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5 DE JULHO DE 2019

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PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 2264/XIII/4.ª

RECOMENDA AO GOVERNO QUE ASSEGURE QUE TODAS AS EMBARCAÇÕES LICENCIADAS E

QUE OPERAM NA ZONA DO PROJETO WINDFLOAT ATLANTIC SEJAM EQUITATIVAMENTE

INDEMNIZADAS

Exposição de motivos

O CDS-PP considera de extrema importância a promoção e desenvolvimento industrial das energias

renováveis oceânicas, como medida integrada no desenvolvimento da economia azul.

Ao longo dos últimos dois anos, o CDS-PP tem vindo sistematicamente a questionar a tutela, por escrito e

em audições na Assembleia da República, sobre a instalação do parque eólico offshore flutuante – WindFloat

Atlantic (WFA) – que o consórcio liderado pela EDP está a instalar ao largo de Viana do Castelo.

Inicialmente com arranque de produção previsto para 2019, o parque eólico offshore terá capacidade para

produzir eletricidade suficiente para fornecer 60 mil pessoas, ou seja, uma capacidade instalada de 25

megawatts dividida por três aerogeradores com uma capacidade de 8,4MW.

No entanto, na sequência de várias visitas ao local e reuniões com as associações de pescadores locais, o

CDS-PP tem vindo a chamar a atenção do Governo para o facto cerca de 50% da área prevista para o projeto

estar ocupada com artes de pesca licenciadas pela Direção Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços

Marítimos (DGRM).

As associações afetadas (Viana Pesca-OP – Cooperativa de Produtores de Peixe de Viana do Castelo,

Associação de Armadores de Pesca do Norte, Apropesca – Organização de Produtores de Pesca Artesanal e

Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar), em contacto havido com o Senhor Secretário Estado

das Pescas, terão informado da necessidade de afastamento para oeste, ainda que no mesmo enfiamento, do

início de implantação do parque. Dessa forma o sector não seria prejudicado com a amputação da área de pesca

onde se encontram as suas artes.

De acordo com informações recolhidas pelo CDS-PP, não se trata aqui de um antagonismo para com o

projeto, dado que as associações em causa já manifestaram publicamente o seu apoio.

Dada a importância da pesca no distrito, os pescadores não podem abdicar de uma área fundamental para

o setor na economia local; não podem retirar as artes de pesca, com licenças pagas, do local atribuído à EDP

Renováveis para instalar o projeto.

Em resposta às questões colocadas pelo CDS-PP, sobre a possibilidade de acomodar o WFA em

consonância com os pescadores, o Governo respondeu que não seria possível, por razões financeiras e

técnicas, a deslocalização da área de implantação do projeto, já que o mesmo foi desenhado para as condições

de profundidade, topografia de fundo e exposição aos ventos e ondulação no local inicialmente alocado ao

projeto, situado numa área de Desenvolvimento e Experimentação para Equipamentos de Produção de Energia

Renovável offshore, aproveitando as infraestruturas ali colocadas.

Disse ainda o Gabinete da Senhora Ministra do Mar que a DGRM, que atribuiu o Título de Utilização Privativa

de Espaço Marítimo (TUPEM), ponderou os interesses do setor da pesca, nomeadamente da pequena pesca

na medida em que esta ocorre maioritariamente desde a ¼ de milha e até às 6 milhas da costa, uma vez que o

TUPEM para um parque eólico flutuante se situa para além das 9 milhas náuticas da costa e a batimétricas

superiores aos 80 metros de profundidade. E que neste contexto, não pode ser considerado que existam

incompatibilidades entre a localização deste parque tecnológico para as energias renováveis, e a emissão das

Licenças para a pesca.

O CDS-PP teve recentemente conhecimento de que EDP Renováveis e o Governo têm mantido negociações

com cerca de 16 armadores, com o objetivo de alcançar um acordo monetário compensatório relativo à

desocupação das suas zonas de pesca para a colocação de três aerogeradores.

No entanto, tanto as associações de pesca locais, como muitos dos armadores e pescadores licenciados

terão sido mantidas à margem destas conversações, apesar de todos trabalharem naquela área onde irá passar

o cabo de energia do WFA e que, num futuro próximo, será interditada em toda a sua extensão e envolvente.

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