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5 | II Série B - Número: 080 | 8 de Janeiro de 2011

DE PESAR PELO FALECIMENTO DE MALANGATANA

Faleceu nesta madrugada, em Portugal, no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, o grande pintor moçambicano Malangatana Valente Ngwenya, vítima de doença prolongada.
Malangatana Valente Ngwenya é uma grande figura da cultura moçambicana e também uma referência inapagável do espaço lusófono.
Nascido em 1936, em Matalana, no distrito de Marracuene, nos arredores da então Lourenço Marques - actualmente, Maputo -, Malangatana, com origens e vida muito humilde, iniciou-se na pintura, com grande simplicidade e quase que por acaso, ainda na década de 50. Cedo se tornaria notado e logo inaugurou as primeiras exposições, que não deixariam de o projectar continuamente cada vez mais, década após década.
No início da década de 70, seria bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, sendo aqui a fonte, segundo o próprio Malangatana, da grande proximidade que sentia com os artistas portugueses.
Malangatana era uma personalidade rica, de grandes e variados talentos artísticos, tendo-nos deixado, além da pintura, um numeroso e abundante legado na cerâmica, na tapeçaria, na gravura, no desenho, na aguarela e na escultura. E evidenciou diferentes interesses sociais, destacando-se também como poeta, actor, dançarino, músico, dinamizador cultural, organizador de festivais, filantropo e nosso colega como deputado na Assembleia da República de Moçambique.
A sua arte está presente em diversos países, tanto em museus e galerias públicas como em inúmeras colecções privadas, assim pontuando a presença forte da arte moçambicana em todos os recantos do mundo.
E a sua projecção foi de enorme renome através de incontáveis exposições, individuais e colectivas, por todo o mundo, desde 1959, deixando vasto registo de uma notável carreira artística cinquentenária.
Amigo de Portugal e dos portugueses, Malangatana foi condecorado com a Ordem do Infante D. Henrique e distinguido como Doutor honoris causa pela Universidade de Évora. Entre outras distinções que recebeu destacam-se, a nível internacional, o Prémio Príncipe Claus e a nomeação pela UNESCO como Artista pela Paz.
A morte de Malangatana é sentida, em particular pelos moçambicanos, como a perda do maior ícone contemporâneo da sua cultura e constitui, em todo o espaço lusófono e, em geral, no mundo das artes e da cultura, um momento de sentida mágoa, que apenas a imortalidade perene da sua obra notável atenua.
Assim, a Assembleia da República, exprime sentido pesar pela morte de Malangatana Valente Ngwenya, grande referência da cultura e da arte moçambicanas, e endereça à sua família e a todo o povo e autoridades de Moçambique a manifestação solidária das suas homenagens e condolências.

Palácio de São Bento, 5 de Janeiro de 2011.
Os Deputados do CDS-PP: Pedro Mota Soares — Paulo Portas — Nuno Magalhães — João Rebelo — Abel Baptista — Teresa Caeiro — Hélder Amaral — João Pinho de Almeida — Telmo Correia — Artur Rêgo — Michael Seufert — Raúl de Almeida — José Manuel Rodrigues — João Serpa Oliva — José Ribeiro e Castro — Filipe Lobo d' Ávila — Isabel Galriça Neto — Durval Tiago Ferreira — Pedro Brandão Rodrigues.

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VOTO N.º 89/XI (2.ª) DE PESAR PELO FALECIMENTO DE EDUARDO AZEVEDO SOARES

Faleceu Eduardo Azevedo Soares.
A sua morte, aos 69 anos, ocorreu no passado dia 29 de Dezembro, vítima de doença.
É sempre difícil falar de um ex-colega nosso, pelo que falemos essencialmente da acção que marcou a passagem de Azevedo Soares entre nós.

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