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II SÉRIE-A — NÚMERO 64

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e que, como exposto, o seu consumo não se encontra isento de riscos, correspondem, por exemplo, a 4 fatias

de fiambre, 2 salsichas médias ou 4 fatias de bacon.

Assim, consideramos ser da maior importância que os consumidores compreendam os riscos para a saúde

associados ao consumo daqueles alimentos e que tenham conhecimento deste risco no momento da aquisição

dos produtos.

Assim, pretendemos propor a criação e inclusão nos alimentos embalados de informação sobre o potencial

carcinogénico que determinados alimentos possuem, de acordo com a classificação elaborada pelo IARC. O

Ranking existente divide os vários agentes nos seguintes grupos: Grupo 1 (o agente é carcinogénico para

humanos – quando existem evidencias suficientes de que o agente é carcinogénico), Grupo 2A (o agente

provavelmente é carcinogénico para humanos – quando existem evidências limitadas ou insuficientes de que é

cancerígeno), Grupo 2B (o agente é possivelmente carcinogénico – quando existem evidências limitadas de que

o agente é carcinogénico ou não há evidências, mas há dados relevantes de que ele possa ser carcinogénico),

Grupo 3 (o agente não é classificado como carcinogénico – quando as evidências não são adequadas para

afirmar que aquele agente é carcinogénico ou quando o agente não encaixa em nenhum outro grupo), Grupo 4

(o agente provavelmente não é carcinogénico (quando faltam evidências de que o agente é carcinogénico).2

Não podemos ignorar que as carnes processadas são consumidas em grandes quantidades pela população

portuguesa, ultrapassando-se facilmente os valores máximos de consumo diário recomendado, sem que na

grande maioria dos casos as pessoas compreendam os impactos para a sua saúde associados a este consumo.

O caso das carnes processadas é particularmente premente na medida em que estas foram classificadas no

Grupo 1, existindo evidências suficientes de que são carcinogénicas para humanos. Todavia, é importante que

esta informação não diga respeito só a este tipo de alimentos mas a todos aqueles que são classificados pelo

IARC como carcinogénicos ou provavelmente ou possivelmente carcinogénicos, isto é, para todos os que se

incluam no Grupo 1, 2A ou 2B.

Neste sentido, recomendamos a criação de um semáforo com esta informação, propondo que o mesmo tenha

a seguinte configuração:

Acreditamos que a inclusão desta informação nos rótulos dos alimentos embalados contribuirá para a

existência de cidadãos mais informados, conscientes e atentos, permitindo a opção por alimentos mais

saudáveis, o qual terá necessariamente impactos positivos no Serviço Nacional de Saúde, minorando as

despesas decorrentes da adoção de estilos de vida desadequados e maus hábitos alimentares, nomeadamente

obesidade e doenças oncológicas.

2 http://monographs.iarc.fr/ENG/Classification/

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