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II SÉRIE-A — NÚMERO 112 40

2. O estado da arte

No domínio em análise, devem ser registadas e louvadas algumas iniciativas orientadas para o

desenvolvimento, a investigação ou inovação promovidas na região.

2.1 Iniciativas das entidades regionais e locais

O caso mais emblemático é a UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, seja através da

licenciatura em Enologia que dotou a região de recursos técnicos de alto gabarito, seja por via dos trabalhos de

investigação desenvolvidos por alguns dos seus reputados docentes ou pelo CITAB - Centro de Investigação e

Tecnologias Agroambientais e Biológicas, unidade de I&D registada na FCT – Fundação para a Ciência e a

Tecnologia.

Notável igualmente tem sido o dinamismo das empresas do setor destacando-se aqui a atividade

desenvolvida nas últimas três décadas pela ADVID – Associação para o Desenvolvimento da Viticultura

Duriense, associação sem fins lucrativos fundada por um grupo de empresas exportadoras do setor, em

particular no que respeita às técnicas vitivinícolas e à questão da sustentabilidade ambiental. Aliás, a ADVID viu

reconhecida pelo Governo uma Estratégia de Eficiência Coletiva, sendo em consequência considerada entidade

gestora do Cluster dos Vinhos da Região do Douro Subsequentemente foi-lhe reconhecida idoneidade em

matéria de investigação e desenvolvimento nos domínios de viticultura e proteção da cultura da videira que

permite que as despesas relativas à contratação de atividades de I&D junto da ADVID sejam elegíveis no âmbito

do SIFIDE - Sistema de Incentivos Fiscais à I&D Empresarial.

Um outro exemplo, mais recente, que deve ser destacado refere-se à criação pelo município de Vila Real do

Centro Régia-Douro-Park que integra, numa parceria com a UTAD, o designado Centro de Excelência da Vinha

e do Vinho, direcionado para a investigação, desenvolvimento e transferência de tecnologia nos sectores da

Vinha, do Vinho e do Agroalimentar.

Outras entidades de natureza distintas têm também promovido iniciativas enquadráveis no tema em apreço,

referindo-se a título de exemplo o projeto SUVIDUR (Sustentabilidade da Viticultura de Montanha nas Regiões

Douro e Duero), promovido pelo IVDP – Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, e apoiado pelo POCTEP -

Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça Espanha Portugal.

2.2 O papel do Governo

No que respeita ao Governo Central e aos seus organismos desconcentrados verifica-se com preocupação,

sobretudo desde o início do século, um afastamento crescente neste domínio, de que o principal exemplo tem

sido o esvaziamento e papel do Centro de Estudos Vitivinícolas do Douro, apesar de ali subsistir um conjunto

de técnicos de grande valor que estão claramente subaproveitados e que urge redirecionar para as funções.

Merece especial preocupação o desaproveitamento de um valiosíssimo património rústico e urbano outrora

afeto à investigação e experimentação, mas hoje completamente desativado e num estado de quase abandono

que é a Quinta de Santa Bárbara, com a sua localização central na região e uma área total de 32 hectares, dos

quais 20 hectares de vinha com características vitícolas de montanha bem representativas da realidade da

região e a Adega Experimental de construção recente. A Quinta de Santa Barbara é um equipamento público e

tem condições únicas, pelo que deve ser um elemento fulcral de qualquer estratégia para a investigação e

experimentação na região do Douro.

Ao invés, num novo sinal de esperança e de nova dinâmica, o Governo anterior lançou um projeto decisivo

para o Douro e para o país que é a Plataforma de Inovação da Vinha e do Vinho que, por convénio entre a UTAD

e a CCDR Norte, tem como objetivo “desenvolver atividades destinadas a incorporar conhecimento e inovação

na fileira vitivinícola, visando acrescentar valor e tornar o setor mais competitivo e mais sustentável”. A respetiva

Comissão Científica Internacional vem trabalhando na criação desta plataforma para a qual estão consignados

já os necessários meios financeiros através do Portugal 2020.

Uma outra oportunidade poderá ser a criação de uma Rede Nacional de Experimentação Agrária que o atual

Governo tem referido e que não poderia nunca deixar de integrar a Região Demarcada do Douro.

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