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II SÉRIE-B — NÚMERO 38

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VOTO N.º 264/XII (4.ª)

DE PESAR PELO FALECIMENTO DE ARMANDO JOSÉ CORDEIRO SEVINATE PINTO

Armando Sevinate Pinto nasceu a 1946, em Ferreira do Alentejo, tendo falecido a 29 de março de 2015, aos

69 anos de idade.

Dedicou toda a sua vida à agricultura.

Licenciou-se em Engenharia Agronómica no Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de

Lisboa, trabalhou como agrónomo em diversas instituições públicas e privadas, nacionais e europeias. Foi

Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas entre 2002 e 2004, mas era como técnico que

mais gostaria de ser lembrando. Dizia, com o humor que tanto o caracterizava, que o trabalho de um engenheiro

agrónomo durante mais de 40 anos não se podia minimizar face a dois anos de ministro.

O seu trabalho ao serviço da agricultura conheceu inúmeros projetos em áreas distintas do desenvolvimento

rural e agrícola, e, em diversos palcos, revelando em todos eles um elevado sentido patriótico e uma profunda

dedicação a Portugal.

Parte do sucesso agrícola, existente atualmenteem Portugal, resulta do seu trabalho, da transmissão dos

seus profundos conhecimentos e do combate ao falso fatalismo de que os sectores da terra e do agroalimentar

não tinham futuroem Portugal. E tinha razão.

Sempre contrariou as teses mais pessimistas para a agricultura e as suas repercussões na sociedade urbana,

enaltecendo os aspetos positivos do sector agrícola nacional. Negava com acutilância os preconceitos ligados

à ruralidade e defendia incansavelmentea profissão de agricultor. Em junho de 2014, numa das suas crónicas

no jornal Público escreveu "Ser agricultor (...) É escolher uma profissão que dá sentido à vida, que dá prazer,

liberdade e independência. Nem sempre independência financeira, mas, quase sempre independência de

carácter. Um carácter moldado com a ajuda da natureza, com a brisa fresca das manhãs com cheiro a terra,

com os pôr-do-sol que suavizam a vida dura dos campos e dão gratuitamente o alento suficiente para enfrentar

o difícil dia-a-dia dos agricultores”.

No seu dia-a-dia relembrava-nos o seu pensamento sobre os agricultores, afirmando que têm uma das "mais

nobres, livres, úteis, gratificantes e independentes atividades humanas inseridas no processo produtivo e que

tem o mérito de ser uma das poucas de que depende inteiramente a sobrevivência da nossa espécie”.

As suas qualidades humanas genuínas, como a sinceridade desarmante, a autenticidade total, ou a calorosa

afetuosidade, associada à sua discrição, fizeram de Armando Sevinate Pinto um português ilustre e um ser

humano excecional, que desde a família à profissão estendia o seu saber com gratidão e amizade.

Deu o melhor de si mesmo e deixa um imenso legado de conhecimento, de saber pensar e de fazer

agricultura em Portugal, verdadeiramente único e que deve ser continuado,

Deixa, ainda, um testemunho de empenho e lucidez, quer quando desempenhou funções, em Portugal, ou a

nível europeu, na defesa do mundo rural português moderno e próspero e num país agrícola competitivo.

Os Deputados da Assembleia da República prestam à família enlutada o seu mais expresso pesar e

homenagem ao Engenheiro Armando Sevinate Pinto pelo seu trabalho e dedicação ao serviço de Portugal.

Palácio de S. Bento, 2 de abril de 2015.

Os Deputados, Luís Montenegro (PSD) — Pedro Lynce (PSD) — Nuno Serra (PSD) — Ulisses Pereira (PSD)

— Cristóvão Crespo (PSD) — Pedro Alves (PSD) — Nuno Magalhães (CDS-PP) — Abel Baptista (CDS-PP) —

Rui Barreto (CDS-PP) — João Paulo Viegas (CDS-PP) — Manuel Isaac (CDS-PP) — Telmo Correia (CDS-PP)

— Vasco Cunha (PSD).

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