O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

2 | II Série B - Número: 002 | 23 de Setembro de 2006

VOTO N.º 67/X DE PESAR PELA MORTE DO ENG.º VASCO DE CARVALHO

Faleceu no passado dia 22 de Agosto, aos 97 anos de idade, o Eng.º Vasco de Carvalho.
Militante comunista desde muito novo, destacou-se pela sua acção e coragem na resistência contra o fascismo, tendo passado 10 anos da sua juventude na clandestinidade e na prisão. Enquanto membro do PCP, assumiu as mais altas responsabilidades na condução da actividade partidária.
No período difícil do início da década de 40, marcado pela feroz perseguição que o regime de Salazar movia aos comunistas e a todos os antifascistas, foi vítima de uma bem sucedida intriga da PIDE, calúnia que o perseguiu, discriminou e amargurou durante décadas. Firme nas suas convicções, nunca abandonou a luta contra a ditadura, que prosseguiu activamente, empenhando-se no movimento cooperativista.
Foi fundador e durante muitos anos presidente do Ateneu Cooperativo e dirigente da Federação Nacional das Cooperativas de Consumo. Foi co-autor do livro, dirigido por António Sérgio, O Cooperativismo: objectivos e modalidades que, à data, constituiu um importante impulso para aquele movimento social.
Vasco de Carvalho dedicou-se aos problemas da habitação social e ao movimentos dos moradores, tendo presidido à Associação dos Inquilinos Lisbonenses, quer antes quer depois do 25 de Abril.
Vasco de Carvalho, possuidor de uma fina inteligência e apurado espírito científico, destacou-se igualmente, a nível profissional, como engenheiro electrotécnico. Participou na criação do Instituto de Soldadura e Qualidade, foi dirigente da Associação Portuguesa de Manutenção Industrial e docente na Universidade Nova de Lisboa.
A vida de Vasco de Carvalho é um elevado exemplo de intervenção cívica e de luta pela democracia, por uma sociedade mais justa e pela liberdade igualitária, como gostava de dizer. Fiel às suas convicções ideológicas e ao seu posicionamento político, Vasco de Carvalho foi sempre um construtor persistente do diálogo, da aproximação e da acção comum dos democratas.
A sua vida enriqueceu a nossa democracia. A sua morte deixa-a mais pobre.
A Assembleia da República, confrontada com o falecimento do Eng.º Vasco de Carvalho, aprova o presente voto de pesar e exprime aos seus familiares e amigos as mais sentidas condolências.

Lisboa, 20 de Setembro de 2006.
Os Deputados do BE: Luís Fazenda — Mariana Aiveca — Helena Pinto — Alda Macedo — João Semedo — mais uma assinatura ilegível.

———

VOTO N.º 68/X DE PESAR PELO FALECIMENTO DO EX-DEPUTADO VEIGA DE OLIVEIRA

Faleceu no passado dia 24 de Agosto Álvaro Veiga de Oliveira, resistente da ditadura, Ministro de dois governos provisórios, Deputado Constituinte e da Assembleia da República, Vereador na Câmara Municipal de Cascais.
A sua vida constitui um exemplo de participação cívica e democrática. Preso aos 29 anos de idade, em 1958 retomou a luta pelos seus ideais, voltando a ser preso em 1965.
Era detentor de um triste recorde nacional. Esteve 37 dias submetido à tortura do sono pela polícia política de Salazar, nos fins dos quais entrou em coma e durante longos meses ficou internado no Hospital Prisão de Caxias, só voltando à liberdade já com Marcelo Caetano em 1970.
Foi um ilustre Deputado desta Casa e um interveniente parlamentar, deixando na memória do Parlamento inesquecíveis intervenções políticas.
Foi militante do PCP, partido que abandonou e era o pai do chamado Grupo dos Seis.
Álvaro Veiga de Oliveira foi sempre um homem livre e que lutou coerentemente pelas suas ideias. Morreu discretamente sem querer homenagens.
No entanto, a Assembleia da República não pode deixar de render homenagem ao cidadão e ao Deputado que se notabilizou em diferentes momentos da vida do País.
À família do Eng.º Álvaro Veiga de Oliveira a Assembleia da República endereça as mais sentidas condolências e presta uma muita merecida homenagem.

Palácio de São Bento, 20 de Setembro de 2006.
Os Deputados do PSD: Zita Seabra — Luís Marques Guedes — Miguel Relvas — Miguel Frasquilho — António Montalvão Machado.

——

Páginas Relacionadas