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4 | II Série B - Número: 155 | 25 de Fevereiro de 2012

VOTO N.º 45/XII (1.ª) DE PESAR PELO FALECIMENTO DO EX-DEPUTADO DO PS FRANCISCO IGREJAS CAEIRO

Faleceu, no passado dia 19 de fevereiro aos 94 anos, Francisco Igrejas Caeiro. O caráter afável e fraterno e, sobretudo, o testemunho de uma vida baseada na generosidade e entregue às causas da liberdade e da democracia fizeram de Igrejas Caeiro uma personalidade ímpar que granjeou o respeito e a admiração dos seus companheiros e adversários políticos.
Considerado um dos nomes mais marcantes e populares da cultura, da rádio, do teatro, do cinema e da televisão em Portugal, Igrejas Caeiro foi perseguido pela ditadura do Estado Novo, tendo-se destacado pela afirmação dos seus ideais e valores e pelo contributo cívico que deu no seu país.
Estreou-se em Lisboa, no ano de 1940, no Teatro Nacional D. Maria, de onde viria a ser expulso devido às suas posições antifascistas. Entre as suas obras, contam-se a atuação no filme Camões, de Leitão Barros, em 1946, e a produção dos populares programas de rádio Os Companheiros da Alegria e Comboio das 6 e meia, nos anos 50 do século XX. Em 1969 fundou e dirigiu o Teatro Maria Matos, em Lisboa, inaugurado com a peça Tombo no Inferno, de Aquilino Ribeiro.
Militante do Partido Socialista, foi Deputado à Assembleia da República e vereador da Câmara Municipal de Cascais. Além disso, Igrejas Caeiro foi, também, diretor de programas da Emissora Nacional de Radiofusão (RDP).
A Sociedade Portuguesa de Autores atribui-lhe o Prémio de Consagração de Carreira em 2005 e também a Medalha de Honra, dedicando-lhe uma grande exposição retrospetiva em 2007. Mesmo debilitado, Francisco Igrejas Caeiro acompanhou as atividades da SPA até quase ao final da sua vida.
Por todas estas razões e mais as que não cabem num voto de pesar, a Assembleia da República invoca a memória de Francisco Igrejas Caeiro e apresenta à sua família e à Sociedade Portuguesa de Autores as suas sentidas condolências.

Assembleia da República, 22 de fevereiro de 2012 Os Deputados do PS: Carlos Zorrinho — Renato Sampaio — Isabel Santos — José Junqueiro — José Lello — Manuel Pizarro — Sónia Fertuzinhos — Isabel Alves Moreira — Filipe Neto Brandão — Hortense Martins — Jacinto Serrão — Miranda Calha — Inês de Medeiros — Odete João — Idália Salvador Serrão — Pedro Delgado Alves — António Braga — Duarte Cordeiro — Carlos Enes — Pedro Farmhouse — Miguel Coelho — Ricardo Rodrigues — Rui Jorge Santos — Elza Pais — Eurídice Pereira.

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VOTO N.º 46/XII (1.ª) DE CONGRATULAÇÃO PELA ATRIBUIÇÃO DE PRÉMIOS INTERNACIONAIS A CINEASTAS PORTUGUESES

Numa altura em que grande parte da sociedade portuguesa revela angústia em relação à forma como Portugal é percebido exteriormente, é ainda mais importante celebrar o incontestável reconhecimento internacional do trabalho de dois criadores num dos três grandes festivais internacionais de cinema, o Festival de Berlim.
Miguel Gomes, que já tinha sido anteriormente distinguido com prémios nacionais e internacionais, nomeadamente com o seu filme O meu Querido Mês de Agosto, viu a sua longa-metragem Tabu premiada pela Federação Internacional da Imprensa Cinematográfica e obteve, ainda, o prémio Alfredo Bauer para a melhor inovação artística.
João Salavisa também já obtivera a Palma de Ouro do Festival de Cannes em 2009 pela sua curtametragem Arena. Desta vez foi a sua curta-metragem Rafa que foi galardoada com o prémio máximo, o Urso de Ouro.
André Malraux dizia que a cultura é o que faz do homem outra coisa que não um acidente do universo.
João Salavisa e Miguel Gomes, pelo seu talento, vêm lembrar que Portugal é «outra coisa» bem superior aos

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