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7 | II Série B - Número: 017 | 18 de Outubro de 2008


PETIÇÃO N.º 513/X (3.ª) APRESENTADA PELO MOVIMENTO DE DEFESA DO RAMAL DA LOUSÃ, SOLICITANDO À ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA UMA AVALIAÇÃO TÉCNICO-ECONÓMICA DA REABILITAÇÃO DO RAMAL DA LOUSÃ, COM MANUTENÇÃO DA ACTUAL FERROVIA, SUA ELECTRIFICAÇÃO E MODERNIZAÇÃO, SEM INTERRUPÇÃO DO SERVIÇO DE TRANSPORTE FERROVIÁRIO PRESTADO AOS UTENTES

Nos termos do disposto na Lei n.º 43/90, de 10 de Agosto, com as alterações introduzidas pelas Leis n.os 6/93, 15/2003 e 45/2007, os abaixo assinados vêm apresentar a presente petição, com os seguintes fundamentos:

Como deve ser do conhecimento dos Srs. Deputados, existe há anos sedeada em Coimbra a empresa Metro Mondego, SA, com estrutura accionista actual indicada no Anexo 1 (a). Ao longo de mais de 15 anos, desde a sua criação, esta empresa do Estado já gastou muitos milhões de euros em estudos (Anexo 2) (a), expropriações e demolições.
Contudo, muitos habitantes dos concelhos da Lousã, Miranda do Corvo e Coimbra, que ao longo de tantos anos se habituaram a ouvir falar do Metro do Mondego quando se aproximam actos eleitorais, acabaram por deixar de acreditar nos objectivos de tal empresa, concluindo ser antes destinada a criar os famosos jobs for the boys em vez de concretizar a missão que lhe foi destinada. Uma missão que, aliás, muitos consideram ter sido direccionada para servir unicamente Coimbra, pois a ferrovia que liga Coimbra-Parque a Serpins (com mais de 100 anos de existência!) é um troço acidentado de montanha, com bitola idêntica à da rede nacional, que nada tem a ver com as características da rede de metro que se pretende implantar na cidade.
Quando o País e o mundo passam por uma grave crise energética e climática, devendo adoptar-se alternativas que não passem pelos combustíveis e que defendam o ambiente, assume nova importância o modo de transporte ferroviário e a sua modernização.
Num momento em que o Sr. Primeiro-Ministro pede todos os dias contenção, pode aceitar-se que seja mantida uma empresa do Estado, que tantos recursos tem gasto sem se perceber bem para quê e que pratica tão generosas remunerações como as que constam do seu relatório de contas de 2007 (Anexo 3) (a)? Ao longo dos anos e durante sucessivos governos manter esta empresa parece ter sido uma estratégia de deixar que os seus verdadeiros objectivos fossem conhecidos a conta-gotas para provocar uma espécie de efeito anestésico nas populações atingidas.
Mas a população que é servida por este meio de transporte ferroviário, criado há mais de 100 anos, parece não estar distraída nem adormecida e, por certo, não vai admitir mais um atentado à sua dignidade e qualidade de vida. Orgulha-se do seu passado na afirmação da melhoria de mobilidades, do presente que constrói e do futuro que quer para os seus filhos.
De facto, o anunciado encerramento do Ramal da Lousã constituiria um grave atentado aos interesses dos habitantes servidos por este ramal, à sua mobilidade, à juventude e ao desenvolvimento da região, agravando o seu isolamento e desertificação.
Por isso afirmam não querer deixar-se enredar mais neste jogo que dura há tantos anos e só tem favorecido umas quantas pessoas nomeadas pelos vários governos para cargos de confiança política, enquanto se deixa ao abandono um centenário ramal ferroviário.
A população que utiliza este ramal para se deslocar para os seus empregos teria em risco os seus postos de trabalho com o encerramento da linha. Os jovens que precisam de se deslocar para os vários estabelecimentos de ensino de Coimbra veriam as suas vidas bastante complicadas com a interrupção da circulação no ramal.
Lembramos que mais de um milhão de passageiros utiliza durante um ano o Ramal da Lousã e que uma grande percentagem da população dos concelhos de Miranda do Corvo e Lousã que utiliza este meio de transporte precisa de estar a horas nos seus locais de trabalho e nas escolas e não dispõe de outro meio de transporte com condições idênticas, em termos de preço e tempo de viagem.

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