O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

II SÉRIE-A — NÚMERO 86 26

PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 776/XIII (2.ª)

PLANO DE REQUALIFICAÇÃO E MODERNIZAÇÃO DA LINHA DO VALE DO VOUGA

O transporte ferroviário desde sempre teve uma importância estratégica para o desenvolvimento local,

regional e nacional, assumindo, cada vez mais, um papel de maior relevância para a evolução económica e

social. A qualidade de vida das populações terá muito a ganhar com o crescimento e desenvolvimento deste

meio de transporte relativamente ao transporte rodoviário.

É indispensável defender e promover o caminho de ferro, por razões energéticas, ambientais e económicas.

Nenhum responsável político nega estas evidências e, contudo, sucessivos governos falharam em levar à prática

verdadeiras políticas de investimento público na rede nacional de transportes ferroviários ao serviço do país.

Construída pela Companhia Francesa de Construção e Exploração de Caminhos de Ferro, sob autorização

do então ministro do reino, João Franco, com garantias de juro do capital empregado, se a sua exploração não

desse os lucros suficientes, esta Companhia iniciou os trabalhos em dezembro de 1907. A inauguração oficial

do troço Espinho-Oliveira de Azeméis realizou-se em outubro de 1908, com a presença de D. Manuel II. A

exploração até à estação de Sernada do Vouga iniciou-se em 1911; de Sernada a Vouzela e Bodiosa a Viseu,

em 1913; de Vouzela a Bodiosa, em 1914. A extensão total da via-férrea era então de 175 kms, incluindo o

Ramal de Aveiro.

A Linha do Vouga, património secular, constitui um fator de desenvolvimento, estratégico e de mobilidade

sustentável da Região de Aveiro, nomeadamente entre dois dos principais polos, Aveiro e Águeda. Esta Linha

Vouga tem uma extensão de cerca de 97Km, onde se distinguem claramente dois ramais que passam por

importantes aglomerados populacionais, como Aveiro/Águeda e Albergaria-a-Velha/Oliveira de Azeméis/ S.

João da Madeira/ Santa Maria da Feira/Espinho.

Foi, sem dúvida, o melhoramento mais imponente concedido a esta região, tendo em conta a fertilidade do

seu solo, a sua indústria e comércio. Hoje, a linha do Vouga percorre os concelhos de Espinho, Santa M.ª da

Feira, S. João da Madeira, Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha, Águeda e Aveiro, numa extensão total de

96 Km, e a sua importância, quer no transporte de passageiros, quer no transporte de mercadorias (tendo em

conta, nomeadamente a necessidade de articulação de meios de transporte com menor recurso aos transportes

rodoviários, atendendo ao tecido produtivo da região – cerâmica, cortiça, produtos vinícolas, entre outros, que

beneficiam dos transportes de curta distância e com os custos significativamente mais baixos associados ao

transporte ferroviário) é inegável e cada vez mais evidente.

Infelizmente, políticas erradas relativamente à ferrovia, impediram que esta linha acompanhasse o

desenvolvimento que os transportes ferroviários tiveram nas últimas quatro décadas. O desmantelamento do

troço que ligava esta linha em Sernada do Vouga com a cidade de Viseu, percorrendo diversas localidades

rurais foi um erro estratégico e grosseiro. Prejudicou-se, com este procedimento infeliz, o crescimento

sustentado do interior, perdendo-se um instrumento que poderia contribuir ativamente para atenuar as tão

faladas assimetrias regionais.

Importa lembrar que, embora a liquidação desta linha centenária fizesse parte do chamado “Plano Estratégico

de Transportes” do Governo PSD/CDS, a contestação e a luta da população impediram o seu desaparecimento.

Importa também lembrar que, a 25 de outubro de 2013, o comboio foi colocado a funcionar a uma velocidade

de 10 km/hora, devido à intempérie de então, sendo que em novembro de 2013 foi anunciado que a ligação

entre Sernada do Vouga e Oliveira de Azeméis passaria a ser feita de autocarro. Neste momento, de acordo

com informação chegada ao Grupo Parlamentar do PCP, este percurso já só é assegurado de táxi.

O ataque, a degradação e o desinvestimento na Linha do Vouga e no serviço de ferrovia na região,

responsabilidade de sucessivos governos, contrariam orientações estratégicas sobre a promoção da Mobilidade

Sustentável, bem como opiniões de órgãos autárquicos expressas num número elevado de Moções aprovadas

em Assembleias Municipais (S. João da Madeira, Espinho, Oliveira de Azeméis, Águeda, Aveiro, entre outros

municípios) e na Assembleia Metropolitana do Porto, que defendiam a necessidade da requalificação e

recuperação da Linha do Vale do Vouga. Contraria também o que as populações justamente têm reivindicado,

exigindo a requalificação desta linha e a sua modernização.

Páginas Relacionadas
Página 0008:
II SÉRIE-A — NÚMERO 86 8 alfandegárias de per si não chega, obrigando a um esforço
Pág.Página 8
Página 0009:
29 DE MARÇO DE 2017 9 Considerando que as Regiões Ultraperiféricas podem ser, por e
Pág.Página 9