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10 DE JANEIRO DE 2015

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Este foi o mais grave ataque terrorista em França nos últimos 50 anos. O terror cobarde e absurdo contra a

vida e contra a liberdade de imprensa. O terror bárbaro e sem rosto. Contra aquele grupo, contra a França,

contra todos nós! Atravessa-nos a mesma revolta, uma longa vaga de indignação entre as lideranças políticas,

as nossas casas e os nossos bairros, e os media com os seus cartoonistas, que na arte exercem também a

liberdade.

Em Paris, o horror derramou-se sobre a vida — o maior bem — e sobre a liberdade de imprensa, esse valor

fundamental qualificado, na sua dupla dimensão de exercício do direito fundamental de expressão de

pensamento e de garantia objetiva das estruturas da democracia. Porque a liberdade de imprensa é condição

para a liberdade de todos, para o uso público da razão, para a liberdade de ser, de agir, de estar e de intervir no

mundo.

Em Paris, os valores universais foram atingidos, mas não vencidos! Não há morte para a Razão. A Razão

que é a matriz desses valores, que dá a dignidade igual e os direitos e é comum e transversal a todos.

E o terror não pode nunca ser percebido como próprio de grupos étnicos ou religiosos, de grupos culturais,

de nações ou regiões. O terror é o crime a que não ligaremos nunca a ideia de um mundo dividido ou da pretensa

existência de um conflito de culturas. O terror é o absurdo que a todos nos atinge e que juntos combatemos.

A violência do terrorismo investiu desta vez contra os nossos jornais, esses lugares onde a liberdade se

exerce e a democracia palpita. Eles que são a síntese do nosso modo livre de viver e conviver.

É com os nossos princípios que nos defenderemos. Sem conceder. Sem qualquer tentação de os alterar, de

os revogar, de os suspender no todo ou em parte. O horror nunca nos trará a vertigem de desdizer os nossos

códigos. É com eles que combatemos.

Paris é agora o lugar que todos habitamos. O lugar onde se gera um novo ímpeto, um ímpeto de vontade

para uma luta abnegada e quotidiana pela dignidade e os direitos, a liberdade e a democracia.

A Assembleia da República expressa a sua consternação e o seu profundo pesar pelos acontecimentos de

Paris e exprime a sua solidariedade para com os familiares das vítimas, os trabalhadores do Charlie Hebdo e

todos os jornalistas.

Assembleia da República, 9 de janeiro de 2015.

Os Deputados, Assunção Esteves (PAR) — Pedro Filipe Soares (BE) — Eduardo Cabrita (PS) — João

Oliveira (PCP) — Mónica Ferro (PSD) — Amadeu Soares Albergaria (PSD) — Luís Montenegro (PSD) — Hugo

Lopes Soares (PSD) — António Rodrigues (PSD) — Carlos Alberto Gonçalves (PSD) — Luís Pedro Pimentel

(PSD) — Ana Catarina Mendonça Mendes (PS) — Catarina Marcelino (PS) — Catarina Martins (BE) — Cecília

Honório (BE) — Hélder Amaral (CDS-PP) — Bruno Coimbra (PSD) — Abel Baptista (CDS-PP) — Michael Seufert

(CDS-PP) — Carla Cruz (PCP) — Luís Fazenda (BE) — João Ramos (PCP) — Jorge Fão (PS) — Vieira da Silva

(PS) — Maria Paula Cardoso (PSD) — José Luís Ferreira (PEV) — Rosa Arezes (PSD) — Luís Pita Ameixa

(PS) — Manuel Mota (PS) — Jorge Lacão (PS) — Maria José Castelo Branco (PSD) — João Galamba (PS) —

Isabel Alves Moreira (PS) — Isabel Santos (PS) — Pedro Farmhouse (PS) — Jorge Manuel Gonçalves (PS) —

Sandra Pontedeira (PS) — Sandra Cardoso (PS) — Luísa Salgueiro (PS) — Carlos Enes (PS) — Elza Pais (PS)

— Bravo Nico (PS) — Acácio Pinto (PS) — Eurídice Pereira (PS) — Agostinho Santa (PS) — Miguel Freitas

(PS) — Rui Paulo Figueiredo (PS) — Nilza de Sena (PSD) — Maria Manuela Tender (PSD) — Emília Santos

(PSD) — Miranda Calha (PS) — João Portugal (PS) — Ramos Preto (PS) — Rui Pedro Duarte (PS) — Alberto

Costa (PS) — Glória Araújo (PS) — Miguel Coelho (PS) — António Cardoso (PS) — Ivo Oliveira (PS) — Marcos

Perestrello (PS) — Miguel Laranjeiro (PS) — Pedro Delgado Alves (PS) — Odete João (PS) — Inês de Medeiros

(PS) — Fernando Serrasqueiro (PS) — Nuno André Figueiredo (PS) — Vitalino Canas (PS) — Maria José

Moreno (PSD) — Isilda Aguincha (PSD) — João Rebelo (CDS-PP) — José Lello (PS) — Andreia Neto (PSD) —

Conceição Bessa Ruão (PSD) — Sérgio Sousa Pinto (PS).

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