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9 DE MARÇO DE 2021

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correlacionados com o aquecimento global e a transformação que tal fenómeno ditará na forma como vivemos

e coabitamos este planeta.

Portugal não é exceção. Os cenários climáticos previstos até ao final deste século revelam alterações

particularmente desafiantes para todo o território português, sendo os seus efeitos cada vez mais visíveis. Os

fenómenos meteorológicos extremos têm vindo a ocorrer com maior intensidade e frequência, causando sérios

danos e prejuízos para as economias e populações.

A capacidade de suavização das temperaturas elevadas que o arvoredo nos oferece é particularmente

importante neste quadro de alterações climáticas em que vivemos e no qual se preveem aumentos na

frequência, duração e severidade de ondas de calor, principalmente em Portugal Continental. Sabe-se que um

coberto arbóreo superior a 40% tem a potencialidade de reduzir a temperatura do ar até pelo menos 3.5 graus.

O impacte social destas ondas de calor não pode ser ignorado. É sabido que as populações mais vulneráveis

em termos socioeconómicos e em razão da sua faixa etária mais elevada, encontram-se mais expostas a este

tipo de alterações climáticas, pois encontram uma maior dificuldade de adaptação. Portanto, se estas as ondas

de calor não forem minimizadas por uma intervenção no espaço público, facilmente se podem tornar num fator

que tendencialmente contribuirá para as desigualdades sociais ao exponenciar a fragilidade dos grupos sociais

mais sensíveis.

Por isso, também aqui o coberto arbóreo encontra uma particular importância no que à suavização da

temperatura diz respeito.

Em matéria ambiental, desde logo, devemos destacar o importantíssimo papel que as árvores desempenham

na melhoria da qualidade da água disponível, através da filtração, bem como na gestão da sua quantidade pois,

para além de permitirem a recarga de aquíferos, favorecem a evaporação. A elas também associamos o seu

importantíssimo papel como meio de evitar inundações, de prevenção na erosão e degradação dos solos. E

hoje bem sabemos da importância que o solo representa no equilíbrio físico e químico da vida na Terra, ao

regular a quantidade e a qualidade de água, o ciclo de nutrientes e a qualidade da paisagem.

O património arbóreo ocupa, por isso, um lugar de relevo, fazendo parte integrante do que se convencionou

chamar de «infraestrutura verde urbana» a qual é fundamental no que toca aos seus efeitos reguladores

imediatos sobre o clima, da composição química da atmosfera, da hidrologia, da promoção da biodiversidade

urbana, da captação e fixação de CO2 e da libertação de oxigénio contribuindo, desta forma, para a transição

energética e qualidade do ar.

Por outro lado, são também indesmentíveis as vantagens que o arvoredo representa no que toca à proteção

de espécies e habitats e a importância que desempenha em termos de conservação e aumento da

biodiversidade.

A biodiversidade é hoje, como se sabe, um indicador de sustentabilidade urbana e de bem-estar humano,

servindo como ferramenta para monitorizar as alterações globais e medir os esforços da cidade na harmonização

das suas atividades com o meio natural.

Em tecido urbano a conservação, proteção e fomento do arvoredo torna-se fundamental para garantir a

existência de corredores verdes proporcionando um aumento da biodiversidade, facilitando a existência de locais

de abrigo, de nidificação e alimentação (pólen, frutos e sementes) para inúmeras espécies animais, incluindo

aves e insetos polinizadores.

No que à sustentabilidade das cidades do século XXI diz respeito, a biodiversidade conduz ao conceito de

que as cidades são ecossistemas e não de que possuem ecossistemas.

Para além de todas as vantagens que podemos retirar da conservação e fomento das árvores já

mencionadas, é possível delas retirar, de igual forma, grandes benefícios económicos, desde logo aqueles que

diretamente se encontram relacionados com a redução de gastos comerciais, sobretudo os relativos à poupança

energética, quer no arrefecimento, quer no aquecimento dos edifícios. Sendo que a correta localização do

arvoredo próximo de edifícios é fundamental para se alcançarem os benefícios máximos de conservação de

energia.

Quanto à função social do arvoredo, esta reflete-se na sua capacidade de proporcionar às populações áreas

de lazer e socialização, contribuindo para a valorização estética e cultural dos espaços verdes e permitindo o

desenvolvimento de ações de caráter educativo e pedagógico. Para além disso promove um equilíbrio entre as

áreas construídas e as áreas com vegetação, proporcionando uma melhoria do bem-estar e qualidade de vida

às populações.

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