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II SÉRIE-A — NÚMERO 8

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O distrito mais afetado, no que concerne à área ardida, é Castelo Branco com 38.962 ha, cerca de 18% da

área total ardida até à data, seguido de Santarém com 34.705 ha (16% do total) e de Coimbra com 25.526 ha

(12% do total). O incêndio que provocou maior área ardida no distrito de Castelo Branco teve a sua origem na

freguesia de Várzea Dos Cavaleiros, concelho da Sertã, e consumiu 29.758 ha de espaços florestais (76% do

total ardido no distrito).

Com maior número de ocorrências, e por ordem decrescente, destacam-se os distritos de Porto (3.462),

Braga (1.468) e Viseu (1.353).

Até 30 de setembro de 2017 registaram-se 145 incêndios enquadrados na categoria de grandes incêndios

(superior a 100 ha de área ardida) que queimaram 192.652 ha de espaços florestais, cerca de 89% do total da

área ardida.

Esta situação é verdadeiramente dramática e tudo indica que as condições naturais para a ocorrência deste

tipo de fenómenos se irão agravar perante os diversos cenários de alterações climáticas e a persistência de uma

floresta desordenada e com problemas de gestão.

O Bloco de Esquerda tem vindo a afirmar a necessidade de uma alteração radical no paradigma das políticas

florestais, colocando o principal foco no ordenamento da floresta e do território e na gestão dos espaços

florestais. Apresentou propostas concretas e procurou introduzir alterações nos diplomas recentemente

aprovados por proposta do Governo. Contudo sempre considerou que não se tratava da necessária e urgente

reforma florestal, mas sim de algumas medidas que poderão contribuir para minimizar os riscos.

Nesse sentido, é essencial continuar a ouvir e respeitar as propostas vindas das pessoas e das organizações

que trabalham no sector florestal, bem como as ambientalistas, por uma verdadeira política florestal que

responda às necessidades específicas de cada região numa visão holística que consiga integrar todas as

dimensões, nomeadamente económica, ambiental, social e paisagística.

Questionámos recentemente o Governo sobre a inoperância do PDR no que respeita a medidas que

consideramos essenciais para a prevenção de incêndios, nomeadamente na ação 8.1.5 e a ação 8.1.3.

Continuam a chegar ao Bloco queixas de várias organizações de produtores, nomeadamente sobre candidaturas

para as ZIF e outras relativas aos mosaicos de gestão de combustíveis, igualmente em ZIF.

Dizem-nos estas organizações que as candidaturas da medida 8.1.3 do PDR2020, nomeadamente as

candidaturas de mosaicos de gestão de combustíveis (candidaturas destinadas à defesa da floresta contra

incêndios) continuam sem resposta.

Se não se tomarem medidas para que as candidaturas que preveem a gestão de matos em faixas e mosaicos

de gestão de combustíveis sejam aprovadas rapidamente, provavelmente para o ano vamos ter novamente

grandes incêndios e arderá o que não ardeu este ano. Se não se tomarem medidas para abrir novas fases de

candidaturas para por em prática, num curto espaço de tempo, a execução de faixas de gestão na rede viária e

faixas de proteção aos aglomerados populacionais, provavelmente para o ano vamos ter mais situações

dramáticas, principalmente em aldeias isoladas e rodeadas por áreas florestais com grande densidade de matos.

A continuar tudo na mesma, como parece que na prática vai ser, “irão arder aldeias de fio a pavio” como

disse um destacado dirigente associativo florestal.

A par desta inoperância do PDR verifica-se que a proteção civil, através da GNR, entendeu que a partir de

23 de setembro só ficariam ativos apenas um número residual de postos de vigia, tendo posteriormente

encerrado a totalidade no dia 28 de setembro.

No entanto, o ICNF continua a exigir aos sapadores florestais que permaneçam em vigilância. Desta forma,

continua a contribuir para penalizar as entidades que menos recursos têm, caso dos sapadores florestais,

enquanto a GNR deixa de ter os postos de vigia operacionais.

Com as alterações climáticas e a consequente ocorrência de fenómenos meteorológicos extremos, os verões

têm sido cada vez mais longos e, consequentemente, os períodos com maior risco de incêndio dilatam-se. Desta

forma cada vez mais os sapadores estão comprometidos à disponibilidade do serviço público e não conseguem

realizar serviços capazes de gerar recursos para a sustentabilidade das equipas. Se assim continuar e não

houver um reforço no apoio às equipas de sapadores florestais, as organizações gestoras de equipas de

sapadores florestais temem que futuramente será muito difícil manter as equipas.

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