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II SÉRIE-A — NÚMERO 73 26

PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 683/XIII (2.ª)

PROTEÇÃO DO PATRIMÓNIO AZULEJAR PORTUGUÊS

O património azulejar português é de uma riqueza e de um valor incalculáveis. Ocupa um lugar de relevo não

só no Património Histórico e Artístico do nosso país, mas também no Património da Humanidade, destacando-

se pela qualidade e pela quantidade dos temas, estilos, materiais, técnicas e usos. Urge, por isso, defendê-lo e

preservá-lo, combatendo a grave delapidação do património azulejar português que ainda se verifica atualmente.

O património azulejar português tem vindo a enfrentar dificuldades devido à falta de desenvolvimento de uma

política articulada e coerente de proteção e divulgação por parte de sucessivos Governos, a isto acrescendo o

grande interesse que gera nos mercados de tráfico de bens culturais. Neste âmbito, torna-se necessário

ponderar intervenção no que concerne, particularmente, ao furto dos chamados “azulejos de padrão” e ao fluxo

de venda de azulejos antigos, problemas que têm vindo a ser reportados por entidades que mais diretamente

lidam com o Património Azulejar. A par da azulejaria figurativa, refira-se que os padrões são muito relevantes

na azulejaria portuguesa e logo desde o século XVII, altura em que saíram das olarias de Lisboa variados

exemplares para revestimento das paredes interiores de igrejas, conventos e palácios.

O Projeto “SOS Azulejo”, de iniciativa e coordenação do Museu de Polícia Judiciária, órgão da Escola de

Polícia Judiciária, tem tido um papel assinalável na efetiva proteção e valorização do património azulejar

português, que cabe aqui também reconhecer, promovendo uma abordagem multidisciplinar e o

desenvolvimento de diversas parcerias.

No entanto, tratando-se de matéria de proteção e conservação do Património Cultural do nosso país, é

imperioso que o Governo assuma as obrigações que ao Estado estão imputadas nesta matéria, promovendo,

designadamente, uma abordagem e um tratamento global da proteção do Património Azulejar português em

todo o território nacional. Para a definição dessa política, devem ser mobilizados os meios e ser convocadas

para a discussão as instituições mais diretamente responsáveis pelo Património Cultural.

Neste sentido, nos termos da alínea b) do artigo 156.º da Constituição e da alínea b) do n.º 1 do artigo 4.º do

Regimento, os Deputados do Grupo Parlamentar do PCP propõem que a Assembleia da República adote a

seguinte

Resolução

A Assembleia da República resolve, nos termos do n.º 5 do artigo 166.º da Constituição da República,

recomendar ao Governo que:

1 – Desenvolva um plano específico de proteção do património azulejar português que englobe uma vertente

de conservação preventiva, inventariação do património azulejar e uma estratégia de sensibilização para o seu

estudo, divulgação e valorização.

2 – Estude e avalie medidas no sentido de prevenir a demolição arbitrária de fachadas azulejadas e a

remoção de azulejos das mesmas.

Assembleia da República, 24 de fevereiro de 2017.

Os Deputados do PCP: Ana Mesquita — Paula Santos — Rita Rato — António Filipe — Paulo Sá — Miguel

Tiago — Francisco Lopes — Ana Virgínia Pereira — Diana Ferreira — João Ramos — Carla Cruz.

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