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6 DE NOVEMBRO DE 2019

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o dever de patrocinar para que o cenário em causa se inverta. Portugal merece-o. Mas sobretudo, Portugal

exige-o.

O Chega considera, como de resto sempre considerou, que é imperioso reduzir o número de Deputados do

Parlamento português. E di-lo, não por qualquer impulso meramente ideológico. Afirma-o, não por um qualquer

revanchismo representativo que vise essencialmente melindrar os interesses instalados. Fá-lo, isso sim, a bem

do interesse de Portugal e dos portugueses. Não são necessários 230 Deputados num País com a dimensão e

as clivagens político-ideológicas existentes em Portugal.

O Chega considera portanto, como sempre considerou, honrando aqui uma das suas principais propostas

eleitorais, que um Portugal melhor e mais capacitado para enfrentar o caleidoscópio de exigências que são os

tempos modernos, será forçosamente um Portugal em que o seu Parlamento é composto por menos Deputados

e por um sistema político mais barato, reduzido e eficiente.

É hoje impensável continuar a olhar para um Parlamento que, apesar de ser composto por duzentos e trinta

lugares, não consegue ser representante fiel dos desejos do seu povo. Não o sendo, tornou-se por isso vulgar

e por muitos quase considerada «normal» a paupérrima capacidade de intervenção política real.

Os portugueses não compreenderão que não sejamos capazes de implementar no Parlamento os mesmos

sacrifícios que exigimos às empresas e às famílias: menos gastos, menos excessos e maior eficiência.

Não escamoteia, no entanto, o Chega que defender um Parlamento com menos Deputados exigirá de todos

quantos nele hoje se encontram um contributo intelectual, político e jurídico sério, que só por si facilmente trará

à luz do dia o confronto entre os interesses pessoais e político-partidários de quem está na política apenas por

cargos ou lugares e os que, por no polo oposto se encontrarem, desejam e lutam apenas pela modernização e

melhoria do sistema político português.

Bem sabe igualmente o Chega que, sempre que toca no assunto que hoje aqui nos traz, o incómodo é geral.

Chovem as maiores indignações. Agigantam-se novamente os Velhos do Restelo da nossa praça e,

principalmente, fere-se gravemente o status quo instalado que de há décadas a esta parte colocou o nosso País

num lugar em nada condizente com a sua História e grandeza.

É igualmente comum o aparecimento de vozes que questionam como ousa o Chega propor tamanha

alteração na nossa realidade parlamentar, quando se a mesma acontecer, menos Deputados pode significar

inclusivamente a possibilidade do próprio Chega e outros partidos recentes não serem capazes de eleger

Deputados em muitos círculos eleitorais.

Sr. Presidente da Assembleia da República, Sr. Primeiro-Ministro, Sr.as e Srs. Ministros, Sr.as e Srs.

Deputados, o Chega é fiel aos seus princípios. O Chega é fiel à sua identidade. Ao Chega pouco importam

cálculos eleitorais que apenas procurem satisfazer a sagacidade e sofreguidão política de um qualquer desejo

de eleição pessoal. Ao Chega interessa apenas e exclusivamente lutar por um sistema político mais eficiente e

barato que finalmente seja capaz de pugnar pela melhoria das condições de vida que os portugueses tanto

desejam. É fundamental moralizar o sistema político.

E se na defesa desta proposta, do seu resultado advir a não eleição de qualquer Deputado pelo Chega, não

nos importará de todo esse cenário. Importar-nos-á, isso sim, o termos sido motor principal de uma mudança

histórica que será devidamente valorizada pela nossa sociedade. A todos repetimos, não vimos por cargos ou

lugares, vimos em completo espírito de missão de luta pela nossa pátria. Desafiamos portanto todos os outros

partidos políticos a se juntarem a nós nesta batalha Se não o fizerem, tal decisão será suficientemente clara

para que todos percebam aquilo que cada um de nós representa.

A máquina do Estado, em toda a sua totalidade, é hoje uma afronta a todo o povo português. O mesmo povo

português que vê ano após ano serem aumentados os seus impostos; o mesmo povo português que vê ano

após ano, a decadência generalizada dos serviços públicos para os quais contribuem, e que não honrando esse

esforço são cada vez menos capazes de cumprir as suas funções; o mesmo povo português que na verdade

todos os dias já não vive. Apenas sobrevive.

O Chega não irá compactuar com esta negra realidade. O Chega vem para refundar o regime. Para promover

uma sociedade de mérito. Para promover uma sociedade em que quem mais trabalha, não seja ao contrário do

que hoje acontece, mais castigado com impostos e onerações verdadeiramente atentatórias. O Chega vem para

garantir que o Estado não poderá mais ser um sorvedouro dos sacrifícios diários dos portugueses, e na hora da

verdade lavar as mãos como Pilatos, abandono-os à sua sorte. Quer seja na justiça, no emprego, na habitação

social, na educação ou na saúde. O Chega vem para ser parte e garante de uma mudança de paradigma em

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