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90 | II Série A - Número: 015 | 10 de Outubro de 2014

Descrição  de  casos  significativos  
A  situação  demográfica  na  UE28,  com  os  seus  505,7  milhões  de  habitantes  
(2013)   traduz   as   diferentes   heranças   e   modelos   de   desenvolvimento  
socioeconómico,   raízes   culturais   diversas,   evolução   e   situação   demográfica  
complexa  e  perspectivas  de   interação  geracional  e  ajustamentos  da  população  
bastante  diferenciadas.  Tal  situação  tem  vindo  a  agravar  o  “inverno  demográfico”  
europeu,  identificado  pela  redução  da  população  jovem,  aumento  da  esperança  
de  vida,  acréscimo  da  população  envelhecida,  redução  da  fecundidade  e  da  mão-­‐
de-­‐obra   e   recurso   às   migrações   internacionais.   A   dependência   dos   saldos  
migratórios  na  UE  é  reconhecida  em  documento  oficial  da  Eurostat  (2010):  
 
“O  panorama  demográfico  da  UE  é  claro:  o  crescimento  é  mantido  principalmente  pela  
imigração,  enquanto  que  a  população  tem  vindo  a  ficar  mais  envelhecida  e  diversificada.  O  
impacto  da  crise  económica  é  ainda  difícil  de  prever.”  Por  isso  deixa  o  seu  próprio  desafio:  
“(…)  cada  um  dos  membros  da  UE,  decisores  políticos  e  stakeholders,  devem  comparar  a  
situação   do   seu   próprio   país   com   a   dos   outros   estados   membros,   para   compreender   as  
características  específicas  do  seu  país  e  identificar  outros  países  que  tenham  desenvolvido  
experiências  com  interesse  e  aprender  com  elas”.    
 
Embora  afectada  de  forma  distinta  pelas  migrações  entre  os  seus  países  e  
pelas   migrações   internacionais,   tal   realidade   tem   vindo   a   suscitar   questões  
relacionadas   com   o   “choque   de   culturas”   e   com   a   segurança   suscitadas   pelas  
vagas  maciças  de  imigração  através  da  bacia  do  Mediterrâneo.  Neste  contexto  não  
se   deve   esquecer   que   apesar   da   intensidade   da   procura   por   parte   dos   países  
subsarianos  e  outros,  o  ajustamento  populacional  que  se  faz  sentir  no  continente  
europeu   também   já   se   começa   a   sentir   em   países   africanos   da   bacia   do  
Mediterrâneo,  como  a  Tunísia  e  Marrocos  onde  a  ISF
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,  inferior  já  ao  limiar  de  
substituição  das  gerações,  tende  a  reduzir-­‐se  ainda  mais.    
Esta   problemática   da   segurança   não   é   uma   das   menores   no   contexto  
europeu   atual   e   cruza-­‐se   claramente   com   a   problemática   da   natalidade,   das  
migrações  e  das  decisões  políticas  que  se  deveriam  tomar,  por  antecipação,  face  à  
constante  vaga  de  emigrantes  africanos  que  cruzam  a  bacia  do  Mediterrâneo.  A  
                                                                                                               
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  http://www.un.org/en/development/desa/population/events/pdf/expert/4/courbage.pdf  11MAI14  

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