O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

12 DE FEVEREIRO DE 2021

17

salvaguarda do conjunto arqueológico.

O Ministério da Cultura decidiu, em diálogo com o Patriarcado de Lisboa, preservar os achados, devendo ser

conservados, musealizados e integrados no projeto de recuperação da Sé.

Na sequência de uma reunião da Secção do Património Arquitetónico e Arqueológico (SPAA) do Conselho

Nacional de Cultura para analisar os pareceres sobre as ruínas postas a descoberto na zona sul do Claustro da

Sé, a SPAA «deliberou solicitar à equipa projetista a alteração do projeto com vista à integração das estruturas

arqueológicas em causa, apontando para o efeito linhas orientadoras que promovam a respetiva valorização e

salvaguarda», indo, assim, ao encontro da decisão do Ministério da Cultura.

A DGPC terá solicitado outros pareceres a especialistas em arqueologia islâmica e ao LNEC (Laboratório

Nacional de Engenharia Civil), divulgando-os apenas parcialmente, ao mesmo tempo que terá ignorado

pareceres de arqueólogos e historiadores, da Associação dos Arqueólogos Portugueses e do ICOMOS

(Conselho Internacional de Monumentos e Sítios) e, segundo pode ser consultado na sua página web oficial,

refere que «Os pareceres técnicos de arqueologia coincidem no reconhecimento da relevância dos vestígios

arqueológicos em apreço, assumindo também unanimemente que não existe evidência de que tais vestígios à

mesquita aljama de Lisboa.»

Refere ainda que, considerando a importância patrimonial dos achados, os peritos recomendam a respetiva

salvaguarda.

Ora, impõe-se um processo mais sério e transparente, que tenha em consideração os pareceres completos

de várias entidades, que devem ser publicitados previamente à conclusão do processo de decisão.

No mesmo comunicado da DGPC refere-se que «Da avaliação da segurança estrutural solicitada, concluiu o

LNEC que se impõe a finalização urgente da estrutura projetada, de forma a garantir a necessária estabilidade

e integridade da Sé de Lisboa e das ruínas, conjunto que na situação atual se encontra em risco, apresentando

uma vulnerabilidade sísmica excessiva». Desta forma, é fundamental proceder-se à estabilização da Sé e das

estruturas arqueológicas. Até agora, nada indica que a estabilidade do Claustro e da Sé é incompatível com a

preservação das estruturas islâmicas, devendo trabalhar-se no sentido de se encontrar a solução técnica que

permita conjugar ambas as situações.

Por fim, será ainda de referir que o Claustro da Sé está incluído na Área de Nível Arqueológico definida no

Plano Diretor Municipal de Lisboa, sendo apenas permitidos projetos que promovam «a consolidação e

valorização do uso patrimonial científico arqueológico», excluindo-se, deste forma, as desmontagens de

contextos arqueológicos patrimonialmente relevantes, como é o caso.

O Partido Ecologista «Os Verdes» entende que, face ao exposto, importa salvaguardar o património cultural,

impondo-se que o projeto de obras na Sé de Lisboa seja revisto com vista à finalização das obras, garantindo a

integridade e a estabilidade do edificado e a preservação e a integração museológica dos vestígios

arqueológicos islâmicos, apresentando o Grupo Parlamentar Os Verdes o seguinte projeto de resolução:

Ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, a Assembleia da República resolve

recomendar ao Governo que:

1 – Assegure que o projeto de obras na Sé de Lisboa é revisto tendo como objetivo a salvaguarda da

integridade e da estabilidade do edificado e a preservação e a integração museológica dos vestígios

arqueológicos islâmicos, como forma de valorização do projeto e do património.

2 – Incentive e promova as condições necessárias com vista ao estudo, à investigação e à divulgação das

intervenções realizadas no Claustro da Sé de Lisboa.

Assembleia da República, 12 de fevereiro de 2021.

Os Deputados do PEV: Mariana Silva — José Luís Ferreira.

———

Páginas Relacionadas
Página 0014:
II SÉRIE-A — NÚMERO 76 14 O eventual aumento da concentração de sólid
Pág.Página 14
Página 0015:
12 DE FEVEREIRO DE 2021 15 de violência doméstica continua a ter um peso bastante s
Pág.Página 15
Página 0016:
II SÉRIE-A — NÚMERO 76 16 recomendar ao Governo que: 1.
Pág.Página 16