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II SÉRIE-A — NÚMERO 15 34

agricultura, utilizaram-se cerca de 7000 espécies de plantas e vários milhares de animais para alimentação, no

entanto, hoje, apenas 15 variedades de cultivos e 8 de animais representam 90% da nossa alimentação.

A uniformização mundial da produção agrícola está a destruir o nosso património agrobiodiverso, nutricional

bem como as nossas tradições gastronómicas.

O atual modelo de produção e distribuição tem ainda sérios impactos sobre os pequenos e médios

agricultores, que muitas vezes se vêm forçados a abandonar a atividade agrícola. Desta forma, também a

economia local é enfraquecida, já que se perdem receitas, empregos, tecido económico, cultura(s).

A atual produção e distribuição determinam um modelo de agricultura e de ruralidade onde as produções

familiares não têm lugar, bem como promove a agricultura industrial, intensiva e insustentável. Esta situação

tem levado a que o agricultor ganhe cada vez menos pelo seu produto e o consumidor pague cada vez mais.

No que respeita à produção em Agricultura Biológica, esta assume-se cada vez mais como uma oportunidade

para a Agricultura Portuguesa. Por um lado porque produz alimentos diferenciados, com um devido valor

acrescentado e que tem registado um aumento na procura por parte do consumidor. Por outro lado, este modo

de produção faz uso de métodos e práticas respeitadoras do ambiente, permitindo uma gestão sustentável do

mesmo. Este modo de agricultura enquadra-se no espírito da atual política agrícola europeia que aponta no

sentido de uma agricultura em harmonia com o ambiente e não como fonte desestabilizadora do equilíbrio natural

dos ecossistemas. Estes dois vetores fazem com que a Agricultura Biológica deva ser encarada como um dos

instrumentos para um desenvolvimento rural sustentável.

São várias e relevantes as vantagens do recurso a uma produção agrícola em modo biológico:

a) Valor nutritivo. Cultivados em solos equilibrados por fertilizantes naturais, os alimentos biológicos são

de melhor qualidade quanto ao teor em vitaminas, minerais, hidratos de carbono e proteínas, são

capazes de saciar graças ao equilíbrio dos seus constituintes.

b) Biodiversidade. A diminuição da biodiversidade é um dos principais problemas ambientais dos dias de

hoje. A Agricultura Biológica perpetua a diversidade das sementes e das variedades locais, de enorme

valor nutritivo e cultural.

c) Sabor. Nos solos regenerados e fertilizados organicamente, as plantas crescem saudáveis e

desenvolvem, da melhor forma, o seu verdadeiro aroma, as suas autênticas cor e sabor, os quais

permitem redescobrir o verdadeiro gosto dos alimentos originalmente não processados.

d) Harmonia. A Agricultura Biológica respeita o equilíbrio da natureza e contribui para um ecossistema

saudável. O equilíbrio entre a agricultura e a floresta, as rotações das culturas, etc. permitem a

preservação de um espaço rural capaz de satisfazer as gerações vindouras.

e) Garantia de saúde. Conseguiríamos promover o aumento da saúde dos milhares de portugueses que

se alimentam diariamente em cantinas ou espaços públicos de Portugal, oferecendo-lhes parte da

refeição proveniente de um modo de agricultura sustentável e que previne o desenvolvimento de várias

patologias, visto que na agricultura biológica não são aplicados adubos químicos, nem se pulverizam as

plantas com pesticidas de síntese. Vários estudos toxicológicos reconhecem a relação existente entre

os pesticidas e certas patologias, como o cancro, as alergias, a asma, entre outras. Assim promove-se

a saúde de quem consome mas também de quem produz.

f) Comunidades rurais. A Agricultura Biológica permite a revitalização da população rural e restitui aos

agricultores a verdadeira dignidade e o respeito que lhes são merecidos, da população em geral pelo

seu papel de guardião da paisagem e dos ecossistemas agrícolas.

g) Água pura. A prática agrícola que não utiliza produtos perigosos nem grandes quantidades de azoto que

contaminam os lençóis de água potável, é uma garantia permanente da obtenção de água pura nos

tempos futuros.

h) Educação. A Agricultura Biológica é uma grande escola prática de Educação Ambiental. Ela apresenta

um modelo de desenvolvimento sustentável no meio rural, deveras promissor para todos os jovens a

quem, um dia, caberão as tomadas de decisão da sociedade.

i) Certificação. Os produtores agrobiológicos seguem um caderno de normas rigoroso, controlado por

organismos de certificação segundo regras internacionais reconhecidas, hoje em dia, pelos governos

de inúmeros países.

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