O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

20 DE FEVEREIRO DE 2016 9

A doutrina hesita, porém, quanto ao significado da afirmação constitucional de que o Orçamento é elaborado

de harmonia com as grandes opções em matéria de planeamento. Tudo reside em saber se a harmonia de que

fala a Constituição supõe subordinação verdadeira e própria às grandes opções do plano ou, pelo contrário,

aponta apenas para mera coordenação (harmonia biunívoca) das duas realidades, sem prevalência jurídica de

nenhuma. Uma parte da doutrina inclina-se para o segundo sentido, sublinhando designadamente que estão em

causa duas leis praticamente simultâneas e, por isso, se tem sentido exigir que elas sejam harmónicas e

coerentes entre si, já não se justifica impor que uma siga a outra, visto que ambas derivam da mesma entidade

no uso do mesmo tipo de poderes (Sousa Franco, Finanças, I, págs. 406-407). Neste sentido, “mais do que

subordinação, haverá aqui coordenação ou harmonização” (J. Miranda, Manual, V, 2004, pág. 363). A verdade,

porém, é que a letra da Constituição – que adota a mesma expressão que é utilizada, nomeadamente, para

impor a subordinação dos planos de desenvolvimento económico e social às respetivas leis das grandes opções

(artigo 91.º, n.º 1) – dificulta a adoção de uma tal conclusão (Blanco de Morais, As leis reforçadas, págs. 793-

794, 797-798 e 804-805).

Em qualquer caso, mesmo que se conclua pela subordinação do Orçamento às leis das grandes opções em

matéria de planeamento, sempre se terá de reconhecer – num sentido que inevitavelmente reforça a

desvalorização do planeamento na atual ordem constitucional e recusa a configuração das grandes opções

como uma espécie de intermediação legal entre a Constituição dirigente e o Orçamento (Rebelo de Sousa, Dez

questões, pás. 123) – que há diversos aspetos que atenuam substancialmente o alcance de um tal vinculação.8

Relativamente ao âmbito temporal dos planos a Constituição é omissa sobre esta matéria, ao contrário do

que acontecia até à revisão constitucional de 1997, cabendo à lei-quadro do planeamento regular essa matéria

[art.º 165.º, n.º 1, alínea m)].

Conselho Económico e Social. Lei-Quadro do Planeamento.

Nos termos do n.º 1 do artigo 92.º da Constituição, o Conselho Económico e Social (CES) é o órgão de

consulta e concertação no domínio das políticas económica e social, participa na elaboração das propostas das

grandes opções e dos planos de desenvolvimento económico e social e exerce as demais funções que lhe sejam

atribuídas por lei. De acordo com o n.º 2 do mesmo artigo e diploma, compete à lei definir a composição do

Conselho Económico e Social, do qual farão parte, designadamente, representantes do Governo, das

organizações representativas dos trabalhadores, das atividades económicas e das famílias, das regiões

autónomas e das autarquias locais (n.º 2). E, por fim, o n.º 3 determina que a lei define ainda a organização e o

funcionamento do Conselho Económico e Social, bem como o estatuto dos seus membros.

Já a alínea h) do artigo 163.º da Lei Fundamental refere que compete à Assembleia da República eleger, por

maioria de dois terços dos Deputados presentes, desde que superior à maioria absoluta dos Deputados em

efetividade de funções, o Presidente do Conselho Económico e Social.

No desenvolvimento destas disposições constitucionais a Lei n.º 108/91, de 17 de agosto, aprovou o diploma

que institui o Conselho Económico e Social. Este foi alterado pela Lei n.º 80/98, de 24 de novembro, Lei n.º

128/99, de 20 de agosto, Lei n.º 12/2003, de 20 de maio, Lei n.º 37/2004, de 13 de agosto, Lei n.º 75-A/2014,

de 30 de setembro, e Lei n.º 135/2015, de 7 de setembro.

Coube ao Decreto-Lei n.º 90/92, de 21 de maio, regulamentar a Lei n.º 108/91, de 17 de agosto, tendo sofrido

as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 105/95, de 20 de maio, Lei n.º 53-A/2006, de 29 de dezembro, e

Decreto-Lei n.º 108/2012, de 18 de maio.

Por último, cumpre referir o Regulamento de Funcionamento do CES.

De acordo com a alínea a) do n.º 1 do artigo 2.° da Lei n.º 108/91, de 17 de agosto, compete ao Conselho

Económico e Social pronunciar-se sobre os anteprojetos das grandes opções e dos planos de desenvolvimento

económico e social, antes de aprovados pelo Governo, bem como sobre os relatórios da respetiva execução.

Também a Lei-quadro do Planeamento, aprovada pela Lei n.º 43/91, de 27 de julho, prevê no n.º 3 do seu

artigo 9.º que a proposta de lei das grandes opções é sujeita a parecer do Conselho Económico e Social antes

de aprovada e apresentada pelo Governo à Assembleia da República. Este diploma determina ainda que

8 Jorge Miranda e Rui Medeiros, Constituição Portuguesa Anotada, Tomo II, Coimbra Editora, 2006, págs. 141 e 142.

Páginas Relacionadas
Página 0002:
II SÉRIE-A — NÚMERO 50 2 PROPOSTA DE LEI N.º 11/XIII (1.ª) (APROVA AS GRANDE
Pág.Página 2
Página 0003:
20 DE FEVEREIRO DE 2016 3 i) Política criminal; j) Administração da Justiç
Pág.Página 3
Página 0004:
II SÉRIE-A — NÚMERO 50 4 desvalorização feita do papel da procura interna e do seu
Pág.Página 4
Página 0005:
20 DE FEVEREIRO DE 2016 5 Índice I. Análise sucinta dos factos, situa
Pág.Página 5
Página 0006:
II SÉRIE-A — NÚMERO 50 6 prevê, no n.º 1 do seu artigo 6.º, que “ os atos e diploma
Pág.Página 6
Página 0007:
20 DE FEVEREIRO DE 2016 7 exposição de motivos, o novo modelo de desenvolvimento e
Pág.Página 7
Página 0008:
II SÉRIE-A — NÚMERO 50 8 Depois de aprovada a lei do plano incumbe ao Governo elabo
Pág.Página 8
Página 0010:
II SÉRIE-A — NÚMERO 50 10 compete ao Governo, em matéria de elaboração e execução d
Pág.Página 10
Página 0011:
20 DE FEVEREIRO DE 2016 11 O Programa de Estabilidad 2015-2018 e o Programa Naciona
Pág.Página 11
Página 0012:
II SÉRIE-A — NÚMERO 50 12 COMISSÃO DE ASSUNTOS CONSTITUCIONAIS, DIREITOS, LI
Pág.Página 12
Página 0013:
20 DE FEVEREIRO DE 2016 13 parentais dos indivíduos envolvidos em processos de viol
Pág.Página 13
Página 0014:
II SÉRIE-A — NÚMERO 50 14 probatório uma situação de facto, evitando o recurso aos
Pág.Página 14
Página 0015:
20 DE FEVEREIRO DE 2016 15  Investimento nos recursos tecnológicos, com a implemen
Pág.Página 15
Página 0016:
II SÉRIE-A — NÚMERO 50 16 No âmbito da cooperação com os municípios portugueses, se
Pág.Página 16
Página 0017:
20 DE FEVEREIRO DE 2016 17 cada uma das pessoas que exerça a responsabilidade paren
Pág.Página 17
Página 0018:
II SÉRIE-A — NÚMERO 50 18 PARTE II – OPINIÃO DO RELATOR O sign
Pág.Página 18
Página 0019:
20 DE FEVEREIRO DE 2016 19 COMISSÃO DE NEGÓCIOS ESTRANGEIROS E COMUNIDADES P
Pág.Página 19
Página 0020:
II SÉRIE-A — NÚMERO 50 20 No entanto, os interesses estratégicos de Portugal não sã
Pág.Página 20
Página 0021:
20 DE FEVEREIRO DE 2016 21 2.3. Promoção da Língua Portuguesa e da cidadania lusófo
Pág.Página 21
Página 0022:
II SÉRIE-A — NÚMERO 50 22 PARTE III – OPINIÃO DO DEPUTADO AUTOR DO PARECER
Pág.Página 22
Página 0023:
20 DE FEVEREIRO DE 2016 23 COMISSÃO DE DEFESA NACIONAL Parecer
Pág.Página 23
Página 0024:
II SÉRIE-A — NÚMERO 50 24 com a preservação das condições de sustentabilidade da de
Pág.Página 24
Página 0025:
20 DE FEVEREIRO DE 2016 25 33- Promover a língua portuguesa e a cidadania lusófona;
Pág.Página 25
Página 0026:
II SÉRIE-A — NÚMERO 50 26 atenção especial aos deficientes das Forças Armadas e aos
Pág.Página 26
Página 0027:
20 DE FEVEREIRO DE 2016 27 portuguesa pretende, por um lado, assumir uma relação bi
Pág.Página 27
Página 0028:
II SÉRIE-A — NÚMERO 50 28 legais e regimentais previstos, assim como de, posteriorm
Pág.Página 28
Página 0029:
20 DE FEVEREIRO DE 2016 29 um relatório no qual considerou que a Comissão Europeia
Pág.Página 29
Página 0030:
II SÉRIE-A — NÚMERO 50 30 com destaque para os custos do fator trabalho”. Devendo,
Pág.Página 30
Página 0031:
20 DE FEVEREIRO DE 2016 31 É dada também relevância ao facto de ser necessário a ex
Pág.Página 31
Página 0032:
II SÉRIE-A — NÚMERO 50 32 Regimento, reservando o seu Grupo Parlamentar a sua posiç
Pág.Página 32
Página 0033:
20 DE FEVEREIRO DE 2016 33 I – CONSIDERANDOS 1 – Nota Introdutó
Pág.Página 33
Página 0034:
II SÉRIE-A — NÚMERO 50 34 o Internacionalização a partir do incentivo à modernizaçã
Pág.Página 34
Página 0035:
20 DE FEVEREIRO DE 2016 35 Promover o Transporte Marítimo não só em termos portuári
Pág.Página 35
Página 0036:
II SÉRIE-A — NÚMERO 50 36 Fomentar a produção descentralizada de energia renovável,
Pág.Página 36
Página 0037:
20 DE FEVEREIRO DE 2016 37 Funcionamento em todo o país de serviços de transporte p
Pág.Página 37
Página 0038:
II SÉRIE-A — NÚMERO 50 38 o Criar condições para o investimento, a inovação e a int
Pág.Página 38
Página 0039:
20 DE FEVEREIRO DE 2016 39 COMISSÃO DE AGRICULTURA E MAR ÍNDICE <
Pág.Página 39
Página 0040:
II SÉRIE-A — NÚMERO 50 40 l) Regulação e supervisão dos mercados; m) Valoriz
Pág.Página 40
Página 0041:
20 DE FEVEREIRO DE 2016 41 promoção da floresta de uso múltiplo (nomeadamente dos s
Pág.Página 41
Página 0042:
II SÉRIE-A — NÚMERO 50 42 como a resina, bem como o recreio e turismo no espaço rur
Pág.Página 42
Página 0043:
20 DE FEVEREIRO DE 2016 43 2. A proposta de lei foi submetida à apreciação do Conse
Pág.Página 43
Página 0044:
II SÉRIE-A — NÚMERO 50 44 2. Estrutura formal A PPL é composta por um articu
Pág.Página 44
Página 0045:
20 DE FEVEREIRO DE 2016 45 c) Programas de formação contínua dos formadores do ensi
Pág.Página 45
Página 0046:
II SÉRIE-A — NÚMERO 50 46 q) Chave Móvel Digital Educação (projeto com cofinanciame
Pág.Página 46
Página 0047:
20 DE FEVEREIRO DE 2016 47 As medidas que visam cumprir as linhas supra referidas s
Pág.Página 47
Página 0048:
II SÉRIE-A — NÚMERO 50 48 No Ponto 20.º, dedicado ao reforço do investimento em Ciê
Pág.Página 48
Página 0049:
20 DE FEVEREIRO DE 2016 49 No âmbito dos processos de avaliação e atribuição
Pág.Página 49
Página 0050:
II SÉRIE-A — NÚMERO 50 50 As grandes opções do plano para 2016-2019 assumem e expri
Pág.Página 50
Página 0051:
20 DE FEVEREIRO DE 2016 51 COMISSÃO DE SAÚDE Parecer Í
Pág.Página 51
Página 0052:
II SÉRIE-A — NÚMERO 50 52 São apontadas como ações urgentes a implementação de medi
Pág.Página 52
Página 0053:
20 DE FEVEREIRO DE 2016 53  Melhorar a governação do Serviço Nacional de saúde
Pág.Página 53
Página 0054:
II SÉRIE-A — NÚMERO 50 54 2. Esta apresentação foi efetuada nos termos da alínea d)
Pág.Página 54
Página 0055:
20 DE FEVEREIRO DE 2016 55  “1. AUMENTAR O RENDIMENTO DISPONÍVEL DAS FAMÍLIAS PARA
Pág.Página 55
Página 0056:
II SÉRIE-A — NÚMERO 50 56  A reposição do pagamento dos complementos de reforma na
Pág.Página 56
Página 0057:
20 DE FEVEREIRO DE 2016 57 trabalho e a economia, por outro lado, relações laborais
Pág.Página 57
Página 0058:
II SÉRIE-A — NÚMERO 50 58 o Efetuará a revisão dos instrumentos de avaliação do mér
Pág.Página 58
Página 0059:
20 DE FEVEREIRO DE 2016 59  Aperfeiçoar e tornar mais eficaz o processo de recuper
Pág.Página 59
Página 0060:
II SÉRIE-A — NÚMERO 50 60 pendentes as Propostas de Lei n.º 12/XIII (1.ª) - Aprova
Pág.Página 60
Página 0061:
20 DE FEVEREIRO DE 2016 61 e de reduções da taxa contributiva e o reforço do Fundo
Pág.Página 61
Página 0062:
II SÉRIE-A — NÚMERO 50 62 COMISSÃO DE AMBIENTE, ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO, D
Pág.Página 62
Página 0063:
20 DE FEVEREIRO DE 2016 63 vários setores (residencial e dos serviços, transportes
Pág.Página 63
Página 0064:
II SÉRIE-A — NÚMERO 50 64 humanos, cuja concretização importa garantir, não só em t
Pág.Página 64
Página 0065:
20 DE FEVEREIRO DE 2016 65 ● Lançar um programa nacional de recuperação de passivos
Pág.Página 65
Página 0066:
II SÉRIE-A — NÚMERO 50 66 das regras de financiamento local, de modo a que o financ
Pág.Página 66
Página 0067:
20 DE FEVEREIRO DE 2016 67 ● Financiar, mediante procedimento concursal, pelo menos
Pág.Página 67
Página 0068:
II SÉRIE-A — NÚMERO 50 68 ● Criação de um seguro de rendas, destinado a proteger os
Pág.Página 68
Página 0069:
20 DE FEVEREIRO DE 2016 69 ● Serviço local de aconselhamento face ao desalojamento:
Pág.Página 69
Página 0070:
II SÉRIE-A — NÚMERO 50 70 6. Face ao exposto, a Comissão do Ambiente, Ordenamento d
Pág.Página 70
Página 0071:
20 DE FEVEREIRO DE 2016 71 PARTE II – ANÁLISE SETORIAL 1. CULT
Pág.Página 71
Página 0072:
II SÉRIE-A — NÚMERO 50 72 o Elaboração de um plano que integre os diversos setores
Pág.Página 72
Página 0073:
20 DE FEVEREIRO DE 2016 73 o Analisar mecanismos e instrumentos que potenciem a int
Pág.Página 73
Página 0074:
II SÉRIE-A — NÚMERO 50 74 o Criar espaços de proximidade, consulta e debate com a j
Pág.Página 74
Página 0075:
20 DE FEVEREIRO DE 2016 75 construção de equipamentos e infraestruturas desportivas
Pág.Página 75
Página 0076:
II SÉRIE-A — NÚMERO 50 76 _______________________________________________________________________
Pág.Página 76
Página 0077:
20 DE FEVEREIRO DE 2016 77 ______________________________________________________________________
Pág.Página 77
Página 0078:
II SÉRIE-A — NÚMERO 50 78 _______________________________________________________________________
Pág.Página 78
Página 0079:
20 DE FEVEREIRO DE 2016 79_______________________________________________________________________
Pág.Página 79
Página 0080:
II SÉRIE-A — NÚMERO 50 80________________________________________________________________________
Pág.Página 80