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II SÉRIE-A — NÚMERO 64

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PROJETO DE LEI N.º 766/XIII (3.ª)

ESTABELECE A OBRIGATORIEDADE DE PROCEDIMENTO CONCURSAL PARA RECRUTAMENTO

DOS MÉDICOS INTERNOS QUE CONCLUÍRAM COM APROVEITAMENTO A FORMAÇÃO ESPECÍFICA

A formação médica em Portugal divide-se em dois momentos: formação inicial e formação pós-graduada. A

primeira corresponde à formação ministrada pelas universidades e faculdades de medicina e corresponde à

obtenção do mestrado integrado em Medicina, a segunda à realização do internato médico.

De acordo com a legislação em vigor, o internato médico “corresponde a um processo de formação médica

especializada, teórica e prática, que tem como objetivo habilitar o médico ao exercício tecnicamente diferenciado

na respetiva área de especialização” e desenvolve-se em dois períodos: o ano comum com a duração de um

ano a que se segue um período de 4 a 6 anos de formação teórico-prática específica, comumente designada de

formação médica especializada. Compete ao ministério da saúde em articulação com a ordem dos médicos, o

conselho nacional do internato médico organizar e desenvolver o internato médico.

O Regulamento do Internato Médico, Portaria n.º 224-B/2015, de 29 de julho, estipula que no final da

formação médica especializada a realização de uma avaliação final. Assim, segundo o artigo 60º são definidas

duas épocas de avaliação. A época normal que se realizará entre fevereiro e abril e a época especial, cuja

realização ocorrerá entre setembro e outubro. Pese embora estarem bem definidas as épocas de finalização da

formação médica especializada assiste-se há vários anos a atrasos na abertura por parte do Ministério da Saúde

dos procedimentos concursais para colocação dos médicos especialistas no Serviço Nacional de Saúde. Atrasos

que ganharam mais expressão no ano passado (2017), registando-se um atraso de oito meses na publicação

dos concursos.

Esta situação fragiliza o Serviço Nacional de Saúde porque os médicos não estão nos hospitais e centros de

saúde que deles necessitam, porque os médicos estão em exercício de funções sem estarem integrados na

carreira médica, porque muitos deles acabam por abandonar o SNS, optando pelo setor privado ou pela

emigração, e porque os que ficam continuam a receber o salário de interno apesar de estarem a exercer funções

de especialista. Tudo isto concorre também para o enfraquecimento e desvalorização da carreia médica, do

SNS e, como facilmente se compreende beneficia os grandes grupos económicos que operam na saúde.

Importa ainda registar que os hospitais definem até finais de março as suas necessidades de especialistas,

pelo que se torna mais caricato que não se avancem com os procedimentos concursais.

A não abertura dos procedimentos concursais para a colocação dos médicos recém-especialistas torna-se

também incompreensível e inaceitável quando se continuam a registar enormes carências de médicos no

Serviço Nacional de Saúde e, de forma particular nos hospitais como bem atestam a sucessão de notícias e

relatos sobre a situação caótica de muitos serviços de urgência ou os inúmeros hospitais que não cumprem o

tempo máximo de resposta garantido para as primeiras consultas de especialidade independentemente do tipo

de classificação obtida- muito prioritária, prioritária ou normal.

O Serviço Nacional de Saúde para ser plenamente cumprido necessita de profissionais em número

adequado, valorizados social e profissionalmente, sendo necessário para tal a tomada de medidas que

concorram para a contratação dos profissionais em falta, e medidas de reposição de rendimentos e de

valorização das carreiras.

Estando estipuladas épocas bem definidas para o término da formação médica especializada, bem como o

levantamento por parte das unidades do Serviço Nacional de Saúde das necessidades de médicos, importa por

isso que seja estabelecido um calendário preciso para a abertura dos procedimentos concursais, para que não

haja atrasos e para que o Serviço Nacional de Saúde não perca profissionais.

Nestes termos, ao abrigo da alínea b) do artigo 156.º da Constituição e da alínea b) do n.º 1 do artigo 4.º do

Regimento, os Deputados da Grupo Parlamentar do PCP apresentam o seguinte projeto de lei:

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