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II SÉRIE-B — NÚMERO 40

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VOTO N.º 265/XII (4.ª)

DE PESAR PELO FALECIMENTO DE TOLENTINO DE NÓBREGA

Tolentino de Nóbrega faleceu na madrugada de terça-feira, 7 de abril de 2015. Uma vida dedicada ao

‘jornalismo sem medo’, a uma ‘admirável resistência’ iniciada aos 20 anos no Comércio do Funchal, que transita

para o DiáriodeNotícias do Funchal em 1974. Outros 20 anos de persistência, independência e coragem

reconhecida ontem e hoje por políticos e colegas de profissão.

O também professor de Geometria Descritiva, licenciado pela Escola Superior de Artes Plásticas da Madeira,

apaixonou-se pelos avanços gráficos e pela equipa que fundou, em 1990, o jornal Público.

Gostava de escrever de uma forma simples, concisa e objetiva, sem os adjetivos que hoje qualificam a sua

vida: corajoso, independente, persistente, incansável, discreto, fatual, despojado, resiliente.

Em 2006, foi um dos seis jornalistas condecorados com o grau de Comendador da Ordem do Infante D.

Henrique pelo então Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio.

Em 1998, já havia recebido o Prémio Gazeta. ‘Sem uma imprensa livre não há democracia’, disse na ocasião.

Desde cedo, envolveu-se também na regulação da profissão, tendo sido secretário da mesa da assembleia

geral do Sindicato dos Jornalistas (1985/86) e vice-presidente da assembleia geral (1996/97), além de membro

do conselho geral do sindicato, entre 2002 e 2012. Integrava agora, como suplente, a lista da Comissão da

Carteira Profissional de Jornalistas, função para a qual já tinha sido eleito, também enquanto suplente, entre

2008 e 2011.

Merecia o respeito de todos os democratas e amantes da liberdade em circunstâncias reconhecidamente

difíceis. Soube enobrecer a sua função de jornalista.

Tinha um ‘heroísmo quixotesco’ ou ‘a capacidade de contar a realidade com tanta verdade quanto for possível

e sem depender da versão oficial que se quer impor às pessoas’, descrevem os amigos e colegas de profissão.

Tolentino de Nóbrega tinha 62 anos, mais de 40 de jornalismo.

Os Deputados da Assembleia da República prestam à família enlutada o seu mais sincero pesar.

Os Deputados do PS, Jacinto Serrão — Miguel Laranjeiro — Manuel Mota — Bravo Nico — Rosa Maria

Bastos Albernaz — Inês de Medeiros.

______

VOTO N.º 266/XII (4.ª)

DE PESAR PELO FALECIMENTO DE MANOEL DE OLIVEIRA

Faleceu, no passado dia 2 abril de 2015, Manoel de Oliveira, artista incansável, figura impar da cultura

portuguesa que, aos 106 anos, era o mais velho cineasta no ativo em todo o mundo.

Manuel Cândido Pinto de Oliveira nasceu a 11 de dezembro de 1908, na freguesia de Cedofeita, no Porto,

13 anos depois dos irmãos Lumière terem inventado o cinema.

Foi o seu pai que o fez descobrir os filmes de Charlie Chaplin e de Marx Linder e, mais tarde, lhe permitiu

adquirir, aos 18 anos, a sua primeira câmara de filmar.

É com ela que, em 1931, realiza o seu primeiro documentário, ainda mudo, sobre os trabalhadores da zona

ribeirinha da sua cidade natal Douro, Faina Fluvial.

Esta primeira obra é exibida no V Congresso Internacional da Crítica, em Lisboa, em setembro de 1931, onde

foi recebida com uma enorme ‘pateada’. Manoel de Oliveira é então acusado ‘de dar a ver a estrangeiros gente

descalça, rota e de triste condição’. Mas entre os ditos estrangeiros estava o grande dramaturgo italiano Luigi

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