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9 DE ABRIL DE 2021

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Relatório do Grupo de Trabalho Museus no Futuro, acima referido, infraestruturas adequadas, hardware e software, especialização, conhecimentos e recursos humanos e financeiros, os quais «não existem de forma equitativa nos museus e monumentos, o que exige investimentos avultados e pode ocasionar desigualdades entre instituições na sua capacidade de atuação»4.

Outra transformação importante relaciona-se com a designada transição verde. O Relatório do Grupo de Trabalho Museus no Futuro refere que «a necessidade de poupança de energia e de redução da pegada ecológica levantam questões de compatibilização com as regras e os requisitos de conservação das coleções, a gestão das reservas, a circulação de bens culturais e a manutenção das instalações numa perspetiva sustentável»5.

Desta forma, sugere que «as intervenções no património edificado, com atenção à eficiência energética e à redução do consumo de água, redução de resíduos, eliminação do plástico de uso único, ou à promoção de estacionamento de bicicletas no exterior das instalações são alguns exemplos de medidas de sustentabilidade ambiental a desenvolver e a ampliar», as quais implicarão alterações nas práticas e no funcionamento dos Museus6.

Pela verdadeira prossecução da conservação, defesa e divulgação do património cultural, e tendo em conta que deve este património acompanhar as novas realidades da transição verde e transformação digital, cremos que este é um momento fulcral para a implementação de medidas concretas.

Consideramos que as necessárias alterações ao cenário atual destas instituições implicam uma reflexão acerca da articulação entre as diversas tutelas do Estado, para além do Ministério da Cultura. Desde logo, a cooperação com o Ministério da Economia e da Transição Digital tem aqui uma importância flagrante não só em termos das exigências digitais mas também do sector económico. Como referimos acima, os MPM são um elemento incontornável quando se fala de turismo, uma atividade de peso na nossa economia, atraindo visitantes não só aos centros urbanos como também ao interior, o que os torna relevantes também quando falamos de desenvolvimento e promoção de territórios de baixa densidade.

Em relação a esta matéria, o Relatório do Grupo de Trabalho Museus no Futuro refere que no período pós-pandemia assistiremos a um aumento do número de visitantes estrangeiros, os quais totalizam, em 2019, 65% do total de visitantes dos MPM da DGPC e das DRC. No momento atual, consideram «particularmente importante o desenvolvimento de estratégias de captação de públicos nacionais, ganhando o seu interesse e motivação para visitar os museus, palácios e monumentos, enquanto locais seguros de descoberta e de experiências culturais». O estudo refere ainda a importância de agarrar esta oportunidade no sentido da «diversificação dos fluxos de visitantes no território e de incremento da atratividade de museus e de monumentos localizados fora das centralidades»7.

Não podemos deixar de referir a importância dos MPM na educação e experimentação, constituindo-se um círculo de enriquecimento perpétuo, no qual o património cultural está na base de uma cidadania consciente e empenhada, sendo a comunidade estudantil sujeito de relevo na defesa e conservação daquele. Neste âmbito, a cooperação da cultura com os Ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior será, sem dúvida, uma mais-valia, até porque, como bem diz o relatório que temos vindo a citar: «As parcerias com as universidades constituem as bases para explorar diferentes pistas de estudo das coleções que alicercem novas perspetivas e abordagens de apresentação aos públicos»8.

Esta articulação é essencial tendo em conta a transversalidade do património cultural que, de acordo com o Relatório do Grupo de Trabalho Museus no Futuro, pode ser resumida da seguinte forma: «Os MPM intervêm nomeadamente nas áreas da educação, da investigação, da integração social, da coesão territorial, do desenvolvimento turístico, da promoção do desenvolvimento sustentável, da igualdade e diversidade, da criatividade e do empreendedorismo»9.

Face ao exposto, recomendamos ao Governo a adoção de diversas medidas com vista à transição digital e verde nos museus, palácios e monumentos, bem como à cooperação dos diversos ministérios com competências nesta matéria.

4 Relatório do Grupo de Trabalho Museus no Futuro – http://www.patrimoniocultural.gov.pt/static/data/docs/2020/07/15/relatoriomuseusfuturo7_7.pdf 5 Idem 6 Idem 7 Idem 8 Idem 9 Idem

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