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II SÉRIE-A — NÚMERO 116

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perturbação da atividade económica, conjugada com o peso relativo dos sectores mais vulneráveis às restrições

à mobilidade.

Neste contexto, as projeções mais recentes das principais instituições internacionais apontam para uma

recuperação significativa da atividade económica mundial em 2021, prolongando-se nos próximos anos. O

crescimento do PIB mundial deve aumentar 5,6% e 4% em 2021 e 2022, respetivamente, de acordo com a

OCDE (-3,4% em 2020). No que concerne à área do euro, é expectável que o PIB cresça em torno de 4% em

2021 e 2022 (-6,8% em 2020), e a um ritmo mais moderado em 2023, segundo as projeções do BCE, refletindo

a retoma da economia e do comércio mundiais; a par do início da execução dos investimentos e reformas

previstos nos Planos de Recuperação e Resiliência (2021-2026) e no Quadro Financeiro Plurianual (2021-2027).

Após uma quebra significativa da procura externa relevante para Portugal, associada ao forte recuo das

importações provenientes dos principais parceiros comerciais, projeta-se uma recuperação robusta deste

indicador em 2021 e nos anos seguintes. De acordo com as mais recentes estimativas do FMI, o preço do

petróleo deve recuperar significativamente em 2021, para cerca de 58,5 USD/bbl (47,9 €/bbl), comparado com

43,2 USD/bbl (37,9 €/bbl) em 2020, em linha com a normalização da procura por parte dos países importadores

de petróleo, baixando lentamente nos anos seguintes, até atingir o valor de 50,7 USD/bbl (40,9 €/bbl) no ano de

2025. Num cenário de manutenção de uma política monetária muito acomodatícia e de continuidade de medidas

não convencionais por parte do BCE, nomeadamente através de vários programas de injeções extraordinárias

de liquidez criados ao longo de 2020, prevê-se que as taxas de juro de curto prazo da área do euro se

mantenham em valores muito reduzidos durante um período prolongado (de -0,5%, em 2021 e 2022 e de -0,4%

em 2023). Adicionalmente, projeta-se a continuação de uma apreciação progressiva do euro face ao dólar norte-

americano (1,14, em média, em 2020).

Cenário de médio prazo

Neste contexto, o cenário macroeconómico para a economia portuguesa nos próximos cinco anos contempla

uma estimativa do crescimento real do PIB em 2021 de 4%, configurando uma retoma da trajetória de

crescimento da economia, com o nível de 2019 a ser ultrapassado em 2022. Esta estimativa configura uma

revisão em baixa face à previsão no OE 2021 (5,4%), tendo presente o impacto do confinamento prolongado

vivido no primeiro trimestre, ligeiramente mitigado pelo desempenho melhor do que o esperado da atividade

económica no quarto trimestre de 2020 e pelos primeiros efeitos do Plano de Recuperação e Resiliência. Prevê-

se que o crescimento em 2021 advenha maioritariamente da procura interna (2,9 p.p.), mas também do

contributo da procura externa líquida (1,1 p.p.). No ano seguinte o crescimento do PIB deverá acelerar para

4,9%, mantendo-se um crescimento superior a 2% ao longo do restante período de projeção.

O consumo privado deve registar um crescimento de 2,8%, acelerando para 3,7% em 2022, estabilizando

posteriormente em cerca de 2,1%. Esta evolução está em linha não só com as projeções para o emprego, que

se espera que aumente paulatinamente, e em particular em 2022 (1,1%), mas também para a taxa de

desemprego que deverá ascender aos 7,3% em 2021, recuperar no ano seguinte, e prosseguir a trajetória

descendente registada antes da pandemia. Apesar do aumento esperado do emprego em 2021, a taxa de

desemprego deverá ser superior à verificada em 2020 fruto do aumento da população ativa (0,7%).