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II SÉRIE-B — NÚMERO 12

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VOTO N.º 33/XIII (1.ª)

DE HOMENAGEM À MEMÓRIA DE VIRGÍLIO FERREIRA, NO CENTENÁRIO DO SEU NASCIMENTO

Em Melo, aldeia da Serra da Estrela, ia a tarde a meio, nasceu Vergílio António Ferreira.

Ainda criança, vê os pais, António Augusto Ferreira e Josefa Ferreira, partirem para o Canadá.

Foi uma separação dolorosa e traumatizante, como bem viria a descrever no seu livro Nítido Nulo, e essa

orfandade como que o acompanhou pela vida fora.

Os tempos da infância e da adolescência na Serra da Estrela, a neve, as aldeias serranas, Melo, sempre

Melo, com as suas paisagens e personagens, virão a ser elementos fundamentais de todo o seu imaginário

romanesco.

Doar parte da sua biblioteca e do seu espólio literário à Biblioteca Municipal, que leva o seu nome, em

Gouveia, foi a forma que encontrou de agradecer à terra onde aprendeu a ‘sensibilidade que lhe coube’.

Quando, aos 80 anos, no dia 1 de março de 1996, morre em Lisboa, regressou a Melo como era seu desejo,

para repousar, Para Sempre, virado para a serra.

A carreira literária de Vergílio Ferreira tem início, ainda estudante, em Coimbra. O seu primeiro romance, de

1939, é O Caminho Fica Longe.

Onde Tudo Foi Morrendo, Vagão J e Manhã Submersa inserem-se na corrente dita neorrealista para depois

enveredar para o que chama de romance-problema, com indicações existencialistas, com Mudança e,

sobretudo, com Aparição.

Com muitas das suas obras traduzidas em diferentes línguas — Para Sempre, Em Nome da Terra, Na Tua

Face —, Vergílio Ferreira mereceu os prémios mais relevantes da nossa literatura, como o Prémio Camões.

Nunca foi uma personalidade neutra e assumiu sempre com frontalidade a defesa da sua verdade: ‘Uma

verdade só é verdade quando levada às últimas consequências. Até lá não é uma verdade, é uma opinião’.

Vergílio Ferreira escreveu, um dia, ‘não corras atrás da glória, porque só ela é que pode correr atrás de ti’.

No dia em que se assinala o centenário do nascimento de Vergílio Ferreira, a Assembleia da República,

reunida em sessão plenária, presta sentida e justa homenagem à memória de um dos mais importantes

escritores portugueses e autor de tantas obras maiores da nossa ficção.

Assembleia da República, 28 de janeiro de 2016.

Os Deputados: Santinho Pacheco (PS) — José Miguel Medeiros (PS) — Palmira Maciel (PS) — Francisco

Rocha (PS) — Lara Martinho (PS) — Diogo Leão (PS) — Jorge Lacão (PS) — Wanda Guimarães (PS) — João

Azevedo Castro (PS) — Pedro do Carmo (PS) — Edite Estrela (PS) — Idália Salvador Serrão (PS) — Hugo

Costa (PS) — Hortense Martins (PS) — Maria Augusta Santos (PS) — Paulo Duarte Marques (PS) — Luís

Moreira Testa (PS) — Elza Pais (PS) — Alexandre Quintanilha (PS) — António Cardoso (PS) — José Manuel

Carpinteira (PS) — António Sales (PS) — Domingos Pereira (PS) — Palmira Maciel (PS) — Paulo Pisco (PS)

— Bacelar de Vasconcelos (PS) — Ricardo Bexiga (PS) — Vitalino Canas (PS) — Fernando Anastácio (PS) —

António Borges (PS) — Luís Graça (PS) — Ricardo Leão (PS) — Paulo Duarte Marques (PS) — Rosa Maria

Bastos Albernaz (PS) — Paulo Trigo Pereira (PS) — Norberto Patinho (PS) — Ana Passos (PS) — Sofia Araújo

(PS) — Eurídice Pereira (PS) — Carla Tavares (PS) — Isabel Santos (PS) — Helena Freitas (PS) — Vitalino

Canas (PS) — Joana Lima (PS) — António Eusébio (PS) — Gabriela Canavilhas (PS) — Fernando Jesus (PS)

— Sandra Pontedeira (PS) — Odete João (PS) — Tiago Barbosa Ribeiro (PS) — Ângela Guerra (PSD) — Maria

Antónia de Almeida Santos (PS).

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