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II SÉRIE-B — NÚMERO 4

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uma ação que não parte do resultado mas das causas! Desafia-nos para interpretar e regular os movimentos

demográficos e a sua matriz da globalização. Desafia-nos, enfim, para um entendimento consequente da

comunidade internacional como comunidade moral!

É que Lampedusa, com os seus naufrágios da má sorte e da desdita, magoa a justiça e a civilização. Diz-

nos do muito que há para fazer, diz-nos para dizer basta!

Assembleia da República, 10 de outubro de 2013.

A Presidente da Assembleia da República, Maria da Assunção A. Esteves.

———

VOTO N.º 153/XII (3.ª)

DE PESAR PELO FALECIMENTO DO EX-PRIMEIRO-MINISTRO BELGA WILFRIED MARTENS

Morreu Wilfried Martens, político, estadista europeísta e amigo de Portugal.

Martens, um dos políticos mais influentes da Bélgica e da União Europeia nas últimas décadas, foi

Primeiro-Ministro durante 13 anos em nove governos de coligação da Bélgica, entre abril de 1979 e março de

1992.

Foi um destacado estadista europeu. Desde logo, no seu país, conseguindo criar e conciliar, contra os

preconceitos da História e das fronteiras, uma família política. Como Primeiro-Ministro da Bélgica, em vários e

difíceis coligações, congregou vontades e reuniu consensos. Uma das vozes mais importantes da unificação

europeia.

Martens foi um grande estadista, homem político de grandes preocupações sociais. Respeitado por todos,

na Europa em geral e em particular no seu país, era um homem de consensos e o Primeiro-Ministro belga

mais tempo em funções. Comprovam essas qualidades, o facto de, reiteradamente, ter sido mandatado pelo

monarca belga para dirimir conflitos e conciliar posições entre os diferentes partidos belgas sempre que esteve

em causa a construção de novos governos na Bélgica.

Foi também cofundador do Partido Popular Europeu, em 1976, a que presidia, desde 1992. Como líder do

Partido Popular Europeu, através de um trabalho discreto e contínuo, conseguiu unir e reunir mais de 70

partidos de 40 países, ao redor dos valores da liberdade, do humanismo personalista e da economia social de

mercado.

Lenda viva do processo de construção europeia, soube sempre inovar, introduzindo novos temas na

agenda da família política europeia. No tempo próprio, não hesitou em rasgar e adaptar-se às novas

realidades, por vezes com um pensamento bem mais jovem que muitos de mais tenra idade, introduziu cedo

na agenda política a sustentabilidade, as políticas verdes ou a solidariedade entre gerações.

O seu trabalho na promoção do processo de alargamento na Europa Central e Oriental tornou-o conhecido

como o «Viajante para a democracia». O seu compromisso incansável para a construção de um sistema

político a nível da União Europeia representa um enorme legado para o projeto europeu.

Trabalhou com uma energia imparável para promover os valores da democracia na Europa. Foi um forte

promotor da integração europeia, e, com grande visão, trabalhou incansavelmente para construir uma família

política forte e unida.

É referido, em termos europeus, como o arquiteto da construção do consenso.

A Europa perdeu um dos seus impulsionadores, a Bélgica um dos seus mais ilustres cidadãos e o PPE um

dos seus fundadores. No plano europeu, foi a sua personalidade reconhecida, tendo sido distinguido em 1997

com o Prémio Carlos V pela sua contribuição para a construção da União Europeia.

Os seus tempos na liderança do PPE, do governo belga e, mais recentemente, à frente do Centro para os

Estudos Europeus, fizeram dele não só um grande homem de Estado, mas também uma das principais vozes

da unificação europeia.

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