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4 DE NOVEMBRO DE 2016 31

PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 544/XIII (2.ª)

VALORIZAÇÃO E PROMOÇÃO DO MOSTEIRO DE LORVÃO

A fundação do Mosteiro de Lorvão remonta ao século VI, época em que, pela primeira vez foi identificada a

paróquia suevo-visigótica de "Lurbane".

Registos do século X indicam-nos que o Mosteiro de Lorvão acrescida a sua importância no território, dada

a influência que exercia sobre a região.

Esta importância contribui para alterações sucessivas, tendo no Século XII sido construído um novo claustro

e uma igreja de três naves, das quais ainda subsistem os capitéis românicos.

Depois de uma fase inicial na posse dos monges eremitas de Santo Agostinho, o mosteiro adotou, em

meados do século XI, a Regra Beneditina, que se manteve até 1200, quando passou para a Ordem de Cister.

Nesta data, não apenas se adotou a nova reforma cisterciense, como o mosteiro passou a ser feminino,

tendo por invocação Santa Maria.

Esta profunda mudança, implicou, naturalmente, adaptações nos espaços, para acolher D. Teresa, filha do

rei D. Sancho I, que aqui viveu até à data da sua morte, em 1250, encontrando-se sepultada na igreja juntamente

com sua irmã, D. Sancha, em dois valiosos túmulos de prata.

Um importante restauro do mosteiro teve início nos últimos anos do século XVI, incidindo, em primeiro lugar,

no claustro, numa linguagem renascentista, onde se incluem várias capelas e a que se acrescentou as varandas,

já de pendor mais próximo do barroco, em 1677.

A portaria integrada no novo edifício, data de 1630. Foi, no entanto, o ciclo barroco que mais marcou o

mosteiro, intimamente relacionado com o culto oficializado às Santas Rainhas, que ainda hoje se mantém.

No século XVIII foi a igreja reconstruída com um traçado que denota toda uma influência de Mafra, e

construído um cadeiral do coro-baixo (1742-47), em jacarandá e nogueira, com espaldares altos e decorado

com figuras de santos Mártires, envoltos por folhagens.

A Extinção das Ordens Religiosas e os problemas sentidos após o falecimento da última freira (1887) levaram

a que boa parte do património do Lorvão se encontre disperso pelos diferentes Museus Nacionais, e outra parte

se tenha perdido.

Nos últimos anos foi o Mosteiro de Lorvão objeto de importantes obras de restauro, de salientar a recuperação

e restauro do secular órgão de tubos, e construção de um novo espaço museológico.

Para que o riquíssimo património, que ainda existe, não continue disperso e seja fruído por todos aqueles, e

são cada vez mais, que visitam esta joia da coroa do concelho de Penacova, vêm os deputados do PSD, abaixo

assinados, nos termos da alínea b) do artigo 156.º da Constituição e da alínea b) do n.º 1 do artigo 4.º de

Regimento propor à Assembleia da República adote a seguinte

Resolução

A Assembleia da República recomenda ao Governo, nos termos do n.º 5 do artigo 166.º da Constituição da

República, que concretize a realização do projeto de Recuperação e Valorização do Claustro com a abertura ao

público do Museu recentemente construído, nele incluindo uma exposição permanente com o principal espolio

artístico e iconográfico do Mosteiro de Lorvão, quer o existente atualmente no Mosteiro que o espalhado por

vários espaços no país; com espaço multimédia sobre a Historia do Mosteiro e a vida conventual ao longo do

tempo. Não devendo ser ignorado, na constituição do espaço museológico, o importante legado daquela

histórica casa conventual na produção documental ao nível dos códices medievais.

Assembleia da República, 3 de novembro de 2016.

Os Deputados do PSD: Luís Montenegro — Pedro Passos Coelho — Sérgio Azevedo — Maurício Marques

— Margarida Mano — Fátima Ramos — Pedro Pimpão — Manuel Rodrigues — Helga Correia — Sara Madruga

da Costa — Álvaro Batista — José Carlos Barros — Pedro do Ó Ramos — Luís Leite Ramos — Joana Barata

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