 anos, o que é revelador dos resultados obtidos por Portugal no âmbito da sua política de educação.
De acordo com os dados do Eurostat, a percentagem da população com qualificação ao nível do ensino superior ou equiparado na faixa etária dos 30-34 anos subiu, em 2012, para 27,2% (em 2000 era de 11,3% e em 2011 de 26,1%). O Governo realça o seu compromisso com os objetivos da Estratégia Europa 2020, a fim de combater o défice de qualificações de nível superior face aos seus parceiros europeus, mantendo assim os seguintes objetivos estratégicos:  Adequar a oferta formativa às necessidades do país em termos de quadros qualificados, através da divulgação das taxas de empregabilidade por curso e por Instituição de Ensino Superior (IES), da aposta nas áreas de Ciências, Engenharia, Tecnologia, Matemática e Informática, e da redução de vagas em cursos com reduzida saída profissional;  Racionalizar a rede de IES e otimizar a utilização de recursos disponíveis, através do estabelecimento de áreas de coordenação regional e pela fixação de limites mínimos ao número de vagas disponível para cada curso;  Proceder-se a uma densificação da figura jurídica do consórcio entre Instituições de Ensino Superior;  Criar a figura do Curso Superior de curta duração (120 ECTS) nas instituições de ensino politécnico, nível 5 ISCED com forte inserção regional e com interação obrigatória com as empresas;  Assegurar a continuidade da política de ação social, tornando-a mais justa e eficiente, através da manutenção da atribuição de bolsas de estudo a estudantes economicamente carenciados com aproveitamento académico;  Reforçar a atratividade das IES portuguesas para os estudantes estrangeiros, através da aprovação do estatuto do estudante internacional, fomentando a captação destes estudantes e facilitando o seu ingresso através de um regime específico;  Reforçar a capacidade de gestão das IES, através da revisão do Regime Jurídico das IES, visando melhorar as condições de agilidade e flexibilidade da sua gestão.
Na Ciência, é objetivo estratégico do Governo reforçar as capacidades de investigação científica e tecnológica em Portugal, tendo em vista o desenvolvimento de uma economia baseada no conhecimento e de alto valor acrescentado. As principais linhas de intervenção para 2014 são:  Abertura do 3.º concurso do Programa Investigador FCT – reforço qualitativo das instituições nacionais de I&D através do recrutamento de Doutorados de elevada competitividade internacional;  Concurso FCT para Projetos de I&D&I internacionalmente competitivos, com tipologias diversificadas e envelopes financeiros diferenciados;  Conclusão do concurso para avaliação e financiamento das instituições de I&D, aberto em julho de 2013. Incentivo a estratçgias institucionais alinhadas com a “Especialização Inteligente” do país e regiões. Determina o financiamento institucional a partir de 2015;

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 Abertura do 3.º concurso para programas de Doutoramento FCT. Estes Programas valorizam consórcios entre Universidades e Empresas e entre Universidades e Centros de I&D portugueses e estrangeiros bem como modelos de formação que combinem ciência e empreendedorismo;  Concurso para Bolsas individuais de Doutoramento (não incluídas nos Programas de Doutoramento FCT) e Pós-Doutoramento. Na atual conjuntura socioeconómica e durante o período do Programa de Ajustamento Económico, a prossecução destes objetivos com vista ao nosso futuro coletivo implica uma maior eficiência do Sistema de Ensino Público e do Sistema Científico e Tecnológico Nacional (SCTN) em Portugal. Assim, em 2014, serão concretizadas as seguintes medidas com impacto orçamental.

Medidas Transversais As medidas transversais a serem aplicadas neste programa orçamental permitirão uma poupança estimada em cerca de 27,3 milhões de euros. As rescisões por mútuo acordo, as aposentações do pessoal do quadro e a diminuição da contribuição do Ministério da Educação e Ciência para a ADSE, representam cerca de 9%, 53% e 24% das poupanças previstas nesta área ao longo de 2014.

Medidas Sectoriais No conjunto de medidas sectoriais o Ministério da Educação e Ciência espera uma poupança estimada em cerca de 53 milhões de euros. Nesta área, as poupanças serão obtidas através da otimização do orçamento de investimento no Ensino Superior, pela concentração da oferta formativa e melhor coordenação da rede de Instituições, pelo recurso ao financiamento comunitário e pela renegociação das quotas no âmbito da participação nos organismos internacionais.

IV.15.2. Orçamento A despesa total consolidada do programa da Ciência e Ensino Superior atinge o montante de 2.181,5 milhões de euros. Em relação à estimativa de 2013, verifica-se um decréscimo de 4,1% com origem sobretudo no Subsector dos Serviços e Fundos Autónomos (SFA) não incluindo as Entidades Públicas Reclassificadas (EPR), justificado, em grande medida, pelas medidas de consolidação orçamental.

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Quadro IV.15.1. Ciência e Ensino Superior (P014) – Despesa Total Consolidada (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.

Quadro IV.15.2. Ciência e Ensino Superior (P014) – Despesa dos SFA por Fontes de Financiamento (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
O subsector dos SFA, incluindo as EPR, apresenta uma despesa total consolidada de 2.038,5 milhões de euros a que corresponde um decréscimo de 5%, que resulta do fator já identificado: aplicação de medidas de política, sectoriais e transversais. 2013 2014
E s t i m a t i v a O r ç a m e n t o E s t a d o 1 . 4 3 0 , 3 1 . 3 7 7 , 4 - 3 , 7 3 9 , 4
1 . A t i v i d a d e s 1 . 1 5 7 , 7 1 . 0 8 6 , 4 - 6 , 2 3 1 , 1
1 . 1 . C o m c o b e r t u r a e m r e c e i t a s g e r a i s 1 . 0 7 6 , 5 1 . 0 0 5 , 2 - 6 , 6 2 8 , 7 F u n c i o n a m e n to e m s e n ti d o e s tr i to 1 3 , 7 2 2 , 9 6 6 , 8 0 , 7 D o ta ç õ e s e s p e c íf i c a s 1 . 0 6 2 , 8 9 8 2 , 3 - 7 , 6 2 8 , 1 E n s i n o S u p e r i o r e A ç ã o S o c i a l 1 . 0 6 2 , 8 9 8 2 , 3 - 7 , 6 2 8 , 1
1 . 2 . C o m c o b e r t u r a e m r e c e i t a s c o n s i g n a d a s 8 1 , 2 8 1 , 2 0 , 0 2 , 3
2 . P r o j e t o s 2 7 2 , 6 2 9 1 , 0 6 , 8 8 , 3
2 . 1 . F i n a n c i a m e n t o n a c i o n a l 2 7 2 , 6 2 9 1 , 0 6 , 8 8 , 3
S e r v i ç o s e F u n d o s A u t ó n o m o s 1 . 8 8 4 , 3 1 . 7 4 8 , 5 - 7 , 2 5 0 , 0
E n t i d a d e s P ú b l i c a s R e c l a s s i f i c a d a s 3 5 7 , 4 3 7 2 , 6 4 , 3 1 0 , 7
C o n s o l i d a ç ã o e n t r e e i n t r a - s u b s e t o r e s 1 . 3 9 7 , 5 1 . 3 2 0 , 9
D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 2 . 2 7 5 , 4 2 . 1 8 1 , 5 - 4 , 1 D E S P E S A E F E T I V A 2 . 2 7 4 , 4 2 . 1 7 7 , 6
P o r M e m ó r i a
A t i v o s F i n a n c e i r o s 0 , 7
P a s s i v o s F i n a n c e i r o s 0 , 4 3 , 9
V a r i a ç ã o ( % )
E s t r u t u r a 2 0 1 4 ( % )
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R e c e i t a s G e r a i s R e c e i t a s P r ó p r i a s
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O u t r a s F o n t e s
T o t a l
T o t a l S F A 1 . 8 8 4 , 3 1 . 0 6 9 , 8 4 0 4 , 7 2 0 7 , 4 6 6 , 6 1 . 7 4 8 , 5 - 7 , 2
T o t a l E P R 3 5 7 , 4 1 6 4 , 6 1 0 2 , 5 8 2 , 2 2 3 , 3 3 7 2 , 6 4 , 3
S u b - T o t a l 2 . 2 4 1 , 7 1 . 2 3 4 , 4 5 0 7 , 2 2 8 9 , 6 8 9 , 9 - 2 . 1 2 1 , 1 - 5 , 4
T r a n s f e r ê n c i a s i n t r a 9 6 , 2 8 6 , 5
D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 2 . 1 4 6 , 5 1 . 2 3 4 , 4 5 0 7 , 9 2 9 2 , 6 9 0 , 1 - 2 . 0 3 8 , 5 - 5 , 0
D E S P E S A E F E T I V A 2 . 1 4 5 , 5 1 . 2 3 4 , 4 5 0 7 , 2 2 8 9 , 6 8 9 , 9 - 2 . 0 3 4 , 6 - 5 , 2
P o r M e m ó r i a
A t i v o s F i n a n c e i r o s 0 , 7 0 , 0
P a s s i v o s F i n a n c e i r o s 0 , 4 0 , 7 3 , 0 0 , 2 3 , 9
O r ç a m e n t o d e 2 0 1 4
V a r i a ç ã o ( % )

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204 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013

Quadro IV.15.3. Ciência e Ensino Superior (P014) – Despesa por Classificação Económica (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
Na despesa total consolidada do programa orçamental, no subsector dos SFA, destacam-se as despesas com o pessoal com um peso de 55,9% e as transferências correntes e de capital com 16,3% e 6,2% respetivamente, resultando em todos os casos dos orçamentos das Instituições de Ensino Superior.
Quadro IV.15.4. Ciência e Ensino Superior (P014) – Despesa por Medidas do Programa (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
No programa da Ciência e Ensino Superior 85% dos recursos estão afetos a “estabelecimentos de ensino superior” (65,2%) e a “investigação científica de caráter geral” (19,8%). S F A EPR T o t a l
D e s p e s a C o r r e n t e 1 . 1 7 2 , 8 1 . 4 5 5 , 4 3 2 6 , 7 1 . 7 8 2 , 1 1 . 9 0 7 , 7 8 7 , 4
D e s p e s a s c o m P e s s o a l 4 , 7 9 9 4 , 1 2 1 9 , 6 1 . 2 1 3 , 7 1 . 2 1 8 , 4 5 5 , 9
A q u i s i ç ã o d e B e n s e S e r v i ç o s 1 , 8 2 3 1 , 7 7 5 , 7 3 0 7 , 4 3 0 9 , 2 1 4 , 2
J u r o s e O u t r o s E n c a r g o s 0 , 2 0 , 2 0 , 4 0 , 4
T r a n s f e r ê n c i a s C o r r e n t e s 1 . 1 6 0 , 1 2 1 7 , 7 2 5 , 1 2 4 2 , 8 3 5 5 , 7 1 6 , 3 d a s q u a i s : i n t r a - i n s t i t u i ç õ e s d o m i n i s t é r i o 1 . 0 3 0 , 2 1 6 , 8 0 , 2 1 7 , 0 p a r a a s r e s ta n te s A d m . P ú b l i c a s 0 , 0 0 , 2 0 , 2 0 , 2
O u t r a s D e s p e s a s C o r r e n t e s 6 , 2 1 1 , 7 6 , 1 1 7 , 8 2 4 , 0 1 , 1
D e s p e s a C a p i t a l 2 0 4 , 6 2 9 3 , 5 4 9 , 4 3 4 2 , 9 2 7 3 , 8 1 2 , 6
A q u i s i ç ã o d e B e n s d e C a p i t a l 0 , 4 6 7 , 6 4 5 , 9 1 1 3 , 5 1 1 3 , 9 5 , 2
T r a n s f e r ê n c i a s d e C a p i t a l 2 0 4 , 2 2 0 4 , 3 2 0 4 , 3 1 3 4 , 8 6 , 2 d a s q u a i s : i n t r a - i n s t i t u i ç õ e s d o m i n i s t é r i o 2 0 4 , 1 6 9 , 6 6 9 , 6 p a r a a s r e s ta n te s A d m . P ú b l i c a s 4 , 8 4 , 8 4 , 8 0 , 2
P a s s i v o s F i n a n c e i r o s 0 , 4 3 , 5 3 , 9 3 , 9 0 , 2
O u t r a s D e s p e s a s d e C a p i t a l 2 1 , 2 2 1 , 2 2 1 , 2 1 , 0
C o n s o l i d a ç ã o e n t r e e i n t r a - s u b s e t o r e s 1 . 3 2 0 , 9
D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 1 . 3 7 7 , 4 1 . 7 4 8 , 9 3 7 6 , 1 2 . 1 2 5 , 0 2 . 1 8 1 , 5 1 0 0 , 0
D E S P E S A T O T A L E X C L U I N D O T R A N S F P A R A A D M . P Ú B L I C A S 1 . 3 7 7 , 4 1 . 7 4 4 , 1 3 7 5 , 9 2 . 1 2 0 , 0 2 . 1 7 6 , 5 D E S P E S A E F E T I V A 1 . 3 7 7 , 4 1 . 7 4 8 , 5 3 7 2 , 6 2 . 1 2 1 , 1 2 . 1 7 7 , 6 O r ç a m e n t o d e 2 0 1 4
E s t a d o
S F A T o t a l
C o n s o l i d a d o
E s t r u t u r a 2 0 1 4 ( % )
S e r v i ç o s G e r a i s d a A d m i n i s t r a ç ã o P ú b l i c a - A d m i n i s t r a ç ã o g e r a l 2 1 , 5 0 , 6 - In v e s t i g a ç ã o c i e n t íf i c a d e c a r á t e r g e r a l 6 9 3 , 4 1 9 , 8
E d u c a ç ã o - A d m i n i s t r a ç ã o e r e g u l a m e n t a ç ã o 5 3 , 5 1 , 5 - In v e s t i g a ç ã o 2 1 3 , 8 6 , 1 - E s t a b e l e c i m n t o s d e E n s i n o S u p e r i o r 2 . 2 7 9 , 9 6 5 , 2 - S e r v i ç o s A u x i l i a r e s d e E n s i n o 2 3 6 , 4 6 , 8
D E S P E S A E F E T I V A N Ã O C O N S O L I D A D A 3 . 4 9 8 , 5 1 0 0 , 0
D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 2 . 1 8 1 , 5 D E S P E S A E F E T I V A 2 . 1 7 7 , 6 P o r M e m ó r i a
P a s s i v o s F i n a n c e i r o s 3 , 9
E s t a d o , S F A e E P R
O r ç a m e n t o d e 2 0 1 4
E s t r u t u r a 2 0 1 4 ( % )

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IV.16. Solidariedade, Emprego e Segurança Social (P015) IV.16.1. Políticas O Ministério da Solidariedade, Emprego e da Segurança Social (MSESS) tem por missão a definição, promoção e execução de políticas de solidariedade e segurança social, de combate à pobreza e à exclusão social, de apoio à família e à natalidade, a crianças e jovens em risco, a idosos, à inclusão de pessoas com deficiência, de promoção do voluntariado e de cooperação ativa e partilha de responsabilidades com as instituições do sector social, bem como as políticas de desenvolvimento dirigidas ao crescimento do emprego sustentável e de formação profissional e a aposta na mobilidade e modernização nas relações de trabalho.
No domínio da Solidariedade e Segurança Social, a ação do Governo pretende responder ao objetivo prioritário de salvaguarda da dignidade das pessoas, nomeadamente dos grupos mais vulneráveis da população, das crianças, dos idosos, das pessoas com deficiência e ou incapacidade, e da garantia de níveis de bem-estar e subsistência mínimos no quadro das exigências do esforço de consolidação orçamental estabelecido no Programa de Ajustamento Económico, aprofundando e executando as iniciativas e medidas, salientando-se as seguintes:  Dar continuidade ao Programa de Emergência Social (PES) assente em cinco áreas essenciais de atuação: (i) respostas a famílias confrontadas com novos fenómenos de pobreza; (ii) apoios a idosos com rendimentos degradados e consumos de saúde elevados; (iii) inclusão de pessoas com deficiência e ou incapacidade; (iv) reconhecimento, incentivo e promoção do voluntariado; (v) e fortalecimento da relação com as instituições e contratualização de respostas. Esta ação tem como objetivos combater a pobreza; reforçar a inclusão e coesão sociais; bem como, capacitar as pessoas, incentivá-las e apoiá-las à inserção plena e real, promover a otimização de recursos, fomentar a responsabilidade social e dinamizar o voluntariado. O Governo, atento à conjuntura atual, mantém o reforço da dotação financeira do Programa;  Reforçar a proteção e inclusão social das pessoas com deficiência, enquanto prioridade, nomeadamente por via do aumento da cobertura dos serviços e respostas sociais e do aumento da eficácia dos programas e iniciativas de promoção do desenvolvimento social, potenciando um maior leque de respostas mais ajustadas às suas necessidades, bem como das suas famílias e executar as medidas da II Estratégia Nacional para a Deficiência (2014-2020);  Aprofundar a construção de um novo paradigma de resposta social que tem vindo a ser construído nos últimos dois anos, reforçando o trabalho de parceria entre as instituições responsáveis pelas políticas de solidariedade e as que têm responsabilidades ao nível das políticas de emprego, educação e formação e privilegiar, no âmbito das políticas de apoio aos grupos socialmente mais vulneráveis, o desenvolvimento de respostas integradas no domínio da formação e do emprego que permitam uma estreita articulação entre o conteúdo dessas ações e as especificidades dos grupos, em particular os desempregados de longa duração e os beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI);  Implementar a Rede Local de Intervenção Social (RLIS), criando uma rede de apoio técnico para um acompanhamento efetivo das famílias em situação vulnerável por via de uma resposta de proximidade mais eficaz;

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 Prosseguir com medidas específicas com vista ao reforço da sustentabilidade do sistema de segurança social, tais como, um ajustamento do fator de sustentabilidade para cálculo da idade de acesso à reforma;  Promover a natalidade e um envelhecimento ativo com vista a mitigar os efeitos da evolução demográfica sentida, através de medidas e estruturas de apoio à conciliação familiar;  Reforçar a resposta de ação social enquanto via de combate às desigualdades e à pobreza e promoção da coesão social;  Garantir a proteção social para trabalhadores independentes que descontem 80% dos seus rendimentos para uma mesma entidade, bem como para os empresários em nome individual, comerciantes e pequenos empresários.
No que respeita ao emprego e formação profissional, o Governo irá prosseguir uma política de combate ao desemprego e de promoção da criação de emprego, baseada na aposta na formação profissional, na dinamização de medidas ativas de emprego inovadoras e direcionadas para as necessidades específicas de cada um dos públicos-alvo, e de consolidação de iniciativas de aumento da produtividade e competitividade, nomeadamente ligadas com a legislação laboral, no quadro das iniciativas elencadas nas Grandes Opções do Plano para 2014. Neste sentido, para o ano de 2014, é intenção do Governo:  Consolidar o cumprimento das medidas previstas no Compromisso para o Crescimento, Competitividade e Emprego, designadamente com o lançamento do Cheque-Formação, tendo como objetivo a promoção da qualificação e da empregabilidade, no quadro de uma maior participação de destinatários e beneficiários;  Prosseguir o investimento na formação profissional, reconhecendo a importância deste processo para a qualificação dos recursos humanos e determinante para o reforço da empregabilidade, envolvendo ativos empregados, aspeto fulcral para a competitividade das empresas, particularmente nas situações de maior risco de desemprego, os desempregados, privilegiando a ativação, o reforço de competências, com ênfase na utilização do sistema de aprendizagem dual, nomeadamente em articulação com as empresas com maior potencial formativo;  Concretizar a racionalização e simplificação das medidas ativas de emprego, visando potenciar a contratação e promover a empregabilidade e o funcionamento eficiente do mercado de trabalho;  Melhorar os mecanismos de ajustamento de oferta e procura de emprego por parte do serviço público de emprego, com a atualização de procedimentos a respeito da avaliação das obrigações das pessoas desempregadas, designadamente a respeito da evidência da procura ativa de emprego e da disponibilidade para o trabalho;  Prosseguir e consolidar as reformas no âmbito da legislação laboral, nomeadamente, acompanhando e avaliando o regime de renovações extraordinárias de contratos de trabalho a termo certo e a promoção de mecanismos de resolução alternativa de litígios;  Implementação da Garantia Jovem, procurando assegurar que todos os jovens até aos 25 anos recebem uma oferta de qualidade, seja de emprego, de formação contínua, de aprendizagem ou estágio, no prazo de quatro meses após ficarem desempregados ou saírem da educação formal, identificando-se um conjunto de respostas para a concretização deste objetivo, tanto ao nível da (i) Inserção no mercado de trabalho (como sejam a Colocação, os Apoios à Contratação, a Cria

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ção do Próprio Emprego e Empreendedorismo), como da (ii) Inserção em Programas e Medidas Ativas (como os Estágios Profissionais, a Formação Profissional).
 Prestar especial enfoque na aplicação das medidas referidas, bem como outras, a grupos mais expostos à crise e com maior dificuldade em suplantar a situação de desemprego, nomeadamente, pessoas com deficiência e carreiras contributivas mais longas;  Promover respostas de proximidade em parceria através de descriminação territorial para promoção da empregabilidade, inclusão social e combate à pobreza infantil e dos respetivos agregados.
Para prossecução de todas estas e outras medidas o MSESS antevê, para o ano de 2014, um contributo por via de uma redução nas despesas transversais à Administração Pública, nomeadamente nas despesas de pessoal, que se prevê que entrem em vigor no 1.º trimestre de 2014, na sequência da publicação do OE2014. Prevê-se, igualmente como medida transversal, a redução do número de efetivos ao longo do ano, em resultado de situações de aposentação e que se traduzirá numa quebra de despesa. O esforço de consolidação da eficácia da resposta prestada pelos serviços, otimizando recursos, trará também um contributo para a redução de despesas que interessa, sobretudo, no esforço de consolidação orçamental estabelecido no Programa de Ajustamento Económico.

IV.16.2. Orçamento A despesa total consolidada do Programa Solidariedade, Emprego e Segurança Social em 2014 é de 10.637 milhões de euros, o que corresponde a um aumento de 47,1 milhões de euros face à estimativa de 2013, ou seja 0,4%.
Quadro IV.16.1. Solidariedade, Emprego e Segurança Social (P015) – Despesa Total Consolidada (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
2013 2014
E s t i m a t i v a O r ç a m e n t o
E s t a d o 9 . 4 4 4 , 0 9 . 3 9 4 , 3 - 0 , 5 8 7 , 6
1 . A t i v i d a d e s 9 . 4 4 0 , 0 9 . 3 9 0 , 8 - 0 , 5 8 7 , 5
1 . 1 . C o m c o b e r t u r a e m r e c e i t a s g e r a i s 9 . 4 0 0 , 3 9 . 3 5 4 , 1 - 0 , 5 8 7 , 2 F u n c i o n a m e n to e m s e n ti d o e s tr i to 2 3 , 3 2 2 , 1 - 5 , 2 0 , 2 D o ta ç õ e s e s p e c íf i c a s 9 . 3 7 7 , 0 9 . 3 3 2 , 0 - 0 , 5 8 7 , 0
L e i d e B a s e s d a S e g u r a n ç a S o c i a l 8 . 8 6 9 , 6 8 . 8 2 9 , 8 - 0 , 4 8 2 , 3
P e n s õ e s d o s B a n c á r i o s 5 0 7 , 4 5 0 2 , 2 - 1 , 0 4 , 7
1 . 2 . C o m c o b e r t u r a e m r e c e i t a s c o n s i g n a d a s 3 9 , 7 3 6 , 7 - 7 , 6 0 , 3
2 . P r o j e t o s 4 , 0 3 , 5 - 1 2 , 5 0 , 0
2 . 1 . F i n a n c i a m e n t o n a c i o n a l 4 , 0 3 , 5 - 1 2 , 5 0 , 0 2 . 2 . F i n a n c i a m e n t o c o m u n i t á r i o
S e r v i ç o s e F u n d o s A u t ó n o m o s 8 7 8 , 2 9 5 9 , 4 9 , 2 8 , 9
E n t i d a d e s P ú b l i c a s R e c l a s s i f i c a d a s 3 5 4 , 2 3 7 5 , 6 6 , 0 3 , 5
C o n s o l i d a ç ã o e n t r e e i n t r a - s u b s e t o r e s 8 6 , 8 9 2 , 5
D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 1 0 . 5 8 9 , 9 1 0 . 6 3 7 , 0 0 , 4 D E S P E S A E F E T I V A 1 0 . 5 8 9 , 6 1 0 . 6 3 6 , 8
P o r M e m ó r i a
A t i v o s F i n a n c e i r o s 0 , 1 0 , 0
P a s s i v o s F i n a n c e i r o s 0 , 2 0 , 2
V a r i a ç ã o ( % )
E s t r u t u r a 2 0 1 4 ( % )

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As despesas com atividades do subsector Estado, com 9.394,3 milhões de euros, apresentam uma variação negativa de 0,5%, correspondendo a 49,7 milhões de euros, devido, essencialmente, às medidas de consolidação orçamental, de que se destacam as medidas transversais. Quanto à transferência corrente efetuada no âmbito da Lei de Bases da Segurança Social a mesma regista um decréscimo de cerca de 40 milhões de euros face ao ano anterior.
As despesas com projetos, neste subsector, apresentam um decréscimo de 0,5 milhões de euros (12,5%). As despesas de investimento ascendem a 3,5 milhões de euros e destinam-se, maioritariamente, ao financiamento de equipamentos sociais nos termos da Lei de Bases do Sistema de Segurança Social.
Quadro IV.16.2. Solidariedade, Emprego e Segurança Social (P015) –- Despesa dos SFA e EPR por Fontes de Financiamento (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
O Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), o Serviço e Fundo Autónomo que integra este Programa, apresenta um crescimento da despesa para 2014 de 9,2% (81,2 milhões de euros) face à estimativa de execução de 2013. Esta variação é explicada pela revisão em baixa da estimativa de execução de despesa financiada por fundos comunitários em 2013 e pelo acréscimo dessa mesma despesa em 2014. As Entidades Públicas Reclassificadas que integram este Programa - Casa Pia de Lisboa (CPL), Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), Centros de Formação Profissional e Cooperativa António Sérgio para a Economia Social - registam uma despesa total de 375,6 milhões de euros, com um acréscimo de 21,4 milhões de euros face à estimativa de execução do ano anterior. Este acréscimo é explicado pelo aumento significativo da despesa na SCML, com mais 19,9 milhões de euros, de que se destacam as despesas com aquisição de bens de capital que, relativamente a 2013, evidenciam um acréscimo de 12,6 milhões de euros.
A Casa Pia de Lisboa, financiada quase na sua totalidade por verbas provenientes do Orçamento da Segurança Social, tem uma despesa para 2014 de 37,3 milhões de euros, apresentando uma redução face à estimativa de execução de 2013 de 5,8%. A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, com 239,8 milhões de euros, é financiada, essencialmente, por receita proveniente dos resultados líquidos de exploração dos Jogos Sociais. Os Centros de Formação Profissional apresentam um total de despesa de 95,6 milhões de euros, sendo que 88,4 milhões de euros são provenientes do Instituto de Emprego e Formação Profissional, correspondendo a 92,5% do financiamento das suas atividades. 2013
E s t i m a t i v a
R e c e i t a s G e r a i s R e c e i t a s P r ó p r i a s
F i n a n c i a m e n t o C o m u n i t á r i o
T r a n s f e r ê n c i a s d a s A P
O u t r a s F o n t e s T o t a l
T o t a l S F A 8 7 8 , 2 0 , 0 1 9 , 9 4 8 9 , 0 4 5 0 , 5 0 , 0 9 5 9 , 4 9 , 2
T o t a l E P R 3 5 4 , 2 0 , 0 2 4 7 , 6 2 , 0 1 2 6 , 0 0 , 0 3 7 5 , 6 6 , 0
S u b - T o t a l 1 . 2 3 2 , 4 0 , 0 2 6 7 , 5 4 9 1 , 0 5 7 6 , 5 0 , 0 1 . 3 3 5 , 0 8 , 3
T r a n s f e r ê n c i a s i n t r a 8 6 , 2 9 1 , 8
D E S P E S A T O T AL CO N S O L I D AD A 1 . 1 4 6 , 5 0 , 0 2 6 7 , 7 4 9 1 , 0 5 7 6 , 5 0 , 0 1 . 2 4 3 , 4 8 , 5
D E S P E S A E F E T I V A 1 . 1 4 6 , 2 0 , 0 2 6 7 , 5 4 9 1 , 0 5 7 6 , 5 0 , 0 1 . 2 4 3 , 2 8 , 5
P o r M e m ó r i a
A t i v o s F i n a n c e i r o s 0 , 1 0 , 0
P a s s i v o s F i n a n c e i r o s 0 , 2 0 , 2 0 , 2
O r ç a m e n t o d e 2 0 1 4
V a r i a ç ã o ( % )

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Quadro IV.16.3. Solidariedade, Emprego e Segurança Social (P015) - Despesa por Classificação Económica (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
A estrutura da despesa consolidada total, desagregada por agrupamentos económicos, mostra que 88,9% se referem essencialmente a transferências operadas a favor do Orçamento da Segurança Social.
Destacam-se ainda as despesas com o pessoal, com cerca de 293,5 milhões de euros, e as despesas com a aquisição de bens e serviços, que ascendem a 293 milhões de euros, representando 2,8%, respetivamente, da despesa total consolidada. Quadro IV.16.4. Solidariedade, Emprego e Segurança Social (P015) - Despesa por Medidas do Programa (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
E s t r u t u r a ( % )
S F A EPR T o t a l
D e s p e s a C o r r e n t e 9 . 3 8 8 , 9 9 3 6 , 9 3 3 9 , 2 1 . 2 7 6 , 1 1 0 . 5 7 4 , 7 9 9 , 4
D e s p e s a s c o m P e s s o a l 4 3 , 2 8 7 , 5 1 6 2 , 8 2 5 0 , 3 2 9 3 , 5 2 , 8
A q u i s i ç ã o d e B e n s e S e r v i ç o s 9 , 6 1 5 9 , 2 1 2 4 , 2 2 8 3 , 4 2 9 3 , 0 2 , 8
J u r o s e O u t r o s E n c a r g o s 0 , 1 0 , 1 0 , 1 0 , 0
T r a n s f e r ê n c i a s C o r r e n t e s 9 . 3 3 5 , 2 2 1 9 , 9 1 , 8 2 2 1 , 7 9 . 4 6 6 , 6 8 9 , 0 d a s q u a i s : i n t r a - i n s t i t u i ç õ e s d o m i n i s t é r i o 9 0 , 3 9 0 , 3 0 , 0 p a r a a s r e s ta n te s A d m . P ú b l i c a s 9 . 3 3 2 , 2 1 2 3 , 3 1 2 3 , 3 9 . 4 5 5 , 5 8 8 , 9
S u b s íd i o s 4 5 3 , 1 4 0 , 8 4 9 3 , 9 4 9 3 , 9 4 , 6
O u t r a s D e s p e s a s C o r r e n t e s 0 , 9 1 7 , 2 9 , 5 2 6 , 7 2 7 , 6 0 , 3
D e s p e s a C a p i t a l 5 , 4 2 2 , 5 3 6 , 6 5 9 , 1 6 2 , 3 0 , 6
A q u i s i ç ã o d e B e n s d e C a p i t a l 2 , 5 2 0 , 3 3 6 , 4 5 6 , 7 5 9 , 2 0 , 6
T r a n s f e r ê n c i a s d e C a p i t a l 2 , 9 2 , 2 2 , 2 2 , 9 0 , 0 d a s q u a i s : i n t r a - i n s t i t u i ç õ e s d o m i n i s t é r i o 2 , 2 2 , 2 0 , 0 p a r a a s r e s ta n te s A d m . P ú b l i c a s 2 , 9 0 , 0 0 , 0 2 , 9 0 , 0
A t i v o s F i n a n c e i r o s 0 , 0 0 , 0 0 , 0 0 , 0
P a s s i v o s F i n a n c e i r o s 0 , 0 0 , 2 0 , 2 0 , 2 0 , 0
O u t r a s D e s p e s a s d e C a p i t a l 0 , 0 0 , 0 0 , 0 0 , 0
C o n s o l i d a ç ã o e n t r e e i n t r a - s u b s e t o r e s 9 2 , 5
D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 9 . 3 9 4 , 3 9 5 9 , 4 3 7 5 , 8 1 . 3 3 5 , 2 1 0 . 6 3 7 , 0 1 0 0 , 0
D E S P E S A T O T A L E X C L U I N D O T R A N S F P A R A A D M . P Ú B L I C A S 5 9 , 2 8 3 6 , 1 3 7 5 , 8 1 . 2 1 1 , 9 1 . 1 7 8 , 6 D E S P E S A E F E T I V A 9 . 3 9 4 , 3 9 5 9 , 4 3 7 5 , 6 1 . 3 3 5 , 0 1 0 . 6 3 6 , 8 2014
O r ç a m e n t o d e 2 0 1 4
E s t a d o
S F A T o t a l
C o n s o l i d a d o
S e r v iç o s G e r a is d a A d m in is t r a ç ã o P ú b lic a - A d m in is t r a ç ã o G e r a l 1 , 3 0 , 0 - C o o p e r a ç ã o e c o n ó m ic a e x t e r n a 1 , 5 0 , 0
S e g u r a n ç a S o c ia l e A c ç ã o S o c ia l - A d m in is t r a ç ã o e r e g u la m e n t a ç ã o 1 3 , 1 0 , 1 - S e g u r a n ç a S o c ia l 5 0 2 , 2 4 , 7 - A c ç ã o S o c ia l 9 . 1 1 9 , 1 8 5 , 0
O u t r a s F u n ç õ e s E c o n ó m ic a s - R e la ç õ e s G e r a is d o T r a b a lh o 1 . 0 8 8 , 4 1 0 , 1 - D iv e r s a s N ã o E s p e c if ic a d a s 3 , 7 0 , 0
D E S P E S A T O T A L N Ã O C O N S O L I D A D A 1 0 . 7 2 9 , 5 1 0 0 , 0
D E S P E S A T O T A L C O N S O L I D A D A 1 0 . 6 3 7 , 0
D E S P E S A E F E T I V A 1 0 . 6 3 6 , 8
P o r M e m ó r ia
A t iv o s F in a n c e ir o s 0 , 0
P a s s iv o s F in a n c e ir o s 0 , 2
O r ç a m e n t o d e 2014
E s t r u t u r a 2 0 1 4 ( % )
E s t a d o , S F A e E P R

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210 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013

Na estrutura de distribuição da despesa pelas sete medidas inscritas no Programa Orçamental 015 – Solidariedade, Emprego e Segurança Social destaca-se a da “Segurança Social e Ação Social - Ação Social” com o montante de 9.119,1 milhões de euros, representando 85% da despesa total.
Esta despesa encontra-se influenciada não só pela inclusão das despesas da Casa Pia de Lisboa e da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, mas, sobretudo, pelas transferências para o Orçamento da Segurança Social, nos termos da Lei de Bases da Segurança Social referidas anteriormente, incluindo também as despesas de investimento em equipamentos sociais. A segunda medida com maior peso no Programa, relativa às Relações Gerais do Trabalho, representa 10,1% da despesa total não consolidada, integra a despesa do IEFP, dos Centros de Formação Profissional e da Autoridade para as Condições do Trabalho e da Direção – Geral do Emprego e Relações do Trabalho.

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212 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013

A1. Receitas e Despesas das Administrações Públicas na Ótica da Contabilidade Nacional e na Ótica da Contabilidade Pública Quadro A1.1. Contas das Administrações Públicas – 2013 Ótica da Contabilidade Nacional (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.

Quadro A1.2. Contas das Administrações Públicas – 2014 Ótica da Contabilidade Nacional (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças. R e c e i ta C o r r e n te 4 8 . 3 9 7 , 0 9 . 1 7 8 , 4 2 3 . 8 8 8 , 4 6 9 . 5 1 8 , 0
I m p o s t o s s o b re a p ro d u çã o e a i m p o rt a çã o , a re ce b e r 1 8 . 2 4 9 , 8 2 . 5 2 0 , 2 1 . 1 5 9 , 9 2 1 . 9 2 9 , 9
I m p o s t o s co rre n t e s s o b re o re n d i m e n t o , p a t ri m ó n i o 1 7 . 1 5 3 , 5 1 . 3 4 0 , 9 0 , 0 1 8 . 4 9 4 , 4
C o n t ri b u i çõ e s s o ci a i s 6 . 0 2 8 , 3 5 9 2 , 5 1 3 . 2 4 5 , 6 1 9 . 8 6 6 , 5
O u t ra s re ce i t a s co rre n t e s 6 . 9 6 5 , 3 4 . 7 2 4 , 8 9 . 4 8 2 , 8 9 . 2 2 7 , 1
R e c e i ta d e C a p i ta l 1 . 0 7 6 , 9 1 . 8 4 8 , 2 5 , 0 1 . 9 4 2 , 2
R e c e i ta T o ta l 4 9 . 4 7 3 , 9 1 1 . 0 2 6 , 7 2 3 . 8 9 3 , 3 7 1 . 4 6 0 , 2
D e s p e s a c o r r e n te 5 6 . 8 1 6 , 7 8 . 1 1 2 , 7 2 3 . 6 6 9 , 6 7 6 . 6 5 3 , 2
C o n s u m o i n t e rm é d i o 5 . 2 5 5 , 7 2 . 5 2 7 , 5 8 0 , 8 7 . 8 6 4 , 0
D e s p e s a s co m p e s s o a l 1 4 . 0 4 4 , 0 3 . 2 2 0 , 1 2 7 3 , 7 1 7 . 5 3 7 , 8
Pre s t a çõ e s s o ci a i s 1 6 . 2 4 3 , 1 1 . 1 8 5 , 2 2 0 . 9 7 1 , 0 3 8 . 3 9 9 , 2
Su b s í d i o s 7 9 9 , 3 2 3 5 , 6 1 7 6 , 8 1 . 2 1 1 , 7
Ju ro s 7 . 1 8 2 , 8 2 5 0 , 0 0 , 1 7 . 1 8 8 , 8
O u t ra d e s p e s a co rre n t e 1 3 . 2 9 1 , 9 6 9 4 , 3 2 . 1 6 7 , 1 4 . 4 5 1 , 6
D e s p e s a d e C a p i ta l 3 . 2 7 0 , 3 2 . 2 2 0 , 1 8 2 , 5 4 . 5 8 5 , 1
F o rm a çã o b ru t a d e ca p i t a l f i x o 1 . 0 4 6 , 8 1 . 9 8 9 , 4 4 8 , 7 3 . 0 8 4 , 9
O u t ra s d e s p e s a s d e ca p i t a l 2 . 2 2 3 , 6 2 3 0 , 7 3 3 , 8 1 . 5 0 0 , 1
D e s p e s a T o ta l 6 0 . 0 8 7 , 1 1 0 . 3 3 2 , 8 2 3 . 7 5 2 , 1 8 1 . 2 3 8 , 3
C a p a c i d a d e (+) / N e c e s s i d a d e (-) L í q u i d a d e F i n a n c i a m e n to -1 0 . 6 1 3 , 2 6 9 3 , 9 1 4 1 , 2 -9 . 7 7 8 , 1
C a p . (+) / N e c . (-) L í q u i d a d e F i n a n c i a m e n to e m % d o PI B -6 , 4 % 0 , 4 % 0 , 1 % -5 , 9 %
A d m i n i s tr a ç ã o C e n tr a l
A d m i n i s tr a ç ã o L o c a l e R e g i o n a l
A d m i n i s tr a ç õ e s Pú b l i c a s
Se g u r a n ç a So c i a l
R e c e i ta C o r r e n te 4 9 . 2 2 4 , 0 9 . 3 2 2 , 2 2 3 . 9 6 4 , 5 7 0 . 0 8 9 , 1
I m p o s t o s s o b re a p ro d u çã o e a i m p o rt a çã o , a re ce b e r 1 8 . 6 2 2 , 9 2 . 7 7 9 , 9 1 . 1 5 9 , 6 2 2 . 5 6 2 , 4
I m p o s t o s co rre n t e s s o b re o re n d i m e n t o , p a t ri m ó n i o 1 7 . 7 4 0 , 4 9 3 8 , 7 0 , 0 1 8 . 6 7 9 , 0
C o n t ri b u i çõ e s s o ci a i s 5 . 7 2 1 , 8 6 5 9 , 5 1 3 . 1 8 9 , 0 1 9 . 5 7 0 , 3
O u t ra s re ce i t a s co rre n t e s 7 . 2 1 3 , 2 5 . 0 8 4 , 4 9 . 6 1 8 , 9 9 . 4 9 5 , 0
R e c e i ta d e C a p i ta l 9 3 7 , 9 1 . 5 7 7 , 3 4 , 9 1 . 8 4 7 , 2
R e c e i ta T o ta l 5 0 . 1 6 1 , 9 1 0 . 8 9 9 , 5 2 3 . 9 6 9 , 4 7 1 . 9 3 6 , 3
D e s p e s a c o r r e n te 5 6 . 3 8 4 , 3 7 . 6 7 1 , 7 2 3 . 5 6 3 , 1 7 5 . 1 9 7 , 5
C o n s u m o i n t e rm é d i o 5 . 2 8 7 , 2 2 . 3 8 2 , 9 8 7 , 7 7 . 7 5 7 , 9
D e s p e s a s co m p e s s o a l 1 2 . 4 5 0 , 5 3 . 0 3 7 , 7 2 7 4 , 6 1 5 . 7 6 2 , 8
Pre s t a çõ e s s o ci a i s 1 6 . 1 4 0 , 0 1 . 2 8 9 , 4 2 0 . 8 9 1 , 0 3 8 . 3 2 0 , 4
Su b s í d i o s 8 1 1 , 3 2 3 8 , 4 2 2 2 , 3 1 . 2 7 2 , 0
Ju ro s 7 . 3 5 8 , 9 2 0 7 , 4 0 , 1 7 . 3 2 4 , 1
O u t ra d e s p e s a co rre n t e 1 4 . 3 3 6 , 3 5 1 6 , 0 2 . 0 8 7 , 3 4 . 7 6 0 , 4
D e s p e s a d e C a p i ta l 1 . 9 0 5 , 4 2 . 2 4 1 , 6 5 8 , 0 3 . 5 3 2 , 1
F o rm a çã o b ru t a d e ca p i t a l f i x o 1 . 0 9 0 , 1 1 . 8 8 3 , 5 2 9 , 9 3 . 0 0 3 , 5
O u t ra s d e s p e s a s d e ca p i t a l 8 1 5 , 3 3 5 8 , 0 2 8 , 2 5 2 8 , 5
D e s p e s a T o ta l 5 8 . 2 8 9 , 7 9 . 9 1 3 , 2 2 3 . 6 2 1 , 1 7 8 . 7 2 9 , 6
C a p a c i d a d e (+) / N e c e s s i d a d e (-) L í q u i d a d e F i n a n c i a m e n to -8 . 1 2 7 , 8 9 8 6 , 3 3 4 8 , 3 -6 . 7 9 3 , 3
C a p . (+) / N e c . (-) L í q u i d a d e F i n a n c i a m e n to e m % d o PI B -4 , 8 % 0 , 6 % 0 , 2 % -4 , 0 %
A d m i n i s tr a ç ã o C e n tr a l
A d m i n i s tr a ç ã o L o c a l e R e g i o n a l
Se g u r a n ç a So c i a l
A d m i n i s tr a ç õ e s Pú b l i c a s

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213 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013

Receitas e Despesas das Administrações Públicas na Ótica da Contabilidade Pública

Quadro A1.3. Contas das Administrações Públicas – 2013 Ótica da Contabilidade Pública (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
Quadro A1.4. Contas das Administrações Públicas – 2014 Ótica da Contabilidade Pública (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
R E C E I T A C O R R E N T E 5 0 . 0 6 6 , 3 8 . 3 6 0 , 2 2 5 . 3 8 1 , 7 7 1 . 3 4 3 , 2
I m p o s t o s d i re ct o s 1 6 . 5 2 3 , 2 3 . 1 1 1 , 3 0 , 0 1 9 . 6 3 4 , 5
I m p o s t o s i n d i re ct o s 1 9 . 4 7 1 , 1 1 . 1 2 0 , 6 0 , 0 2 0 . 5 9 1 , 6
C o n t ri b u i çõ e s d e Se g u ra n ça So ci a l 5 . 1 1 6 , 4 9 , 1 1 3 . 3 3 7 , 5 1 8 . 4 6 3 , 0
O u t ra s re ce i t a s co rre n t e s 8 . 9 5 5 , 7 4 . 1 1 9 , 1 1 2 . 0 4 4 , 3 1 2 . 6 5 4 , 1
(d a s q u a i s : t ra n s f . d e o u t ro s s u b s e ct o re s d a A P) 1 . 6 2 1 , 6 2 . 4 0 2 , 8 9 . 6 3 7 , 2 0 , 0
D E SP E SA C O R R E N T E 5 8 . 6 2 7 , 3 7 . 7 1 6 , 2 2 5 . 2 5 9 , 0 7 9 . 1 3 7 , 5
C o n s u m o p ú b l i co 2 5 . 0 7 1 , 6 5 . 9 4 7 , 3 5 3 5 , 5 3 1 . 5 5 4 , 4
D e s p e s a s co m o Pe s s o a l 1 2 . 6 8 2 , 8 3 . 2 1 4 , 8 2 6 6 , 6 1 6 . 1 6 4 , 2
A q u i s i çã o d e b e n s e s e rv i ço s 1 1 . 2 6 4 , 6 2 . 6 1 2 , 9 8 7 , 7 1 3 . 9 6 5 , 1
O u t ra s d e s p e s a s co rre n t e s 1 . 1 2 4 , 2 1 1 9 , 7 1 8 1 , 2 1 . 4 2 5 , 0
Su b s i d i o s 9 7 7 , 9 2 3 6 , 3 1 . 5 2 3 , 0 2 . 7 3 7 , 2
Ju ro s e o u t ro s e n ca rg o s 7 . 8 0 2 , 3 5 9 6 , 6 7 , 1 8 . 4 0 5 , 9
T ra n s f e rê n ci a s co rre n t e s 2 4 . 7 7 5 , 5 9 3 6 , 0 2 3 . 1 9 3 , 5 3 6 . 4 4 0 , 0
(d a s q u a i s : t ra n s f . p / o u t ro s s u b s e ct o re s d a A P) 1 1 . 8 0 7 , 3 2 1 , 2 6 3 6 , 4 0 , 0
SA L D O C O R R E N T E -8 . 5 6 0 , 9 6 4 3 , 9 1 2 2 , 8 -7 . 7 9 4 , 3
R E C E I T A S D E C A PI T A L 2 . 1 8 2 , 5 1 . 9 0 7 , 1 7 , 1 3 . 2 5 0 , 4
(d a s q u a i s : t ra n s f . d e o u t ro s s u b s e ct o re s d a A P) 1 9 , 4 8 0 8 , 1 4 , 4 0 , 0
D E SP E SA S D E C A PI T A L 3 . 6 1 8 , 1 3 . 6 0 5 , 7 7 2 , 4 6 . 4 4 9 , 9
I n v e s t i m e n t o s 1 . 7 1 1 , 9 3 . 2 0 8 , 7 4 1 , 0 4 . 9 6 1 , 6
T ra n s f e rê n ci a s d e ca p i t a l 1 . 7 3 6 , 5 3 4 0 , 7 3 1 , 4 1 . 1 2 2 , 6
(d a s q u a i s : t ra n s f . p / o u t ro s s u b s e ct o re s d a A P) 9 7 6 , 5 9 , 5 0 , 0 0 , 0
O u t ra s d e s p e s a s d e ca p i t a l 1 6 9 , 7 5 6 , 2 0 , 0 3 6 5 , 7
R E C E I T A T O T A L 5 2 . 2 4 8 , 8 1 0 . 2 6 7 , 2 2 5 . 3 8 8 , 8 7 4 . 5 9 3 , 6
D E SP E SA T O T A L 6 2 . 2 4 5 , 4 1 1 . 3 2 1 , 9 2 5 . 3 3 1 , 4 8 5 . 5 8 7 , 5
SA L D O G L O B A L -9 . 9 9 6 , 6 -1 . 0 5 4 , 7 5 7 , 4 -1 0 . 9 9 3 , 8
Em % d o PI B -6 , 0 % -0 , 6 % 0 , 0 % -6 , 6 %
D ES PE SA C O R R EN T E PR I M Á R I A 5 0 . 8 2 5 , 0 7 . 1 1 9 , 7 2 5 . 2 5 1 , 9 7 0 . 7 3 1 , 6
SA L D O C O R R EN T E PR I M Á R I O -7 5 8 , 7 1 . 2 4 0 , 5 1 2 9 , 8 6 1 1 , 6
D ES PE SA T O T A L PR I M Á R I A 5 4 . 4 4 3 , 1 1 0 . 7 2 5 , 3 2 5 . 3 2 4 , 3 7 7 . 1 8 1 , 6
SA L D O PR I M Á R I O -2 . 1 9 4 , 3 -4 5 8 , 1 6 4 , 5 -2 . 5 8 7 , 9
AC SSARL AP
R E C E I T A C O R R E N T E 5 0 . 8 3 3 , 7 8 . 0 9 6 , 5 2 5 . 3 3 4 , 6 7 1 . 4 3 0 , 4
I m p o s t o s d i re ct o s 1 7 . 1 6 3 , 5 2 . 9 0 7 , 5 0 , 0 2 0 . 0 7 1 , 0
I m p o s t o s i n d i re ct o s 1 9 . 7 9 7 , 2 1 . 0 0 4 , 4 0 , 0 2 0 . 8 0 1 , 5
C o n t ri b u i çõ e s d e Se g u ra n ça So ci a l 4 . 9 4 6 , 5 8 , 0 1 3 . 2 8 1 , 2 1 8 . 2 3 5 , 7
O u t ra s re ce i t a s co rre n t e s 8 . 9 2 6 , 6 4 . 1 7 6 , 6 1 2 . 0 5 3 , 4 1 2 . 3 2 2 , 1
(d a s q u a i s : t ra n s f . d e o u t ro s s u b s e ct o re s d a A P) 6 3 0 , 8 2 . 6 4 0 , 2 9 . 7 5 3 , 6 0 , 0
D E SP E SA C O R R E N T E 5 7 . 0 5 1 , 2 6 . 5 6 5 , 8 2 5 . 0 3 1 , 1 7 5 . 8 1 3 , 5
C o n s u m o p ú b l i co 2 3 . 8 7 0 , 0 5 . 3 0 0 , 5 3 5 6 , 6 2 9 . 5 2 6 , 8
D e s p e s a s co m o Pe s s o a l 1 1 . 7 1 3 , 9 3 . 0 1 0 , 6 2 6 7 , 5 1 4 . 9 9 2 , 1
A q u i s i çã o d e b e n s e s e rv i ço s 1 0 . 2 1 5 , 7 2 . 1 7 8 , 9 8 0 , 8 1 2 . 4 7 5 , 4
O u t ra s d e s p e s a s co rre n t e s 1 . 9 4 0 , 4 1 1 1 , 0 8 , 3 2 . 0 5 9 , 3
Su b s i d i o s 8 9 7 , 1 2 3 8 , 1 1 . 5 9 6 , 5 2 . 7 3 1 , 7
Ju ro s e o u t ro s e n ca rg o s 7 . 8 6 6 , 2 3 0 2 , 6 6 , 0 8 . 1 7 4 , 8
T ra n s f e rê n ci a s co rre n t e s 2 4 . 4 1 7 , 9 7 2 4 , 6 2 3 . 0 7 2 , 0 3 5 . 3 8 0 , 3
(d a s q u a i s : t ra n s f . p / o u t ro s s u b s e ct o re s d a A P) 1 2 . 2 4 0 , 0 1 8 , 4 5 7 5 , 5 0 , 0
SA L D O C O R R E N T E -6 . 2 1 7 , 4 1 . 5 3 0 , 7 3 0 3 , 5 -4 . 3 8 3 , 2
R E C E I T A S D E C A PI T A L 1 . 7 9 2 , 7 1 . 5 9 5 , 4 1 9 , 2 2 . 7 3 3 , 6
(d a s q u a i s : t ra n s f . d e o u t ro s s u b s e ct o re s d a A P) 1 1 , 3 6 7 9 , 7 4 , 4 0 , 0
D E SP E SA S D E C A PI T A L 3 . 9 1 7 , 7 2 . 4 7 3 , 5 6 3 , 0 5 . 7 8 0 , 5
I n v e s t i m e n t o s 2 . 5 7 5 , 9 2 . 0 5 1 , 2 3 6 , 9 4 . 6 6 4 , 1
T ra n s f e rê n ci a s d e ca p i t a l 1 . 2 5 4 , 9 3 7 7 , 2 2 6 , 1 9 8 4 , 5
(d a s q u a i s : t ra n s f . p / o u t ro s s u b s e ct o re s d a A P) 6 6 5 , 7 8 , 0 0 , 0 0 , 0
O u t ra s d e s p e s a s d e ca p i t a l 8 6 , 9 4 5 , 1 0 , 0 1 3 2 , 0
R E C E I T A T O T A L 5 2 . 6 2 6 , 4 9 . 6 9 1 , 9 2 5 . 3 5 3 , 8 7 4 . 1 6 4 , 0
D E SP E SA T O T A L 6 0 . 9 6 8 , 9 9 . 0 3 9 , 2 2 5 . 0 9 4 , 1 8 1 . 5 9 4 , 1
SA L D O G L O B A L -8 . 3 4 2 , 5 6 5 2 , 7 2 5 9 , 8 -7 . 4 3 0 , 0
Em % d o PI B -5 , 0 % 0 , 4 % 0 , 2 % -4 , 4 %
D ES PE SA C O R R EN T E PR I M Á R I A 4 9 . 1 8 5 , 0 6 . 2 6 3 , 1 2 5 . 0 2 5 , 1 6 7 . 6 3 8 , 7
SA L D O C O R R EN T E PR I M Á R I O 1 . 6 4 8 , 7 1 . 8 3 3 , 4 3 0 9 , 5 3 . 7 9 1 , 6
D ES PE SA T O T A L PR I M Á R I A 5 3 . 1 0 2 , 7 8 . 7 3 6 , 6 2 5 . 0 8 8 , 1 7 3 . 4 1 9 , 2
SA L D O PR I M Á R I O -4 7 6 , 3 9 5 5 , 3 2 6 5 , 8 7 4 4 , 8
APAC ARL SS

Página 214

214 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013

Quadro A1.5. Conta da Administração Central e da Segurança Social – 2013 Ótica da Contabilidade Pública (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
Quadro A1.6. Conta da Administração Central e da Segurança Social – 2014 Ótica da Contabilidade Pública (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças.
R E C E I T A C O R R E N T E 5 0 . 0 6 6 , 3 2 5 . 3 8 1 , 7 6 5 . 1 7 6 , 0
I m p o s t o s d i re ct o s 1 6 . 5 2 3 , 2 0 , 0 1 6 . 5 2 3 , 2
I m p o s t o s i n d i re ct o s 1 9 . 4 7 1 , 1 0 , 0 1 9 . 4 7 1 , 1
C o n t ri b u i çõ e s d e Se g u ra n ça So ci a l 5 . 1 1 6 , 4 1 3 . 3 3 7 , 5 1 8 . 4 5 3 , 8
O u t ra s re ce i t a s co rre n t e s 8 . 9 5 5 , 7 1 2 . 0 4 4 , 3 1 0 . 7 2 7 , 9
(d a s q u a i s : t ra n s f . d e o u t ro s s u b s e ct o re s d a A P) 1 . 6 2 1 , 6 9 . 6 3 7 , 2 5 7 , 8
D E SP E SA C O R R E N T E 5 8 . 6 2 7 , 3 2 5 . 2 5 9 , 0 7 3 . 6 1 4 , 1
C o n s u m o p ú b l i co 2 5 . 0 7 1 , 6 5 3 5 , 5 2 5 . 6 0 7 , 0
D e s p e s a s co m o Pe s s o a l 1 2 . 6 8 2 , 8 2 6 6 , 6 1 2 . 9 4 9 , 4
A q u i s i çã o d e b e n s e s e rv i ço s 1 1 . 2 6 4 , 6 8 7 , 7 1 1 . 3 5 2 , 3
O u t ra s d e s p e s a s co rre n t e s 1 . 1 2 4 , 2 1 8 1 , 2 1 . 3 0 5 , 4
Su b s i d i o s 9 7 7 , 9 1 . 5 2 3 , 0 2 . 5 0 0 , 9
Ju ro s e o u t ro s e n ca rg o s 7 . 8 0 2 , 3 7 , 1 7 . 8 0 9 , 3
T ra n s f e rê n ci a s co rre n t e s 2 4 . 7 7 5 , 5 2 3 . 1 9 3 , 5 3 7 . 6 9 6 , 9
(d a s q u a i s : t ra n s f . p / o u t ro s s u b s e ct o re s d a A P) 1 1 . 8 0 7 , 3 6 3 6 , 4 2 . 1 7 1 , 7
SA L D O C O R R E N T E -8 . 5 6 0 , 9 1 2 2 , 8 -8 . 4 3 8 , 2
R E C E I T A S D E C A PI T A L 2 . 1 8 2 , 5 7 , 1 2 . 1 8 5 , 9
(d a s q u a i s : t ra n s f . d e o u t ro s s u b s e ct o re s d a A P) 1 9 , 4 4 , 4 1 0 , 0
D E SP E SA S D E C A PI T A L 3 . 6 1 8 , 1 7 2 , 4 3 . 6 8 6 , 8
I n v e s t i m e n t o s 1 . 7 1 1 , 9 4 1 , 0 1 . 7 5 2 , 9
T ra n s f e rê n ci a s d e ca p i t a l 1 . 7 3 6 , 5 3 1 , 4 1 . 7 6 4 , 2
(d a s q u a i s : t ra n s f . p / o u t ro s s u b s e ct o re s d a A P) 9 7 6 , 5 0 , 0 9 7 2 , 9
O u t ra s d e s p e s a s d e ca p i t a l 1 6 9 , 7 0 , 0 1 6 9 , 7
R E C E I T A T O T A L 5 2 . 2 4 8 , 8 2 5 . 3 8 8 , 8 6 7 . 3 6 1 , 8
D E SP E SA T O T A L 6 2 . 2 4 5 , 4 2 5 . 3 3 1 , 4 7 7 . 3 0 1 , 0
SA L D O G L O B A L -9 . 9 9 6 , 6 5 7 , 4 -9 . 9 3 9 , 2
E m % d o PI B -6 , 0 % 0 , 0 % -6 , 0 %
D E SP E SA C O R R E N T E PR I MÁ R I A 5 0 . 8 2 5 , 0 2 5 . 2 5 1 , 9 6 5 . 8 0 4 , 8
SA L D O C O R R E N T E PR I MÁ R I O -7 5 8 , 7 1 2 9 , 8 -6 2 8 , 9
D E SP E SA T O T A L PR I MÁ R I A 5 4 . 4 4 3 , 1 2 5 . 3 2 4 , 3 6 9 . 4 9 1 , 7
SA L D O PR I MÁ R I O -2 . 1 9 4 , 3 6 4 , 5 -2 . 1 2 9 , 8
AC SS A C +S S
R E C E I T A C O R R E N T E 5 0 . 8 3 3 , 7 2 5 . 3 3 4 , 6 6 5 . 9 6 8 , 5
I m p o s t o s d i re ct o s 1 7 . 1 6 3 , 5 0 , 0 1 7 . 1 6 3 , 5
I m p o s t o s i n d i re ct o s 1 9 . 7 9 7 , 2 0 , 0 1 9 . 7 9 7 , 2
C o n t ri b u i çõ e s d e Se g u ra n ça So ci a l 4 . 9 4 6 , 5 1 3 . 2 8 1 , 2 1 8 . 2 2 7 , 7
O u t ra s re ce i t a s co rre n t e s 8 . 9 2 6 , 6 1 2 . 0 5 3 , 4 1 0 . 7 8 0 , 1
(d a s q u a i s : t ra n s f . d e o u t ro s s u b s e ct o re s d a A P) 6 3 0 , 8 9 . 7 5 3 , 6 7 2 , 2
D E SP E SA C O R R E N T E 5 7 . 0 5 1 , 2 2 5 . 0 3 1 , 1 7 1 . 8 8 2 , 4
C o n s u m o p ú b l i co 2 3 . 8 7 0 , 0 3 5 6 , 6 2 4 . 2 2 6 , 6 D e s p e s a s co m o p e s s o a l 1 1 . 7 1 3 , 9 2 6 7 , 5 1 1 . 9 8 1 , 4 A q u i s i çã o d e b e n s e s e rv i ço s e o u t ra s d e s p . co rr. 1 0 . 2 1 5 , 7 8 0 , 8 1 0 . 2 9 6 , 5
1 . 9 4 0 , 4 8 , 3 1 . 9 4 8 , 7
Su b s i d i o s 8 9 7 , 1 1 . 5 9 6 , 5 2 . 4 9 3 , 6
Ju ro s e o u t ro s e n ca rg o s 7 . 8 6 6 , 2 6 , 0 7 . 8 7 2 , 2
T ra n s f e rê n ci a s co rre n t e s 2 4 . 4 1 7 , 9 2 3 . 0 7 2 , 0 3 7 . 2 9 0 , 0
(d a s q u a i s : t ra n s f . p / o u t ro s s u b s e ct o re s d a A P) 1 2 . 2 4 0 , 0 5 7 5 , 5 2 . 6 1 5 , 6
SA L D O C O R R E N T E -6 . 2 1 7 , 4 3 0 3 , 5 -5 . 9 1 3 , 9
R E C E I T A S D E C A PI T A L 1 . 7 9 2 , 7 1 9 , 2 1 . 8 0 9 , 0
(d a s q u a i s : t ra n s f . d e o u t ro s s u b s e ct o re s d a A P) 1 1 , 3 4 , 4 1 0 , 7
D E SP E SA S D E C A PI T A L 3 . 9 1 7 , 7 6 3 , 0 3 . 9 7 7 , 8
I n v e s t i m e n t o s 2 . 5 7 5 , 9 3 6 , 9 2 . 6 1 2 , 8
T ra n s f e rê n ci a s d e ca p i t a l 1 . 2 5 4 , 9 2 6 , 1 1 . 2 7 8 , 0
(d a s q u a i s : t ra n s f . p / o u t ro s s u b s e ct o re s d a A P) 6 6 5 , 7 0 , 0 6 6 2 , 8
O u t ra s d e s p e s a s d e ca p i t a l 8 6 , 9 0 , 0 8 6 , 9
R E C E I T A T O T A L 5 2 . 6 2 6 , 4 2 5 . 3 5 3 , 8 6 7 . 7 7 7 , 4
D E SP E SA T O T A L 6 0 . 9 6 8 , 9 2 5 . 0 9 4 , 1 7 5 . 8 6 0 , 1
SA L D O G L O B A L -8 . 3 4 2 , 5 2 5 9 , 8 -8 . 0 8 2 , 7
Em % d o PI B -5 , 0 % 0 , 2 % -4 , 8 %
D E SP E SA C O R R E N T E PR I MÁ R I A 4 9 . 1 8 5 , 0 2 5 . 0 2 5 , 1 6 4 . 0 1 0 , 2
SA L D O C O R R E N T E PR I MÁ R I O 1 . 6 4 8 , 7 3 0 9 , 5 1 . 9 5 8 , 3
D E SP E SA T O T A L PR I MÁ R I A 5 3 . 1 0 2 , 7 2 5 . 0 8 8 , 1 6 7 . 9 8 7 , 9
SA L D O PR I MÁ R I O -4 7 6 , 3 2 6 5 , 8 -2 1 0 , 5
AC SS A C +S S

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215 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013

A2. Transferências da AC para as Entidades Públicas Empresariais Quadro A2.1. Transferências e Subsídios da Administração Central para Entidades Públicas Empresariais (CE 04.01.01, 05.01.01, 05.01.02 e 08.01.01)
G O V E R N A Ç Ã O E C U L T U R A 2 2 7 5 6 1 0 D i r e ç ã o - G e r a l d o P a t r i m ó n i o C u l t u r a l P a r q u e s d e S i n t r a - M o n t e d a L u a , S A 8 0 0 0 0 F u n d o d e F o m e n t o C u l t u r a l T e a t r o N a c i o n a l D . M a r i a II, E P E 8 6 1 7 5 0 In s t i t u t o P o r t u g u ê s d o D e s p o r t o e J u v e n t u d e E S T A M O - P a r t i c i p a ç õ e s Im o b i l i á r i a s , S A 9 4 1 5 8 0 C o m i s s ã o d e C o o r d e n a ç ã o e D e s e n v o l v i m e n t o R e g i o n a l d o N o r t e V e r b a s a d e s a g r e g a r 3 9 2 2 8 0 F IN A N Ç A S E A D M IN IS T R A Ç Ã O P Ú B L IC A 1 3 9 5 7 9 P A R U P S , S . A V e r b a s a d e s a g r e g a r 1 4 5 0 P A R V A L O R E M , S . A V e r b a s a d e s a g r e g a r 1 3 8 1 2 9 E C O N O M IA 1 1 3 6 6 5 7 2 In s t i t u t o d e A p o i o à s P e q u e n a s e M é d i a s E m p r e s a s e à In o v a ç ã o A IC E P , A g ê n c i a p a r a In v e s t i m e n t o C o m é r c i o E x t e r n o d e P o r t u g a l , E P E 1 4 0 0 0 0 0 In s t i t u t o d e T u r i s m o d e P o r t u g a l A IC E P , A g ê n c i a p a r a In v e s t i m e n t o C o m é r c i o E x t e r n o d e P o r t u g a l , E P E 3 1 6 7 0 0 0 A N A - A E R O P O R T O S D E P O R T U G A L 3 2 5 0 0 0 0 C A S C A IS D IN A M IC A - G e s t ã o d e E c o n o m i a , C o m é r c i o e E m p r e e n d e d o r i s m o , E M , S . A .
3 4 2 9 8 6 1 G IA T U L - E m p r e s a M u n i c i p a l G e s t ã o d e In f r a e s t r u t u r a s e m . A t i v i d a d e s T u r ís t i c a s , C u l t u r a i s , D e s p o r t i v a s e E d u c a t i v a s , E M , S . A .
9 6 4 4 5 In s t i t u t o N a c i o n a l d e A v i a ç ã o C i v i l S A T A - S o c i e d a d e d e T r a n s p o r t e s A é r e o s A ç o r i a n o , S A 2 3 2 6 6 A M B IE N T E , O R D E N A M E N T O D O T E R R IT Ó R IO E D A E N E R G IA 3 7 9 3 0 1 0 F u n d o d e In t e r v e n ç ã o A m b i e n t a l Á g u a s d e S a n t o A n d r é , S . A . 1 0 5 2 0 3 6 F u n d o P o r t u g u ê s d e C a r b o n o V e r b a s a d e s a g r e g a r 2 7 4 0 9 7 4 A G R IC U L T U R A E M A R 6 8 5 5 1 4 In s t i t u t o d e F i n a n c i a m e n t o d a A g r i c u l t u r a e P e s c a s C o m p a n h i a d a s L e z ír i a s 4 9 5 9 1 0 D o c a p e s c a – P o r t o s e L o t a s , S A 1 5 8 0 0 4 E D IA - E m p r e s a D e s n e v a . In f r a e s t r u t u r a s A l q u e v a , S A 3 1 6 0 0 S A Ú D E 4 7 4 0 6 6 0 A d m i n i s t r a ç ã o R e g i o n a l d e S a ú d e d o A l e n t e j o U n i d a d e L o c a l d e S a ú d e B a i x o A l e n t e j o , E P E 1 0 0 0 0 In s t i t u t o N a c i o n a l d e E m e r g ê n c i a M é d i c a C e n t r o H o s p i t a l a r A l t o A v e , E P E 1 0 5 6 0 0 C e n t r o H o s p i t a l a r B a i x o V o u g a , E P E 1 0 5 6 0 0 C e n t r o H o s p i t a l a r B a r r e i r o M o n t i j o , E P E 1 6 3 2 0 0 C e n t r o H o s p i t a l a r C o v a d a B e i r a , E P E 5 2 8 0 0 C e n t r o H o s p i t a l a r d e S e t ú b a l , E P E 9 0 8 0 0 C e n t r o H o s p i t a l a r e U n i v e r s i t á r i o d e C o i m b r a , E P E 3 3 1 6 0 0 C e n t r o H o s p i t a l a r e n t r e D o u r o e V o u g a , E P E 1 5 1 6 0 0 C e n t r o H o s p i t a l a r L e i r i a - P o m b a l , E P E 1 7 0 4 0 0 C e n t r o H o s p i t a l a r L i s b o a C e n t r a l , E P E 1 8 8 3 0 0 C e n t r o H o s p i t a l a r L i s b o a N o r t e , E P E 1 8 8 3 0 0 C e n t r o H o s p i t a l a r L i s b o a O c i d e n t a l 1 3 0 8 0 0 C e n t r o H o s p i t a l a r M e d i o A v e , E P E 1 2 9 6 0 0 C e n t r o H o s p i t a l a r M e d i o T e j o , E P E 1 9 7 4 0 0 C e n t r o H o s p i t a l a r P o r t o , E P E 1 0 0 8 0 0 C e n t r o H o s p i t a l a r P o v o a / V i l a d o C o n d e , E P E 6 4 8 0 0 C e n t r o H o s p i t a l a r S . J o a o , E P E 3 0 5 8 0 0 C e n t r o H o s p i t a l a r T â m e g a e S o u s a , E P E 1 1 9 8 8 0 C e n t r o H o s p i t a l a r T o n d e l a - V i s e u , E P E 9 2 8 8 0 C e n t r o H o s p i t a l a r T r á s - o s - M o n t e s e A l t o D o u r o , E P E 2 0 6 4 0 0 C e n t r o H o s p i t a l a r V i l a N o v a d e G a i a / E s p i n h o , E P E 1 1 0 8 0 0 C e n t r o H o s p i t a l a r d o A l g a r v e , E P E 2 2 2 4 0 0 H o s p i t a l d e S a n t a M a r i a M a i o r , E P E 7 0 8 0 0 H o s p i t a l D i s t r i t a l d a F i g u e i r a d a F o z , E P E 6 5 8 0 0 H o s p i t a l D i s t r i t a l d e S a n t a r é m , E P E 7 6 8 0 0 H o s p i t a l G a r c i a d e O r t a , E P E 7 6 8 0 0 H o s p i t a l P r o f . D r . F e r n a n d o d a F o n s e c a , E P E 9 0 8 0 0 U n i d a d e L o c a l d e S a ú d e d o A l t o M i n h o , E P E 2 3 5 2 0 0 U n i d a d e L o c a l d e S a ú d e d e C a s t e l o B r a n c o , E P E 7 6 8 0 0 U n i d a d e L o c a l d e S a ú d e d a G u a r d a , E P E 9 4 8 8 0 U n i d a d e L o c a l d e S a ú d e d o L i t o r a l A l e n t e j a n o , E P E 1 2 9 6 0 0 U n i d a d e L o c a l d e S a ú d e d e M a t o s i n h o s , E P E 7 6 8 0 0 U n i d a d e L o c a l d e S a ú d e d o N o r d e s t e , E P E 1 8 5 5 0 0 U n i d a d e L o c a l d e S a ú d e d o B a i x o A l e n t e j o , E P E 1 5 7 9 2 0 U n i d a d e L o c a l d e S a ú d e d o N o r t e A l e n t e j a n o , E P E 1 6 3 2 0 0 S O L ID A R IE D A D E , E M P R E G O E S E G U R A N Ç A S O C IA L 2 9 1 5 1 C e n t r o d e F o r m a ç ã o P r o f i s s i o n a l d a s P e s c a s e d o M a r D o c a p e s c a – P o r t o s e L o t a s , S A 2 9 1 5 1 2 3 0 3 0 0 9 6 S
F
A
T R A N S F E R Ê N C I A S C O R R E N T E S
P r o g r a m a E n t i d a d e D a d o r a E n t i d a d e B e n e f i c i á r i a V a l o r A p r o v a d o
T O T A L D E T R A N S F E R Ê N C I A S C O R R E N T E S

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216 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013

P R E S ID Ê N C IA D O C O N S E L H O D E M IN IS T R O S 1 2 1 9 0 0 0 G a b i n e t e p a r a o s M e i o s d e C o m u n i c a ç ã o S o c i a l C T T - C o r r e i o s d e P o r t u g a l 1 2 1 9 0 0 0 F IN A N Ç A S D i r e ç ã o - G e r a l d o T e s o u r o e F i n a n ç a s 7 2 7 8 3 5 1 7 C o m p a n h i a C a r r i s d e F e r r o d e L i s b o a , S A 7 5 1 7 6 0 0 C P - C o m b o i o s d e P o r t u g a l 2 1 4 6 6 3 9 1 L U S A - A g ê n c i a d e N o t íc i a s d e P o r t u g a l 1 3 3 7 1 5 7 6 S A T A - S o c i e d a d e d e T r a n s p o r t e s A é r e o s A ç o r i a n o , S A 1 2 0 3 3 5 4 5 S o c i e d a d e T r a n s p o r t e s C o l e t i v o s d o P o r t o , S A 1 1 5 1 7 3 2 8 T A P P O R T U G A L , S . A . 3 3 1 5 4 7 7 T e a t r o N a c i o n a l D . M a r i a II 3 5 6 1 6 0 0 S O L ID A R IE D A D E , D O E M P R E G O E D A S E G U R A N Ç A S O C IA L 1 4 1 1 2 4 0 0 In s t i t u t o d e E m p r e g o e F o r m a ç ã o P r o f i s s i o n a l V e r b a s a d e s a g r e g a r 1 4 1 1 2 4 0 0 8 8 1 1 4 9 1 7 U n i d a : E u r o
E C O N O M IA 1 1 6 3 1 4 9 In s t i t u t o d e T u r i s m o d e P o r t u g a l C A S C A IS D IN A M IC A - G e s t ã o d e E c o n o m i a , C o m e r c i o e E m p r e e n d e d o r i s m o , E M , S . A .
1 0 1 6 1 4 9 P a r q u e s d e S i n t r a , M o n t e d a L u a , S A 1 4 7 0 0 0 A M B IE N T E , O R D E N A M E N T O D O T E R R IT Ó R IO E D A E N E R G IA 2 2 0 0 0 0 In s t i t u t o d a H a b i t a ç ã o e d a R e a b i l i t a ç ã o U r b a n a IH M - In v e s t i m e n t o s H a b i t a c i o n a i s d a M a d e i r a , E P E R A M 2 2 0 0 0 0 A G R IC U L T U R A E M A R 3 0 9 6 3 3 8 2 In s t i t u t o d e F i n a n c i a m e n t o d a A g r i c u l t u r a e P e s c a s C o m p a n h i a d a s L e z ír i a s 1 0 8 7 0 0 0 D o c a p e s c a – P o r t o s e L o t a s , S A 1 6 7 9 1 8 2 E D IA - E m p r e s a d e D e s e n v o l v i m e n t o e In f r a e s t r u t u r a s d o A l q u e v a , S . A . 1 3 3 3 0 0 0 0 IG A - In v e s t i m e n t o s e G e s t ã o d a Á g u a , S . A . 8 1 6 0 0 0 0 IG H - In v e s t i m e n t o s e G e s t ã o H i d r o a g r íc o l a , S . A . 1 0 5 6 0 0 0 IR O A - In s t i t u t o R e g i o n a l d e O r d e n a m e n t o A g r á r i o , S . A . 4 9 3 6 5 0 0 L O T A Ç O R - S e r v i ç o s d e L o t a s d o s A ç o r e s , S A 7 1 4 7 0 0 S A Ú D E 2 1 0 0 0 A d m i n i s t r a ç ã o R e g i o n a l d e S a ú d e d o A l e n t e j o U n i d a d e L o c a l d e S a ú d e d o B a i x o A l e n t e j o , E P E 1 0 5 0 0 U n i d a d e L o c a l d e S a ú d e d o N o r t e A l e n t e j a n o , E P E 1 0 5 0 0 E D U C A Ç Ã O E C IÊ N C IA 8 4 7 2 4 5 F u n d a ç ã o p a r a a C i ê n c i a e T e c n o l o g i a C e n t r o H o s p i t a l a r d e L i s b o a C e n t r a l , E P E 2 7 9 5 5 C e n t r o H o s p i t a l a r e n t r e D o u r o e V o u g a , E P E 1 0 4 7 7 4 C e n t r o H o s p i t a l a r d e C o i m b r a 5 2 3 8 9 C e n t r o H o s p i t a l a r d o P o r t o 2 6 1 9 4 1 H o s p i t a l d e S ã o J o ã o 5 2 3 8 9 H o s p i t a l G a r c i a d e O r t a , E P E 4 7 9 2 3 IP O - In s t i t u t o P o r t u g u ê s d e O n c o l o g i a - L i s b o a 2 3 9 6 1 IP O - In s t i t u t o P o r t u g u ê s d e O n c o l o g i a - P o r t o 2 7 5 9 1 3 E C O N O M IA 6 6 3 4 4 2 4 G a b i n e t e d e E s t r a t é g i a e E s t u d o s A P A - A d m i n i s t r a ç ã o d o P o r t o d e A v e i r o 6 9 9 6 2 8 A P F F - A d m i n i s t r a ç ã o d o P o r t o d a F i g u e i r a d a F o z S A 6 9 9 6 2 8 A P V C - A d m i n i s t r a ç ã o d o P o r t o d e V i a n a d o C a s t e l o S A 6 9 9 6 2 8 C A R R IS - C o m p a n h i a C a r r i s d e F e r r o d e L i s b o a S A 4 3 9 1 0 6 C P - C o m b o i o s d e P o r t u g a l 1 8 2 8 6 6 4 M M - M e t r o M o n d e g o , S . A . 1 8 2 8 6 6 4 S o c i e d a d e T r a n s p o r t e s C o l e t i v o s d o P o r t o , S A 4 3 9 1 0 6 T O T A L D E T R A N S F E R Ê N C I A S D E C A P I T A L 3 9 8 4 9 2 0 0 SI
T O T A L D E S U B S Í D I O S S
F
A
SI
S
F
A
P r o g r a m a E n t i d a d e D a d o r a E n t i d a d e B e n e f i c i á r i a V a l o r A p r o v a d o S U B S Í D I O S
P r o g r a m a E n t i d a d e D a d o r a E n t i d a d e B e n e f i c i á r i a V a l o r A p r o v a d o
T R A N S F E R Ê N C I A S D E C A P I T A L

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217 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013

A3. Alterações ao Universo da Administração Central e Entidades Públicas Reclassificadas

Quadro A3.1. Reorganizações do Perímetro da Administração Central em 2014

Quadro A3.2. Resumo de Entradas e Saídas das Entidades Públicas Reclassificadas em 2014

SI S F A SI S F A
G o v e r n a ç ã o e c u l tu r a O b s e rv a t ó ri o d o Q R E N
F i n a n ç a s e A d m i n i s tr a ç ã o P ú b l i c a O b e rv a t ó ri o d o Q R E N
E n s i n o B á s i c o e S e c u n d á r i o e A d m i n i s tr a ç ã o E s c o l a r
G a b i n e t e d e A v a l i a çã o E d u ca ci o n a l I n s t i t u t o d e A v a l i a çã o E d u ca t i v a I P D e cr e t o -L e i n . º 1 0 2 / 2 0 1 3 d e 2 5 d e j u l h o
N o ta s :
E m 2 0 1 4 , p o r f o rç a d a C i rc u l a r d e p re p a ra çã o d o O E 2 0 1 4 , d a D G O o s G a b i n e t e s d o s m e m b ro s d o G o v e rn o f o ra m a g re g a d o s n u m a ú n i ca e n t i d a d e co n t a b i l í s t i ca .
A a g re g a çã o f o i e f e t u a d a e m t o d o s o s m i n i s t é ri o s co m e x ce çã o d o s E n ca rg o s G e ra i s d o E s t a d o .
N . º 4 d o a rt i g o 1 0 º d o D e cr e t o -L e i n . º 6 0 / 2 0 1 3 d e 9 m a i o e D e s p a ch o n . º 1 1 6 4 2 -D / 2 0 1 3 d e 6 s e t e m b ro
P r o g r a m a
S e r v i ç o s d o p e r í m e tr o A C e m 2 0 1 3 S e r v i ç o s d o p e r í m e tr o A C e m 2 0 1 4
L e g i s l a ç ã o
E n tr a d a s Sa í d a s F u s ã o
P0 0 2 - G O VE R N A Ç Ã O E C U L T U R A P0 0 2 - G O VE R N A Ç Ã O E C U L T U R A P0 0 2 - G O VE R N A Ç Ã O E C U L T U R A O PA R T O rg a n i s m o d e Pro d u çã o A rt í s t i ca , E. P. E. (a ) C I N EM A T EC A PO R T U G U ESA - M U SEU D O C I N EM A , EPE. (a ) T EA T R O N A C I O N A L D E S. C A R L O S, E. P. E. (a )
G ESC U L T -SER V I Ç O S PA R T I L H A D O S D A C U L T U R A , A . C . E. (a )
C O M PA N H I A N A C I O N A L D E BA I L A D O , EPE (a )
P0 0 6 - D E F E SA P0 0 6 - D E F E SA P0 0 6 - D E F E SA D EF A ER L O C - L O C A Ç Ã O D E A ER O N A V ES M I L I T A R ES, S. A .
D EF L O C - L O C A Ç Ã O D E EQ U I PA M EN T O S D E D EF ESA , S. A .
P0 0 9 - E C O N O MI A P0 0 9 - E C O N O MI A P0 0 9 - E C O N O MI A SO F L U SA - SO C I ED A D E F L U V I A L D E T R A N SPO R T ES, SA
T R A N ST EJO - T R A N SPO R T ES T EJO , S. A .
P0 1 4 - C I Ê N C I A E E N SI N O SU PE R I O R (b ) P0 1 4 - C I Ê N C I A E E N SI N O SU PE R I O R (b ) P0 1 4 - C I Ê N C I A E E N SI N O SU PE R I O R (b )
F U N D A Ç Ã O D A F A C U L D A D E D E C I ÊN C I A S D A U N I V ER SI D A D E D E L I SBO A
F U N D A Ç Ã O D A F A C U L D A D E D E C I ÊN C I A S E T EC N O L O G I A D A U N I V ER SI D A D E N O V A D E L I SBO A
F U N D A Ç Ã O D A S U N I V ER SI D A D ES PO R T U G U ESA S
F U N D A Ç Ã O PA R A D ESEN V O L V I M EN T O C I ÊN C I A S EC O N Ó M I C A S, F I N A N C EI R A S E EM PR ESA R I A I S
I C A T - I N ST I T U T O D E C I ÊN C I A A PL I C A D A E T EC N O L O G I A D A F C U L
I M A R -I N ST I T U T O D O M A R
I N L - L A BO R A T Ó R I O I BÉR I C O I N T ER N A C I O N A L D E N A N O T EC N O L O G I A
P0 1 5 - SO L I D A R I E D A D E , D O E MPR E G O E D A SE G U R A N Ç A SO C I A L P0 1 5 - SO L I D A R I E D A D E , D O E MPR E G O E D A SE G U R A N Ç A SO C I A L P0 1 5 - SO L I D A R I E D A D E , D O E MPR E G O E D A SE G U R A N Ç A SO C I A L C A SES - C O O PER A T I V A A N T Ó N I O SÉR G I O PA R A A EC O N O M I A SO C I A L
N o t a :
(a ) Pe l o d i s p o s t o n o D e cre t o L e i n . º 3 6 / 2 0 1 3 , 1 1 m a rço (a rt i g o 7 8 º ), f i co u s u s p e n s a a a p l i ca çã o d o D e cre t o -L e i n . º 2 0 8 / 2 0 1 2 , d e 7 s e t e m b ro q u e p ro ce d e u à t ra n s f o rm a çã o d a C i n e m a t e ca Po rt u g u e s a , I.P. , e m e n ti d a d e p õ b l i ca e m p re s a ri a l , á co n s ti tu i çã o d e u m a g ru p a m e n to co m p l e m e n ta r d e e m p re s a s , d e n o m i n a d o G ESC U L T — Se rv i ço s Pa rt i l h a d o s d a C u l tu ra , á ci s ã o d a C o m p a n h i a N a ci o n a l d e Ba i l a d o d o O PA R T , EPE e a l t e ra çã o d a d e n o m i n a çã o d o O PA R T , E. P. E. p a ra T e a t ro N a ci o n a l d e Sã o C a rl o s , E. P. E. .
(b ) A p e s a r d a C i rcu l a r d e Pre p a ra çã o d o O E 2 0 1 4 d a D i re çã o -G e ra l d o O rça m e n t o i n d i ca r a A s s o ci a çã o p a ra o D e s e n v o l v i m e n t o d a F a cu l d a d e d e C i ê n ci a s d a U n i v e rs i d a d e d o Po rt o co m e n t i d a d e re cl a s s i f i ca d a e m 2 0 1 4 n o p e rí m e t ro d a A d m i n i s t ra çã o d a C e n t ra l , e n co n t ra -s e e m cu rs o u m p ro ce s s o d e e x t i n çã o d a e n t i d a d e a s e r co n cl u í d o a t é 3 1 d e d e z e m b ro 2 0 1 3 .

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218 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013

A4. Balanço e Demonstração de Resultados da Segurança Social Quadro A4.1. Balanço consolidado da Segurança Social - 2012

A T I V O 2011
AB AP AL AL
I m o b i l i z a d o
B e n s d e d o m ín i o p ú b l i c o :
451 T e r r e n o s e r e c u r s o s n a t u r a i s 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0
452 E d i f íc i o s 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0
453 O u t r a s c o n s t r u ç õ e s e i n f r a - e s t r u t u r a s 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0
455 B e n s d o p a t r i m ó n i o h i s t ó r i c o a r t ís t i c o e c u l t u r a l 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0
459 O u t r o s b e n s d e d o m ín i o p ú b l i c o 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0
445 Im o b i l i z a ç õ e s e m c u r s o 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0
446 A d i a n t a m e n t o s p o r c o n t a d e b e n s d e d o m ín i o p ú b l i c o 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0
0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0
Im o b i l i z a ç õ e s i n c o r p ó r e a s :
431 D e s p e s a s d e i n s t a l a ç ã o 2 6 2 5 0 2 , 5 3 2 6 2 5 0 2 , 5 3 0 , 0 0 7 4 4 7 , 1 3
432 D e s p e s a s d e i n v e s t i g a ç ã o e d e s e n v o l v i m e n t o 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0
433 P r o p r i e d a d e i n d u s t r i a l e o u t r o s d i r e i t o s 6 9 4 3 5 5 , 0 7 6 9 4 3 5 5 , 0 7 0 , 0 0 0 , 0 0
443 Im o b i l i z a ç õ e s e m c u r s o 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0
449 A d i a n t a m e n t o s p o r c o n t a d e i m o b i l i z a ç õ e s i n c o r p ó r e a s 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0
9 5 6 8 5 7 , 6 0 9 5 6 8 5 7 , 6 0 0 , 0 0 7 4 4 7 , 1 3
Im o b i l i z a ç õ e s c o r p ó r e a s :
421 T e r r e n o s e r e c u r s o s n a t u r a i s 3 5 8 0 5 3 2 9 , 1 6 0 , 0 0 3 5 8 0 5 3 2 9 , 1 6 3 9 3 7 0 5 4 6 , 1 1
422 E d i f íc i o s e o u t r a s c o n s t r u ç õ e s 1 9 1 6 1 6 6 1 2 , 5 5 6 2 0 0 3 5 7 7 , 0 9 1 2 9 6 1 3 0 3 5 , 4 6 1 3 0 0 3 5 3 4 2 , 3 9
423 E q u i p a m e n t o b á s i c o 3 2 6 3 5 6 6 3 9 , 6 3 2 9 9 4 2 4 3 9 4 , 0 8 2 6 9 3 2 2 4 5 , 5 5 3 7 0 6 2 1 3 2 , 7 9
424 E q u i p a m e n t o d e t r a n s p o r t e 1 3 6 4 2 5 5 8 , 4 8 1 2 7 7 6 2 9 3 , 9 8 8 6 6 2 6 4 , 5 0 1 0 1 5 3 0 5 , 9 4
425 F e r r a m e n t a s e u t e n s íl i o s 2 5 0 2 8 2 , 2 5 2 4 2 5 0 8 , 9 6 7 7 7 3 , 2 9 1 1 7 1 3 , 8 9
426 E q u i p a m e n t o a d m i n i s t r a t i v o 5 5 1 3 7 7 3 5 , 1 4 5 3 9 2 2 8 5 6 , 9 8 1 2 1 4 8 7 8 , 1 6 1 9 1 1 7 3 6 , 8 3
427 T a r a s e v a s i l h a m e 2 1 1 , 5 9 2 1 1 , 5 9 0 , 0 0 0 , 0 0
429 O u t r a s i m o b i l i z a ç õ e s c o r p ó r e a s 7 1 0 6 6 3 8 , 4 1 6 6 7 1 1 6 5 , 9 3 4 3 5 4 7 2 , 4 8 5 4 3 5 4 1 , 7 7
442 Im o b i l i z a ç õ e s e m c u r s o 6 7 9 5 0 8 6 , 6 7 0 , 0 0 6 7 9 5 0 8 6 , 6 7 7 3 6 7 8 0 1 , 7 5
448 A d i a n t a m e n t o s p o r c o n t a d e i m o b i l i z a ç õ e s c o r p ó r e a s 1 3 3 1 3 8 , 1 9 0 , 0 0 1 3 3 1 3 8 , 1 9 1 2 2 2 8 9 , 6 7
6 3 6 8 4 4 2 3 2 , 0 7 4 3 5 0 4 1 0 0 8 , 6 1 2 0 1 8 0 3 2 2 3 , 4 6 2 1 7 4 4 0 4 1 1 , 1 4
In v e s t i m e n t o s f i n a n c e i r o s :
411 P a r t e s d e c a p i t a l 1 0 7 1 8 5 3 1 7 , 7 0 2 3 6 3 8 8 8 , 3 8 1 0 4 8 2 1 4 2 9 , 3 2 1 2 7 0 3 1 3 7 1 , 1 3
412 O b r i g a ç õ e s e t ít u l o s d e p a r t i c i p a ç ã o 2 2 8 6 0 9 , 0 5 2 2 8 6 0 9 , 0 5 0 , 0 0 0 , 0 0
413 E m p r é s t i m o s d e f i n a n c i a m e n t o 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0
414 In v e s t i m e n t o s e m i m ó v e i s 1 0 4 9 6 9 3 4 9 , 7 5 1 0 1 6 4 8 3 9 , 6 8 9 4 8 0 4 5 1 0 , 0 7 8 6 9 7 1 4 3 8 , 1 7
415 O u t r a s a p l i c a ç õ e s f i n a n c e i r a s 6 3 2 4 7 5 8 0 , 8 4 1 7 8 8 1 5 , 8 0 6 3 0 6 8 7 6 5 , 0 4 5 4 5 2 2 5 , 8 7
441 Im o b i l i z a ç õ e s e m c u r s o 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0
447 A d i a n t a m e n t o s p o r c o n t a d e i n v e s t i m e n t o s f i n a n c e i r o s 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0
2 7 5 6 3 0 8 5 7 , 3 4 1 2 9 3 6 1 5 2 , 9 1 2 6 2 6 9 4 7 0 4 , 4 3 2 1 4 5 4 8 0 3 5 , 1 7
C i r c u l a n t e
E x i s t ê n c i a s : 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0
36 M a t é r i a s - p r i m a s , s u b s i d i á r i a s e d e c o n s u m o 1 5 3 0 4 5 5 , 2 0 0 , 0 0 1 5 3 0 4 5 5 , 2 0 1 5 8 3 1 7 8 , 2 9
35 P r o d u t o s e t r a b a l h o s e m c u r s o 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0
34 S u b - p r o d u t o s , d e s p e r d íc i o s , r e s íd u o s e r e f u g o s 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0
33 P r o d u t o s a c a b a d o s e i n t e r m é d i o s 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0
32 M e r c a d o r i a s 9 0 0 , 4 9 0 , 0 0 9 0 0 , 4 9 9 0 0 , 4 9
37 A d i a n t a m e n t o s p o r c o n t a d e c o m p r a s 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0
1 5 3 1 3 5 5 , 6 9 0 , 0 0 1 5 3 1 3 5 5 , 6 9 1 5 8 4 0 7 8 , 7 8
D í v i d a s d e t e r c e i r o s - M é d i o e l o n g o p r a z o
2 8 1 2 + 2 8 2 2 E m p r é s t i m o s c o n c e d i d o s 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0
211 C l i e n t e s c / c 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0
212 C o n t r i b u i n t e s c / c 2 4 7 9 4 5 4 1 2 6 , 2 2 0 , 0 0 2 4 7 9 4 5 4 1 2 6 , 2 2 0 , 0 0
213 U t e n t e s c / c 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0
214 C l i e n t e s , c o n t r i b u i n t e s e u t e n t e s - T ít u l o s a r e c e b e r 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0
218 C l i e n t e s , c o n t r i b u i n t e s e u t e n t e s d e c o b r a n ç a d u v i d o s a 3 8 2 8 9 3 7 3 5 2 , 5 1 3 6 8 7 9 9 9 1 4 5 , 0 6 1 4 0 9 3 8 2 0 7 , 4 5 1 4 8 9 6 4 5 5 9 , 7 5
251 D e v e d o r e s p e l a e x e c u ç ã o d o o r ç a m e n t o 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0
229 A d i a n t a m e n t o s a f o r n e c e d o r e s 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0
2619 A d i a n t a m e n t o s a f o r n e c e d o r e s d e i m o b i l i z a d o 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0
24 E s t a d o e o u t r o s e n t e s p ú b l i c o s 2 0 7 , 6 0 0 , 0 0 2 0 7 , 6 0 0 , 0 0
265 P r e s t a ç õ e s s o c i a i s a r e p ô r 4 8 3 2 7 4 7 5 9 , 9 7 4 6 0 5 9 6 9 5 4 , 1 9 2 2 6 7 7 8 0 5 , 7 8 3 0 2 7 3 7 1 1 , 4 9
2 6 2 + 2 6 3 + 2 6 7 + 2 6 8 O u t r o s d e v e d o r e s 2 5 8 0 8 4 0 0 5 , 6 6 3 4 8 9 8 6 5 8 , 1 0 2 2 3 1 8 5 3 4 7 , 5 6 2 1 4 2 8 2 4 7 0 , 5 3
7 0 4 9 7 5 0 4 5 1 , 9 6 4 1 8 3 4 9 4 7 5 7 , 3 5 2 8 6 6 2 5 5 6 9 4 , 6 1 3 9 3 5 2 0 7 4 1 , 7 7
D í v i d a s d e t e r c e i r o s - C u r t o p r a z o :
2 8 1 1 + 2 8 2 1 E m p r é s t i m o s c o n c e d i d o s 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0
211 C l i e n t e s c / c 1 3 4 0 0 4 5 4 , 4 0 0 , 0 0 1 3 4 0 0 4 5 4 , 4 0 1 2 7 1 0 2 2 8 , 7 3
212 C o n t r i b u i n t e s c / c 1 9 5 5 1 4 3 0 4 1 , 6 8 0 , 0 0 1 9 5 5 1 4 3 0 4 1 , 6 8 3 4 6 5 6 5 3 9 9 7 , 8 4
213 U t e n t e s c / c 4 3 7 6 6 4 , 6 2 0 , 0 0 4 3 7 6 6 4 , 6 2 4 1 3 7 1 0 , 3 4
214 C l i e n t e s , c o n t r i b u i n t e s e u t e n t e s - T ít u l o s a r e c e b e r 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0
218 C l i e n t e s c o n t r i b u i n t e s e u t e n t e s d e c o b r a n ç a d u v i d o s a 2 2 6 0 1 6 9 7 5 , 2 7 1 0 8 5 6 9 4 4 5 , 1 4 1 1 7 4 4 7 5 3 0 , 1 3 1 2 5 2 9 9 7 3 0 , 4 6
251 D e v e d o r e s p e l a e x e c u ç ã o d o o r ç a m e n t o 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0
229 A d i a n t a m e n t o s a f o r n e c e d o r e s 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0
2619 A d i a n t a m e n t o s a f o r n e c e d o r e s d e i m o b i l i z a d o 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0
24 E s t a d o e o u t r o s e n t e s p ú b l i c o s 1 9 8 7 1 , 7 1 0 , 0 0 1 9 8 7 1 , 7 1 3 5 5 1 , 0 3
265 P r e s t a ç õ e s s o c i a i s a r e p ô r 1 0 2 6 6 7 2 4 4 , 3 2 1 1 1 9 8 2 9 1 , 3 1 9 1 4 6 8 9 5 3 , 0 1 1 0 5 1 7 6 4 3 1 , 5 8 2 6 2 + 2 6 3 + 2 6 7 + 2 6 8 O u t r o s d e v e d o r e s 4 3 1 6 0 7 6 9 6 , 7 9 2 3 7 4 6 4 5 , 0 2 4 2 9 2 3 3 0 5 1 , 7 7 5 2 6 9 2 8 7 5 2 , 1 0
2 7 2 9 2 9 2 9 4 8 , 7 9 1 2 2 1 4 2 3 8 1 , 4 7 2 6 0 7 1 5 0 5 6 7 , 3 2 4 2 3 6 1 8 6 4 0 2 , 0 8
T í t u l o s n e g o c i á v e i s :
151 A ç õ e s 1 2 4 7 2 4 9 1 6 3 , 8 6 0 , 0 0 1 2 4 7 2 4 9 1 6 3 , 8 6 1 3 5 6 3 5 5 2 9 1 , 4 3
152 O b r i g a ç õ e s e t i t u l o s d e p a r t i c i p a ç ã o 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0 1 3 5 1 7 3 9 0 , 0 9
153 T ít u l o s d a d ív i d a p ú b l i c a 1 0 2 0 0 9 8 0 9 6 2 , 2 3 0 , 0 0 1 0 2 0 0 9 8 0 9 6 2 , 2 3 6 2 5 3 4 9 2 4 9 9 , 5 0
159 O u t r o s t ít u l o s 5 3 1 9 2 9 1 , 8 7 0 , 0 0 5 3 1 9 2 9 1 , 8 7 1 0 9 2 5 4 8 3 2 , 0 1
18 O u t r a s a p l i c a ç õ e s d e t e s o u r a r i a 1 7 7 9 3 5 9 2 5 , 6 5 0 , 0 0 1 7 7 9 3 5 9 2 5 , 6 5 6 6 6 6 5 7 8 7 2 , 0 7
1 1 6 3 1 4 8 5 3 4 3 , 6 1 0 , 0 0 1 1 6 3 1 4 8 5 3 4 3 , 6 1 8 3 9 9 2 7 7 8 8 5 , 1 0
D e p ó s i t o s e m i n s t i t u i ç õ e s f i n a n c e i r a s e c a i x a :
12 D e p ó s i t o s e m i n s t i t u i ç õ e s f i n a n c e i r a s 1 1 3 0 5 8 4 9 8 6 , 8 6 0 , 0 0 1 1 3 0 5 8 4 9 8 6 , 8 6 2 2 9 4 9 3 1 9 8 7 , 0 3
11 C a i x a 6 8 3 2 2 9 2 , 2 3 0 , 0 0 6 8 3 2 2 9 2 , 2 3 8 6 4 2 3 8 2 , 3 6
13 T e s o u r o 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0
1 1 3 7 4 1 7 2 7 9 , 0 9 0 , 0 0 1 1 3 7 4 1 7 2 7 9 , 0 9 2 3 0 3 5 7 4 3 6 9 , 3 9
A c r é s c i m o s e d i f e r i m e n t o s :
271 A c r é s c i m o s d e p r o v e i t o s 3 3 0 2 6 5 6 0 , 5 2 0 , 0 0 3 3 0 2 6 5 6 0 , 5 2 3 4 5 2 2 3 5 3 , 9 1
272 C u s t o s d i f e r i d o s 1 6 4 0 2 5 7 , 0 3 0 , 0 0 1 6 4 0 2 5 7 , 0 3 2 5 4 7 3 1 7 , 8 6
3 4 6 6 6 8 1 7 , 5 5 0 , 0 0 3 4 6 6 6 8 1 7 , 5 5 3 7 0 6 9 6 7 1 , 7 7 T o t a l d e a m o r t i z a ç õ e s 4 4 6 1 6 2 7 0 5 , 8 9 T o t a l d e p r o v i s õ e s 4 3 0 8 4 0 8 4 5 2 , 0 5 T o t a l d o A t i v o 2 3 4 9 7 5 7 6 1 4 3 , 7 0 4 7 5 4 5 7 1 1 5 7 , 9 4 1 8 7 4 3 0 0 4 9 8 5 , 7 6 1 5 8 0 3 2 0 9 0 4 2 , 3 2
A B = a t i v o b r u t o ; A P = a m o r t i z a ç õ e s e p r o v i s õ e s a c u m u l a d a s ; A L = a t i v o l i q u i d o
C ó d i g o d a s C o n t a s P O C I S S S S
2012
E x e r c í c i o s

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219 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013

F U N D O S P R Ó P R I O S E P A S S I V O
F u n d o s p r ó p r i o s :
51 P a t r i m ó n i o 1 0 1 3 8 7 4 4 7 5 0 , 2 1 1 0 9 0 3 0 8 1 1 7 4 , 9 9
52 C e d ê n c i a d e A c t i v o s - 5 9 5 0 0 1 , 7 8 - 5 6 5 9 9 8 , 8 9
56 A j u s t a m e n t o d e p a r t e s d e c a p i t a l e m e m p r e s a s 0 , 0 0 0 , 0 0
56 R e s e r v a s d e r e a v a l i a ç ã o 0 , 0 0 0 , 0 0
1 0 1 3 8 1 4 9 7 4 8 , 4 3 1 0 9 0 2 5 1 5 1 7 6 , 1 0
R e s e r v a s :
571 R e s e r v a s l e g a i s 1 0 0 4 5 5 7 4 9 0 , 2 9 1 0 0 3 8 0 6 4 0 3 , 1 6
572 R e s e r v a s e s t a t u t á r i a s 6 0 9 1 9 6 7 6 , 4 9 6 0 7 9 1 0 7 0 , 2 7
573 R e s e r v a s c o n t r a t u a i s 0 , 0 0 0 , 0 0
574 R e s e r v a s l i v r e s 0 , 0 0 0 , 0 0
575 S u b s íd i o s 0 , 0 0 0 , 0 0
576 D o a ç õ e s 2 5 3 9 3 6 , 5 4 2 2 2 2 0 5 , 4 8
577 R e s e r v a s d e c o r r e n t e s d a t r a n s f e r ê n c i a d e a c t i v o s 5 5 1 3 3 4 , 4 0 5 5 1 3 3 4 , 4 0
1 0 6 6 2 8 2 4 3 7 , 7 2 1 0 6 5 3 7 1 0 1 3 , 3 1
59 R e s u l t a d o s t r a n s i t a d o s 3 3 5 1 0 7 3 9 0 3 , 6 3 2 5 7 4 2 3 2 3 2 8 , 2 5
88 R e s u l t a d o l íq u i d o d o e x e r c íc i o 3 0 3 2 0 7 8 6 8 1 , 2 3 1 1 2 8 8 5 3 1 6 , 5 6
6 3 8 3 1 5 2 5 8 4 , 8 6 2 6 8 7 1 1 7 6 4 4 , 8 1 T o t a l d o s F u n d o s P r ó p r i o s 1 7 5 8 7 5 8 4 7 7 1 , 0 1 1 4 6 5 5 0 0 3 8 3 4 , 2 2
P a s s i v o :
292 P r o v i s õ e s p a r a r i s c o s e n c a r g o s 3 2 3 4 0 1 , 4 9 1 4 5 9 0 9 , 8 8
D ív i d a s a t e r c e i r o s - M é d i o e l o n g o p r a z o
2 6 2 + 2 6 3 + 2 6 7 + 2 6 8 O u t r o s c r e d o r e s 0 , 0 0 0 , 0 0
0 , 0 0 0 , 0 0
D ív i d a s a t e r c e i r o s - C u r t o p r a z o :
2 3 1 1 1 + 2 3 2 1 1 E m p r é s t i m o p o r d ív i d a t i t u l a d a 0 , 0 0 0 , 0 0
2 3 1 1 2 + 2 3 2 1 2 E m p r é s t i m o s p o r d ív i d a n ã o t i t u l a d a 0 , 0 0 0 , 0 0
269 A d i a n t a m e n t o s p o r c o n t a d e v e n d a s 1 2 0 0 0 0 , 0 0 0 , 0 0
221 F o r n e c e d o r e s , c / c 1 0 2 3 3 1 , 3 5 9 2 8 6 6 , 1 2
228 F o r n e c e d o r e s - F a c t u r a s e m r e c e p ç ã o e c o n f e r ê n c i a 6 2 0 5 9 3 7 , 8 0 4 6 2 2 0 9 , 7 6
222 F o r n e c e d o r e s - T ít u l o s a p a g a r 0 , 0 0 0 , 0 0
2612 F o r n e c e d o r e s d e i m o b i l i z a d o - T ít u l o s a p a g a r 0 , 0 0 0 , 0 0
252 C r e d o r e s p e l a e x e c u ç ã o d o o r ç a m e n t o 0 , 0 0 0 , 0 0
219 A d i a n t a m . d e c l i e n t e s , c o n t r i b u i n t e s e u t e n t e s 0 , 0 0 0 , 0 0
2611 F o r n e c e d o r e s d e i m o b i l i z a d o c / c 2 5 8 6 1 , 3 5 2 5 9 8 9 , 3 5
24 E s t a d o e o u t r o s e n t e s p ú b l i c o s 4 0 4 7 3 7 1 8 , 1 7 7 5 9 2 1 8 4 7 , 5 7
266 P r e s t a ç õ e s s o c i a i s a p a g a r 1 1 6 2 7 6 7 9 , 0 8 1 1 1 8 2 5 9 0 , 7 7
2 6 2 + 2 6 3 + 2 6 7 + 2 6 8 O u t r o s c r e d o r e s 2 5 2 0 0 9 6 8 8 , 9 2 3 3 9 2 5 8 0 8 3 , 1 4
3 1 0 5 6 5 2 1 6 , 6 7 4 2 6 9 4 3 5 8 6 , 7 1
A c r é s c i m o s e d i f e r i m e n t o s :
273 A c r é s c i m o d e c u s t o s 2 3 6 2 4 3 9 4 , 4 1 2 3 8 3 0 3 9 0 , 6 4
274 P r o v e i t o s d i f e r i d o s 8 2 0 9 0 7 2 0 2 , 1 8 6 9 7 2 8 5 3 2 0 , 8 7
8 4 4 5 3 1 5 9 6 , 5 9 7 2 1 1 1 5 7 1 1 , 5 1
T o t a l d o p a s s i v o 1 1 5 5 4 2 0 2 1 4 , 7 5 1 1 4 8 2 0 5 2 0 8 , 1 0
T o t a l d o s f u n d o s p r ó p r i o s e d o p a s s i v o 1 8 7 4 3 0 0 4 9 8 5 , 7 6 1 5 8 0 3 2 0 9 0 4 2 , 3 2
C ó d i g o d a s C o n t a s P O C I S S S S
2012
E x e r c í c i o s
2011

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220 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013

Quadro A4.2. Demonstração de resultados consolidados da Segurança Social - 2012

61 C u s t o d a s m e r c a d o r i a s v e n d i d a s e d a s m a t é r i a s c o n s u m i d a s :
M e r c a d o r i a s 2 4 1 1 5 4 , 7 2 0 , 0 0
M a t é r i a s 2 1 7 5 3 7 9 , 3 1 2 4 1 6 5 3 4 , 0 3 2 2 6 3 7 5 1 , 4 3 2 2 6 3 7 5 1 , 4 3
0 , 0 0 0 , 0 0
62 F o r n e c i m e n t o s e s e r v i ç o s e x t e r n o s 8 8 1 8 6 1 3 9 , 4 9 1 0 3 7 7 0 9 5 9 , 9 7
64 C u s t o s c o m o p e s s o a l :
6 4 1 + 6 4 2 R e m u n e r a ç õ e s 2 1 3 7 0 1 9 3 9 , 6 0 2 3 7 5 2 9 4 6 3 , 8 4
6 4 3 a 6 4 8 E n c a r g o s s o c i a i s :
P e n s õ e s 5 8 4 7 2 3 , 7 8 1 0 3 9 8 0 8 , 4 3
O u t r o s 3 4 4 0 5 9 8 6 , 2 6 2 4 8 6 9 2 6 4 9 , 6 4 3 4 0 5 2 6 7 1 , 0 4 2 7 2 6 2 1 9 4 3 , 3 1
63 T r a n s f e r ê n c i a s c o r r e n t e s c o n c e d i d a s e p r e s t a ç õ e s s o c i a i s 2 3 2 3 8 5 3 0 3 1 2 , 9 9 2 2 5 6 8 5 6 1 7 8 3 , 3 9
66 A m o r t i z a ç õ e s d o e x e r c íc i o 2 1 3 0 1 9 9 0 , 2 9 1 7 7 3 5 3 5 2 , 7 6
67 P r o v i s õ e s d o e x e r c íc i o 4 9 6 3 8 5 8 6 3 , 4 5 3 2 1 4 5 1 4 9 2 , 2 6
2 4 0 9 5 5 1 3 4 8 9 , 8 9 2 3 2 8 6 4 0 5 2 8 3 , 1 2
65 O u t r o s c u s t o s e p e r d a s o p e r a c i o n a i s 7 1 2 7 0 5 7 , 1 6 1 0 1 7 9 9 3 4 , 1 7
( A ) 2 4 1 0 2 6 4 0 5 4 7 , 0 5 2 3 2 9 6 5 8 5 2 1 7 , 2 9
68 C u s t o s e p e r d a s f i n a n c e i r o s 8 3 8 0 4 6 9 9 3 , 3 9 2 2 2 1 2 1 4 6 2 6 , 9 9
( C ) 2 4 9 4 0 6 8 7 5 4 0 , 4 4 2 5 5 1 7 7 9 9 8 4 4 , 2 8
69 C u s t o s e p e r d a s e x t r a o r d i n á r i o s 1 2 7 4 0 7 8 9 2 , 4 9 6 0 2 6 1 1 7 2 2 , 4 7
( E ) 2 5 0 6 8 0 9 5 4 3 2 , 9 3 2 6 1 2 0 4 1 1 5 6 6 , 7 5
88 R e s u l t a d o l íq u i d o d o e x e r c íc i o 3 0 3 2 0 7 8 6 8 1 , 2 3 1 1 2 8 8 5 3 1 6 , 5 6
2 8 1 0 0 1 7 4 1 1 4 , 1 6 2 6 2 3 3 2 9 6 8 8 3 , 3 1
P r o v e i t o s e G a n h o s
71 V e n d a s e p r e s t a ç õ e s d e s e r v i ç o s
V e n d a s d e m e r c a d o r i a s 2 9 3 0 9 1 , 0 0 2 4 8 0 8 , 4 0
V e n d a s d e P r o d u t o s 5 3 8 9 , 6 7 2 3 3 8 4 , 7 9
P r e s t a ç õ e s d e s e r v i ç o s 1 2 0 9 9 2 6 4 3 , 9 1 1 2 1 2 9 1 1 2 4 , 5 8 1 5 2 7 0 8 5 7 1 , 0 1 1 5 2 7 5 6 7 6 4 , 2 0
72 Im p o s t o s e t a x a s 1 4 9 5 4 4 8 1 2 6 3 , 7 6 1 5 3 1 9 1 5 7 7 9 2 , 1 7
V a r i a ç ã o d a p r o d u ç ã o
75 T r a b a l h o s p a r a a p r ó p r i a e n t i d a d e 0 , 0 0 0 , 0 0
73 P r o v e i t o s s u p l e m e t a r e s 9 5 8 0 8 , 2 3 1 5 9 9 3 , 1 5
74 T r a n s f e r ê n c i a s e s u b s íd i o s c o r r e n t e s o b t i d o s :
741 T r a n s f e r ê n c i a s - T e s o u r o 0 , 0 0 0 , 0 0
7 4 2 + 7 4 3 O u t r a s 9 2 9 6 2 9 4 7 2 8 , 5 9 9 2 9 6 2 9 4 7 2 8 , 5 9 8 2 3 5 9 9 2 9 2 4 , 4 7 8 2 3 5 9 9 2 9 2 4 , 4 7
76 O u t r o s p r o v e i t o s e g a n h o s o p e r a c i o n a i s 1 6 1 2 1 0 , 7 5 6 0 6 3 6 8 , 2 7
( B ) 2 4 3 7 2 3 2 4 1 3 5 , 9 1 2 3 7 0 8 5 2 9 8 4 2 , 2 6
78 P r o v e i t o s e g a n h o s f i n a n c e i r o s 2 9 4 4 4 0 6 2 6 8 , 6 8 1 2 5 6 1 6 4 9 3 2 , 6 5
( D ) 2 7 3 1 6 7 3 0 4 0 4 , 5 9 2 4 9 6 4 6 9 4 7 7 4 , 9 1
79 P r o v e i t o s e g a n h o s e x t r a o r d i n á r i o s 7 8 3 4 4 3 7 0 9 , 5 7 1 2 6 8 6 0 2 1 0 8 , 4 0
( F ) 2 8 1 0 0 1 7 4 1 1 4 , 1 6 2 6 2 3 3 2 9 6 8 8 3 , 3 1
2012 2011
R e s u l t a d o s o p e r a c i o n a i s : ( B ) - ( A ) = 2 6 9 6 8 3 5 8 8 , 8 6 4 1 1 9 4 4 6 2 4 , 9 7
R e s u l t a d o s f i n a n c e i r o s : ( D - B ) - ( C - A ) = 2 1 0 6 3 5 9 2 7 5 , 2 9 - 9 6 5 0 4 9 6 9 4 , 3 4
R e s u l t a d o s c o r r e n t e s : ( D ) - ( C ) = 2 3 7 6 0 4 2 8 6 4 , 1 5 - 5 5 3 1 0 5 0 6 9 , 3 7
R e s u l t a d o l í q u i d o d o e x e r c í c i o : ( F ) - ( E ) = 3 0 3 2 0 7 8 6 8 1 , 2 3 1 1 2 8 8 5 3 1 6 , 5 6
E x e r c í c i o s
2012 2011
C u s t o s e P e r d a sP O C I S S S S

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A5. Relatório sobre a Sustentabilidade Financeira da Segurança Social De acordo com o estabelecido no n.º 4 do artigo 93.º da Lei n.º 4/2007, de 16 de janeiro (Lei de Bases da Segurança Social), o presente anexo procede à projeção atualizada de longo prazo sobre a sustentabilidade financeira da Segurança Social.
As projeções que se apresentam refletem a atualização dos cenários prospetivos de evolução da conta da segurança social, em função da informação administrativa disponível e das alterações legislativas de 2013 e previstas para 2014, com impactos financeiros não negligenciáveis sobre o saldo do sistema previdencial.
Refira-se que o modelo de previsão utilizado não permite a perceção de alterações conjunturais dado que, na sua conceção, na verdade, este é um modelo para identificação de tendências, devendo os seus resultados ser analisados nessa mesma perspetiva.
Cenário Demográfico Para as atuais projeções, foi utilizado o cenário demográfico de convergência Europop201034, definido pelo departamento de estatísticas da União Europeia que corresponde, integralmente, ao que foi utilizado no exercício anterior (correspondendo ao cenário central das projeções de longo prazo do Eurostat para o período até 2060).
Este cenário tem implícita uma redução no volume total da população de 3,9%, entre 2012-2060. Ao nível da população ativa projeta-se uma quebra de 17% entre 2012-2060. De resto, as tendências no plano Europeu refletem-se também a nível nacional. O envelhecimento da população em Portugal encontra-se fortemente dependente do aumento substancial da esperança de vida em todas as idades e da diminuição do índice sintético de fecundidade. Com efeito, evidencia no presente um processo de “duplo envelhecimento”, com incremento por um lado da proporção de pessoas idosas (envelhecimento no topo) e, por outro, uma diminuição significativa da proporção de jovens (envelhecimento da base). Pirâmide etária - Comparação entre 2010 e 2060

Fonte: Europop 2010. 34 Um novo cenário demográfico de convergência Europop, será apenas divulgado no início de 2014.
600000 400000 200000 0 200000 400000 600000
0 - 4
5 - 9
10 - 15
16 - 19
20 - 24
25 - 29
30 - 34
35 - 39
40 - 44
45 - 49
50 - 54
55 - 59
60 - 64
65 - 69
70 - 74
75 - 80
80 - 84
+ 8 5
h o m e n s - 2010 m u l h e re s - 2010 h o m e n s - 2060 m u l h e re s - 2060

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De acordo com as projeções do Europop, a esperança média de vida à nascença, em Portugal, deverá aumentar cerca de 7,7 anos para os homens e 6,1 para as mulheres até 2060, o que implica uma ligeira convergência daquele indicador para os dois sexos. Por seu lado, a esperança média de vida aos 65 anos atingirá os 22,1 anos para os homens e 25,1 para as mulheres, o que se traduz num aumento até 2060 de 5 anos e 4,7 anos, respetivamente.

Esperança média de vida aos 65 anos (projeções de 2010 a 2060) (nº de anos)

Fonte: 1960-2010 Estatísticas demográficas, INE; 2010-2060 Europop 2010 De acordo com as estimativas apresentadas existiam em 2010, cerca de 10.644 milhares de indivíduos, prevendo-se uma diminuição de aproximadamente 3.5% da população portuguesa até 2060. Apesar do grupo predominante ser a população em idade ativa em 2010, o seu peso de década para década perde expressão para a população com mais de 65 anos. Projeção da população por grupos etários (milhares de indivíduos)

Fonte: Europop 2010.

0 , 0
5 , 0
1 0 , 0
1 5 , 0
2 0 , 0
2 5 , 0
3 0 , 0
1960 1964 1968 1972 1976 1980 1984 1988 1992 1996 2000 2004 2008 2012 2016 2020 2024 2028 2032 2036 2040 2044 2048 2052 2056 2060
H o m e n s M u l h e r e s
0
2 . 0 0 0
4 . 0 0 0
6 . 0 0 0
8 . 0 0 0
1 0 . 0 0 0
1 2 . 0 0 0
2010 2020 2030 2040 2050 2060
P o p u l a ç ã o < 1 5 a n o s P o p u l a ç ã o 1 5 - 6 4 a n o s P o p u l a ç ã o 6 5 + a n o s

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Projeções do rácio de dependência dos idosos (população 65+ anos/população 15-64 anos) (%)

Fonte: Europop 2010.
Cenário Macroeconómico O cenário macroeconómico utilizado para as projeções agora apresentadas é ajustado no curto prazo, em linha com as previsões mais recentes do Ministério das Finanças e que neste caso são as constantes do Orçamento do Estado para 2014, e que apontam, em 2014 e 2015, para um crescimento real positivo do PIB, respetivamente, de 0,8% e 1,5%, e para um crescimento do desemprego até aos 17,7% em 2014, projetando-se para o ano de 2015 uma ligeira descida naquele indicador para 17,3%. No longo prazo foi adotado o cenário macroeconómico desenvolvido pela Comissão Europeia, no âmbito do Grupo de Trabalho sobre o Envelhecimento (AWG).
Para as atuais projeções, foi ainda considerada uma taxa de inflação constante de 2%, em linha com o cenário macroeconómico de longo prazo desenvolvido pela Comissão Europeia.
Resultado das Projeções As projeções que agora se apresentam têm por base a situação estrutural do Sistema de Segurança Social, no que diz respeito à caracterização dos beneficiários ativos, pensionistas e beneficiários de prestações imediatas do subsistema previdencial, à data de 31 de Dezembro de 2012. Foram ainda incorporados os elementos relativos à previsão de execução do Orçamento da Segurança Social para o ano de 2013 e ao Orçamento da Segurança Social elaborado para 2014.
Face às últimas projeções, que foram apresentadas em anexo ao Orçamento do Estado para 2013, e em resultado da atual conjuntura de crise económica, que tem implicado uma redução das receitas correntes face ao projetado em anos anteriores, quando existia uma expectativa mais favorável que se tinha, à data, relativamente à coleta de contribuições e quotizações; face ao facto das despesas com as prestações de desemprego terem vindo a exceder valores anteriormente projetados, regista-se tal como em 2012, uma antecipação da ocorrência do primeiro saldo negativo para o início da década de 20.
2 0 , 0
2 5 , 0
3 0 , 0
3 5 , 0
4 0 , 0
4 5 , 0
5 0 , 0
5 5 , 0
6 0 , 0
2010 2013 2016 2019 2022 2025 2028 2031 2034 2037 2040 2043 2046 2049 2052 2055 2058
O E 2 0 1 2

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Os níveis de desemprego que atingem, atualmente, 16,4% da população ativa35, com a previsão de chegar aos 17,4% até ao final do ano 2013 e a 17,7% em 2014, fizeram baixar significativamente a massa salarial (e, consequentemente, as contribuições) e elevar as despesas com a proteção no desemprego para valores que, atualmente, se encontram claramente acima dos verificados no início da década Projeções do sistema previdencial (milhões de euros, preços de 2013) De acordo com os pressupostos demográficos e macroeconómicos adotados, as atuais projeções são as seguintes: Projeções das principais variáveis do sistema previdencial

Fonte: MSSS (IGFSS, GEP).
Os valores acima apresentados apontam para um desequilíbrio financeiro do Sistema de Segurança Social que tem vindo a ser suprimido pelas transferências extraordinárias efetuadas via Orçamento de Estado nos últimos anos (1.430milhões de euros em 2013) e que em 2014 rondarão os 1.390milhões de euros de euros para aquele sistema, evitando-se, deste modo, o recurso ao Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social. 35 Dados disponíveis relativos ao 2.ºtrimestre de 2013, INE

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A6. Lista de Acrónimos Siglas Descrição AA Arsenal do Alfeite AC Administração Central ACES Agrupamentos de Centros de Saúde ACSS Administração Central do Sistema de Saúde ACT Autoridade para as Condições de Trabalho AdP Águas de Portugal, SGPS, SA ADM Assitência na Doença aos Militares ADSE Direção-Geral de Proteção Social aos Funcionários e Agentes da Administração Pública AE Área do Euro AICEP Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal AL Autarquias Locais AMA Agência para a Modernização Administrativa ANA Aeroportos de Portugal, SA ANAM Aeroportos e Navegação Aérea da Madeira, SA ANPC Autoridade Nacional de Proteção Civil ANSR Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária AP Administração Pública APA Agência Portuguesa do Ambiente APA Administração do Porto de Aveiro, SA APDL Administração dos Portos do Douro e Leixões, SA APL Administração do Porto de Lisboa, SA AR Assembleia da República ARL Administração Regional e Local ASECE Apoio Social Extraordinário ao Consumidor de Energia AT Autoridade Tributária e Aduaneira BANIF Banco Internacional do Funchal, SA bbl Barrel BCE Banco Central Europeu BdP Banco de Portugal BEA Bureau of Economic Analysis BEI Banco Europeu de Investimento BPI Banco Português de Investimento BPN Banco Português de Negócios BT Bilhetes do Tesouro CA Certificados de Aforro Carris Companhia Carris de Ferro de Lisboa, SA CCB Centro Cultural de Belém CDS Credit Default Swap CE Comissão Europeia CEDIC Certificados Especiais da Dívida Pública CEDIM Certificados Especiais da Dívida Pública de Médio e Longo Prazos CES Contribuição Extraordinária de Solidariedade CFEI Crédito Fiscal Extraordinário ao Investimento CGA Caixa Geral de Aposentações, IP CGD Caixa Geral de Depósitos, SA CGE Conta Geral do Estado CMFRS Centro de Medicina Física e Reabilitação do Sul CMVM Comissão do Mercado de Valores Mobiliários CNB Companhia Nacional de Bailado

Página 226

226 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013

Costa Polis CostaPolis-Soc.Des.Programa PolisCostaCaparica, SA CP Caminhos de Ferro Portugueses, EP CPE Comissão de Política Económica CPL Casa Pia de Lisboa CPLP Comunidade dos Países de Língua Portuguesa CPN Contrapartida Pública Nacional CoCos Obrigações subordinadas de conversão contingente CSP Cuidados de Saúde Primários CSS Conta da Segurança Social CT Certifucados do Tesouro CTT Correios de Portugal, SA CTUP Custo do Trabalho por Unidade Produzida DCI Denominação Comum Internacional DEFAERLOC Locação de Aeronaves Militares, S.A.
DEFLOC Locação de Equipamentos de Defesa, S.A.
DGADR Direção-Geral da Agricultura e Desenvolvimento Rural DGAE Direção-Geral das Atividades Económicas DGAEP Direção-Geral da Administração e Emprego Público DGAI Direção-Geral da Administração Interna DGAIEC Direção-Geral das Alfândegas e dos Impostos Especiais sobre o Consumo DGLAB Direção-Geral de Arquivos DGO Direção-Geral do Orçamento DGS Direção-Geral da Saúde DL Decreto-Lei Docapesca Docapesca-Portos e Lotas, SA DR Diário da República DSE Direito de Saque Especial DUC Documento Único de Cobrança EA Estatuto da Aposentação EBITDA Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization ECE Entidade Contabilística do Estado ECP European Commercial Paper ECTS European Credit Transfer and Accumulation System EDIA Empresa Desenv.Infraest Alqueva, SA EDM Empresa de Desenvolvimento Mineiro, SGPS, SA EDP Gestão da Produção de Energia, SA EEE Espaço Económico Europeu EFA Educação e Formação de Adultos EGF Empresa Geral do Fomento, S.A EGREP Entidade Gestora de Reservas Estratégicas de Produtos Petrolíferos, EPE EM Estatuto do Mecenato EMA Empresa de Meios Aéreos, SA EMPORDEF Empresa Portuguesa de Defesa, SGPS, SA EMV Esperança Média de Vida ENAAC Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climatéricas ENI Gestão de Planos Sociais, SA ENS Eixo Norte-Sul ENVC Estaleiros Navais de Viana do Castelo EP Estradas de Portugal, SA EPAL Empresa Portuguesa das Águas Livres EPE Entidade Pública Empresarial

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227 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013

EPF Empresas Públicas Financeiras EPR Empresas Públicas Reclassificadas EPNR Empresas Públicas Não Reclassificadas ERP Enterprise Resource Planning ERS Entidade Reguladora da Saúde ESPAP Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública EUA Estados Unidos da América EUR Euro FA Forças Armadas FBCF Formação Bruta de Capital Fixo FC Financiamento Comunitario FCT Fundação para a Ciência e Tecnologia, IP FEADER Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural FEAGA Fundo Europeu Agrícola de Garantia FED Reserva Federal dos Estados Unidos da América FEDER Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional FEEF Fundo Europeu de Estabilização Financeira FEFSS Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social FEP Fundo Europeu das Pescas FMI Fundo Monetário Internacional FN Financiamento Nacional FND Forças Nacionais Destacadas FRDP Fundo de Regularização da Dívida Pública Frente Tejo Sociedade Frente Tejo, SA FSE Fundo Social Europeu FSSAM Fundo Sanitário e de Segurança Alimentar Mais GALP GALP Energia (SGPS), SA GEP Gabinete de Estratégia e Planeamento GNR Guarda Nacional Republicana HLO Hospital Lisboa Oriental I&D Investigação e Desenvolvimento I&D&I Investigação, Desenvolvimento e Inovação IABA Imposto sobre o Álcool e as Bebidas Alcoólicas IAPMEI Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação, IP IAS Indexante de Apoios Sociais IAS International Accounting Standards IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IC Indemnizações Compensatórias IICT Instituto de Investigação Científica Tropical IDE Investimento Direto Estrangeiro IEC Impostos Especiais sobre o Consumo IEFP Instituto do Emprego e da Formação Profissional, IP IES Instituto de Ensino Superior IFAP Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas, IP IFDR Instituto Financeiro para o Desenvolvimento Regional, IP IFI Instituições Financeiras Internacionais IGCP Agência de Gestão da Tesouraria e da dívida pública, EPE IGF Inspeção-Geral de Finanças IGFIJ Instituto de Gestão Financeira e Infraestruturas da Justiça, IP IGFSE Instituto de Gestão do Fundo Social Europeu IGFSS Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social

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228 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013

IGRF Instrumentos de Gestão de Risco Financeiro IH Instituto Hidrográfico, IP IHPC Índice Harmonizado de Preços no Consumidor IMI Imposto Municipal sobre Imóveis IMT Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis IMTT Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres INA Instituto Nacional da Administração, IP INE Instituto Nacional de Estatística, IP INOV Capital INOVCAPITAL, SA IP Instituto Público IPC Índice de Preços no Consumidor IPDJ Instituto Português do Desporto e Juventude, IP IPMA Instituto Português do Mar e da Atmosfera IPSS Instituições Particulares de Solidariedade Social IPTM Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos, IP IRC Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas IREF Iniciativa de Reforço da Estabilidade Financeira IRS Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares IS Imposto do Selo ISCED International Standard Classification of Education ISP Imposto sobre os Produtos Petrolíferos e Energéticos ISS Instituto da Segurança Social, IP ISV Imposto sobre Veículos IT Imposto sobre o Tabaco IUC Imposto Único de Circulação IVA Imposto sobre o Valor Acrescentado LEO Lei de Enquadramento Orçamental LOE Lei do Orçamento do Estado LPM Lei de Programação Militar MAI Ministério da Administração Interna MAM Ministério da Agricultura e Mar MAOTE Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e Energia MCDT Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica MDN Ministério da Defesa Nacional ME Ministério da Economia MEE Mecanismo Europeu de Estabilidade MEC Ministério da Educação e Ciência MF Ministério das Finanças MFR Medicina Física e Reabilitação MJ Ministério da Justiça ML Metropolitano de Lisboa ,EPE MM3 Média móvel 3 meses MNE Ministério dos Negócios Estrangeiros MoU Memorandum of Understanding MP Metro do Porto, SA MS Ministério da Saúde MSESS Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social MTN Medium Term notes NAER Novo Aeroporto, SA NATO Organização do Tratado do Atlântico Norte NAV Navegação Aérea de Portugal - NAV Portugal, EPE

Página 229

229 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013

NUTS Nomenclatura das Unidades Territoriais Estatísticas NYMEX New York Mercantile Exchange OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico OE Orçamento do Estado OER Orçamento do Estado Retificativo OMC Organização Mundial do Comércio ONU Organização das Nações Unidas OPART Organismo de Produção Artística, EPE OPEP Organização dos Países Exportadores de Petróleo OSP Orquestra Sinfónica Portuguesa OSS Orçamento da Segurança Social OT Obrigações do Tesouro PAC Política Agrícola Comum PAE Programa de Ajustamento Económico PAEF Programa de Assistência Económica e Financeira PAEL Programa de Apoio à Economia Local PALOP Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa PARES Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais Parpública Parpública-Participações Públicas, SGPS, SA PEC Plano de Estabilidade e Crescimento PECFEFA Plano Estratégico de Combate à Fraude e Evasão Fiscais e Aduaneiras PES Programa de Emergência Social PIB Produto Interno Bruto PLOE Proposta de Lei do Orçamento do Estado PME Pequenas e Médias Empresas PNAC Programa Nacional para as Alterações Cimáticas PNB Produto Nacional Bruto PO Programa Operacional Polis Norte Polis Litoral Norte, SA Polis Ria Aveiro Polis Litoral Ria Aveiro, SA Polis Ria Formosa Polis Litoral Ria Formosa, SA Polis Sudoeste Polis Litoral Sudoeste, SA POAGRO Programa Operacional da Agricultura e Desenvolvimento Rural POPH Programa Operacional do Potencial Humano POVT Programa Operacional Temático Valorização do Território PPP Parcerias Público Privadas PREMAC Plano de Redução e Melhoria da Administração Central PRODER Programa de Dsenvolvimento Rural PROHABITA Programa de Financiamento para Acesso à Habitação PROMAR Programa Operacional de Pesca PSI Portuguese Stock Exchange (Economia) PSP Polícia de Segurança Pública PVE Parque de Veículos do Estado QCA Quadro Comunitário de Apoio QREN Quadro de Referência Estratégico Nacional RA Região Autónoma RAA Região Autónoma dos Açores RAM Região Autónoma da Madeira RAP Reposições Abatidas nos Pagamentos RAVE Rede Ferroviária de Alta Velocidade, SA RC Regime de Contrato

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230 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013

RCAEI Reunião de Coordenação dos Assuntos Económicos e do Investimento RCE Rede de Cobranças do Estado RCM Resolução do Conselho de Ministros REFER Rede Ferroviária Nacional, EPE REN Rede Elétrica Nacional, SA RERT Regularização Tributária de Elementos Patrimoniais RETGS Regime Especial de Tributação dos Grupos de Sociedades RFAI Regime Fiscal de Apoio ao Investimento RGSS Regime Geral da Segurança Social RLIS Rede Local de Intervenção Social RMMG Retribuição Mínima Mensal Garantida RNB Rendimento Nacional Bruto RRN Rede Rural Nacional RSI Rendimento Social de Inserção RTP Rádio e Televisão de Portugal, SA SA Sociedade Anónima SAD Sistema de Assistência na Doença SARL Sociedade Anónima de Responsabilidade Limitada SAS Serviços de Ação Social SCE Sistema de Cobranças do Estado SCML Santa Casa da Misericórdia de Lisboa SCTN Sistema Científico e Tecnológico Nacional SCUT Sem Custo para o Utilizador SDR Special Drawing Rights SEC Sistema Europeu de Contas SEE Sector Empresarial do Estado SEF Serviço de Estrangeiros e Fronteiras SEPA Single Euro Payments Area SFA Serviços e Fundos Autónomos SGPS Sociedade Gestora de Participações Sociais SI Servicos Integrados SIBS Sociedade Interbancária de Serviços SIC Sistema de Informação Contabilística SIEV Sistema de Identificação Electrónica de Veículos, SA SIMAB Sociedade Instaladora de Mercados Abastecedores, SA SIOE Sistema de Informação da Organização do Estado SIPAC Sistema Integrado de Proteção Contra as Aleatoriedades Climáticas SIRCA Sistema de Recolha de Cadáveres de Animais Mortos na Exploração SPE Sociedade Portuguesa de Empreendimentos, SA SIS Serviço de Informações e Segurança SNC Sistema de Normalização Contabilística SNCP Sistema Nacional de Compras Públicas SNS Serviço Nacional de Saúde SPA Sector Público Administrativo SRE Saldo de Respostas Extremas SS Segurança Social SSAP Serviços Sociais da Administração Pública SSS Sistema de Segurança Social STCP Sociedade Transportes Colectivos do Porto SA SWIFT Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication TAP Transportes Aéreos Portugueses, SGPS, SA

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231 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013

TARGET2 Trans-European Automated Real-time Gross settlement Express Transfer system TC Tribunal de Contas TI Tecnologias de Informação TIC Tecnologias de Informação e Comunicação TIR Taxa Interna de Rentabilidade TMD Transações Monetárias Definitivas TNDM II Teatro Nacional D. Maria II, EPE TNSC Teatro Nacional S. Carlos, EPE TNSJ Teatro Nacional S. João, EPE TP Turismo de Portugal, IP TPA Terminais de Pagamento Automático TRANSTEJO Transportes do Tejo, SA TRIR Taxa de Regulação de Infraestruturas Rodoviárias TSU Taxa Social Única UAF Unidade de Ação Fiscal UE União Europeia UGC Unidade dos Grandes Contribuintes USD United States Dollar UTAP Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos

A Divisão de Redacção e Apoio Audiovisual.

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9 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 Consultar Diário Original
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10 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 I. ECONOMIA PORTUGUESA: EVOLUÇÃO RE
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11 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 Quadro I.1.1. Crescimento económico
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12 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 Gráfico I.1.1. Empréstimos a partic
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13 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 evolução da atividade económica. Pa
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14 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 espera uma melhoria das perspetivas
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15 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 expressivo. Considerando a evolução
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16 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 Durante o período de ajustamento, o
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17 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 Desde maio de 2011, o mercado de tr
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18 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 Quadro I.1.4. IPC e IHPC (taxas de
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19 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 Contas Externas Durante o primeiro
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20 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 Gráfico I.1.14. Composição das expo
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21 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 Quadro I.1.8. Decomposição das expo
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22 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 Outro indicador relevante para a av
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23 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 Gráfico I.1.19. Empréstimos a socie
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24 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 Apesar da evolução descendente, as
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25 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 No mercado de capitais, após a valo
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26 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 Quadro I.2.1. Enquadramento interna
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27 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 Quadro I.2.3. Principais indicadore
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28 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 deverá ser sustentada, tendo em con
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29 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 Quadro I.2.5. Previsões orçamentais
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30 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 2. A intensificação dos efeitos adv
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31 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 Nota: $=USD. Fonte: Ministério d
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32 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 Gráfico I.2.2. Análise de sensibili
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34 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 no ajustamento externo da economia
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35 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 os efeitos sobre a massa salarial e
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36 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 II. ESTRATÉGIA DE CONSOLIDAÇÃO ORÇA
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37 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 Gráfico II.1.2. Evolução da dívida
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38 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 Nesse contexto, foi desenhado e ini
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39 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 emissão de dívida a 5 anos e uma em
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40 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 Paralelamente, a entrada em vigor a
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41 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 sujeitos à redução e que se assegur
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42 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 consolidação orçamental entre os di
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43 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 A estratégia de consolidação orçame
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44 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 No entanto, o défice das Administra
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45 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 Gráfico II.2.1. Contributos para a
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46 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 valor de referência de 3% do PIB: I
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47 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 A persistência de défices orçamenta
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48 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 O cumprimento do limite de 4,0% do
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49 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 Em 2014, o saldo primário (que excl
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51 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 ajuda externa. Assim, a margem de m
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53 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 Gráfico II.3.7 Despesa pública tota
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55 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 Quadro II.3.3. Medidas de consolida
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57 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 pesas com pessoal deve, portanto, c
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58 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 2014. Esta variação equivale a apro
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59 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 Empresarial do Estado (SEE), bem co
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60 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 Já no que respeita a prémios de des
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61 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 subvenção sem que beneficie do resp
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62 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 Estes terão acesso a uma compensaçã
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63 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 de acentuada contenção orçamental,
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65 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 fator foi a de que cada geração de
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66 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 social (RGSS) e revoga normas que e
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68 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 atuais 4,78% para cerca de 12%. No
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71 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 Fundações Mantem-se, durante o ano
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72 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 Com o objetivo de aumentar a compet
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74 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 Na segunda fase desta reforma estru
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75 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 cionalização da economia (quer atra
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76 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 competitivas em termos internaciona
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77 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 Aumento do prazo de reporte de prej
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78 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 Alterações ao regime especial de re
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79 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 auferidos, mas alarga-se o leque da
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80 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 Contribuição sobre o sector energét
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81 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 Este novo regime jurídico aplica-se
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82 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 endividamento das empresas públicas
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83 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013  Após a Resolução do Conselho de M
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84 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013  Os progressos efetuados nas socie
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85 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 Com a plena execução dos princípios
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86 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 Quadro II.3.10. Encargos Líquidos c
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87 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 processo de ajustamento da economia
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88 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 Quadro II.4.1. Dívida das principai
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89 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 Risco de Reclassificação de Instrum
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90 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 De acordo com os dados disponibiliz
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91 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 Garantias Concedidas a Outras Entid
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92 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 II.4.2.2. Parcerias Público-Privada
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93 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 apresentado pela concessionária par
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94 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 É de salientar que esta estimativa
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95 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 Estado pelo que, a verificar-se a a
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96 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 II.4.4.3. Administração Local A Ref
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97 | II Série A - Número: 011S2 | 15 de Outubro de 2013 III. SITUAÇÃO FINANCEIRA DAS ADMINI
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