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6 DE ABRIL DE 2021

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em termos socioeconómicos e em razão da sua faixa etária mais elevada, encontram-se mais expostas aos efeitos das alterações climáticas, pois encontram uma maior dificuldade de adaptação. Portanto, se estas as ondas de calor não forem minimizadas por uma intervenção no espaço público, facilmente se podem tornar num fator que tendencialmente contribuirá para as desigualdades sociais ao exponenciar a fragilidade dos grupos sociais mais sensíveis.

Por isso, também aqui o coberto arbóreo tem uma particular importância no que à suavização da temperatura diz respeito.

Em matéria ambiental, desde logo, devemos destacar o importantíssimo papel que as árvores desempenham na melhoria da qualidade da água, através da filtração, bem como na gestão da sua quantidade pois, para além de permitirem a recarga de aquíferos, favorecem a evaporação. A elas também devemos a sua capacidade de evitar inundações, de prevenção na erosão e degradação dos solos. E hoje bem sabemos da importância que o solo representa no equilíbrio físico e químico da vida na Terra, ao regular a quantidade e a qualidade de água, o ciclo de nutrientes e a qualidade da paisagem.

O património arbóreo ocupa, por isso, um lugar de relevo na nossa sociedade, fazendo parte integrante do que se convencionou chamar de «infraestrutura verde urbana», a qual é fundamental no que toca aos seus efeitos reguladores imediatos sobre o clima, bem como para a composição química da atmosfera e da hidrologia, a promoção da biodiversidade urbana, a captação e fixação de CO2 e a libertação de oxigénio contribuindo, desta forma, para a transição energética e qualidade do ar.

Por outro lado, são também indesmentíveis as vantagens que o arvoredo representa no que toca à proteção de espécies e habitats e a importância que desempenha em termos de conservação e aumento da biodiversidade.

A biodiversidade é hoje, como se sabe, um indicador de sustentabilidade urbana e de bem-estar humano, servindo como ferramenta para monitorizar as alterações globais e medir os esforços da cidade na harmonização das suas atividades com o meio natural.

Em tecido urbano a conservação, proteção e fomento do arvoredo torna-se fundamental para garantir a existência de corredores verdes proporcionando um aumento da biodiversidade, facilitando a existência de locais de abrigo, de nidificação e alimentação (pólen, frutos e sementes) para inúmeras espécies animais, incluindo aves e insetos polinizadores.

No que à sustentabilidade das cidades do século XXI diz respeito, a biodiversidade conduz ao conceito de que as cidades são ecossistemas e não de que possuem ecossistemas.

Para além de todas as vantagens já mencionadas que podemos retirar da conservação e fomento das árvores, é possível delas retirar, de igual forma, grandes benefícios económicos, desde logo aqueles que diretamente se encontram relacionados com a redução de gastos comerciais, sobretudo os relativos à poupança energética, quer no arrefecimento, quer no aquecimento dos edifícios. A correta localização do arvoredo próximo de edifícios é fundamental para se alcançarem os benefícios máximos de conservação de energia.

Quanto à função social do arvoredo, esta reflete-se na sua capacidade de proporcionar às populações áreas de lazer e socialização, contribuindo para a valorização estética e cultural dos espaços verdes e permitindo o desenvolvimento de ações de caráter educativo e pedagógico. Para além disso, promove um equilíbrio entre as áreas construídas e as áreas com vegetação, proporcionando uma melhoria do bem-estar e qualidade de vida às populações.

Não obstante todos estes proveitos, certo é que ao abrigo de uma errática leitura e gestão deste património temos assistido a uma multiplicidade de situações que vão hipotecando este legado, mormente no espaço urbano. Desde logo, podem identificar-se diversas situações geradoras de tensão social, tais como as resultantes da proximidade do arvoredo com as habitações, que provocam o ensombramento não desejado e a queda de fragmentos sobre pessoas e bens, bem como da folhada que se espalha pelos arruamentos.

Estas situações trazem aos municípios algumas dificuldades na gestão do espaço público, resultando muitas vezes em abates de espécimes e/ou podas excessivas que poderiam ser perfeitamente evitadas se houvesse um correto planeamento na ordenação e arquitetura do espaço público, seja ele urbano ou não, bem como uma acertada escolha dos espécimes plantados.

Não obstante existir uma unanimidade técnico-científica sobre as boas práticas de gestão do arvoredo, inclusive do existente em tecido urbano, esse conhecimento é na maioria das vezes ignorado por quem tem o poder de decisão e gestão sobre esta matéria.

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