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II SÉRIE-A — NÚMERO 163 54

internamentos associados ao pé diabético e a amputações, contrariando uma tendência decrescente que se

vinha a verificar.

Nos adultos é uma doença silenciosa e que em muitos casos é detetada tardiamente, quando já surgem

complicações. A diabetes é uma doença crónica com inúmeras complicações, por exemplo: retinopatia,

nefropatia, neuropatia, hipertensão arterial, hipoglicemia, hiperglicemia, pé diabético, doenças cardiovasculares,

entre outras, que em muitas situações poderiam ser evitadas ou minimizadas se houvesse uma prevenção

adequada.

Há uma tendência crescente da incidência das doenças oncológicas em Portugal. A incidência bruta dos

tumores malignos em Portugal é de 426,5 por 100 mil habitantes e a incidência padronizada é de 323,09 por

100 mil habitantes, segundo o relatório “Portugal, Doenças Oncológicas em números — 2014” da Direção Geral

de Saúde.

Se as doenças oncológicas são a segunda causa de morte em Portugal (em 2013 morreram quase 26 mil

pessoas devido a tumores malignos), as doenças cardiovasculares são a primeira causa de morte em Portugal

(em 2013 morreram 31.505 pessoas), com especial incidência o acidente vascular cerebral nas doenças

cerebrovasculares e o enfarte agudo do miocárdio nas doenças isquémicas do coração. De acordo com o

relatório “Portugal: Doenças Cérebro-Cardiovasculares em números — 2014”, as doenças cerebrovasculares

conduziram a 14.379 anos potenciais de vida perdidos e as doenças isquémicas do coração conduziram a

12.723 anos potenciais de vida perdidos em 2012.

A incidência das doenças respiratórias tem aumentado nos últimos 20 anos. Assim o diz o relatório da Direção

Geral de Saúde, “Portugal: Doenças Respiratórias em Números-2014”, como também refere que as doenças

respiratórias são a terceira causa de morte em Portugal, após as doenças cardiovasculares e os tumores

malignos. Em 2012 as doenças respiratórias conduziram a 10.865 anos potenciais de vida perdidos. Em 2013

morreram mais de 12.600 pessoas devido a estas doenças segundo os dados do INE, sendo as pneumonias a

doença com maior número de mortes (5.935 mortes em 2013).

As perturbações psiquiátricas afetam 22,2% da população portuguesa, segundo os dados de 2013 referidos

no Relatório da Direção Geral de Saúde, “Portugal: Saúde Mental em Números — 2014”. As perturbações de

ansiedade afetam 16,5% das pessoas, as perturbações depressivas afetam 7,9%, as perturbações da

impulsividade afetam 3,5% e as perturbações do abuso e dependência do álcool afetam 1,6%. As perturbações

psiquiátricas são as doenças com maior morbilidade, atingindo uma expressão de 20,55%.

O consumo de tabaco e a exposição ao fumo do tabaco são responsáveis pela morte de cerca de 11.800

pessoas, de acordo com os dados de 2010 referenciados no relatório “Portugal: Prevenção e Controlo do

Tabagismo em Números — 2014”, na sua maioria por tumores malignos, doenças cardiovasculares e doenças

respiratórias e também responsáveis “por 12,3% do total de anos de vida prematuramente perdidos, ajustados

pela incapacidade” nos homens e de 3,1% nas mulheres.

Ter uma alimentação adequada é determinante para o estado de saúde das pessoas. O consumo dos

nutrientes nas quantidades corretas nas diferentes fases da vida humana é condição para potenciar o

desenvolvimento individual e promover a saúde. Por diversos motivos, em Portugal há acrescidas preocupações

com a qualidade dos alimentos ingeridos pelas pessoas. Estamos confrontados com problemas de desnutrição

por um lado e de excesso de peso e de obesidade por outro. Estima-se que em Portugal haja um milhão de

adultos obesos e 3,5 milhões de adultos pré-obesos.

Não se pode escamotear que a degradação das condições de vida dos portugueses leva ao consumo de

alimentos que, por serem mais acessíveis, são muito pobres do ponto de vista nutricional, ou em alguns casos

por falta de educação alimentar. Muitas patologias crónicas e obesidade derivam da má alimentação conjugada

com a ausência de exercício físico e de estilos de vida extremamente sedentários e pouco saudáveis.

Os dados referidos são o resultado de uma política de saúde onde a prevenção da doença e a promoção da

saúde não têm lugar. Neste conjunto de patologias verifica-se uma elevada mortalidade, elevada morbilidade, o

tratamento em estado avançado da doença e o surgimento de complicações associadas que poderiam ser

prevenidas, se houvesse uma verdadeira aposta na promoção de saúde.

Uma intervenção sobre os fatores de risco é essencial, apostando na prevenção primária e secundária.

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