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8 DE ABRIL DE 2016 33

2015, da Sociedade Portuguesa de Diabetologia, em 2014 a prevalência estimada da Diabetes na população

portuguesa com idades compreendidas entre os 20 e os 79 anos (7,7 milhões de indivíduos) foi de 13,1%, isto

é, mais de 1 milhão de portugueses neste grupo etário tem Diabetes. Cerca de 40,3% da população

portuguesa entre os 20 e os 79 anos tem Diabetes ou Hiperglicemia Intermédia, o que corresponde a 3,1 milhões

de indivíduos.

O impacto do envelhecimento da estrutura etária da população portuguesa refletiu-se num aumento de 1,4

pontos percentuais da taxa de prevalência da Diabetes entre 2009 e 2014, o que corresponde a um crescimento

na ordem dos 12%. Mais de um quarto das pessoas entre os 60 e os 79 anos tem Diabetes.

A Diabetes tipo 1 nas crianças e nos jovens em Portugal, em 2014, atingia 3365 indivíduos com idades entre

0 e os 19 anos, o que corresponde a 0,16% da população portuguesa neste escalão etário, número que se têm

mantido estável nos últimos anos. Em 2014, foram detetados 17,5 novos casos de Diabetes tipo 1 por cada 100

000 jovens com idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos, valores inferiores aos registados nos últimos

anos.

Em termos evolutivos, entre 2000 e 2011, existiu um crescimento acentuado do número de novos casos

diagnosticados anualmente em Portugal.

Em Portugal, na última década tem-se verificado uma diminuição significativa do número de anos potenciais

de vida perdida por Diabetes (-37%). No ano de 2013, a Diabetes representou cerca de oito anos de vida perdida

por cada óbito por Diabetes na população com idade inferior a 70 anos.

A Diabetes assume um papel significativo nas causas de morte, tendo estado na origem de 4,0% dos

óbitos ocorridos em 2014.

O consumo de medicamentos para a Diabetes tem estado a aumentar significativamente ao longo dos últimos

anos, em toda a Europa, em termos da Dose Diária Definida/1000 habitantes/dia. Os utentes do SNS têm

encargos diretos de 20,6 milhões de euros com o consumo de ADO e de Insulinas, o que representa 8,5% dos

custos do mercado de ambulatório com estes medicamentos no último ano.

Para além do sofrimento causado por esta doença e dos custos associados ao seu tratamento para o próprio,

a Diabetes tem igualmente um impacto bastante significativo no Serviço Nacional de Saúde. Em 2014 na Rede

de Cuidados de Saúde Primários do SNS de Portugal Continental encontravam-se registados 764 598 utentes

com Diabetes, (dos quais 55,4% nas Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados – UCSP e 44,6% nas

Unidades de Saúde Familiar – USF), num universo de 11 922 633 utentes registados (dos quais 53,8% nas

UCSP e 46,2% nas USF). A População com Diabetes representou, em 2014, 24,8% da letalidade intra-hospitalar

no SNS (correspondendo a 11 736 indivíduos), ou seja, cerca de ¼ das pessoas que morrem nos hospitais têm

Diabetes.

Em 2014, a Diabetes no nosso país representou um custo direto estimado entre 1300 e 1550 milhões

de euros (um acréscimo de aproximadamente 50 milhões de euros face ao ano transato), o que representa

entre 0,7% e 0,9% do PIB português e entre 8% a 10% da despesa em Saúde em 2014.

Se apenas se considerar a população com Diabetes diagnosticada em Portugal em 2014 o custo aparente

desta doença representa 862 milhões de euros (para todos os indivíduos com Diabetes diagnosticada entre os

20 e os 79 anos).

Em termos mundiais, em 2014, estima-se a existência de 387 milhões de pessoas com Diabetes e presume-

se que em 2035 este valor subirá para 592 milhões. Existem 179 milhões de pessoas com Diabetes que

desconhecem que possuem a doença. A Diabetes provocou 4,9 milhões de mortes em 2014. A cada sete

segundos morre uma pessoa por Diabetes.

A incidência da Diabetes tem vindo a aumentar nos seus principais subtipos, 1 e 2, para o que têm concorrido,

nestas últimas décadas, fatores genéticos, ambientais e comportamentais, entre os quais uma alimentação

hipercalórica e o sedentarismo, principais condicionantes da obesidade.

O número de Diabetes tipo 2 está a aumentar em todos os países, algo que era facilmente evitável, dado

que na grande maioria dos casos está relacionada com más práticas alimentares. A experiência tem

demonstrado que simples alterações no estilo de vida podem ser eficazes para impedir ou atrasar a Diabetes

do tipo 2. Estas alterações incluem manter um peso normal, exercer atividade física regularmente e ter um

regime alimentar saudável.

Se é desejável que práticas alimentares antigas e saudáveis se mantenham, como é o caso da dieta

mediterrânica, algumas modificações dietéticas têm conduzido a um crescimento exponencial de doenças

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