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II SÉRIE-A — NÚMERO 89

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porto é essencial e é inaceitável que tenha vindo a ser estagnado por tanto tempo. Foi já em 1989 que se

previu a necessidade de existência de uma rede de metro que servisse a Área Metropolitana do Porto. A

definição de áreas a abranger foi feita pela primeira vez em 1998, e passaria por ligações entre Hospital de S.

João/Trindade/Santo Ovídeo; Campanhã/Trindade/Senhora da Hora/Matosinhos; Senhora da Hora/Vila do

Conde/Póvoa do Varzim; Senhora da Hora/Maia/Trofa.

Numa segunda fase acrescentam-se outras zonas de cobertura e em 2007 através de um «Memorando de

Entendimento» entre a Junta Metropolitana e o Governo é definida a segunda fase de expansão da rede com

um plano de alargamento da abrangência que já se via necessário à altura: ligação ao concelho da Trofa,

ligação ao concelho de Gondomar, prolongamento da ligação no concelho de Gaia, reforço das ligações

circulares nos concelhos de Matosinhos e do Porto. No entanto, e desde então, o investimento no metro do

porto pouco avança. Esta segunda fase seria de execução até 2018, mas apenas em 2011 se deu um ligeiro

aumento da cobertura através da ligação até Santo Ovídeo e a Fânzeres, mas desde aí nada mais avançou.

Na segunda fase ficaram por implementar as ligações à Trofa e a Laborim, mas também as circulares

externas: Matosinhos Sul/São Bento, Polo Universitário/Vasco da Gama e ainda Valbom/Campanhã. Em 2020

ainda não existe ligação à Trofa ou a Valbom, Laborim deixa de constar do plano com a ligação de Santo

Ovídeo a ser direcionada para Vila d’Este. Já a Linha Rosa deu lugar a uma diminuta linha circular entre a

Casa da Música e a Praça da Liberdade. Estas duas obras estão atrasadas e só estarão concluídas,

presumivelmente em finais de 2023, com mais seis quilómetros de linha e sete estações.

Para as ligações restantes não existe calendarização. E apesar de terem existido avanços e estudos

quanto às restantes linhas, nomeadamente a da Trofa, nenhuma destas linhas se encontra prevista. Ainda

assim, e finalmente, o Ministro do Ambiente, comprometeu-se com a Assembleia da República nas audições

do Orçamento do Estado para 2020 a solicitar um estudo para um tram train à Trofa, aproveitando o canal que

se encontra em acelerada degradação.

No referido estudo à mobilidade identifica-se que cerca de 1,3 milhões de pessoas se movimentam

diariamente dentro da AMP, o que representa cerca de 79% dos residentes. É em Arouca, Vale Cambra,

Paredes, Santo Tirso, Trofa e Póvoa Varzim que se registam mais deslocações pendulares por motivos

laborais e é o Porto que é o maior alvo destes movimentos dos concelhos da AMP. O estudo identifica ainda

que 84% destas deslocações são feitas por transporte individual, 10% em autocarro, e apenas 4% em

comboio e metro. Já a bicicleta e o transporte pedestre são residuais para este fim. Afere-se ainda que os

municípios com maior taxa de uso do transporte público são o Porto, Gondomar, Gaia e Matosinhos.

Provavelmente esta adesão terá relação com a oferta existente nestes concelhos.

Este levantamento é de extrema importância para entender de que forma se pode investir nos transportes

públicos na Área Metropolitana do Porto de forma a garantir mais e melhor transporte público que responda a

quatro questões essenciais: aumento da mobilidade das pessoas, incentivo à diminuição da dependência do

transporte individual, aumento da resposta interligada dos diversos modos de transporte (comboio, metro

ligeiro, elétrico, bicicleta, a pé) e que por fim reduza a pegada ecológica da mobilidade e garanta maior saúde

pública nas cidades retirando cada vez mais carros da Área Metropolitana do Porto e garantindo uma cada vez

maior circulação em transportes coletivos. Para isto é necessária uma rede fiável, com material circulante

suficiente, mas também com linhas e intermodalidade garantida.

Assim, tendo em conta este estudo e as novas e acrescidas necessidades de mobilidade na Área

Metropolitana do Porto, parece-nos ser essencial o desenvolvimento das ligações há muito prometidas e

evidentemente necessárias, mas também a possibilidade de outros polos com necessidades de mobilidade

que desenvolvam um sistema de metro radial e que abarque outros concelhos. Para além disto, é necessária

uma aposta na articulação entre meios de transporte, garantindo parques de estacionamento automóvel,

assim como a intermodalidade e conetividade territorial com outros territórios que não se encontram incluídos

na AMP. É importante garantir, um investimento plurianual na região do Porto no que concerne os transportes

de passageiros e de carga, através da expansão do metro e da ferrovia e também da implementação de

medidas de dinamização da intermodalidade e da mobilidade suave.

Por fim, e tendo em conta os contributos da Associação Portuguesa para a defesa do consumidor – DECO

– parece-nos importante reavaliar a informação e sinalética do metro do porto para sanar confusões existentes

desde a implementação deste modo de transporte no Porto, assim como garantir maior interoperabilidade com

a disponibilização da informação dos horários em tempo real nas estações de interface com outros meios de

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