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0009 | II Série B - Número 002 | 29 de Setembro de 2001

 

paradigma recente que ilustra o que não deve ser o ensino superior.
A Universidade Fernando Pessoa começou este ano lectivo (2000/2001) a leccionar um curso de CF que traz algumas novidades curriculares. Assim, o plano de estudos do 1.º ano inclui cinco cadeiras (Língua Estrangeira, Língua Inglesa I, Língua Inglesa II, Estudos Europeus e Métodos e Técnicas de Comunicação) que nada têm a ver com o curriculum normalizado de um curso de CF. Estas cadeiras, que não constituem uma mais valia para o curriculum, apenas têm razão de existir devido às disponibilidades, em matéria de docentes, desta universidade. Isto vem revelar um problema de maior dimensão, que é o de Portugal não possuir um número suficiente de docentes para formar com a devida qualidade pedagógica, científica e profissional o crescente número de estudantes de CF dos sete estabelecimentos.
Contudo, ainda existem mais propostas para a abertura de mais cursos de CF. Será possível?
Outra incompreensível situação verificou-se novamente com a Universidade Fernando Pessoa. Iniciando o ensino do curso de CF no início do ano lectivo de 2000/2001, a homologação só foi conseguida em Janeiro de 2001. Esta situação ilegal foi posteriormente legalizada devido aos inexplicáveis efeitos retroactivos para o ano lectivo de 2000/2001. Tudo isto deixa-nos apreensivos quanto ao funcionamento das entidades que devem fiscalizar estas situações.
Todo este quadro apresentado cria uma imagem de que a abertura de um curso superior em Portugal é matéria fácil, moldável e economicamente compensatória. Não é necessário atender ao estado do mercado profissional; não é necessário ter um curriculum adequado; não é necessária a homologação (pelo menos nos primeiros tempos); não é necessário ter um corpo docente especializado na área.
É necessário esclarecer.
Gostaríamos de saber o que é necessário para abrir e manter um curso de CF, e neste sentido, pretendemos num futuro muito próximo uma avaliação profunda e exigente a todos os estabelecimentos que o leccionam, afim de verificar se cumprem com os requisitos necessários. Só com um grau de exigência superior poderemos separar o "trigo do joio" e, assim, criar um ensino que verdadeiramente se denomine de superior.
Gostaríamos de saber quantos cursos iniciaram sem estarem homologados, e quais destes foram alvo de processos judiciais.
Gostaríamos que esta estrutura de ensino superior fosse repensada, pois sabemos de antemão que as futuras alterações a serem implementadas não serão suficientes para solucionar o nosso problema - problema este que não é exclusivo dos estudantes, pois afectará directamente os próprios utentes.
Gostaríamos de soluções.
Existem países que fecham faculdades desnecessárias, países que procuram outras competências para os farmacêuticos, países que apostam na qualidade em detrimento da quantidade, países em que o ensino é superior, países estes que podem ser Portugal.
Queremos soluções e estamos dispostos a ajudar a construi-las em prol de um futuro superior.

Lisboa, 2 de Maio de 2001. O primeiro subscritor, José João Dias Carvalho.

Nota: - Desta petição foram subscritores 4474 cidadãos.

A Divisão de Redacção e Apoio Audiovisual.

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