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II SÉRIE-B — NÚMERO 18

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VOTO N.º 234/XII (4.ª)

DE PESAR PELA MORTE DE FERNANDO MACHADO SOARES

Faleceu no passado domingo, dia 7 de dezembro, em Almada, com 84 anos, Fernando Machado Soares.

Natural de São Roque do Pico, Açores, onde nasceu a 3 de setembro de 1930, frequentou o Liceu de Ponta

Delgada, chegando ao Continente, em 1952, para frequentar o curso jurídico na Universidade de Coimbra, que

concluiu em 1958.

Fez parte daquela que foi designada por "Segunda Geração de Oiro da Canção de Coimbra", ao lado dos

cantores Luiz Goes, José Afonso e Fernando Rolim.

Integrou o Orfeão Académico de Coimbra, tendo feito parte das digressões ao Brasil (1954) e aos Estados

Unidos (1961), bem como a Tuna Académica de Coimbra, tendo-se deslocado a África em 1956.

Como cultor da Canção de Coimbra não só foi intérprete como autor e compositor.

Gravou, pela primeira vez, em 1956, vocalizando "Fado da Noite" e "Balada do Entardecer" e, em 1958, "O

que mais me prende ao mundo". Foi autor da música da "Balada do 6.º ano médico de 1958/59", bem conhecida

pelo refrão "Coimbra tem mais encanto na hora da despedida", cuja letra é da autoria do então estudante de

medicina Francisco Bandeira Mateus.

A importância de Machado Soares, Luiz Goes e José Afonso na Canção de Coimbra foi notória durante os

anos 50, contribuindo para a redescoberta das raízes populares da música coimbrã, num retorno a uma temática

que já Edmundo de Bettencourt e Artur Paredes haviam desenvolvido na década de 20: o incorporar no género

musical coimbrão temas de cantares populares dos mais diversos pontos do País.

Machado Soares, senhor de uma forte expressividade musical e depositário de uma grande veia popular, foi

uma personalidade importante como mentor de uma nova postura poético-musical que culminaria com o projeto

gravado em Madrid, do Coimbra Quintet, a que Luiz Goes deu voz, acompanhado por António Portugal (g.C),

Jorge Godinho (g.C), Manuel Pepe (v.) e Levi Baptista (v.).

Igualmente, nos primeiros anos da década de 60, as influências de Fernando Machado Soares se fizeram

sentir quando, aos fins-de-semana, chegado de localidades onde exercia a sua carreira de magistrado,

pernoitava na república Baco, e cantava acompanhado por José Niza (g.C) e Manuel Pepe, entre outros.

Juiz-Conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça, manteve o seu gosto de cantar até ao fim da sua vida.

Ao longo da sua vida artística foi alvo de várias homenagens e distinções.

Em 2006, recebeu o Prémio Tributo Amália Rodrigues "pela excelência da carreira artística".

Assim, a Assembleia das República:

1) Manifesta o seu pesar pela morte de Fernando Machado Soares.

Assembleia da República, 12 de dezembro de 2014.

Os Deputados, Luís Montenegro (PSD) — Mónica Ferro (PSD) — Nuno Magalhães (CDS-PP) — Pedro

Saraiva (PSD) — Maurício Marques (PSD) — José Manuel Canavarro (PSD) — Idália Salvador Serrão (PS) —

Elza Pais (PS) — Miranda Calha (PS) — António Cardoso (PS) — Miguel Santos (PSD) — Nuno Encarnação

(PSD) — Catarina Martins (BE) — João Oliveira (PCP) — Rui Paulo Figueiredo (PS) — Ana Paula Vitorino (PS)

— Inês de Medeiros (PS) — Ana Catarina Mendonça Mendes (PS) — António Rodrigues (PSD) — Alberto

Martins (PS) — Heloísa Apolónia (Os Verdes).

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