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II SÉRIE-B — NÚMERO 3

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VOTO N.º 131/XIII (2.ª)

DE PESAR PELO FALECIMENTO DE SHIMON PERES

Faleceu, no passado dia 28 de setembro de 2016, com 93 anos, Shimon Peres, político inextinguível da

história de Israel. Peres nasceu a 2 de agosto de 1923, na então cidade polaca de Vishniev. Em 1934, emigra,

com a família, para a Palestina, ainda sob o Mandato Britânico, alguns anos antes da fundação do Estado de

Israel, em 1948.

Vive, durante a sua adolescência, num kibutz, até se casar aos 22 anos de idade. As influências do avô, o

rabino Rav Tzvi Meltzer, marcaram indelevelmente Peres na sua maneira de ser e pensar, tendo-lhe doado a

bondade, o diálogo e o respeito pelos outros como corolário das relações humanas e estimulado nele a paixão

pelo dever público. É imbuído por este espírito que ingressa, na década de 40, na vida política ativa, pela mão

de David Ben-Gurion, pai fundador de Israel.

Posteriormente, é nomeado diretor-geral do Ministério da Defesa, cargo no qual se mantém até 1959. Essa

experiência eleva-o como uma figura competente, respeitável e de influência na administração pública israelita,

permitindo-lhe desempenhar, de forma continuada, funções políticas relevantes, durante quase sete décadas.

No plano executivo, exerceu os cargos de ministro da Defesa, da Integração e dos Imigrantes, dos

Transportes, das Comunicações, das Finanças e dos Negócios Estrangeiros e o cargo de Primeiro-ministro. No

plano partidário, sendo um dos colaboradores mais próximos de Ben-Gurion, foi fundador e líder do Partido

Trabalhista, por mais de 15 anos. Escolheu, na fase seguinte da sua longa vida política, candidatar-se à

Presidência do Estado de Israel, com 84 anos de idade, tornando-se o chefe de Estado mais velho do Mundo,

no final do seu mandato de sete anos, em 2014.

Tinha a paixão pela política, pelas causas políticas em que acreditava e foi incansável na defesa de uma

solução pacífica e justa do conflito israelo-palestiano, baseada no reconhecimento mútuo da existência, em

segurança, do Estado de Israel, e do futuro Estado da Palestina. Intolerante ao extremismo, via no diálogo e na

moderação o caminho para a paz dos dois povos. Foi esse espírito de dedicação e compromisso que

conduziram, sob a liderança exemplar de Yitzhak Rabin, à assinatura dos Acordos de Oslo de 1990, e que lhe

mereceram o Prémio Nobel da Paz, em 1994.

Não obstante os resultados dos acordos não terem correspondido às expectativas iniciais, permanecerá o

seu legado de esperança e de compromisso como bússola para uma solução sustentável, duradoura e

mutuamente vantajosa.

Assim, a Assembleia da República:

1. Expressa o seu pesar pela morte de Shimon Peres, manifestando sentidas condolências à sua família

e ao povo israelita;

2. Recorda Shimon Peres como uma figura incontornável da política internacional e como um dos grandes

defensores de uma solução pacífica e justa para o conflito israelo-palestiniano;

Lisboa, Palácio de São Bento, 30 de setembro de 2016,

Os Deputados: João Rebelo (CDS-PP) — Nuno Magalhães (CDS-PP) — Telmo Correia (CDS-PP) — Cecília

Meireles (CDS-PP) — João Pinho de Almeida (CDS-PP) — Helder Amaral (CDS-PP) — Teresa Caeiro (CDS-

PP) — Filipe Lobo D' Ávila (CDS-PP) — Pedro Mota Soares (CDS-PP) — Patrícia Fonseca (CDS-PP) — Álvaro

Castelo Branco (CDS-PP) — Isabel Galriça Neto (CDS-PP) — Ilda Araújo Novo (CDS-PP) — Assunção Cristas

(CDS-PP) — Vânia Dias da Silva (CDS-PP) — Pedro Coimbra (PS) — António Carlos Monteiro (CDS-PP) —

Ana Rita Bessa (CDS-PP).

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